quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
Dois rápidos comentários sobre a histeria dos supostos acordos milionários dos 3 grandes
1) É inadmissível a forma como a maioria da Comunicação Social apresenta os números, não discriminando o que tem de ser discriminado e fazendo crer que o Benfica é o clube que menos recebeu quando na verdade é o contrário;
2) Tendo em conta a dimensão do Benfica em relação aos seus rivais a diferença de valores deveria ser, se houvesse competência, substancialmente mais elevada. Mais uma vez se comprova que Vieira só é negociador implacável na fantasia da propaganda.
sábado, 26 de dezembro de 2015
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
FELLATUS INTERRUPTUS
CRÓNICA ALGO FICCIONADA SOBRE A EVA, O JOSÉ E O MAGNATA RUSSO E SOBRE A EQUIPA QUE TODOS JULGAVAM SUA
O magnata russo foi buscar o José para treinar a sua equipa de futebol. Os sócios pediram o José e agora os sócios têm o treinador que sempre quiseram, disse o magnata russo, quase como quem antevê um chorrilho de problemas.
O José elaborou um plano a vários anos para a equipa do magnata russo, que envolvia uma articulação complexa de todas as engrenagens envolvidas na gestão de uma equipa de futebol de primeira linha. Absolutamente talhado para o sucesso, o plano de José começa a ter frutos ao fim de uma época. Ganha um campeonato, sem discussão. Nem sempre a praticar o futebol mais bonito, mas José é um cientista do jogo. É meticuloso e altamente atento ao pormenor. O seu xadrez defensivo é feio mas quase perfeito.
José tem uma personalidade forte, capaz de deixar sem fala o jornalista mais atrevido. Toma decisões e morre por elas, se achar que tem razão. E foi aqui, numa destas decisões, que entrou Eva.
Eva era médica da equipa do magnata russo. Fora contratada para dar assistência aos jogadores, em campo e fora deste. O magnata russo ter-se-á esquecido, porém, de especificar em contrato qual o tipo de assistência que não queria que Eva desse fora de campo. Segundo notícias de alguns tablóides, o ex da escultural Eva veio chorar a público que a namorada, para além de postar aquelas fotografias provocantes no facebook, faria também atendimento personalizado ao domicílio de uma quantidade enorme de jogadores da equipa do magnata russo.
E é aqui que tudo se torna muito confuso!
O magnata julga que a equipa é dele. E, supostamente, assim será, por direito. Foi o magnata que a comprou, como se de um brinquedo se tratasse. O magnata põe e dispõe dos seus gasosos milhões para contratar e despedir quem quiser, organizando o seu brinquedo de luxo como um negócio altamente rentável.
O José, cujo ego tem as bolas a roçar o pico do Everest, refere-se à equipa como sua, e aos jogadores como sendo os seus jogadores. Mai time, mai plaiars. E serão, José, és tu que os pões a jogar. Tu é que decides as tácticas. Tu é que decides quando, onde e como treinam. Tu decides o que eles comem, quando comem, quem cozinha para eles. Mas esqueceste-te de um pormenor na gastronomia planeada da equipa. Não decidiste quem podia comer a Eva. Nem como. Nem quando! E quando achaste que era hora de dispensar a Eva, já era tarde demais.
A Eva entrou no jardim para socorrer o Eden, que estava caído no chão enquanto chorava alto pelos carinhos da bela mulher. Nesse final de jogo fatídico, Eva corria solícita, gloriosa, de cabelo ao vento e mala de cruz na mão, enquanto José espumava de raiva. E tudo isto perante o olhar incrédulo do magnata russo na bancada de honra, em total negação. Afinal, esta era a equipa de Eva. Ela era a única a assistir noite e dia, sem parar, qualquer jogador que solicitasse os seus cuidados.
Depois disto, meus caros, o fellatus ficou para sempre interruptus e José perdeu a equipa. O magnata russo ficou a ver passar os seus navios, ao longe, continuando sem perceber nada.
O José elaborou um plano a vários anos para a equipa do magnata russo, que envolvia uma articulação complexa de todas as engrenagens envolvidas na gestão de uma equipa de futebol de primeira linha. Absolutamente talhado para o sucesso, o plano de José começa a ter frutos ao fim de uma época. Ganha um campeonato, sem discussão. Nem sempre a praticar o futebol mais bonito, mas José é um cientista do jogo. É meticuloso e altamente atento ao pormenor. O seu xadrez defensivo é feio mas quase perfeito.
José tem uma personalidade forte, capaz de deixar sem fala o jornalista mais atrevido. Toma decisões e morre por elas, se achar que tem razão. E foi aqui, numa destas decisões, que entrou Eva.
Eva era médica da equipa do magnata russo. Fora contratada para dar assistência aos jogadores, em campo e fora deste. O magnata russo ter-se-á esquecido, porém, de especificar em contrato qual o tipo de assistência que não queria que Eva desse fora de campo. Segundo notícias de alguns tablóides, o ex da escultural Eva veio chorar a público que a namorada, para além de postar aquelas fotografias provocantes no facebook, faria também atendimento personalizado ao domicílio de uma quantidade enorme de jogadores da equipa do magnata russo.
E é aqui que tudo se torna muito confuso!
O magnata julga que a equipa é dele. E, supostamente, assim será, por direito. Foi o magnata que a comprou, como se de um brinquedo se tratasse. O magnata põe e dispõe dos seus gasosos milhões para contratar e despedir quem quiser, organizando o seu brinquedo de luxo como um negócio altamente rentável.
O José, cujo ego tem as bolas a roçar o pico do Everest, refere-se à equipa como sua, e aos jogadores como sendo os seus jogadores. Mai time, mai plaiars. E serão, José, és tu que os pões a jogar. Tu é que decides as tácticas. Tu é que decides quando, onde e como treinam. Tu decides o que eles comem, quando comem, quem cozinha para eles. Mas esqueceste-te de um pormenor na gastronomia planeada da equipa. Não decidiste quem podia comer a Eva. Nem como. Nem quando! E quando achaste que era hora de dispensar a Eva, já era tarde demais.
A Eva entrou no jardim para socorrer o Eden, que estava caído no chão enquanto chorava alto pelos carinhos da bela mulher. Nesse final de jogo fatídico, Eva corria solícita, gloriosa, de cabelo ao vento e mala de cruz na mão, enquanto José espumava de raiva. E tudo isto perante o olhar incrédulo do magnata russo na bancada de honra, em total negação. Afinal, esta era a equipa de Eva. Ela era a única a assistir noite e dia, sem parar, qualquer jogador que solicitasse os seus cuidados.
Depois disto, meus caros, o fellatus ficou para sempre interruptus e José perdeu a equipa. O magnata russo ficou a ver passar os seus navios, ao longe, continuando sem perceber nada.
Agora, a equipa perdeu o José, o magnata perdeu um bom projecto, os jogadores perderam Eva e também a cara. O único que terá ganho alguma coisa foi mesmo o ex da Eva, mas não creio que goste particularmente do acréscimo.
Núcleo Duro – 15 Jogadores
Tinha dito que o faria ontem mas na verdade não estava com muita disposição.
Como disse no outro post, considero que um treinador deve construir a identidade
de uma equipa com base num núcleo duro do plantel – 15 jogadores de entre os
25.
Estes 15 jogadores oferecerão todo o tipo de soluções. Além de cimentarem uma
filosofia de jogo, deverão também permitir ao treinador a possibilidade de
trabalhar nuances tácticas sem fragilizar a identidade da equipa.
