quinta-feira, 30 de abril de 2015

As lesões que se arrastam



A comunicação social, neste caso o jornal Abola, avança que o Salvio ficará de fora do jogo deste Sábado em Barcelos. 

A confirmar-se, este será mais um caso, como tantos outros nos últimos anos, em que lesões que são apresentadas como menores se estendem por períodos estranhamente longos. 

Nos últimos tempos temos assistido a vários casos destes e custa-me perceber estas situações. 

No dia do jogo no Restelo ficou-se a saber que o Salvio se lesionou e não ia a jogo, 4 dias depois era dado como possibilidade para a recepção ao Porto e 3 dias depois estava em estágio com a equipa e convocado para o jogo. Apesar disto voltou a fica de fora por lesão e agora, passados mais 4 dias, o jogador é, supostamente, dado como indisponível para o jogo em Barcelos. 

Que lesões são estas que num dia dão o jogador como quase recuperado e que depois se prolongam por mais semanas? 

Antes do jogo com o Porto, num convívio com alguns amigos benfiquistas, comentávamos a lesão do Salvio. Não tivemos dúvidas em dizer que este deveria ser mais um caso em que se dá a ideia que o jogador está praticamente apto e depois falha vários jogos.
Aconteceu já esta época o mesmo com o Gáitan. No último ano temos também os exemplos do Amorim e do Sulejmani.

Longe de mim estar a apontar o dedo ao departamento médico do Benfica. Apesar destes casos e de todas as outras lesões que têm afectado o grupo de trabalho, não tenho conhecimento nem vontade de criticar tal departamento.
Quem ouve o Pedro Guerra, que desde o inicio da época tece constantemente rasgados e abusivos elogios a este departamento do nosso clube, só pode estar super optimista quanto a este caso, isso se nos esquecermos que provavelmente o director de conteúdos da BTV parece ganhar à comissão pelo elogio. 

O jogo em Barcelos pede o Salvio, principalmente se as opções para a direita forem o Talisca ou o Ola John.


Sem Salvio ficam as perguntas:


- O Sulejmani ainda é jogador?
- O Guedes “ainda” é aposta?
- O Amorim passará a segunda metade da época encostado apesar de recuperado da lesão? Não tinha sido anunciado como um dos reforços de Janeiro?
- O Cristante foi contratado para quê?
- O Bebé foi contratado porque razão?
- Candeias? Mukhtar?

 

Não quero ser chato mas ninguém me tira da cabeça a ideia que o Bernardo Silva faria melhor a posição de médio do que o Pizzi e que o Pizzi faria melhor a posição do Salvio do que o Talisca.
 

Que o Salvio recupere, que o Benfica ganhe e que no final da época, após uma grande festa benfiquista pelo mundo, vejamos a resposta a muitas destas perguntas.


http://www.abola.pt/clubes/ver.aspx?t=3&id=545923

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Rescaldo do Clássico



Independentemente de quem favoreceu o resultado, do pragmatismo e da objectividade, este foi um péssimo 0-0.

Um 0-0 não tem sempre de ser tão sem interesse e bastava termos acompanhado o jogo que começou uma hora antes na BTV para confirmarmos isso.

Não houve qualidade com bola no pé, não houve rasgos de magia e não houve qualquer espectáculo naquele relvado.
O interesse do jogo foi construído e limitado a tudo o que aconteceu até chegada a hora do apito inicial, à situação pontual do campeonato e à presença de dois clubes tão rivais no relvado. O jogo jogado teve pouco interesse, foi pobre e deu o espectáculo que esperamos ver em divisões regionais, nunca num relvado com os melhores artistas em solo português.

Não podemos andar a criticar os derbies italianos e a adjectivá-los negativamente para depois, perante o Clássico de ontem, virmos falar em grande exibição táctica, pragmatismo, inteligência e tudo mais.

Não dá para vender o futebol português quando após aquele descalabro do Porto em Munique, no jogo mais esperado do campeonato português e que contava com milhares e milhares de a acompanhá-lo, oferecemos um futebol tão pobre.

O 0-0 foi o resultado justo e este empate foi muito positivo para as aspirações do Benfica. Não foi decisivo mas quase.

Enquanto benfiquista este resultado só me vale pelo que aconteceu há uns meses no Dragão. Qualquer alegria minha com este 0-0 é ainda direccionada para o 0-2. No estádio o Jonas foi eleito o melhor em campo e na TSF foi o Samaris. Para mim teria de ter sido o Lima por ter bisado.

Saí do estádio com uma mistura de sensações. Por um lado aliviado e confiante pois conseguimos um resultado muito positivo para o nosso objectivo da época, por outro lado desiludido e chateado, tanto com o futebol que tinha acabado de assistir como com a ausente ambição de vitória que apresentámos em nossa casa contra o Porto.

Olhando para o Porto.
Esperava o 11 do costume e uma equipa em velocidade e pressão alta. Foi quase o oposto. As consequências de Munique podem em parte explicar as mudanças na equipa portista mas não explicam tudo.

A titularidade do Helton foi uma boa, mas tardia, cartada do técnico espanhol. Mais qualidade na baliza, liderança no relvado e identidade na equipa.

