Uma vergonha discriminatória esta indemnização aos trabalhadores de Viana do Castelo. Izmaylov está há mais de 4 meses nos Estaleiros do Porto e ainda ninguém lhe pagou um chavo.
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Quando a teimosia derrota a competência
Esta frase resume bem aquilo que é Jorge Jesus
enquanto treinador de futebol, ou seja, um homem competente e com capacidades
para ser um treinador de elite, mas que se deixa derrotar pela sua teimosia.
O último mês competitivo é a melhor caricatura disto
mesmo, pois Jorge Jesus consegue provar que tem competência suficiente para
colocar as suas equipas a praticar bom futebol em qualquer sistema táctico, mas
a sua teimosia é tal que nem as maiores evidências são capazes de o demover do
seu sistema de eleição elevando-o à condição de dogma.
O técnico do Benfica, já com a corda ao pescoço na
Liga dos Campeões, mudou o sistema de jogo em Atenas e a equipa deu-se bem com
isso, não tendo o resultado correspondido à exibição por mero detalhe que em
nada influi o sistema táctico que se utiliza. De seguida, no jogo para a Taça
de Portugal com o Sporting, Jorge Jesus mantém o sistema e brinda o nosso rival
com um claro 3-1 que só não se concretizou em resultado final por novos erros
de detalhe nas bolas paradas e nova alteração táctica a meio do jogo a partir
da lesão de Ruben Amorim.
Porém, nem as melhores exibições da época e em jogos
decisivos foram capazes de dobrar a teimosia do nosso treinador e impedi-lo de
voltar ao seu tão amado 4-4-2 tendo como resultado uma fraca exibição e magra
vitória perante o pior SC Braga da última década e uma vitória arrancada a
ferros no terreno do adversário mais fraco do nosso grupo da Liga dos Campeões.
Ser-se convicto do que se quer e como se quer faz bem
a qualquer pessoa, ainda mais a alguém que tem de liderar um grupo de pessoas,
mas o limiar entre a forte convicção e a mera teimosia é muito ténue e
persistir no erro não é só teimosia é também burrice. Por isso reafirmo, Jorge
Jesus teria todos os predicados para ser um treinador de topo, não fosse a sua
teimosia e o seu desejo irracional de demonstrar que está certo e que é o
melhor de todos, arrastando assim um plantel com belíssimos jogadores para
patamares de vulgaridade que não são admissíveis.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Sinais encorajadores
Tornou-se corriqueiro falar em “sinais encorajadores”.
A nossa economia e os mercados emitem “sinais encorajadores”, um doente grave
internado também dá “sinais encorajadores” e até mesmo o Joãozinho, o pior
aluno da turma, já consegue fazer contas de subtracção sem ajuda da
calculadora, apesar de se encontrar no sexto ano. Sinal encorajador, portanto.
O que são, no fundo, os “sinais encorajadores”? Não sei. E
duvido que quem afirma a sua existência também saiba o que são ou no que
consistem. Talvez indícios de que algo não vai assim tão mal no meio da
mediocridade. Porque, bem vistas as coisas, apesar de o desemprego ter
decrescido no verão, de o doente apresentar um melhor estado geral ou de o
Joãozinho ter acertado no resultado de 35-10, a economia não vai melhorar, o
doente vai morrer e o Joãozinho continuará a ser uma “criança com limitações”
(porque o tempo de dizer “calão” ou “burro” já passou e temos de ser
condescendentes com as crianças).
O mesmo se passa com o Benfica. Estamos a emitir os tais
“sinais encorajadores”. Três exibições bem conseguidas com Nacional, Académica
e Olympiakos e três vitórias arrancadas a ferros em jogos difíceis (Sporting,
Braga e Anderlecht). É bom? Sim, é. No futebol é melhor ganhar por 1-0 com um
golo marcado com as costas e às três tabelas que perder 4-3 num encontro cheio
de emoção e de futebol bem jogado. Posso dizer que sou um "resultadista". Mas um resultadista moderado, porque a existência de resultados necessita também de futebol com alguma substância, algo que não vejo actualmente, pelo menos com consistência, no Benfica. E por isso pergunto: até quando é que
isto durará? Vamos (sobre)vivendo graças à inspiração e
qualidade daquele que a direcção e/ou o corpo técnico queriam dispensar no
verão passado fruto das cenas tristes no Jamor. De vez em quando, um ou outro
rasgo individual como o golo de Matic ao Braga salvam jogos e dão 3 pontos,
mas, no global, não tenho visto organização e planeamento ofensivo que possam
dar vitórias tranquilas consecutivamente.