São 15 jogadores que lutam pela titularidade, jogadores que irão realmente
fazer a diferença no momento das substituições e que permitirão adaptações ao
jogo.
O Rui Vitória ainda não formou o Núcleo Duro dele.
Olhando para o plantel e para a época do Benfica, estes seriam os meus 15
jogadores.
Júlio César
Nélson Semedo
Luisão
Lisandro
Luisão
Lisandro
André Almeida
Samaris
Renato Sanches
Renato Sanches
Gonçalo Guedes
Jonas
Gaitán
Mitroglou
Jonas
Gaitán
Mitroglou
Eliseu
Fejsa
Pizzi
Fejsa
Pizzi
Jiménez
Nesta cimentação considero crucial a estabilidade na baliza
e a estabilidade de uma dupla de centrais. Daí só colocar um guarda-redes e dois
centrais. Estas são as posições onde normalmente não se mexe, a base de toda a
segurança defensiva da equipa.
O Djuricic e o Cristante são jogadores sobre os quais
prefiro não opinar, deixando-as assim, por agora, fora das minas cogitações.
Já o Salvio ainda anda longe destas contas.
Sobram o Sílvio, Jardel, Carcela e o Talisca.
Também o Clésio e o Victor Andrade andaram (andam?) nas
contas do treinador e segundo este ainda outros aparecerão.
O sucesso de um grupo de trabalho deve aproveitar o lançamento de novos
jogadores, não ser sobreposto por este.
Há uma altura da época em que se tem de acabar com a
experimentação e promover-se a consolidação.
O melhor cérebro do mundo
É também esta a minha percepção; defendo-a, aliás, há vários anos. Claro que, tendo em conta o mediatismo de Messi e Ronaldo na última década, é uma opinião que leva tempestades de insultos sempre que é proferida. Esta por isso de Parabéns o Sampaoli por admitir publicamente aquilo que, estou em crer, muitos outros técnicos pensam mas não dizem. Andrés Iniesta é o melhor cérebro do mundo a jogar futebol. O Maestro das assistências para as assistências. O Imperador da Suprema Decisão. Com 65 quilos, 1m70 e biliões de galáxias com "celulazinhas cinzentas", é o mais improvável dos génios para quem acha que o futebol é atletismo.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
A Pobreza de Trabalho Esgota Qualquer Tempo
A 11 de Junho, num texto ao qual chamei “Paciência Para Vitória”, escrevi o
seguinte:
“Paciência e tempo. São dois conceitos
essenciais para o trabalho de Rui Vitória no Benfica.
Mais do que se analisar estatísticas teremos de observar o trabalho desenvolvido.
Mais do que se analisar estatísticas teremos de observar o trabalho desenvolvido.
O normal é um treinador só ao segundo
ano ter montada uma equipa à sua imagem e estar preparado para vencer tudo. Com
Jorge Jesus foi um pouco ao contrário. Primeiro ano de empolgação, segundo ano
de desastre e só dois anos depois se colheram os frutos do seu trabalho.
O Rui Vitória terá a pressão e
obrigação de chegar ao Tri. Nós temos a obrigação de não dificultar o trabalho
ao treinador, ou pelo menos de evitar injustiças.”
“A Supertaça e a Taça já foram, temo
uma contagem de 4 derrotas nos 4 jogos com os rivais e estamos também a 8pts da
liderança.
O mínimo exigível é que hoje se fique a 5, que se elimine o Zenit e que sejamos Tricampeões.
Que hoje se junte à vitória uma boa exibição e maior evolução. Só assim o Rui Vitória recupera margem de manobra.
Quero muito poder voltar a dar-lhe o benefício da dúvida.”
O mínimo exigível é que hoje se fique a 5, que se elimine o Zenit e que sejamos Tricampeões.
Que hoje se junte à vitória uma boa exibição e maior evolução. Só assim o Rui Vitória recupera margem de manobra.
Quero muito poder voltar a dar-lhe o benefício da dúvida.”
Pois bem,
A paciência esgotou-se. A margem de manobra não foi conquistada. O benefício da
dúvida evaporou-se.
Como eu disse, mais do que analisar estatísticas temos de analisar o
trabalho desenvolvido. A estatística pontual é o que é. A estatística de
resultados é o que é. O trabalho realizado é o que arrasa qualquer boa vontade.
O tempo passou e o futebol continua fraco.
O tempo passou e as ideias continuam básicas, escassas e aos trambolhões.
O tempo passou e as ideias continuam básicas, escassas e aos trambolhões.
É um problema perder com o Sporting? É um problema perder com o Arouca? É um
problema perder com o Porto? É problema perder com o Galatasaray? É um problema
perder outra vez com o Sporting? É um problema perder mais uma vez com o
Sporting? É um problema empatar com o Astana? É um problema perder com o
Atlético? É um problema empatar com o União?
É.
Mas maior é aquele problema que se vê tanto nas derrotas como nos empates como nas vitórias. Pior é este problema com que somos constantemente confrontados quando vemos a nossa equipa jogar.
Por mais água que o treinador beba, é preciso muito mais para a equipa começar a jogar.
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
Olhar o Benfica
O sistema táctico é importante, é a base de construção de um
modelo de jogo, mas enquanto adepto isso é o que menos me importa no futebol do
Benfica.
Não me interessa discutir se jogamos em 4-3-3 ou em 4-4-2;
não me interessa discutir se jogamos em 4-2-3-1 ou em 4-5-1.
O meu entusiasmo é pelas ideias de jogo, a minha atenção é a
filosofia do treinador.
O que importa um 4-4-2 quando o meio-campo actua longe dos atacantes? Não será
antes um 4-4-0-2?
Um 4-3-3 em que os sectores joguem próximos e em progressão não será antes um 2-7-1? Ou um 2-8-0? Ou um 0-10-0?
Um 4-3-3 em que os sectores joguem próximos e em progressão não será antes um 2-7-1? Ou um 2-8-0? Ou um 0-10-0?
O maior mérito no trabalho do Jorge Jesus era a consolidação da sua ideia de
jogo. Independentemente de ser ou não a melhor, a sua filosofia de jogo estava
solidamente trabalhada. A equipa desdobrava-se em vários momentos tácticos com
todos os jogadores a saber o seu papel e, mais importante, a saberem também o
papel dos seus colegas, permitindo assim constantes compensações fosse por quem
fosse e onde fosse (os 6 anos ajudaram).
O Rui Vitória ainda parece estar a tentar encontrar-se.
Chegou com uma filosofia mas optou por trabalhar com a do anterior treinador.
Mais recentemente decidiu colocar a sua em prática e ainda mais recentemente percebeu
que essa era curta para as exigências do Benfica. É notório que o treinador
está ainda a tentar adaptar-se ao clube.
Variamos entre uma equipa que joga no pontapé para a frente
e uma equipa que troca, inofensivamente, a bola; entre uma equipa que tenta
progredir pelo meio e uma equipa que aposta na lateralização para procurar o
cruzamento; entre uma equipa que pressiona na perda da bola ofensiva e uma
equipa que não pressiona defensivamente no seu meio-campo.
Demasiadas inconsistências, demasiada confusão. Falta uma identidade colectiva.
Demasiadas inconsistências, demasiada confusão. Falta uma identidade colectiva.
A constante mudança de jogadores é também uma causa e consequência desta
não-identidade.
Tacticamente é muito diferente ter o Almeida em parelha com o Samaris ou ter o Renato; é muito diferente ter o Pizzi na ala ou ter o Guedes; é muito diferente colocar o Jonas no apoio ao Mitroglou ou colocar o Jiménez.