As restantes mudanças interpreto-as como uma opção táctica extremamente cautelosa, num jogo em que só a vitória interessava.
Contudo, percebo e até aplaudo o pensamento inicial do Lopetegui: O jogo tem 90 minutos e o Porto não tinha de o ganhar logo nos primeiros 20; O Benfica jogava em casa onde normalmente entra muito pressionante, ia ser empurrado por 60 mil apaixonados e estava mais descansado.
Assim o Lopetegui optou por um Porto mais cauteloso, a fechar os espaços ao Benfica, com capacidade de anular a iniciativa e empolgação benfiquista e que fosse crescendo ofensivamente com o decorrer do jogo. Na minha opinião o espanhol acabou por abusar da cautela e podia ter feito a mesma abordagem com o Quintero no lugar do R.Neves.

Ao longo da primeira parte o Porto foi crescendo e cada vez mais conseguiu abafar o futebol do Benfica e aproximar-se da área do J.César.
Esta melhoria foi é insuficiente para uma equipa que tinha de ganhar. O que se esperar quando um treinador abdica de um dos pontos fortes da sua equipa – profundidade lateral – e joga com os 2 laterais recolhidos, 2 trincos, 3 médios interiores e um avançado abandonado no meio de 2 centrais?
Com o Quintero mantinha-se a cautela mas a equipa teria melhor qualidade na saída com a bola e maior aproximação ao Jackson.

O início do segundo tempo fez-me temer pelo resultado pois pensei ver um Lopetegui a ler e a mexer bem no jogo. Percebi que estava enganado quando vi que era o Brahimi que ia dar o lugar ao Quaresma. O argelino não estava a fazer um bom jogo mas esta substituição ia manter a pouca profundidade e criatividade ofensiva no Porto. E até poderia melhor com o espaço que a entrada do Quaresma iria trazer ao jogo.
O Porto mudou mas não o suficiente.

Só com a entrada do Hernâni o Porto se apresentou para vencer, contudo já foi tarde a más horas. Quando os extremos entraram no ritmo do jogo a profundidade e velocidade que trouxeram já foram contrariadas pelo desespero portista. Além disso, o Lopetegui queimou uma alteração ao não trocar o Evandro pelo Quaresma e assim não teve possibilidade de mais tarde povoar mais o ataque, ou com o Aboubakar ou com o Hernâni.

Para quem só a vitória interessava, o Porto pouco fez. Subiu de rendimento no final da primeira parte mas no segundo tempo não fez o suficiente. O Lopetegui sobrevalorizou o Benfica e foi excessivamente cauteloso.

A nível individual os melhores foram os centrais, principalmente o Maicon. O Quaresma entrou mal, ao contrário do Hernâni. O Brahimi não esteve bem e não teve espaço para jogar. O Jackson abandonado trabalhou muito mas produziu pouco.

O Benfica apresentou o 11 previsível e foi muito afectado pela indisponibilidade do Salvio. Para Jorge Jesus a opção seria entre o Ola ou o Talisca e acho que escolheu mal. Eu teria apostado no Pizzi na linha com o Amorim no meio.

Na abordagem da equipa ao jogo confirmaram-se as fragilidades tácticas e individuais perante um adversário que quer e sabe ter bola, que tem a iniciativa de jogo e não se limita a defender. Também se percebeu que a equipa entrou mentalizada para o empate e sem chama imensa para tentar a vitória.

Há uma grande distância entre atacar à maluca e resignar-se com o empate e este Benfica apareceu resignado com o 0-0.
O ambiente fora do relvado foi fantástico e o mosaico que recebeu os jogadores ficará na memória. Este mosaico apelava à vitória, dizia “Vence por nós” e não “Não percas por nós”.

Na primeira parte o Benfica foi insuficiente. Não houve Salvio nem profundidade pois tanto o Nico como o Talisca tendem a vir para meio. Assim o jogo do Benfica foi demasiadamente interior o que facilitou defensivamente mas complicou ofensivamente. Para o Samaris foi positivo mas para o Pizzi, Nico, Talisca, Lima e Jonas não, com o português sem espaço para ter bola e os restantes mais na luta que na construção.

A segunda parte começou com um Benfica mais ofensivo e com maior vontade. Soube também aproveitar os espaços que o Porto começava a ter de dar. Apesar da produção quase nula este foi o momento em que jogámos melhor. Acredito que a melhor entrada encarnada tenha quebrado a estratégia e a confiança portista.

Depois de uma péssima primeira parte, conseguimos uma segunda mais adequada. Mesmo assim queria um Benfica mais arrojado, mais forte e com a cabeça na vitória pelo menos até 15/20 minutos do final. Por isso não gostei da entrada do Fejsa para o lugar do Talisca. A saída do brasileiro foi tardia mas pedia a entrada do Ola ou pelo menos do Amorim. Que jeito teria dado o Guedes nesta substituição…

O melhor momento do Jorge Jesus foi nos últimos minutos. Com o 0-0 e o Porto virado para o ataque, o técnico encarnado soube ler o jogo, soube reconhecer a altura de não perder o empate e soube fazê-lo. Desta vez as suas acções não contrariam as suas palavras, como aconteceu em Vila do Conde e Paços de Ferreira.
Passou a mensagem certa para o relvado, manteve o meio-campo fechado com o Fejsa e Samaris e com a entrada do Almeida anulou o Hernâni e evitou a expulsão do Eliseu.

“Se não podes vencer também não podes perder”. Esta é uma expressão que tem sido muito repetida nos últimos tempos e que muitos querem aplicá-la à exibição do Benfica.
O problema é que esta expressão é só referente ao final dos jogos, não à sua totalidade. A menos que acreditem que na Luz o Benfica não tinha como vencer o Porto com 90, 70, 50 e 30 minutos por jogar.