Eu gostava de pintar este quadro de cor-de-rosa, mas não é
possível. Primeiro, porque não corresponde à realidade. Segundo, porque não
gosto de mentir às pessoas. E assim vamos nós, mostrando sinais encorajadores,
conseguindo vitórias pontuais graças a rasgos individuais, que vão disfarçando
fragilidades que não deveriam existir nesta altura do campeonato. Alguma vez
viram uma equipa ser campeã desta maneira? Temos muito trabalho pela frente.
Estamos quase em Dezembro e o Benfica ainda não joga como uma equipa. Tivesse o Porto um treinador (porque de resto tem "tudo", e vocês sabem o que "tudo" significa) e a esta hora estaríamos a 5 ou 7 pontos.
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
domingo, 24 de novembro de 2013
Vítor Martins, Artur e Vítor Baptista
Moinhos comove-se a falar em Vítor Martins, Artur e Vítor Baptista - 3 excelentes jogadores que foram forçados a acabar a carreira mais cedo, cada um com o seu azarado motivo.
sábado, 23 de novembro de 2013
Breaking Bimbo
Como andarão aqueles corredores sombrios do Dragão? Quantos já estarão fazendo a folha ao Pintinho Costa? Ainda por cima o homem é pé-frio, bastou ter alta horas antes para deixar toda a equipa em baixa. Que Anteros, Oliveiras e Teles andarão já a preparar a cama ao Senhor Presidente? Quais e de que tipo de telefonemas neste momento perpassarão os ares das linhas tecnológicas, dos satélites? Que conspirações, que enredos, que novelescos novelos?
Os próximos episódios vêm já aí. Say my name.
Um bom resultado num jogo com péssimos sinais
Mau jogo. Uma análise que não seja inundada pelo resultado - que é o que convém a qualquer análise, ao contrário do que é normalmente feito pelos adeptos - dirá que os sinais são de preocupação. Porquê?
- Porque Jesus demonstra que não viu as melhorias de ter 3 jogadores no miolo. Basta uma lesão para voltar a colocar dois jogadores mais avançados - Djuricic, que é um óptimo 10, passa o tempo nas mãos de Jesus a fazer de segundo avançado. Já o excelente segundo avançado Markovic vai perdendo talento e confiança encostado à linha.
- Porque continuam as lesões. Tendo em conta que a equipa técnica é a mesma, só pode ser consequência de mudança de tipo de treino. Seja o que for, revela incompetência. São lesões a mais para apenas 3 meses de época.
- Espera-se que aqueles que adoraram ver o treinador do Benfica a manchar a História do clube com um comportamento indecente estejam felizes: agora não temos treinador durante um mês, com o óbvio prejuízo para a vertente desportiva - mais um sinal do caos e anarquia que reina na estrutura. Para a próxima vez que defenderem a violência por parte de gente que representa o nosso clube, já que perderam os princípios todos, ao menos sejam calculistas e pensem naquela que pode sair prejudicada pelos imbecis comportamentos de Jesus: a equipa. Sim, aquela que gostamos de apoiar.
- O jogo resolveu-se num momento de inspiração do melhor em campo: Matic. Colectivamente, estivemos próximos do zero.
(editado) O Nacional foi ao Dragão abrir as pernas, empatar e dar-nos a possibilidade de ficarmos a apenas um ponto. Mais uma teoria conspirativa que vai para o cano. Também houve um penálti a favor do Porto que não foi marcado. Imagino que este não entre na contabilidade dos maluquinhos das conspirações. Trabalhem. Sejam competentes. Sejam Benfica. E não alimentem os adeptos das alucinações.
(editado) O Nacional foi ao Dragão abrir as pernas, empatar e dar-nos a possibilidade de ficarmos a apenas um ponto. Mais uma teoria conspirativa que vai para o cano. Também houve um penálti a favor do Porto que não foi marcado. Imagino que este não entre na contabilidade dos maluquinhos das conspirações. Trabalhem. Sejam competentes. Sejam Benfica. E não alimentem os adeptos das alucinações.
O dilema de Pinto da Costa
Pinto da Costa vive um complexo dilema: ser relembrado como o maior corrupto de todos os tempos em actividade ou ser admirado como o maior corrupto aposentado de todos os tempos?