São diferenças que vão além da qualidade individual. São diferenças pelas características destes jogadores que transformam radicalmente o mesmo 4-4-2.
Tacticamente é muito diferente ter o Almeida em parelha com o Samaris ou ter o Renato; é muito diferente ter o Pizzi na ala ou ter o Guedes; é muito diferente colocar o Jonas no apoio ao Mitroglou ou colocar o Jiménez.
São diferenças que vão além da qualidade individual. São diferenças pelas características destes jogadores que transformam radicalmente o mesmo 4-4-2.
O Rui Vitória, por motivos já anteriormente discutidos, demorou a apresentar-se
em campo. Finalmente começa a fazê-lo e até já se nota alguma evolução na
equipa.
Olhando os últimos jogos, principalmente o jogo em Setúbal, vejo
um Benfica que reage à perda de bola, vejo um Benfica que finalmente impõe
maior verticalidade pelo centro, isto devido à inclusão do Renato que quebra a
pasmaceira da troca de bola sem progressão, e vejo os extremos a aparecer mais
na área. Também vejo uma equipa com pouca imaginação, com pouco sentido de
aventura, com receio do risco, a defender em contenção até à área e com um
futebol ainda pouco coerente.
Sou fã de um futebol de posse. A posse de bola ajuda a
dominar os tempos de jogo e permite que uma equipa controle o seu destino.
Jogando em posse é essencial a velocidade, o risco, a proximidade entre os jogadores e a dinâmica de rotatividade entre sectores. Jogar em posse exige uma progressão em tabelas, movimentações constantes e compensações em todo o terreno.
E ter posse não pode significar não perder a bola mas sim conseguir rápidas recuperações. Portanto tanto em posse como na perda desta, é essencial a proximidade dos jogadores.
Jogando em posse é essencial a velocidade, o risco, a proximidade entre os jogadores e a dinâmica de rotatividade entre sectores. Jogar em posse exige uma progressão em tabelas, movimentações constantes e compensações em todo o terreno.
E ter posse não pode significar não perder a bola mas sim conseguir rápidas recuperações. Portanto tanto em posse como na perda desta, é essencial a proximidade dos jogadores.
Claro que isto é Barcelona de Pep Guardiola e não o Benfica
de Rui Vitória.
O que temos visto é um Benfica que tenta jogar em posse mas que necessita constantemente de procurar um jogo mais directo e lateralizado. Uma mistura entre tentar ser Barcelona mas só conseguir ser Guimarães.
O que temos visto é um Benfica que tenta jogar em posse mas que necessita constantemente de procurar um jogo mais directo e lateralizado. Uma mistura entre tentar ser Barcelona mas só conseguir ser Guimarães.
O que está a falhar?
Os jogadores mais ofensivos pouco participam em situações defensivas no nosso
meio-campo, os extremos estão constantemente abertos e há demasiada
lateralização do jogo.
Consequências:
- Defendemos sem pressão até à nossa área, portanto
defendemos mal;
- Na recuperação da bola há poucas linhas para o passe
curto, o que leva ao jogo directo ou a uma troca de bola inofensiva ou à perda
da bola;
- Quando a bola chega ao extremo este está desapoiado pois o
lateral ainda não subiu, os médios estão recuados e os avançados estão
plantados no ataque, restando ao jogador jogar para trás ou partir para a finta
na procura da linha de fundo.
Já estivemos pior. Há evolução e estes problemas começam a
perder alguma expressão. Falta saber se esta evolução tem cérebro para
continuar.
Como foi dito anteriormente, é importante saber escolher
os jogadores.
Defendo que num plantel de 25 o treinador deve consolidar um núcleo forte de
mais ou menos 15 jogadores (1 + 10 + 4). Estes jogadores são aqueles que vão, à
partida, disputar a titularidade e são aqueles que vão cimentar a identidade e
rotinas da equipa. É um núcleo que tem de permitir suprir todas as necessidades
e nuances tácticas do colectivo.
O Rui Vitória ainda não tem este núcleo construído e isso
nota-se no relvado.
Contudo, no Bonfim comecei a ver mais daquilo que quero.
O 11 inicial foi perfeito.
Na equipa do Benfica quero ver um 4-3-3 em constante mutação
com um 4-2-3-1, com um 4-4-2, com um 4-2-4 e ate com um 3-3-4.
Quero ver um Semedo a dar profundidade na lateral, quero ver um Guedes em diagonais na direcção da baliza, quero ver um Samaris a controlar o meio-campo, com e sem bola, quero ver um Sanches a verticalizar o centro do terreno, quero ver um Gaitán a imaginar o jogo pela esquerda, quero um Luisão a comandar as tropas desde a defesa, quero ver um Mitroglou a dominar o centro do ataque e quero ver um Jonas a progredir o jogo colectivo da equipa, desde a linha de meio-campo até às redes adversárias, como um vagabundo a causar desequilíbrios de classe em cada zona do meio-campo adversário.
Quero ver um Semedo a dar profundidade na lateral, quero ver um Guedes em diagonais na direcção da baliza, quero ver um Samaris a controlar o meio-campo, com e sem bola, quero ver um Sanches a verticalizar o centro do terreno, quero ver um Gaitán a imaginar o jogo pela esquerda, quero um Luisão a comandar as tropas desde a defesa, quero ver um Mitroglou a dominar o centro do ataque e quero ver um Jonas a progredir o jogo colectivo da equipa, desde a linha de meio-campo até às redes adversárias, como um vagabundo a causar desequilíbrios de classe em cada zona do meio-campo adversário.
Com este plantel, o meu onze ideal seria: Júlio César, Nélson Semedo, Luisão,
Lisandro, André Almeida, Samaris, Renato Sanches, Salvio, Jonas, Nico e
Mitroglou.
Sem o Semedo colocaria o Almeida na direita e o Eliseu na esquerda; sem o
Luisão deslocava o Lisandro e fazia entrar o Jardel; sem o Salvio apostava numa
rotação entre o Guedes e o Pizzi.
Destaques individuais do momento:
O Lisandro, com minutos e confiança, começa a mostrar a sua qualidade. Não sei
se renderá tanto com o Luisão como rende com o Jardel.
O Renato Sanches é o achado do momento. O médio que faltava na pasmaceira que
era o jogo da equipa. O médio que o colectivo tanto necessitava.
O Guedes ainda não brilhou e está agora numa fase de menor rendimento. Já o
Pizzi, jogando com maior liberdade ofensiva, começa a mostrar aquilo que sempre
soube fazer.
O Eliseu está simplesmente péssimo.
O Samaris precisa de ter maior controlo emocional. Sinto-o ainda um pouco
perdido naquela posição. Não pode chegar tantas vezes atrasado aos lances nem
perder tantas bolas.
O Fejsa está numa má forma. O jogador que mais me tem desiludido esta época.
O Mitroglou é um excelente ponta de lança. Incompreensível as constantes trocas
com o Jiménez.
O Cristante e o Djuricic continuam a não poder entrar nas minhas análises.
A Supertaça e a Taça já foram, temo uma contagem de 4
derrotas nos 4 jogos com os rivais e estamos também a 8pts da liderança.
O mínimo exigível é que hoje se fique a 5, que se elimine o
Zenit e que sejamos Tricampeões.
Que hoje se junte à vitória uma boa exibição e maior
evolução. Só assim o Rui Vitória recupera margem de manobra.
Quero muito poder voltar a dar-lhe o benefício da dúvida.
Nota 1: Hoje contra o União é para repetir o 11 do Bonfim.
