quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A Culpa da Concordância



Depois do descalabro do fim-de-semana passado muito se tem falado sobre as culpas de Rui Vitória.

O treinador do Benfica é responsável pelo treino da equipa, é responsável pela mensagem, é responsável pelo lançamento do 11 titular e é responsável pelas substituições.
Há muito a apontar ao treinador em todas estas vertentes da sua responsabilidade, e não só no jogo em questão.

Na vertente do que é ser puramente treinador, Rui Vitória tem sido mediano e o Benfica exige bem mais do que isso.

Tão depressa convence pelo discurso como irrita pelas frases feitas e corriqueiras.
Tão depressa mostra competência no modo como improvisa um Jonas a 10 para compensar a integração do Almeida como mostra alheamento perante uma incapacidade de construção de jogo recuada.
Tão depressa mostra olho para lançar o Semedo como mostra cegueira ao talento de outros no plantel.
Tão depressa monta uma equipa para futebol colectivo e apoiado como apresenta uma equipa estática onde cada um se movimenta egoistamente pelo campo.

Acertar, tomar as decisões certas e fazer um grande trabalho é a obrigação de qualquer treinador do Benfica.
Errar, e principalmente errar várias vezes, é que é inaceitável. E Rui Vitória nestas suas responsabilidades básicas como treinador tem errado muito. Tem culpas, tanto no percurso da época como no desfecho do jogo do passado Domingo.

Contudo a grande culpa de Rui Vitória não mora no presente nem está evidente nos jogos que a equipa realiza.

A principal culpa de Rui Vitória remonta ao momento em que aceitou assinar pelo Sport Lisboa e Benfica com as condições/limitações que a Direcção lhe propôs.
A grande culpa de Rui Vitória é a de (ainda) não ser treinador para um Grande e assim ter aceite o cargo que nenhum outro grande treinador teria aceite.
No Futebol o simples Treinador está em extinção e é o Manager que está assumir o seu lugar.
Por muito melhor que seja uma Estrutura, essa deverá existir para servir o Manager. É assim que trabalham os grandes treinadores e era assim que, bem ou mal, trabalhava Jorge Jesus.
Quanto melhor a estrutura mais condições para o sucesso o treinador terá. Quanto melhor a estrutura melhor o trabalho que o Manager pode desenvolver, utilizando os recursos como achar melhor e delegando o que achar que deve delegar, sem nunca perder o respeito pela instituição que representa nem nunca esquecendo as filosofias com as quais se comprometeu.

No Verão de 2015 a Direcção do Benfica sentiu a necessidade de ser a protagonista nos sucessos do clube (seguindo o exemplo do Exemplo que é o líder portista para o nosso presidente) e assim inverteu o processo, optando por um modelo no qual o treinador seria só mais um elemento a servir a Estrutura.
Luis Filipe Vieira não procurou Rui Vitória para gerir o Futebol do Benfica mas para ser somente um treinador que aceitasse trabalhar para os vários Managers existentes da Estrutura, os quais pouco ou nada percebem do assunto (com raras excepções).
Jorge Jesus nunca aceitaria trabalhar assim. Nem Mourinho, nem Guardiola e nem o Manuel José alguma vez aceitariam trabalhar assim.
Rui Vitória aceitou. Culpa sua.

Cedo se verificou que o treinador treinava e a Estrutura comandava.
Ainda em Setembro comentei:

“A super-estrutura já perdeu este campeonato mas o treinador Rui Vitória ainda o pode ganhar.”

O problema que agora se coloca é que Rui Vitória não é fantástico o suficiente para conseguir bons resultados perante todas as condicionantes a que se sujeitou.

Por menos daquilo a que o Rui Vitória acedeu outros já colocaram o seu lugar à disposição.

- O Rui Vitória não teve uma palavra a dizer sobre o planeamento da pré-época que o Departamento Financeiro elaborou.

- O Rui Vitória não teve uma palavra a dizer sobre as contratações.

- O Rui Vitória não teve uma palavra a dizer sobre as vendas.

- O Rui Vitória foi, no mínimo, pressionado a não efectuar grandes alterações tácticas na equipa.

- O Rui Vitória não tem liberdade para utilizar todo o plantel à sua disposição.

- O Rui Vitória não teve total liberdade de elaborar a lista europeia.

- Na manhã do Derby, o Rui Vitória teve de aceitar que a equipa participasse num evento de parabenização via redes sociais a um patrocinador do clube.