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Eu quero ser como Vieira
«Eu gostava de ser como Luís Filipe Vieira (tirando a parte de ele ser do Benfica, sendo eu do Sporting e talvez em matéria de orelhas prefira as minhas). Porque o Estado assumiu uma dívida do presidente do Benfica no valor de 17 milhões de euros. Vieira e a sua empresa deviam esse dinheiro ao BPN e parece que foi dado como incobrável.
Eu juro que não preciso tanto, mas se for preciso fico incobrável também. A mim quaisquer 170 mil, que é só 1% do que lhe perdoam, já me deixava feliz. Mas 1,7 milhões, ou seja 10% deixava-me muito rico, mas se não quiserem dar-me mais de 0,1%, ou seja 17 mil euros, eu já vos agradeço bastante.
Pensando melhor, isto deve ser tudo mentira, uma cabala contra o presidente do Benfica (apesar de ainda não ter visto qualquer desmentido). Porque um senhor que tem uma dívida de 17 milhões não deve poder estar à frente de uma instituição de utilidade pública que recebe dinheiros públicos. Se acaso o presidente do Sporting, do Porto ou do Braga forem também prejudicados por uma norma assim, paciência. Gosto muito do meu clube, mas gosto mais de contas bem feitas e de verdade e transparência.
Se for verdade, no entanto, deixem-me gritar: ESCÂNDALO! Ao pé disto, o que se diz dos políticos é - como dizia o Berardo - 'penauts', ou, em português, amendoins. Não gozem mais com o Zé pagante, porque eu sinceramente já não aguento!
Luís Filipe, grande homem. Andar todos os dias na televisão sabendo que nós lhe pagamos as dívidas (mesmo aqueles que como eu foram contra a nacionalização do BPN porque já sabiam no que ia dar...) é de homem. E de homem corajoso!
Eu não tinha cara para isso...»
Henrique Monteiro
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
De volta ao campeonato
Após três infindáveis semanas de interregno, está de
volta a principal competição de clubes em Portugal. A próxima jornada traz-nos
um embate complicado, mas que não podemos deixar de vencer, apesar de todas as
vicissitudes.
O jogo com o Sp. Braga será o primeiro de uma serie de
jogos complicados e que definirão muito do que será a época do Benfica.
Entramos numa fase em que não podemos perder mais pontos para o líder actual e
assim recebe-lo em casa no mês de Janeiro, no mínimo, com hipóteses de os
alcançar na liderança do campeonato, sendo nesta altura também que se disputam
as jornadas decisivas da 1ª fase da Liga dos Campeões e que definirá a nossa
continuidade na prova ou a saída para a Liga Europa ou mesmo a saída por
completo das competições da UEFA. A tudo isto se junta o castigo de 30 dias
imposto ao nosso treinador.
Por tudo isto, considero fundamental vencer o jogo do
próximo fim-de-semana e assim dar o melhor início possível a este ciclo difícil
e decisivo, sendo certo que melhor que ninguém, jogadores e equipa técnica
estarão cientes da importância do próximo jogo.
Ao contrário do que a classificação e mais recentes
resultados dos bracarenses possa evidenciar, o jogo com os minhotos reveste-se
de um elevado grau de dificuldade. Essa dificuldade aparece associada à
qualidade do adversário, mas também às contrariedades que sofremos durante esta
paragem de campeonato.
Começou com a lesão de Ruben Amorim e com tudo o que
ela implica, ou seja, a perda de um dos jogadores em melhor forma no plantel,
mas essencialmente pela ameaça de retrocesso táctico que Jorge Jesus pode impor
face a esta ausência. Logo após o jogo com o Sporting e a subsequente lesão do
médio Português, aqui escrevi não ver motivos para alterar a alteração, se é
que assim se pode dizer. A mudança táctica operada por Jorge Jesus com a inclusão
de mais um médio – Ruben Amorim – em detrimento de um avançado, trouxe-nos equilíbrio
e domínio sobre os adversários e sobre nós próprios, aspectos que considero
importantes para os jogos que se avizinham.