Nota 2: O sorteio da Champions não podia ter sido melhor. Os Oitavos serão
complicados, o Zenit tem muita qualidade, mas só nos posso considerar
favoritos. É para passar, sem desculpas.
Nota 3: O Rui Vitória não pode insistir tanto numa mentalidade de abordagem ao jogo condicionada pelo adversário.
(amanhã apresento a lista daquele que considero, no momento, ser o melhor núcleo de 15 jogadores no Benfica)
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
Repetir 11/12
Há 4 anos Nelson Oliveira fez assim o golo que confirmou o Benfica nos quartos-de-final da Liga dos Campeões. O adversário era o mesmo que hoje nos calhou na rifa.
domingo, 13 de dezembro de 2015
Deixem jogar o Jonas (III)
Continua a marcar e a assistir que é para ver se ninguém se queixa. Usa a estatística para convencer os incautos e nós continuarmos a ver o teu maravilhoso futebol para além dela.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
Promessas levam-nas os anos
Luís Filipe Vieira é mestre na arte do empurrar para a
frente.
No presente temos todos de acreditar que no futuro algo irá
acontecer.
Como o futuro é o presente de amanhã, haverá uma realidade que estará sempre a ser moldada para acontecer algures num tempo que nunca chega.
Como o futuro é o presente de amanhã, haverá uma realidade que estará sempre a ser moldada para acontecer algures num tempo que nunca chega.
Quantas promessas já foram apontadas para uns aninhos no futuro? Até lá
descontextualizam-se as promessas, adaptam-se os tempos e formulam-se
justificações para o incumprimento de palavras elaboradas com tal leviandade,
criando-se então novas promessas para um novo futuro e uma repetição de um
ciclo de mentiras, contradições e justificações.
Vieira é mestre nesta arte. Entusiasma com ideias de grandeza e espera pacientemente
que o passar do tempo o poupe de julgamentos, lançando novos entusiasmos que
alimentem as necessidades das massas. Milho e mais milho e mais milho.
Agora temos a conversa presidencial de como este dinheiro da NOS servirá para abater
no passivo e investir no Seixal. Ontem, em pleno relvado da Luz, o presidente
do Benfica reforçou esta ideia e ainda foi mais longe. Disse Luís Filipe Vieira
que estes 400M serão utilizados para eliminar o passivo e que ainda sobrará
bastante para outros fins.
Retirando os custos da BTV e o seu lucro actual, qual será o verdadeiro
acréscimo anual deste negócio na contas do clube? Não me parece que o número
tenha um impacto assim tão grande que permita uma quase extinção do Passivo e
ainda maiores investimentos no Seixal.
Mas se o presidente o disse…
Bem sabemos que quando o Vieira fala, está dito e feito. Não
há espaço para dúvidas.
Todas aquelas recentes declarações sobre a continuidade deste projecto da BTV e ainda as recentes entrevistas ou se comprometeu convictamente com a Centralização… foram meros lapsos, excepções de conduta, raridades. Ou não. Conversas para burro ouvir. E tanto gostamos nós de nos fantasiar de tal animal.
Todas aquelas recentes declarações sobre a continuidade deste projecto da BTV e ainda as recentes entrevistas ou se comprometeu convictamente com a Centralização… foram meros lapsos, excepções de conduta, raridades. Ou não. Conversas para burro ouvir. E tanto gostamos nós de nos fantasiar de tal animal.
Daqui a 10 anos estaremos cá todos para aplaudir o fim do Passivo e mais uma
promessa cumprida.
Alguns de nós ainda iremos recordar estas palavras presidências.
A maioria irá ajudar o tempo a apagar a importância do que foi dito e deixará
morrer o valor de ser honesto. Os olhos já estarão em 2036, ano para o qual
estará planeada uma Selecção Nacional com espinha dorsal feita no Seixal.
Vieira afirmou que quem vier depois dele encontrará o clube
com um passivo residual. Não sei quanto tempo planeia ele ficar no cadeirão mas
está claro que na sua cabeça só sai quando lhe apetecer, e tal não será nem nas
eleições de 2016 nem nas seguintes.
Contrato de 10 anos com a NOS por um valor de 400M. O presidente garantiu que
este valor irá liquidar o passivo e que ainda sobrará.
Será mais uma para o Mural.
O Clube tem um Passivo de 100.267M de euros e a SAD um Passivo
consolidado de 429.635M.
Estarmos cá para ver quanto residual será mais uma promessa deste presidente.
Estarmos cá para ver quanto residual será mais uma promessa deste presidente.
Mas a malta aplaude, esquece e aplaude a próxima falsidade que ouvirá. E a
lista é tão grande já.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
O pecado de Herman Koré
Este é o golo que Herman Koré marcou na Taça de França. Seria apenas mais um golo não fosse dar-se o caso de estar a ser alvo de uma polémica monstruosa. Tudo porque o jogador, isolado e com metros de distância, decidiu parar a bola em cima da linha, ajoelhar-se e depois cabeceá-la. Como fazíamos na escola primária, nos treinos do nosso clube, no pátio lá de casa, na rua, entre os carros e as árvores.
Koré cometeu o malvado pecado de provocar o adversário com um gesto sem violência. Koré teve a inadmissível lata de, numa competição com os pergaminhos da Taça de França, nos fazer lembrar a infância, nos recordar o lado malandro do futebol, o circense do jogo, a arte do engano, o deleite infantil pela gargalhada no ouvido do amigo que é adversário que é amigo.
Koré foi humano, quis brincar, mas entre ele e a festa do golo intrometeu-se primeiro um guarda-redes em fúria que o pontapeou. Depois seguiram-se os adeptos da outra equipa. Depois os jornalistas. Depois os dirigentes. Que era uma vergonha, uma falta de respeito, uma atitude indigna, o total menosprezo pelo adversário. A coisa só não chegou ao Papa por medo que o Chico do Vaticano validasse a ignominiosa desfeita, ele que é adepto do San Lorenzo e certamente gostará destas coisas mais, como dizer?, primitivas.
Estou cansado que gravatas às riscas debitem moral e palavreado sobre este jogo. Dirigentes corruptos, que passam a vida a aldrabar meio-mundo, em frente aos microfones enchem-se de falsos princípios, de cartilhas pelas quais não vivem mas que querem à força impor aos adeptos. Havelanges, Platinis, Blatters, Tapies, Fiúzas, Valentões, Madaíles, Vieiras, Pintos e de Carvalhos - estes e outros todos sempre polidos em frente às televisões, de falsa patine que com a luz das câmaras vai derretendo, quase desvendando os pequenos monstros que, sob a máscara, vão aparecendo. Cansado dos sorrisos falsos, dos gestos, das pancadinhas nas costas, dos "tem aqui o meu número, esteja à vontade". Farto dos lambe-botas que humilhantemente os rodeiam ou até daquela outra gente inteligente que prefere não ver o cenário todo porque, enfim, não dá jeitinho. É preciso manter os contactos, os croquetes, os cêntimos
da falsidade.
Herman Koré correu para a baliza e levava tempo para mais do que um simples golo. Dava para homenagear as milhares de peladinhas que jogou no seu país, a Costa do Marfim. Ajoelhou, sorriu, marcou, fez a festa. Não humilhou ninguém, não corrompeu ninguém, não fez mal ao futebol. Se o Chico - o outro, o Buarque - viu isto, lembrou-se do que ele próprio disse sobre o Garrincha, que também era acusado de "gozar" com o adversário:
"Humilhação? Mas, cara, futebol é humilhação mesmo. É enganar, ir para cima, deixar no chão, voltar atrás e deixar no chão outra vez."