Em alta competição é sempre o Extra que faz a diferença. A qualidade extra, a motivação extra, o trabalho extra, o conhecimento extra e o esforço extra.
Este Extra tem muito de psicológico, é um factor que aparece além dos nossos limites.
Talvez seja só eu mas quando participo num projecto no qual me sinto muito limitado, há um Extra que a motivação actual não me permite oferecer.

A limitação da liderança só poderá afectar a sua produção.

Rui Vitória é vítima de um Sistema que permitiu que se desenvolvesse.


terça-feira, 27 de outubro de 2015

Previsível


Só se surpreendem os ingénuos, os sonhadores e os inconscientes. A esses, a realidade atinge-os de chofre, sem qualquer espécie de aviso, qual comboio desfrenado e desgovernado. Quando nos preparamos para o pior, a dor é atenuada. Não por fatalismo, não por acomodamento, resignação ou qualquer outro sentimento. A análise fria e racional de tudo o que se tem passado nos últimos dez meses no Benfica leva a essas conclusões. Poderão dizer que falar depois desta derrota é fácil. Será, certamente. Mas não sejam desonestos ao ponto de se esquecerem do que as Pitonisas de Delfos que por aqui escrevem vinham alertando desde o início da temporada.

Três lances com erros individuais, três golos sofridos: no primeiro, Luisão com um corte deficiente, Almeida com perda de bola em zona proibida, Sílvio a colocar meio mundo em jogo e Júlio César a não ser assertivo na saída da baliza; no segundo, Sílvio sem baixar para encurtar o espaço entre o lateral e o central e Luisão com uma abordagem desastrosa, a permitir que Slimani tivesse tempo e espaço para se posicionar na perfeição e para cabecear sem dificuldades; no terceiro, uma vez mais Sílvio, que parte na frente de Ruiz no meio-campo leonino para só conseguir chegar depois do costa-riquenho, e Almeida, que não compreende que tem todos os companheiros de olhos postos no portador da bola e que se esquece da ameaça no espaço vazio onde viria a aparecer Ruiz. Assim se decidiu o derby.

Seria no entanto redutor resumir o jogo a esses três erros. Sé é certo que contribuíram para o resultado, não podemos encobrir o facto de esses mesmos erros surgirem também por questões que não estão exclusivamente relacionadas com as individualidades, com os intérpretes do jogo. Há todo um erro neste Benfica chamado “organização defensiva”. Se Jorge Jesus não era, ao contrário do que alguma imprensa e um ou outro internauta que se acha especializado queriam transparecer, um génio da organização defensiva, Rui Vitória ainda menos será. E com a escassez de qualidade das individualidades, essas carências realçam-se. A ausência de pressão na primeira fase de construção do adversário, o alheamento defensivo dos avançados e dos extremos em vários momentos defensivos do jogo, o espaço entre-linhas que se abre entre o meio-campo e a defesa e a incapacidade de fechar o corredor central tanto em lances de ataque organizado como em transições são só alguns dos problemas que um leigo com alguns anos de futebol a passar-lhe pelos olhos consegue descortinar. 

Urge portanto rectificar os erros. Não com a precipitação de despedir o treinador e contratar dezenas de jogadores de forma a constituir um novo plantel, mas com a celeridade necessária para que o Benfica se apresente mais competitivo e com reais possibilidades de lutar por títulos. E se o treinador, quanto a mim, ainda tem espaço de manobra para mostrar o que vale até final da época, o mesmo não se poderá dizer de alguns (muitos) jogadores: é que entre jogadores em início de ciclo, jogadores em fim de ciclo e jogadores cujo ciclo nunca deveria ter começado num clube com a grandeza e com as responsabilidades do Benfica, são poucos os que sobram. Mas isso são contas de outro rosário e que a seu tempo serão analisadas.

O que se vê hoje no Benfica é o resultado de um desinvestimento que se vem observando há quase dois anos mas com uma agudização e vertigem ainda maior desde o verão passado. Já disse anteriormente que não sou contra esse desinvestimento, especialmente por ser um “mal” necessário face ao endividamento em que os actuais dirigentes colocaram o clube e por o Benfica se ter dotado de um conjunto de infraestruturas e de profissionais competentes na área da formação do futebol jovem que poderão (e deverão) recatapultar o nosso clube para o sucesso a médio-prazo. Tem é de haver essa assumpção por parte de quem nos dirige. Tem de haver essa frontalidade e honestidade para com os sócios.