Acho impensável a exibição do Benfica e notaram-se várias fragilidades na equipa contudo é preciso fazer o elogio aos últimos 15 minutos.
Estou convencido que tal elogio também só é possível por demérito do Lopetegui, pois se a equipa portista não tivesse tanto tempo a assumir só lhe interessava a vitória, é provável que no final do jogo em fez de gelo estivéssemos a colocar desespero no relvado.

Os centrais do Benfica estiveram muito bem apesar do trabalho facilitado. O Jardel está muito mais maduro mas ainda foi a tempo de um descuido que isolou o Jackson e que podia ter tido outro final se não fosse o acertado bom senso do Jorge Sousa.
O Samaris esteve muito bem ao contrário do Pizzi que, expectavelmente, não entrou no jogo.
O Nico foi uma sombra de si mesmo.
O Fejsa entrou bem mas acusou falta de ritmo e arriscou um desnecessário segundo amarelo.
O Eliseu e o Talisca fizeram um péssimo jogo, também sem surpresa. A este nível o Eliseu é uma banalidade a atacar e péssimo a defender. A este nível o Talisca está fora do seu campeonato. Tem toque de bola e jogando numa zona interior de frente para a defesa e com liberdade pode ser útil, não mais que isso.

Agora é vencer em Barcelos e sem volta olímpica nem bailinho da Madeira no relvado. Para mim isso é o suficiente para, eu que só sou sócio, dizer que somos campeões.

domingo, 26 de abril de 2015

No dia em que ultrapassou Otto, ficou mais perto da Glória


Quando um pugilista entra no ringue encostado às cordas, seja física ou psicologicamente, há que arrasá-lo logo. Um murro, dois murros, chão. Knockout. Vitória para o pugilista de calção vermelho. No futebol, o combate é diferente, mas encontra semelhanças em pontos-chave. Hoje, o Benfica entrou em campo sabendo que o seu adversário estava desgastado fisicamente devido à sobrecarga de jogos e viagens nas últimas semanas (Bayern duas vezes e Marítimo para a Taça da Liga em semanas que o Benfica não jogou), agastado psicologicamente (duas eliminações em provas importantes, uma goleada histórica e partindo atrás do Benfica na única prova que pode salvar a época) e com medo do líder do campeonato, como comprovam as alterações que Lopetegui introduziu no onze do FC Porto, tornando-o de cariz substancialmente mais defensivo (Ruben Neves e Evandro por Herrera e Quaresma). Dados os sinais, o Benfica devia e podia ter entrado com a convicção que era possível encostar o adversário e terminar o combate logo ao primeiro assalto. Não o fez. E não se saiu mal.

O Benfica entrou nervoso no jogo. Jesus optou por uma solução mais cautelosa e na ausência de Salvio preferiu fechar o lado direito com um médio de características diferentes das que o habitual titular naquela posição. A vertigem de Ola John foi preterida pelos equilíbrios (teóricos) que Talisca poderia dar. A escolha saiu furada (embora ninguém possa garantir que com o holandês as coisas seriam diferentes) e o Benfica ressentiu-se [muito] da ausência de Salvio. Talvez tenha sido por aqui que o Benfica não conseguiu jogar o seu futebol. Em função disso, juntando ao nervosismo da equipa as mais que prováveis indicações do treinador, o Benfica preferiu um estilo de jogo mais directo, com bola para a frente, muitas vezes sem critério, mas sem colocar em risco a rectaguarda.

E assim o jogo tornou-se feio, com pouca história, fruto da inoperância de ambas as equipas, do pragmatismo encarnado e, a partir de certa altura da segunda parte, da falta de pernas e do desânimo dos azuis-e-brancos. Os minutos foram passando e aquela sensação de que alguma equipa poderia marcar nunca se verificou. Jogo chato, mal jogado, mas que interessava muito mais ao lado do Benfica que ao do Porto. Jackson foi o mais afoito da equipa visitante, com duas oportunidades claras de golo, mas voltou a falhar no momento da verdade, como aliás se tornou hábito sempre que joga contra o Benfica. Talisca, Pizzi (curiosamente os dois elementos com menor rendimento da formação encarnada)  e Fejsa tiveram na cabeça e nos pés a oportunidade de fazer golo, mas por falta de pontaria, força e jeito respectivamente, o nulo persistiu no marcador.

Do lado dos treinadores, Jesus levou de vencida o seu homólogo espanhol. Não goleou, mas foi limpinho. Enquanto o espanhol, obrigado a ganhar, preferiu um tridente a meio-campo que não conferiu criatividade nem fluxo de jogo, Jesus, pragmático, fez as escolhas que pelo menos no plano teórico pareciam as mais correctas (Talisca em vez de Ola John no lugar de Salvio) e soube adaptar o plano conforme as incidências do jogo, com Fejsa para fechar o meio-campo em virtude do subrendimento de Talisca e Almeida para tentar ajudar Eliseu pelo lado onde o Porto tentava criar mais perigo, pela frescura e velocidade de Hernâni e pelo cartão amarelo ao açoriano do Benfica.