Koré cometeu o malvado pecado de provocar o adversário com um gesto sem violência. Koré teve a inadmissível lata de, numa competição com os pergaminhos da Taça de França, nos fazer lembrar a infância, nos recordar o lado malandro do futebol, o circense do jogo, a arte do engano, o deleite infantil pela gargalhada no ouvido do amigo que é adversário que é amigo.
Koré foi humano, quis brincar, mas entre ele e a festa do golo intrometeu-se primeiro um guarda-redes em fúria que o pontapeou. Depois seguiram-se os adeptos da outra equipa. Depois os jornalistas. Depois os dirigentes. Que era uma vergonha, uma falta de respeito, uma atitude indigna, o total menosprezo pelo adversário. A coisa só não chegou ao Papa por medo que o Chico do Vaticano validasse a ignominiosa desfeita, ele que é adepto do San Lorenzo e certamente gostará destas coisas mais, como dizer?, primitivas.
Estou cansado que gravatas às riscas debitem moral e palavreado sobre este jogo. Dirigentes corruptos, que passam a vida a aldrabar meio-mundo, em frente aos microfones enchem-se de falsos princípios, de cartilhas pelas quais não vivem mas que querem à força impor aos adeptos. Havelanges, Platinis, Blatters, Tapies, Fiúzas, Valentões, Madaíles, Vieiras, Pintos e de Carvalhos - estes e outros todos sempre polidos em frente às televisões, de falsa patine que com a luz das câmaras vai derretendo, quase desvendando os pequenos monstros que, sob a máscara, vão aparecendo. Cansado dos sorrisos falsos, dos gestos, das pancadinhas nas costas, dos "tem aqui o meu número, esteja à vontade". Farto dos lambe-botas que humilhantemente os rodeiam ou até daquela outra gente inteligente que prefere não ver o cenário todo porque, enfim, não dá jeitinho. É preciso manter os contactos, os croquetes, os cêntimos
da falsidade.
Herman Koré correu para a baliza e levava tempo para mais do que um simples golo. Dava para homenagear as milhares de peladinhas que jogou no seu país, a Costa do Marfim. Ajoelhou, sorriu, marcou, fez a festa. Não humilhou ninguém, não corrompeu ninguém, não fez mal ao futebol. Se o Chico - o outro, o Buarque - viu isto, lembrou-se do que ele próprio disse sobre o Garrincha, que também era acusado de "gozar" com o adversário:
"Humilhação? Mas, cara, futebol é humilhação mesmo. É enganar, ir para cima, deixar no chão, voltar atrás e deixar no chão outra vez."
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
93 de Pipi
Muitos Parabéns ao querido Rogério Lantres de Carvalho ("Pipi" para os amigos) pelos seus 93 anos.
Além de ter sido um extraordinário jogador, um dos mais brilhantes da nossa História, é ainda hoje um homem de um trato maravilhoso, educado, culto, agradecido, polido, grato, humilde. Rogério é dos últimos grandes cavalheiros de uma era que inevitavelmente se perdeu para nunca mais voltar.
Vejam bem a beleza desta foto. A classe, a desenvoltura, o gesto de Rogério Pipi. Todo ele arte.
Além de ter sido um extraordinário jogador, um dos mais brilhantes da nossa História, é ainda hoje um homem de um trato maravilhoso, educado, culto, agradecido, polido, grato, humilde. Rogério é dos últimos grandes cavalheiros de uma era que inevitavelmente se perdeu para nunca mais voltar.
Vejam bem a beleza desta foto. A classe, a desenvoltura, o gesto de Rogério Pipi. Todo ele arte.
domingo, 6 de dezembro de 2015
Respeitar e defender o Benfica
Invariavelmente, dou comigo a pensar se o meu Pai daria alguma hipótese de apoio à personagem que desgoverna o nosso querido clube. Invariavelmente, a resposta é sempre a mesma: "estás doente, puto?". Isso conforta-me a alma e dá-me força para continuar a lutar pela libertação física, moral e gloriosa do mais maravilhoso clube do mundo, o Sport Lisboa e Benfica.
sábado, 5 de dezembro de 2015
Deixem jogar o Jonas (II)
Podia nem sequer marcar um único golo. Podia ter 0 golos marcados nos 53 jogos em que envergou o manto sagrado. Ou ter apenas 5 ou 10. Vá, 15 golos. Podia ter golos negativos, marcar em todos os jogos um autogolo para equilibrar o muito, o quase-tudo, que faz em campo. Até na forma como marca o segundo penálti, exactamente para o mesmo lugar da baliza que havia procurado no primeiro, Jonas demonstra ser muito mais do que um mero jogador de futebol. Mas acalmem-se os nervos dos estatísticos: são mais de 30 assistências, são 42 golos. É o melhor avançado dos últimos 30 anos. Um dos melhores desde 1904. Já é glória eterna.
O Futebol - Chico Buarque
Para estufar esse filó
Como eu sonhei
Só
Se eu fosse o Rei
Para tirar efeito igual
Ao jogador
Qual
Compositor
Para aplicar uma firula exata
Que pintor
Para emplacar em que pinacoteca, nega
Pintura mais fundamental
Que um chute a gol
Com precisão
De flecha e folha seca
Parafusar algum joão
Na lateral
Não
Quando é fatal
Para avisar a finta enfim
Quando não é
Sim
No contrapé
Para avançar na vaga geometria
O corredor
Na paralela do impossível, minha nega
No sentimento diagonal
Do homem-gol
Rasgando o chão
E costurando a linha
Parábola do homem comum
Roçando o céu
Um
Senhor chapéu
Para delírio das gerais
No coliseu
Mas
Que rei sou eu
Para anular a natural catimba
Do cantor
Paralisando esta canção capenga, nega
Para captar o visual
De um chute a gol
E a emoção
Da idéia quando ginga
(Para Mané para Didi para Mané Mané para Didi para Mané para
Didi para
Pagão para Pelé e Canhoteiro)
Como eu sonhei
Só
Se eu fosse o Rei
Para tirar efeito igual
Ao jogador
Qual
Compositor
Para aplicar uma firula exata
Que pintor
Para emplacar em que pinacoteca, nega
Pintura mais fundamental
Que um chute a gol
Com precisão
De flecha e folha seca
Parafusar algum joão
Na lateral
Não
Quando é fatal
Para avisar a finta enfim
Quando não é
Sim
No contrapé
Para avançar na vaga geometria
O corredor
Na paralela do impossível, minha nega
No sentimento diagonal
Do homem-gol
Rasgando o chão
E costurando a linha
Parábola do homem comum
Roçando o céu
Um
Senhor chapéu
Para delírio das gerais
No coliseu
Mas
Que rei sou eu
Para anular a natural catimba
Do cantor
Paralisando esta canção capenga, nega
Para captar o visual
De um chute a gol
E a emoção
Da idéia quando ginga
(Para Mané para Didi para Mané Mané para Didi para Mané para
Didi para
Pagão para Pelé e Canhoteiro)
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
Romantismo Invertebrado por 400M Sem Estrondo
O Romantismo ligado à BTV
morreu. A espinha das pessoas mostra a sua flexibilidade. Os primeiros a louvar
o projecto da BTV porque nos dava autonomia, servia os sócios/adeptos e
combatia o sistema, são os primeiros a desvalorizar todo este projecto e a
exclamar “o que o importa é o dinheiro”. Pedros Guerra incluídos.