O que aconteceu no domingo na Luz dificilmente voltará a suceder em circunstâncias semelhantes. O Sporting chegou a uma vantagem dilatada de uma forma dificilmente repetível, naquele que terá sido provavelmente o jogo mais fácil da temporada para a equipa de Jorge Jesus. Não se pense, contudo, que a vitória dos verde-e-brancos é injusta ou está aqui a ser menorizada. Não está. O maior erro será, por ventura, pensar que o jogo caiu para o lado do Sporting por acaso. Não, não e não. O Sporting foi mais organizado, soube tirar proveito dos momentos do jogo, foi mais adulto, maduro, trabalhado e, virando as palavras contra o próprio Rui Vitória, foi mais (a única) equipa. Vimo-lo na Supertaça e voltámos a vê-lo na Luz. O Sporting não vencerá o Benfica nem por 0-3 nem com facilidade em todos os jogos. Mas da forma como estão as coisas, seria surpreendente que o Sporting, em dez jogos com o Benfica, não ganhasse pelo menos sete ou oito, alguns deles com facilidade. Por questões que se prendem com as individualidades e com o colectivo. E quem não acredita nisto terá a realidade a entrar novamente de chofre pela cara adentro já no próximo dia 22 de Novembro.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Agora de Cabeça Fria

As emoções e as confusões no estádio por vezes toldam-nos a visão.

Revisto o jogo, agora pela BTV, tenho de colocar alguma justiça depois do que foi a minha reacção pós-jogo.

O Benfica realmente esteve muito mal e aquilo foi mesmo muito muito triste, contudo é preciso referir que nem entrámos mal no jogo.

O Benfica esteve bem até aos 20 minutos. O que fez a diferença foi uma ligeira sorte do Sporting e alguma incompetência de alguns dos nossos jogadores.

Enquanto o Benfica conseguiu jogar foi traído pela menor qualidade de algumas das suas individualidades.

O Sporting começa a crescer aos 15 minutos, no 0-2 começa a acabar com o futebol do Benfica e o 0-3 retirou-nos definitivamente do relvado.

O Guedes desaparece do jogo aos 15 minutos e o Sílvio não tem pedalada para isto.
O Luisão está num péssimo momento de forma.
O Jimenez, o Almeida, o Eliseu e o Jardel foram péssimos.

Os 4 melhores do Benfica esta época perante tão fraco colectivo e tão má performance do treinador, não conseguiram nem inverter a situação nem conseguir uma boa exibição. Falo no Júlio César, Samaris, Nico e Jonas.

Neste jogo sou obrigado a destacar o Samaris.
Tem vivido na sombra dos outros três durante toda a época. O grego tem sido dos jogadores com mais personalidade em campo, com mais empatia com as cores do clube e várias vezes com boas exibições.
Não sendo Enzo nem sendo Matic, teve ontem de ser tanto Enzo como Matic e claramente não teve capacidade para isso.
Para mim foi o melhor do Benfica em campo. Por três vezes despachou balões num reconhecimento claro da nossa incapacidade colectiva para ter bola, lidar com a pressão do Sporting e construir jogo.

domingo, 25 de outubro de 2015

Provavelmente o Nosso Jogo Mais Triste na Luz



Como começar?

É isto o Benfica de Rui Vitória? É este o resultado conjunto do Professor Rui Vitória e da SuperEstrutura?

Um jogo com zero de colectivo só podia exponenciar as fraquezas individuais.

Sílvio, Eliseu e Jardel foram péssimos. Sem surpresa mas com estrondo.

Fomos comidos no meio-campo, expectável também. Não temos rotinas nem certezas nesta zona do terreno.

Os avançados jogaram a par encostados lá à frente e os extremos presos e sozinhos na linha.

Não se viu fluidez nos processos ofensivos, não se viu futebol apoiado, não se viu pressão e só se viu vontade no momento de protestar com o árbitro.

Equipa desmotivada e totalmente sem chama.

Passámos o jogo a ver jogar. Sem pressão e sempre com uma contenção de 5 metros. O Jardel repetiu o jogo com o Vianense, deixou o Slimani avançar sem pressão, procurar espaço sem pressão e rematar sem pressão. O Eliseu passou o jogo mais preocupado em não fazer falta do que em cortar uma bola.

Alguém viu os nossos laterais subir? Alguém os viu dar profundidade?

O Jorge Jesus conhece bem as debilidades desta equipa. Pressão alta contra um meio-campo sem organizador e uma dupla de centrais sem bola no pé, principalmente o aventureiro Jardel.

Este meio-campo a 2 começou a fazer sentido quando se percebeu que o Mitroglou iria ser ponta do ataque e o Jonas viria atrás buscar jogo. Hoje não houve Mitroglou e hoje houve um Jonas a jogar lado a lado com o Jimenez.