O Benfica jogou pouco, mas não precisava de ter jogado muito mais. A responsabilidade estava do lado do Porto. E assim, mesmo não dando um grande passo rumo à conquista do campeonato, o Benfica deu um pequeno passo que permitiu aumentar a vantagem face a um Porto que ficou parado. E pior que ficar parado, não só deixou de depender de si próprio para reconquistar o campeonato como também não lhe basta uma derrota do seu adversário directo, precisando de dois desaires. Estamos a três vitórias do bicampeonato e de quebrar em definitivo a hegemonia do Porto. Não vamos fraquejar.

sábado, 25 de abril de 2015

Ponto de Situação no Futebol Nacional




Faltam 5 jornadas para o fim do campeonato, estamos a um mês do fim das competições nacionais e passaram 8 jornadas desde o meu último ponto de situação sobre o futebol português. 

Volvidas estas 8 jornadas o que temos?

O Penafiel substituiu o R. Quinta pelo Carlos Brito.
Continua em último lugar tendo só ganho um jogo, é a pior defesa do campeonato e a manutenção é já um sonho bem distante, até porque dos 5 jogos 3 serão fora, com o Nacional, Benfica e Porto.

O Gil Vicente conta com zero vitórias e 5 derrotas nestas últimas jornadas, quebrando assim o bom momento que atravessava. Está em penúltimo a 5pts da linha de água. Com 3 deslocações e dois jogos caseiros, Belenenses e Benfica, dificilmente conseguirá a manutenção.

Os quatro lugares acima da linha de água estão já reservados para o Setúbal, Arouca, Académica e Boavista.
O clube de Coimbra voltou a respirar com a entrada do José Viterbo, tendo subido 3 posições e só perdido na deslocação à Luz e Dragão.
O Boavista é uma das boas surpresas do campeonato. O Petit estabilizou a sua equipa no 13ºlugar e está já a 9 pontos dos lugares de descida. 

Depois de duas grandes campanhas, esta época o Estoril desiludiu e está em 12º longe de qualquer luta. O Couceiro deu lugar ao Fabiano Soares e a equipa só venceu 2 dos últimos jogos. Contudo essas vitórias foram nas últimas 2 jornadas o que pode indicar uma subida de rendimento para o resto do campeonato. 

O Moreirense, Marítimo, Nacional, Rio Ave e o Paços de Ferreira estão separados por 3pts, podem ambicionar ainda o 6º lugar mas dificilmente um lugar europeu. 

O Moreirense é outra boa surpresa do campeonato e disputa um lugar no top 10.
O Marítimo trocou o L. Pontes pelo Ivo Vieira e está numa série de 4 jogos sem derrotas. Entretanto eliminou o Porto e marcou presença na final da Taça da Liga. 

O Nacional, Rio Ave e o Paços estão num nível acima e têm ambição do 6º lugar e o sonho do distante lugar europeu.
O Nacional não confirmou o seu bom momento e só venceu 2 dos últimos 8 jogos.
O P. Martins manteve o Rio Ave no bom nível e nos últimos 6 jogos venceu o Benfica e só perdeu com o Porto. Está também nas meias da Taça mas longe do Jamor.
O Paços com o P.Fonseca é também uma das boas surpresas do campeonato, depois da quase despromoção da época passada. Apesar de zero vitórias nos últimos 4 jogos, a equipa está em 7º e com ambição. 

Na luta pela Europa e em 6º lugar está o também surpreendente Belenenses. Apesar da saída do Vidigal, substituído pelo Jorge Simão, os azuis do Restelo ainda sonham com a Europa que está só a 4pts. 

O Rui Vitória mantém o Vitória no 5º lugar e apesar de a equipa já não mostrar a constância do início da época, está perto de assegurar um lugar europeu. Apesar da vitória no Derby do Minho da última jornada, o 4ºlugar está já a 7pts. 

O Braga entretanto já estacionou confortavelmente no 4º posto, estando a 10pts do 3º. A época poderá terminar em beleza para o S.Conceição com a confirmação da presença do Braga no Jamor.

O Sporting de assumido candidato ao título passou a conformado com o 3º lugar. Neste momento está já a 8pts do 2º e a equipa estará já com a final do Jamor na cabeça. Nestes últimos jogos só conseguiu uma vitória convicente, na recepção ao Vitória.
De destacar a afirmação do reforço Ewerton, o regresso do Miguel Lopes à lateral e os 11 golos que colocam o Slimani como o 6º artilheiro do campeonato. 

A luta pelo título está ao rubro entre Benfica e Porto e na próxima jornada há um decisivo Clássico na Luz.
Este jogo traz pressão para ambos os clubes. Ao Porto só interessa a vitória e o Benfica vê, após ter desperdiçado a possibilidade de uma vantagem de 9pts, o Porto com possibilidades de subir à liderança já neste jogo.
O Benfica é o favorito na luta pelo título, tanto pelos 3pts de vantagem, como pela vantagem no confronto directo como pela recepção ao rival azul e branco.

Nas 8 últimas jornadas o Benfica passou a ter o melhor ataque da Liga após ter conseguido marcar 26 golos, ultrapassando o Porto que marcou 17. Nas mesmas jornadas o Porto passou a ser a melhor defesa após só ter consentido 2 golos, ultrapassando o Benfica que sofreu 5.

Após o clássico o Porto terá só um jogo de elevada dificuldade, deslocação ao Restelo. Terminará a época a receber o Penafiel.
O Benfica também só terá um jogo de grande dificuldade, deslocação a Guimarães. Contudo, vendo as dificuldades nos jogos fora, também a ida a Barcelos é de risco. Termina a época na Luz com o Marítimo, o qual também irá enfrentar na final da Taça da Liga. 