Até houve um vice-presidente que se gabou do
facto de o Benfica ter sido campeão quando os jogos saíram da Sport TV e foram
para a BTV, dizendo que o sucesso do Benfica se devia ao enfraquecimento dos
donos da Sport TV. E agora...
Quanto aos valores... É muito bonito andar
escondido quando está tudo a pedir explicações e do nada aparecer com um número
estrondoso à cabeça para ser aplaudido e exaltado.
400M!
Resultaria caso fosse 400M em 15 anos tal como
resultaria caso fossem 300M em 10 anos. O número é grande e a malta delira.
No curto prazo é financeiramente um mau negócio?
Não. Parece-me um bom negócio na vertente financeira a curto prazo. Não
extraordinário, não o negócio do século. Simplesmente bom financeiramente, não
estrategicamente.
Pelos vistos desde 2013 os jogos do Benfica
valorizaram 2,5M. Razão para tanta festa?
Pelos vistos desde 2013 a BTV, aumentando
também os seus custos, valorizou 8M.
Ficar presos a esta
valorização por 10 anos é bom para malta que se esquece do anterior contrato de
10 anos com a Olivedesportos.
Bem sei que pode haver alguma ginástica entre estas duas valorizações, entre os
25M pelos jogos e os 15M pelo canal. Contudo por maior que seja a flexibilidade
entre estes números continuamos sem estar perante o Negócio do Século.
É daquelas propostas que
devem gerar dúvidas. Pode ser um bom negócio, pode ser um mau negócio e pode
ser um não tão bom negócio. A direcção do clube ter aceite não me espanta nem
me alerta. Para mim o impensável é a enorme festa que se tem feio à volta de
algo que não o justifica.
Os invertebrados… Esses aplaudiriam com a mesma força caso a noticia fosse “Benfica recusa 400M em 10 anos mantendo assim o investimento no projecto do seu canal”.
Os invertebrados… Esses aplaudiriam com a mesma força caso a noticia fosse “Benfica recusa 400M em 10 anos mantendo assim o investimento no projecto do seu canal”.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
Divagando pelos 400M em 10 anos
Contrato com durabilidade de 3 anos que podem ser mais 7 caso um
das partes assim o decida.
Montantes anuais progressivos que ao fim dos 10 anos significam 40M/ano. Seria interessante saber quais os valores iniciais.
Como fica o projecto da BTV? Quem gere o canal do clube? Os conteúdos Premium irão continuar na BTV? Quem fica responsável pelas receitas e custos do canal? A NOS ou o clube? Quem decide e negoceia a renovação com as ligas estrangeiras?
Como fica o acesso dos sócios e adeptos do Benfica aos jogos e ao canal do clube?
Como fica o projecto da centralização dos direitos televisivos do campeonato português que estava a ser negociado na Liga e que era patrocinado pelo presidente do Benfica?
A moribunda Sport Tv pode beneficiar deste negócio? Pode ganhar nova vida?
Há muitas dúvidas e pelos vistos haverá um esclarecimento no dia 10 de Dezembro.
Parece-me que os sócios saem prejudicados. Parece-me que o projecto BTV leva um grande golpe. Parece-me que financeiramente os 40M/ano são interessantes mas não significam uma valorização assim tão grande dos valores actuais. Os 10 anos parecem-me excessivos e os “montantes anuais progressivos” necessitam um esclarecimento.
O anúncio “Benfica recebe 400M pelos seus direitos televisivos” tem muito maior impacto do que o negócio em si.
Fico à espera do que aí vem mas sinceramente para já não estou convencido.
Montantes anuais progressivos que ao fim dos 10 anos significam 40M/ano. Seria interessante saber quais os valores iniciais.
Como fica o projecto da BTV? Quem gere o canal do clube? Os conteúdos Premium irão continuar na BTV? Quem fica responsável pelas receitas e custos do canal? A NOS ou o clube? Quem decide e negoceia a renovação com as ligas estrangeiras?
Como fica o acesso dos sócios e adeptos do Benfica aos jogos e ao canal do clube?
Como fica o projecto da centralização dos direitos televisivos do campeonato português que estava a ser negociado na Liga e que era patrocinado pelo presidente do Benfica?
A moribunda Sport Tv pode beneficiar deste negócio? Pode ganhar nova vida?
Há muitas dúvidas e pelos vistos haverá um esclarecimento no dia 10 de Dezembro.
Parece-me que os sócios saem prejudicados. Parece-me que o projecto BTV leva um grande golpe. Parece-me que financeiramente os 40M/ano são interessantes mas não significam uma valorização assim tão grande dos valores actuais. Os 10 anos parecem-me excessivos e os “montantes anuais progressivos” necessitam um esclarecimento.
O anúncio “Benfica recebe 400M pelos seus direitos televisivos” tem muito maior impacto do que o negócio em si.
Fico à espera do que aí vem mas sinceramente para já não estou convencido.
Direitos Televisivos nos 40 Milhões
NOS has reportedly presented an offer of €400m to the Portuguese
football club Benfica to acquire the TV rights of Benfica’s home matches
for the next 10 years (source: TVI), as well as the broadcasting rights
of the French and Italian leagues that are currently under Benfica’s
ownership. The contract would yield a €40m/year payment for Benfica,
with some press (source: Expresso) also indicating that €25m would be to
secure the rights and an additional €15m to ensure the exclusive
content.
Opinion: We spoke to the company and although they did
not confirm this possibility they also did not deny it, making us
believe that there could be some sort of discussions ongoing between
both sides. This would mark a change in the company’s approach towards
sports content since the company has always relied on its partner
Controlinveste to access these contents. We recall that NOS owns 50% of
the leading sports Pay-Tv channel in Portugal – Sport Tv – with
Controlinveste owning the remaining 50%. We believe the reasons behind
this change could be related to Altice’s (PT Portugal owner and NOS’
main competitor) increased focus on sports contents (it recently
acquired the English Premier League rights for the French market) with
the company also making some approaches to other Portuguese clubs,
namely Benfica. Benfica matches typically lead audience ratings in
Portugal due to the club’s large supporter base, making it in our view
the killer content in terms of sports which could explain this potential
struggle between NOS and Altice – PT Portugal, especially if the
content can be secured in an exclusive way which would be an important
edge for any operator to achieve some market share gains. In this
respect we highlight that Benfica has chosen to explore its TV rights
through its own Pay-Tv channel BTv and it was able to acquire the
broadcasting rights for Portugal of the English Premier League as well
as the French and Italian leagues, which has allowed the channel to
enjoy some success in recent years, with annual revenues exceeding €30m
and a reported number of subs of roughly 300k. We recall that in 2014
before Benfica took the decision to explore its own rights, the club
rejected an offer of €22.4m/year from Controlinveste to sell its rights;
therefore an hypothetical offer by NOS of €40m/year would represent a
significant inflation in the sports content in Portugal which we view
with some degree of caution, especially if Altice is also willing to
engage in this process and could lead to a widespread rise in sports
contents costs in Portugal. However we stress that there is not that
much more sport content that would justify this increased aggressiveness
in the Portuguese market. We note the two other major football clubs
Porto and Sporting have sold their rights to Sport Tv and those
contracts only expire in 2/3 years’ time. Therefore this is not a short
term issue, which highlights why the Benfica rights could be a swing
factor if exclusivity can be ensured.
O que dizer?
Pelos
vistos está a haver um maior interesse nos conteúdos desportivos em
Portugal e os jogos do Benfica são de longe o produto mais interessante.