As dificuldades continuaram com o conhecimento do
castigo aplicado a Jorge Jesus pelos incidentes ocorridos no final do jogo em
Guimarães. Quer queiramos quer não, ter o líder no relvado será necessariamente
diferente de ter “apenas” o seu adjunto. Há quem diga que será benéfico para a
equipa não ter JJ no banco, pela pressão psicológica constante que o treinador
coloca sobre os jogadores, há os que afirmam ser prejudicial, pois os jogadores
já se encontram habituados a essa mesma pressão e necessitam dela para se
manterem concentrados ao longo do jogo e há ainda quem diga que será
indiferente por via do conhecimento profundo das ideias do treinador que existe
nos jogadores. Pela minha parte, considero que indiferente não será, tendendo
eu para considerar que será negativo para a equipa, caso contrário a figura do
treinador, do líder, no banco de suplentes tornar-se-ia inócua e não vemos
nenhum treinador de topo a optar por não se sentar no banco de suplentes
durante os jogos, mas como em (quase) tudo no futebol, os resultados dirão se
esta ausência é/foi ou não benéfica para a equipa.
Esta ausência vai ainda permitir-nos avaliar se a
equipa precisa de todas aquelas exibições de loucura e descontrolo por parte do
seu treinador ao longo da linha lateral para vencer ou, por outro lado, se todo
esse folclore é absolutamente dispensável para as vitórias. Mais uma vez
encontro um meio-termo, ou seja, nem são necessárias todas as “pantominices”
que JJ exibe para que a equipa ganhe, mas a ausência das suas correcções tácticas
ao longo do jogo também não serão aconselháveis.
Focando-me apenas no adversário, encontro no Braga um
adversário longe do seu melhor futebol dos últimos anos, mas nem por isso menos
“respeitável”. Considero que têm um plantel fraco e com lacunas graves com os
farão ter um desempenho substancialmente mais fraco ao longo da época do que
aquilo que nos têm habituado, no entanto, têm qualidade para num só jogo nos
criarem problemas. Penso que a principal virtude ofensiva da equipa reside no
seu jogo interior, uma vez que Alan já não apresenta a velocidade e explosão
dos seus melhores anos e Rafa (habitualmente utilizado na faixa esquerda) não é
um ala de raiz, tendo sempre tendência para explorar diagonais e o espaço que
possa existir entre as costas dos médios interiores e os centrais. Por aqui
reforço a importância de se manter o sistema composto por 3 médios, para que
Matic não saia tanto da posição e assim não abra espaço nas suas costas, sendo
que deverá ser dada liberdade aos laterais para explorarem a profundidade, uma
vez que dificilmente Rafa ou Alan conseguirão explorar o espaço deixado vago
nas suas costas, ainda assim é de precaver os cruzamentos de Alan que mesmo sem
“ganhar a linha de fundo” cruza muito e bem de longe.
No meio campo a principal unidade criativa é,
habitualmente, Ruben Micael, um jogador completamente fora de forma e com
claras dificuldades em romper e criar jogo pela zona central quando enfrenta
adversários com um meio-campo compacto, mas que pode brilhar quando se lhe é
dado espaço, sendo esta mais uma razão para a manutenção dos três médios no 11
inicial.
No sector mais recuado, considero Nuno André Coelho o “elo
mais fraco” de todo o sector, principalmente quando exposto a solicitações no
espaço. Nesse sentido, e porque Cardozo não é o homem certo para receber passes
em profundidade e Gaitan gosta de movimentos com bola e não de busca da mesma
no espaço, parecer-me-ia interessante que Markovic procurasse movimentos de rotura
entre o lateral e o central na busca do tal espaço nas costas do central
Português, sendo este o único argumento que vejo ser favorável a um 4-4-2, mas
que no 4-3-3 idealizado por JJ em que o sérvio tem liberdade total de movimentos,
também é exequível.
Sempre aquele orgulho em si, Presimente Vieira.
«A empresa do presidente do Benfica, Luís Vieira, e do seu sócio, Almerindo Sousa Duarte, poderá estar envolvida num esquema de burla
O Estado, através da Parvalorem, herdou uma dívida de 17 milhões de euros ao BPN, a qual poderá ter sido gerada através de um esquema de burla, que envolve a empresa de Luís Filipe Vieira e o seu sócio, Almerindo Sousa Duarte. O Diário de Notícias avança que o crédito estava colocado no BPN IFI em Cabo Verde mas o BIC recusou herdá-lo, ficando a cargo da Parvalorem, empresa criada para gerir os créditos do BPN.