Nas últimas jornadas não se confirmou o regresso do Helton à baliza, o Quaresma melhorou, o Casemiro mostrou estar fadado para os jogos mais exigentes e o reforço Hernâni provou ser uma mais valia.
No Benfica pouco mudou. Continua a adaptação e evolução do Samaris e Pizzi. O Jonas confirmou todas a sua classe e qualidade. 

O Jackson continua a liderar a tabela dos melhores marcadores, conta com 17 golos. O Lima e o Jonas aproveitaram a lesão do colombiano e aproximaram-se, contanto com 14 e 16 golos respectivamente. 

Resumindo. Penafiel confirmado como último e o Gil afundou-se. A despromoção deverá estar definida.
O Setúbal confirmou as fragilidades, a Académica e o Arouca subiram de rendimento e o Boavista terminará a época sem sobressaltos.
O Estoril, o Moreirense e o Marítimo mantiveram as suas posições mas o Estoril não confirmou o potencial que lhe adivinhei.
O Nacional não manteve a sua boa forma e juntamente com o Rio Ave e Paços estabilizou no top 9 e afastou-se da Europa.
O Belenenses não quebrou e mantém o 6ºlugar e ambições europeias.
O Guimarães estabilizou no 5º lugar e viu o Braga confirmar o 4º lugar.
O Sporting parou mesmo de olhar para cima mas, ao contrário do que previ, também não terá de olhar para baixo. O Porto confirmou que a luta pelo título seria acesa.

Venha daí o Clássico!

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Em Casa ou Fora, o Mesmo Benfica



Um dos principais assuntos nesta segunda metade da época tem sido o contraste entre a produção da equipa do Benfica nos jogos em casa e fora. 

A tese que mais vejo defendida tem sido baseada em motivos psicológicos. Dentro do clube, e também na boca de alguns adeptos com menor capacidade critica, a tese é a da negação, utilizando palavras como pragmatismo e expressões como “1º lugar”.

Para mim esta discussão tem de ser sobre táctica.
Quando se discutem os 3 grandes muito dificilmente nos lembramos de analisar o adversário.
O Benfica não muda. Tem a sua identidade e filosofia de jogo. O que muda é a postura dos adversários na Luz ou fora desta. 

Os piores resultados, as piores exibições e as mais desapontantes performances da equipa do Benfica foram em que jogos?
 – Liga dos Campeões, jogos com equipas de qualidade igual ou superior ao Braga e também nos jogos fora da Luz.
Não há coincidências. Nós somos iguais mas os adversários são diferentes ou apresentam-se de forma diferente. 

Este Benfica é uma equipa de ataque, de transacções rápidas e de muita correria. É um Benfica que ataca com 8 e em velocidade e que defende em esforço com os que tiverem recuados ou pernas para acompanhar. É um esquema muito bem trabalhado pelo Jorge Jesus, uma filosofia que já está num grau de maturação muito elevado e há um enorme mérito do treinador no modo rotinado e natural como isto funciona.
Contudo o demérito acompanha estes méritos. Não temos plano B e o plano A é fenomenal para jogos de massacre mas débil para jogos mais equilibrados. 

Na luz a maioria das equipas apresenta-se de forma defensiva, com as linhas muito recuadas, sem procurar ter bola e jogando na expectativa de um contra ataque.
É com equipas assim posicionadas que o Benfica se sente mais à vontade.
Nesses jogos o Benfica quase só ataca e é para o momento ofensivo que esta equipa está montada.
Vejamos: Maxi, Eliseu, Samaris, Pizzi, Salvio, Nico, Lima e Jonas. 8 jogadores que gostam de atacar e que são ofensivos nas posições em que se apresentam.

O que acontece quando a equipa que se encolheu na Luz, recebe o Benfica?
As equipas fora do top 4 nacional, fora jogam mais recolhidas mas jogando em casa libertam-se mais, procuram ter bola, disputar o jogo, sobem as linhas e têm mais vontade de jogar futebol.
Isso faz com que o Benfica recue as suas linhas, elimina a constância de momentos ofensivos encarnados, obriga o Benfica a disputar o domínio do meio-campo e afasta os nossos 5 atacantes da área adversária.
O Benfica fica mais desconfortável em campo.

Vejamos: Lima, Jonas, Nico e Salvio, 4 atacantes que se esforçam defensivamente mas que são jogadores puramente de ataque; Pizzi um médio ofensivo lutador mas com evidentes carências defensivas; Samaris um médio com gosto pelo ataque adaptado a 6; Maxi um lateral todo o terreno e com grande tendência para subir pela ala; Eliseu… extremo sem qualidade defensiva e mesmo assim adaptado a lateral.

Portanto para mim está aqui a explicação para a diferença do Benfica na Luz ou fora da Luz: postura do adversário. 

E atenção. Estou longe de criticar a qualidade defensiva da nossa equipa. É impressionante o modo como o Luisão orienta a nossa linha defensiva, como o Salvio e o Nico recuam no terreno e como o Lima ajuda na luta do meio-campo. Nos jogos referidos o Benfica não defende mal, à excepção de erros individuais de um ou outro jogador. Nesses jogos o Benfica tem é muita dificuldade em ter meio-campo, em ter bola e em sair para o ataque. Portanto o adversário está mais próxima da nossa área, tem menos preocupações defensivas, tem mais bola, mais iniciativa de jogo e como tal torna-se mais perigoso, ao contrário de nós. 