A Altice tem-se focado em expandir os seus conteúdos desportivos e isso
parece ter feito aumentar o interesse da NOS em seguir o mesmo caminho.
A NOS que deixava tais conteúdos a ser geridos pela Controlinvest (dividem a Sport TV 50/50), parece estar disposta a uma abordagem mais agressiva.
A NOS que deixava tais conteúdos a ser geridos pela Controlinvest (dividem a Sport TV 50/50), parece estar disposta a uma abordagem mais agressiva.
Neste contexto parece ter chegado ao Benfica uma proposta
da NOS no valor de 400M e com a durabilidade de 10 anos. Esta proposta
resulta num pagamento de 40M/ano pelos jogos do Benfica e também pela
transmissão dos jogos da Liga Francesa e Italiana. Este valor divide-se
em 25M direitos televisivos e 15M pela exclusividade.
Esta abordagem
parece conduzir a um grande aumento no valor dos conteúdos desportivos
em Portugal, principalmente com o impacto que terá quando daqui a 2/3
anos terminarem os contratos em vigor entre Sporting e Porto com a
Olivedesportos.
Portanto, uma proposta interessante mas não tão interessante quanto o impacto “400M” implica à primeira vista.
40M/ano é uma grande valorização da realidade actual.
Levanto é 3 questões:
- Como fica o projecto da BTV? Como sabemos o canal do clube não era um
projecto maioritariamente financeiro. Este negócio coloca em questão a
BTV como hoje a conhecemos. Além disso, negociar com a NOS não era
voltar a dar força à Sport Tv?
- Como fica o projecto que está a
ser negociado na Liga e patrocinado pelo Vieira? Estou a falar claro do
projecto da Centralização dos direitos televisivos.
- Os 10 anos parece-me tempo demais. É um contrato mais interessante no curto-prazo do que no médio/longo prazo.
Aceitavam ou não a proposta?
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
Deixem jogar o Jonas
Começa a notar-se numa franja de adeptos - não demorará muito a chegar à grande maioria - a mudança de opinião em relação a Jonas, querendo relegar o melhor jogador do Benfica para o banco. O argumento é extraordinário: dizem que Jonas "não sabe jogar sozinho na frente". Vamos parar imediatamente aqui para fazer alguns considerandos sobre isto:
1) Se há jogador no nosso plantel que sabe jogar sozinho (entenda-se: ter capacidade para ludibriar adversários em vários contextos do jogo) é precisamente Jonas.
2) Jonas pode jogar sozinho em qualquer lugar do campo, que será sempre melhor do que os seus companheiros. É melhor Jonas sozinho na frente do que o Mitroglou e Jiménez juntos; é melhor Jonas sozinho a 10 do que Talisca e Pizzi juntos; é melhor Jonas sozinho na ala do que Guedes e Carcela juntos; é melhor Jonas sozinho a 8 do que Samaris e Fejsa juntos; é melhor Jonas sozinho a lateral do que Eliseu e Sílvio juntos; é melhor Jonas sozinho a central do que Jardel e Lisandro juntos.
3) Jonas é um dos melhores jogadores do mundo. Raríssimo hoje, raríssimo sempre. Jonas não entende só o futebol, ele é o futebol. Entende o jogo para lá das suas fronteiras técnicas, tácticas e físicas. É como se sonhasse todos os movimentos possíveis que há em campo e reproduzisse, a alta velocidade, o que para os restantes é apenas invisível, intangível, impossível. Como se já soubesse os caminhos para os golos antes de entrar em campo.
4) Não será de espantar que Vitória ache o mesmo que estes adeptos e decida que para ter 3 médios precisa de um pinheiro na frente. Não será surpresa. Surpresa seria Vitória entender que Jonas pode ser o 6, o 8, o 9 ou o 10 que procura.
5) Jonas no banco só se for para treinar a equipa. Nesse caso, estaremos de acordo.
1) Se há jogador no nosso plantel que sabe jogar sozinho (entenda-se: ter capacidade para ludibriar adversários em vários contextos do jogo) é precisamente Jonas.
2) Jonas pode jogar sozinho em qualquer lugar do campo, que será sempre melhor do que os seus companheiros. É melhor Jonas sozinho na frente do que o Mitroglou e Jiménez juntos; é melhor Jonas sozinho a 10 do que Talisca e Pizzi juntos; é melhor Jonas sozinho na ala do que Guedes e Carcela juntos; é melhor Jonas sozinho a 8 do que Samaris e Fejsa juntos; é melhor Jonas sozinho a lateral do que Eliseu e Sílvio juntos; é melhor Jonas sozinho a central do que Jardel e Lisandro juntos.
3) Jonas é um dos melhores jogadores do mundo. Raríssimo hoje, raríssimo sempre. Jonas não entende só o futebol, ele é o futebol. Entende o jogo para lá das suas fronteiras técnicas, tácticas e físicas. É como se sonhasse todos os movimentos possíveis que há em campo e reproduzisse, a alta velocidade, o que para os restantes é apenas invisível, intangível, impossível. Como se já soubesse os caminhos para os golos antes de entrar em campo.
4) Não será de espantar que Vitória ache o mesmo que estes adeptos e decida que para ter 3 médios precisa de um pinheiro na frente. Não será surpresa. Surpresa seria Vitória entender que Jonas pode ser o 6, o 8, o 9 ou o 10 que procura.
5) Jonas no banco só se for para treinar a equipa. Nesse caso, estaremos de acordo.
Eterna Catedral
sexta-feira, 27 de novembro de 2015
Só te posso pedir "menos", António Simões
O que é isto?
Como é possível Simões?
Por respeito ao seu passado glorioso enquanto jogador do Benfica sempre tive
muita cautela ao comentar António Simões.
Mas agora tenho de dizer: Menos Simões, por favor, muito menos.
Um treinador que está no clube há 5 meses é aposta ganha
porque:
Colocou a equipa a praticar um futebol vistoso?
Colocou a equipa a praticar um futebol dominador?
Lidera o campeonato?
Já conquistou alguma taça?
Já mostrou superioridade frente aos rivais?
Já mostrou superioridade frente aos rivais?
Nada disto. A equipa pratica um futebol sem ideias, perde os
4 jogos com os rivais, perde a Supertaça, é eliminada da taça e está a 8pts
(talvez 7 ou 5) da liderança mas a aposta no treinador é já uma aposta única e
exclusivamente porque este olha para os jovens e lhes dá oportunidade de
mostrar o seu valor.
A aposta nos jovens do clube, a aposta na formação do clube, é um meio para
atingir um objectivo e não um objectivo.
Para António Simões, neste caminho que ele percorre enquanto comentador da
actualidade do Benfica, a aposta em Rui Vitória é uma aposta ganha desde o momento em
que ele assinou, pois assinou já na condição de que teria de apostar nos miúdos
da B, independentemente dos resultados, conquistas e do futebol praticado.
Num post anterior outro escriba aqui do Ontem dizia que temos um mau presidente
e um mau treinador.
António Simões defenderá que temos um óptimo presidente e um bom/aposta ganha treinador.
Eu acompanho o escriba quanto ao presidente e fico a meio caminho quanto ao treinador, o qual considero não ter perfil de clube grande e ser tecnicamente mediano.
António Simões defenderá que temos um óptimo presidente e um bom/aposta ganha treinador.
Eu acompanho o escriba quanto ao presidente e fico a meio caminho quanto ao treinador, o qual considero não ter perfil de clube grande e ser tecnicamente mediano.
Admito que inicialmente pensei que Rui Vitória fosse melhor do que é. Ainda
acho que é melhor do que tem mostrado ser.