A Inland, grupo empresarial liderado pelo presidente do Benfica, detinha uma posição accionista de 1,4% na Sociedade Lusa de Negócios (SLN) ao mesmo tempo que beneficiou de um crédito de 20 milhões de euros para financiar um aumento de capital no fundo imobiliário BPN Real Estate.
Em 2009, o BPN apresentou uma queixa-crime no Departamento Central de Investigação e Acção Penal, argumentando que teria sido montado um esquema financeiro com o objectivo de a empresa se desfazer das acções que detinha e de amortizar a dívida de 20 milhões ao banco. Nesse mesmo ano, o próprio BPN atribuiu à dívida em causa o rótulo de incobrável.
Recorde-se que a sede da Inland e as casas de Luís Filipe Vieira e Almerindo Sousa Duarte foram alvo de buscas em 2010, mas o inquérito ainda está pendente no Ministério Público.»
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Nós, nós, nós
Ronaldo é um jogador fabuloso, uma máquina bem oleada de velocidade, técnica, movimentação, aproximação à área, faro pelo golo, finalização. Um espécie de super-homem dos relvados: mais rápido, mais alto, mais forte, mais letal - o gel na cabeça e o ar altivo fazem o resto deste retrato de super-herói. Falta-lhe a capa vermelha, mas é pormenor insignificante, até porque lhe retiraria aquela velocidade de ponta que é a de uma atleta de eleição.
Ronaldo não é genial. Não é Messi, nem sequer é Iniesta, é outra coisa e tudo está certo tal qual está. Bom é tê-los todos a jogar na mesma era - e tantos outros, além destes três. Só há algo que acho insuportável em Ronaldo: o eu, eu, eu.
Companheiro Cristiano: para tu correres no espaço e rematares para golo, alguém antes, com passes perfeitos, o possibilitou; e alguém tinha recuperado a bola; e o guarda-redes defendido bolas dos adversários; e o treinador explorado a saída rápida; e o massagista massajado; e o adepto apoiado. No futebol, perde-se e ganha-se em conjunto. E assim é que é bonito.
Bernardo Silva, o novo… Bernardo Silva
O entusiasmo gerado pela mais recente pérola do
futebol de formação do Benfica tem sido mais que muito e, digo eu, plenamente
justificado no talento que parece brotar daquele pequeno grande corpo de
talento.
Tal entusiasmo é alimentado pela genialidade de
Bernardo Silva, mas também pelo lugar deixado vago por Rui Costa nos corações
Benfiquistas. Depois do nosso maestro, nenhum outro jogador vindo da formação
foi capaz de ocupar nos nossos sonhos o lugar de ídolo mundial formado nas
nossas escolas.
Quem me lê e conhece, reconhecerá que sou um grande entusiasta
daquilo que considero dever ser a aposta do clube na matéria-prima que angaria
ainda em bruto. No entanto, é com alguma reserva que vou vendo, ouvindo e lendo
algumas comparações que já se começam a fazer, tendo por base o talento de
Bernardo Silva e o que são os craques mundiais da actualidade.
É e será sempre natural que ao vermos determinado
jovem a destacar-se em patamares competitivos menores lhe atribuamos uma
comparação com jogadores top que se adeqúem às características que vislumbramos
nos mais jovens. Nesse sentido compreendo que a estampa física de Bernardo
Silva, aliada à genialidade que o jovem transporta no seu pé esquerdo, nos
transporte para a comparação mais óbvia e natural de todas, ou seja,
catalogamos de imediato o “nosso menino” como o “Messi do Seixal”.
Como já referi, estas comparações e catalogações são
naturais e compreensíveis, ainda assim, exorto a que não sejam feitas, pois
seja Messi, Maradona, Pele, Eusébio ou Ronaldo, só há um e será o próprio, mais
ninguém. Quantos foram os “Maradonas” anunciados depois da retirada do Deus em
forma de jogador? De Riquelme a Tevez, passando por Messi, todos foram
apelidados de novos Maradonas, sendo certo que nenhum é ou será o novo
Maradona, mas serão sempre o Riquelme, o Tevez e o Messi. Sucedeu o mesmo com
Pele, sendo o próprio a apontar Diego ou Robinho como seus sucessores, sendo
que nenhum deles se aproximou do “Rei Pele” nem sequer no estilo.
Por isso, saibamos deixar o menino crescer para que um
dia possamos voltar a olhar para a nossa formação em busca do “novo Bernardo
Silva”.