Claro que a qualidade dos jogadores também conta para muito. Por isso, apesar de maiores dificuldades, temos conseguido ganhar a maioria dos jogos forasteiros. 

Quando o fosso entre a qualidade dos jogadores já não é assim tão grande a conversa tem sido diferente. A única excepção foi a vitória no Dragão, sobre a qual não me canso de repetir o quanto enorme foi apesar de uma fraca exibição nossa que ainda por cima contou com a incompetência ofensiva do adversário – ineficácia.

Este Domingo na Luz o Porto poderá causar grandes dificuldades ao Benfica. Quando a equipa portista está bem aquele 4-3-3 normalmente superioriza-se à filosófica do Jorge Jesus.
Não sei que Porto teremos mas sei que teremos de correr e lutar muito mais que eles, sei que se jogarmos para o empate, sei que se jogarmos com maior cautela, provavelmente iremos sofrer bastante. 

Se o JJ optar por usar a equipa habitual com a filosofia habitual, teremos de ir para cima deles. Para jogar de forma mais equilibrada e segura seria primeiro necessário alterar alguns jogadores e posicionamentos na equipa, sendo que estrear tal inovação nesta altura do campeonato seja um risco pouco aconselhável.
Nesse caso estaria a falar do Almeida no lugar do Eliseu, estaria a falar num meio-campo diferente, com Samaris acompanhado por Amorim ou Fejsa ou Cristante ou mesmo por 2 destes, abdicando neste último caso de um dos 2 avançados. 

Antevejo que o Jorge Jesus irá jogar com o 11 habitual mas que a equipa irá jogar mais recuada do que o costume na Luz. 

Pessoalmente, condicionado pelas rotinas da equipa tão perto do final do campeonato, apostaria num 11 com Júlio César, Maxi Pereira, Luisão, Jardel, André Almeida, Samaris, Ruben Amorim, Salvio, Nico Gáitan, Lima e Jonas e acima de tudo numa equipa ofensiva, sem receios da derrota e sem pudor em tentar impôr a sua ideia de jogo.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Benfica x Porto



O jogo do ano aproxima-se. A decisão está próxima. A hora da verdade chegou.

O que esperar deste jogo? No que nos diz mais respeito, em caso de vitória, deixam de existir possibilidades de não êxito no final da temporada. Caso o resultado seja o que mais desejamos, 6 pontos à maior (com vantagem no confronto directo) a 4 jornadas do final, terá de representar um passo absolutamente decisivo na conquista do título.

Não obstante, caso o resultado se fique pelo empate, não deixaremos de ter as maiores e melhores possibilidades de sermos campeões, pois não pode ser expectável que o Benfica perca mais do que 3 pontos nas jornadas que ficarão a faltar.

Face a isto, e também ao que tem sido o passado de JJ no Benfica frente a equipas da dimensão do FCP e a momentos de decisão como este, espero um Benfica a viver mais em organização defensiva, procurando explorar a sua forte transição ofensiva, através do poder de condução e definição de Jonas, Gaitan e Pizzi.

Esta não é, como o tenho dito ao longo dos tempos, a ideia de jogo que mais me agrada, bem pelo contrário. Porém, admito, este talvez seja o jogo e o adversário contra quem melhor resulte esta estratégia, por duas ordens de razão:

1 – A forte capacidade do Benfica para jogar em organização defensiva, sem que isso represente um baixar de linhas perigoso e letal contra equipas que saibam viver bem em organização ofensiva como este FCP. JJ tem um colectivo muito bem trabalhado do ponto de vista posicional nesta fase do jogo e a sua ideia ofensiva, não me parece capaz de dividir a partida com um adversário como o FCP. Há ainda a considerar o facto de ao Benfica servirem dois resultados, sendo que ao FCP só a vitória (e pela maior vantagem possível) interessa.

2 – Gostemos ou não do estilo, alguém que consiga observar o FCP com algum distanciamento emocional, não deixará de lhes reconhecer uma boa capacidade para jogar em organização ofensiva. Mais do que a qualidade dos jogadores que eles têm, a ideia colectiva da equipa assenta na posse e na procura de domínio do adversário através dessa mesma. Um adversário mal trabalhado defensivamente e que, por isso, baixe as suas linhas frente ao FCP, dificilmente consegue bons resultados. A nosso favor há a debilidade Portista na transição defensiva. O aspecto defensivo é a maior debilidade do FCP, seja em organização, seja em transição, mas é neste segundo momento que o Benfica mais poderá tirar vantagem, porque também é na transição ofensiva que o Benfica tem a sua maior virtude na fase ofensiva do jogo. A melhor prova disto é o jogo entre ambas as equipas na primeira volta, onde vimos um Porto forte na capacidade de posse e em causar dano através dela, e o Benfica a resolver o jogo em momentos de transição ofensiva. Naturalmente que, desde aí, o FCP evoluiu a sua transição e organização defensivas, mas também não é menos verdade que o Benfica também evoluiu na sua organização defensiva, como provou o jogo com o Sporting nesta segunda volta.

O que não pode acontecer, de forma alguma, é a equipa do Benfica interiorizar que o adversário entrará em campo fragilizado física e emocionalmente por consequência do que se passou esta semana. Acontecendo, será o primeiro passo para o abismo.

terça-feira, 21 de abril de 2015

E ao Intervalo já estavam 5



“Com esta vantagem irá o Porto defender o resultado em Munique? Mas isso não será favorecer o jogo alemão? Isso não será abdicar de, tal como no Dragão, exploro o "Ouro"? Então a melhor solução será arriscar com pressão alta?”