2 Factos que me parecem óbvios:
- Rui Vitória é o treinador que fazia sentido para as intenções
manifestadas ano após ano por Vieira, é o treinador com o perfil que a
estrutura queria.
- Rui Vitória não é suficientemente bom para dar a volta às más condições que a Estrutura (directiva, não a de cimento) lhe dá.
- Rui Vitória não é suficientemente bom para dar a volta às más condições que a Estrutura (directiva, não a de cimento) lhe dá.
A campanha europeia não está a ser brilhante mas sim mais
competente que a dos últimos anos. Uma campanha europeia competente com um
toque de brilhantismo na passagem por Madrid. Contudo é necessário mais para o
treinador se tornar uma aposta ganha.
Assumir o erro
Já que estamos destinados a ter Vieira como Presidente até quando ele quiser, é imperioso que o treinador tenha suficiente qualidade para compensar as borradas da famosa estrutura. Ou seja, é possível, como foi nos últimos anos, ter sucesso desportivo com um mau Presidente e um bom treinador. O que é impossível é ter sucesso com um mau Presidente e um mau treinador. É por isso que o mau Presidente que temos deveria compensar uma má decisão (mais uma, entre tantas) com a boa decisão de despedir Rui Vitória.
A estabilidade, a paciência, o "dar tempo" só fazem sentido se houver potencial para crescimento; com o actual técnico o único potencial que há é para nos afundarmos mais. Estamos em Novembro, já perdemos a Supertaça, fomos eliminados da Taça de Portugal, vemos o Sporting a 8 pontos (que podem ser 5). Com um bom treinador, ainda poderemos ter esperança no TRI e, caso o não consigamos, preparar convenientemente a próxima época. Com Vitória nada ganharemos e estaremos a desperdiçar a próxima época.
Há que ter a coragem de assumir o erro em vez de deixar o treinador como escudo de protecção. Há que servir o Benfica em vez de servir os próprios interesses. Vieira será igual a si próprio e servir-se-á em vez de servir o clube, mas um bom Presidente já teria assumido o erro. Ou melhor, um bom Presidente nunca teria cometido o erro de contratar um mau treinador.
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
Escolher treinadores pelos números
"Saído Jorge Jesus, quem para o seu lugar? À hora que escrevo, parece-me claro que o sucessor será Rui Vitória. Não é nome que me agrade, pelo contrário. Não tenho visto nas suas equipas uma ideia de jogo capaz de singrar num clube grande. Tenho visto sempre equipas que defendem num bloco recuado, que fazem da transição ofensiva o seu maior argumento ofensivo e, sobretudo isto, têm sido equipas sem grandes princípios e posicionamentos de posse e controlo de jogo.
O jogo entre o Vitória e Sporting a contar para esta última edição da Taça da Liga parece-me absolutamente paradigmático para ilustrar o que falo, isto é, nesse jogo o Sporting apresenta um 11 bastante alternativo e, não sei precisar os minutos, vê-se reduzido a 10 bastante cedo no jogo. Perante isto, o Vitória, sem embargo do natural domínio nos números da posse de bola, não foi capaz de criar uma única oportunidade clara de jogo, sendo que as suas tentativas de desmontar um adversário a defender em cima da sua área se resumiram a cruzamentos e mais cruzamentos, facilitando assim a vida à linha defensiva leonina. Se for isto o que Rui Vitória tiver de melhor para o Benfica… Não me parece suficiente. Não é menos verdade que o próprio, em entrevista à RTP durante a semana passada, afirmou que a sua ideia de jogo tem sido fortemente condicionada pela qualidade e características dos jogadores que vai podendo ter em Guimarães, sendo que, ainda segundo Rui Vitória, quando lhe fosse possível subir o nível de jogador que tivesse ao seu dispor, iria também apresentar uma ideia mais positiva e completa no seu jogo. Do que tenho visto em Guimarães, não vejo por onde, mas espero que sim.
Eu preferia seguir caminhos técnicos diferentes e que tenho por melhores. Caminhos que passassem por Marco Silva, Peseiro, Paulo Sousa, Paulo Fonseca ou Vítor Pereira (sobretudo este). Tudo treinadores de quem já vi muita qualidade de processos nas equipas que já conduziram e tudo treinadores com ideias claras e competentes para um futebol de equipa grande, independentemente da qualidade individual que têm ao dispor."
Escrevi o excerto atrás inserido no dia 4 de Junho, numa altura em que JJ já era dado como certo em Alvalade, ainda que não fosse oficial, e Rui Vitória na Luz.
Infelizmente, tudo o que escrevi sobre a contratação do nosso actual treinador, tem-se vindo a confirmar (para pior, não para melhor), levando-me a uma desilusão muito maior do que a perspectivava na altura.
Este é o problema de se contratar um treinador com base exclusiva nos resultados que obtém e não tendo em conta a forma como eles acontecem. Só assim fazia sentido achar que substituir JJ por Rui Vitória poderia dar bom resultado, com a agravante do primeiro ter saído para um rival directo.
Passados estes meses, continuo a achar que o grande problema não foi a saída de JJ, mas sim a escolha do seu sucessor. O plantel não é (já não o era) o melhor da liga, mas já mostrou ser superior ao que está a fazer. Analisando individualmente cada jogador, não há classe superlativa para lá de Gaitan e Jonas, é um facto, mas também não deixa de ser verdade que a qualidade dos comportamentos colectivos defensivos e ofensivos da equipa têm deixado demasiado a desejar. Criatividade individual é impossível de implementar e difícil de incrementar, mas organização e ideia colectiva é a missão primeira de um treinador, algo que o Benfica de Rui Vitória não tem, nem revela poder vir a ter.
Agora? Bom, agora parece-me evidente que Rui Vitória deve chegar ao final da época e, nessa altura, escolher com competência (há?) o novo treinador, pois escolher pela mudança antes disso poderá significar o "queimar" de quem venha a seguir, sem que haja essa necessidade.
Escrevi o excerto atrás inserido no dia 4 de Junho, numa altura em que JJ já era dado como certo em Alvalade, ainda que não fosse oficial, e Rui Vitória na Luz.
Infelizmente, tudo o que escrevi sobre a contratação do nosso actual treinador, tem-se vindo a confirmar (para pior, não para melhor), levando-me a uma desilusão muito maior do que a perspectivava na altura.
Este é o problema de se contratar um treinador com base exclusiva nos resultados que obtém e não tendo em conta a forma como eles acontecem. Só assim fazia sentido achar que substituir JJ por Rui Vitória poderia dar bom resultado, com a agravante do primeiro ter saído para um rival directo.
Passados estes meses, continuo a achar que o grande problema não foi a saída de JJ, mas sim a escolha do seu sucessor. O plantel não é (já não o era) o melhor da liga, mas já mostrou ser superior ao que está a fazer. Analisando individualmente cada jogador, não há classe superlativa para lá de Gaitan e Jonas, é um facto, mas também não deixa de ser verdade que a qualidade dos comportamentos colectivos defensivos e ofensivos da equipa têm deixado demasiado a desejar. Criatividade individual é impossível de implementar e difícil de incrementar, mas organização e ideia colectiva é a missão primeira de um treinador, algo que o Benfica de Rui Vitória não tem, nem revela poder vir a ter.
Agora? Bom, agora parece-me evidente que Rui Vitória deve chegar ao final da época e, nessa altura, escolher com competência (há?) o novo treinador, pois escolher pela mudança antes disso poderá significar o "queimar" de quem venha a seguir, sem que haja essa necessidade.