Estas foram as perguntas que deixei após o jogo do Porto no Dragão com o Bayern. 

A qualidade do Bayern de Guardiola é inquestionável, apesar de muitos terem dedicado muito tempo de antena a questioná-la. Apesar do 3-1 no Dragão era muito difícil o Porto não acabar eliminado no Allianz Arena. 

Nestes 5 há um tremendo mérito da equipa Bávara mas claro que também tem de haver algum demérito da equipa do Porto. 

A equipa portista talvez não tenha capacidade para melhor, principalmente sem Alex Sandro e Danilo. Não esquecer que o Ricardo pouco tem sido utilizado e é um jovem em adaptação e que o José Angel nem inscrito está na Champions. 

O Bayern empurrou o Porto para a sua defesa mas a equipa de Lopetegui também não mostrou querer contrariar isso. O Porto entrou com o autocarro e um autocarro de tal forma estacionado que nem tinha possibilidade de tentar criar jogadas de contra ataque. 

Com Reyes e Martins Indi a equipa não conseguiu qualquer profundidade nas laterais e para dizer a verdade o mexicano pareceu-me apresentar-se como um terceiro central com o Quaresma a jogar a lateral direito. Uma coisa é um extremo defender e outra é jogar a defesa direito. 

Lopetegui não quis arriscar com uma pressão alta, que tão bem funcionou no Dragão, e optou por abdicar totalmente da bola e de atacar.
Nem o Porto tem uma equipa para esse estilo de jogo nem o Bayern tem problemas em abrir colectiva e individualmente esse tipo de defesas.

Como é que o Helton continua sem ganhar a titularidade? 

Quando uma equipa abdica totalmente de sua identidade e processos de jogo e se apresenta em campo recheada de adaptações ao adversário, há uma grande probabilidade de os seus jogadores se tornarem meros espectadores do futebol jogado pelo adversário. 

Ao intervalo já estavam 5, imaginem se no ataque do Bayern estivesse o Jonas…
 

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Da estupidez do departamento de marketing do Benfica


A seis dias do jogo que pode e que provavelmente decidirá o campeonato nacional, o Benfica lançou uma campanha em que vende uma bandeira e um cachecol com a inscrição #colinho ao preço de 9 euros para sócios e de 10 euros para não sócios.

Um cachecol a dizer #colinho é só uma das ideias mais estúpidas que me lembro de alguém conseguir materializar num produto de marketing, ainda para mais na altura do ano em que estamos, no contexto em que se insere o jogo do próximo fim-de-semana e nos antecedentes que temos no que toca a perder campeonatos na recta da meta. Se o Benfica não vence este campeonato depois dos seis pontos que teve (com a agravante de poderem ter sido nove pontos não fosse a derrota em Paços de Ferreira) e depois destas manifestações circenses de cachecóis que aludem ao #colinho, teremos direito a 30 anos de merecido gozo por parte dos rivais.

Uma coisa é haver adeptos que "reservam" rotundas e decidem fazer a festa antes do tempo. Sendo um sinal de pouca inteligência, é importante sublinhar que esses adeptos não passam disso mesmo: adeptos. Não são pessoas com cargos diretamente ligados ao Benfica nem com responsabilidades no marketing do clube. Lançar uma campanha como esta tem a sua piada se os resultados desportivos corresponderem. Mas se isto der para o torto...

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Um Olhar sobre a Noite Europeia no Dragão



O Porto ontem conseguiu uma enorme vitória na Liga dos Campeões. É uma vitória histórica para o clube azul e branco e um feito histórico por confirmar em Munique.

O Porto foi melhor mas não há qualquer dúvida que a equipa do Bayern é muito superior à equipa portista. Portanto para tal resultado ser possível não só o mérito do Futebol Clube do Porto tem de ser discutido mas também outros factores como a sorte e o demérito alemão.

Aos 10 minutos já estava 2-0 e isso tem de mexer com qualquer equipa, seja ela a Académica ou o Bayern. Além do impacto negativo na equipa em desvantagem também é necessário relevar o boost de confiança que a equipa que está a vencer recebe.

Aos 10 minutos estava 2-0 e ao intervalo estava 2-1 e muito sinceramente não me recordo se o Porto criou alguma jogada de ataque durante toda a primeira parte.

O Bayern demorou a entrar no jogo e principalmente a recuperar do choque Quaresma. Melhorou com o aproximar do intervalo e reduziu a desvantagem.

Na minha opinião o verdadeiro jogo aconteceu na segunda parte.

Nos segundos 45 minutos assistimos sim a uma boa exibição do Porto. A primeira parte resumiu-se a luta, esforço e muita correria. Na segunda parte apareceu a posse de bola com qualidade, a construção de jogo, a confiança com bola e a serenidade.
Não se pode dizer que o Porto massacrou mas a verdade é que se superiorizou ao Bayern de Munique e isso é um feito.

Numa segunda parte de grande personalidade portista, o 3-1 apareceu com toda a naturalidade e justiça.

Esta vitória do Porto está longe de ter sido conseguida contra um Bayern B. Foi uma grande vitória conseguida contra um Bayern muito desfalcado mas mesmo assim o Bayern.
E que Bayern foi este?

Não estamos a falar de uma equipa que contou com 2 ou 3 ausências mas sim com 6 ou 7 e ainda com dois jogadores a recuperar ritmo e forma física após prolongada paragem por lesão.

Isto não se pode escrever os titulares num papel, analisar o valor individual dos jogadores e concluir quem está melhor ou pior. Muitas vezes quem é melhor não é quem está melhor.
Nunca se pode retirar as rotinas colectivas, o ritmo de jogo e a forma física na análise a um 11 titular.

Este Bayern apareceu no Dragão forçado a uma alteração táctica, com grandes jogadores de inicio mas sem rotinas colectivas apuradas, com dois jogadores no meio-campo longe da sua melhor forma física e sem banco para poder fazer mudar o rumo dos acontecimentos.

O meio-campo é a zona essencial em qualquer equipa de Pep Guardiola. É o sector que equilibra a equipa defensivamente, que envolve os defesas no início da construção de jogo, que transporta a bola até ao ataque, que cria os desequilíbrios ofensivos e que apoia os atacantes. O Thiago e o Lahm não se apresentaram em condições para contrariar a intensidade do meio-campo portista e muito menos para se juntarem ao Gotze, Muller e Lewandowski no ataque bávaro, o que levou ao isolamento de cada um destes três atacantes.
A profundidade alemã foi inexistente, o esperado perante mudança táctica que recuou os alas para as laterais e perante a inexistência de qualquer extremo no 11 bávaro, que costuma contar com Robben e Ribery.


O Porto apareceu muito melhor fisicamente e Lopetegui teve o mérito de explorar a diferença entre a condição física das duas equipas.

A este nível os nomes cada vez contam menos. Mas a este nível também nenhum resultado é definitivo.

Será assim tão difícil imaginar um 2-0 no Allianz Arena? E com o regresso de jogadores como o Schweinsteiger e o Ribery? E com a ausência do Alex Sandro e do Danilo?

Ontem foi uma enorme vitória portista mas a eliminatória está longe de se encontrar decidida.
Com esta vantagem irá o Porto defender o resultado em Munique? Mas isso não será favorecer o jogo alemão? Isso não será abdicar de, tal como no Dragão, exploro o "Ouro"? Então a melhor solução será arriscar com pressão alta?
As meias-finais e o fazer história ainda estão longe para a equipa de Lopetegui.

Olhando para dentro.
A sorte sorriu ao Porto ao colocar a recepção à Académica entre as duas mãos da eliminatória contra o Bayern. Depois do jogo de ontem muito dificilmente iremos ver uma equipa portista preparada para um jogo nacional de maior exigência.


Fica um aviso para o jogo da Luz. Um Porto que apareça em Lisboa a conseguir colocar esta intensidade no jogo, a conseguir pressionar alto deste modo, com o Jackson em forma e o Quaresma neste momento exibicional, vai exigir o melhor Benfica, tanto individualmente como colectivamente e como mentalmente.

Bem, 48 horas para o Restelo.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Com Jesus, Jonas é mais herói


Jorge Jesus tem sido várias vezes criticado pela forma como desaproveita jogadores ou aposta cegamente em alguns que não dão garantias. Se nalguns casos, a crítica é justa (Eliseu é o exemplo maior de um jogador sem qualidade para ser titular no nosso clube), noutras parece-me haver uma certa injustiça e/ou desconhecimento sobre o jogo - não tem sido raro, nestes 6 anos, o técnico ir preparando atletas para o futuro, como são claramente os casos de Pizzi (que agora vem fazendo boas prestações no miolo, embora ainda esteja longe da eficácia e conhecimento das ideias do técnico que Enzo tinha), de Cristante ou do próprio Jonathan, que promete vir a ser um caso sério.

Porém, quase ninguém lhe faz justiça quando ocorre o contrário: ou seja, quando o técnico é responsável por melhorar consideravelmente a prestação de um jogador. Lembro-me de Jonas, penso na extraordinária época que tem feito e, sabendo obviamente que é um jogador que já tem uma carreira consolidada e um talento que é indesmentível, não é possível não atribuir uma parte substancial do sucesso de Jonas no Benfica à competência do técnico, que entendeu exactamente onde o brasileiro poderia fazer a diferença, dando-lhe a liberdade de movimento que ele necessita para ser o Indiana Jonas que todos adoramos.

A crítica deve ser assertiva, construtiva, coerente, sólida, honesta. Tanto os críticos de Jesus como os seus defensores devem procurar evitar amores desmedidos ou rancores inconciliáveis na hora de olhar para a valia que o técnico indiscutivelmente tem. Da minha parte, que o tenho defendido (embora não veja nele um Deus cuja ausência do clube desmoronará todo o edifício de um clube com demasiada glória para depender de um único ser), agradeço-lhe a qualidade que teve em perceber exactamente quem é Jonas e como lhe potenciar o tremendo talento que tem. 

Ganha o Benfica, ganha o Jonas, ganha o Jesus, Ganhamos nós momentos sublimes de futebol.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Tiago Martins, o novo Jonas!

Anunciamos a contratação, a custo zero (depois do Jonas, achamos que a melhor forma de angariar bons talentos é não pagando nada por eles), do escriba Tiago Martins, do «Bola na Rede». Com esta aquisição, passamos a ser 9. Temos ainda em vista, sempre fruto de uma prospecção de excelência, mais duas contratações na próxima semana. Pela qualidade dos escribas e porque queremos formar um 11 do Ontem para fazer futeboladas. 

Boa sorte, Tiago! Traz uma boa dose de paciência e um saco largo para meteres os insultos, que isto aqui é sempre a aviar!