Quanto triste é ver o extremo receber a bola ainda perto da linha do meio-campo e ter de jogar para trás porque:
- Nenhum médio soube apoiar o ataque
- Nenhum lateral soube subir no terreno
- O Jimenez via a bola no extremo e corria para dentro da área.

40 metros de espaço na lateral e ninguém se lembrava de procurar o espaço.

Zero de fio de jogo. Jogadores estáticos, cada um na sua posição indicada no quadro do balneário.

O Luisão entrou em parafuso e pode ter pensado que a nossa exibição era tão má que 0-3 era pouco.

O Samaris em desespero assumiu a incapacidade da nossa equipa em sair a jogar e começou a distribuir balões para o banco do Rui Vitória.

A primeira vez que a equipa exerceu pressão foi aos 70 minutos. O Estádio puxou e a equipa ganhou fôlego para 30 segundos de pressão.

E as substituições? Outra vez as substituições…

Já se sabe o problema que temos nas laterais... já se sabe o problema que se tem no meio-campo.
Isso resolve-se nos treinos.

Ficou tudo exposto na Turquia e agora entramos na Luz exactamente com as mesmas debilidades?

Quando a equipa entra assim como é possível esperar-se pelo intervalo?

0-1  e história começou.
0-2  E tudo continuou.
0-3  E nada mudou.

Onde está a coragem de mexer aos 20 minutos de jogo?

Depois com 0-3 é que se vai tentar reparar as debilidades defensivas da equipa? Aí já é tarde. Aguentámos o 0-3 mas nada conseguimos fazer para reduzir isso.

Saiu um lateral capaz de atacar para ficar no seu lugar o lateral que não subiu nem sabia como.
Saiu um médio com alguma capacidade de progredir com a bola e entrou outro de destruição.

Eles não marcaram mais. É verdade. Nem precisavam. Nós que precisávamos não tínhamos condições para tal.

Depois é assumir a má escolha no Fejsa e lançar o suspeito do costume e que sempre que tem entrado nada tem feito.

E a 15 minutos do fim entra o nosso ponta de lança.

Que foi isto Rui Vitória? Sempre acreditei na competência do nosso treinador e ainda acredito que há ali capacidade de fazer melhor e por isso é que cada vez menos aceito os frutos do seu trabalho.
Só dás isto Vitória?

Já vi boas opções mas de seguida são destruídas com ás opções. Rui, o que vejo de bom em ti é sempre tudo por acaso?

Hoje não houve Benfica.

Hoje foi muito triste.

Não há lugar para paninhos quentes.

Não jogaram nada. Nada.

O Sporting trocou a bola como quis e no nosso meio-campo. Nós só assistimos.
Nós não conseguimos trocar a bola, o nosso único criativo estava encostado na linha, o nosso Jonas preso no ataque, e a dupla do meio-campo e de centrais, sem capacidade de ter bola, foram constantemente pressionados pelos jogadores do Sporting.

Se não me calar vou-me começar a repetir.

Ps: O Sporting trabalhou para ganhar, entrou para ganhar, treinou para ganhar, focou em ganhar, jogou para ganhar e mereceu ganhar.
Nós… parabéns Emirates.



O Derby Onde Importa



É já esta tarde o jogo que há semanas não nos sai da cabeça.

A antevisão foi péssima. Caixas Douradas, processos judiciais, trocas de galhardetes, Marco Ferreira e vandalismos.

A previsão é óptima.

O Benfica recebe o Sporting. O Benfica Bicampeão recebe um Sporting que anseia por voltar aos títulos.
A supremacia do Benfica nestes jogos é inquestionável. Contudo o passado recente favorece os de verde. Na época transacta só houve empates e esta arrancou com a vitória do Sporting na Supertaça.

Primeiro que tudo, hoje é um Benfica – Sporting.

O Benfica é favorito e entra para este jogo com toda a pressão sobre os ombros. A pressão de ter de vencer em casa, a pressão de não poder perder para um Sporting provocatório, a pressão de não poder perder para o treinador rival e principalmente a pressão dos actuais 5 pontos de desvantagem. Manter esta distância é mau mas deixá-la aumentar para 8pts é catastrófico.
Já o Sporting aparece sem pressão e com largas para a ambição e liberdade para a expressão do seu jogo.
O Benfica é favorito por todos os motivos e mais alguns mas poderá ver esse favoritismo inverter-se caso não consiga lidar com a pressão contextual deste jogo.

Espero um Benfica inspirado na magia de Jonas e Gáitan mas não dependente desta. Um Benfica a assumir o jogo e com controlo da bola, um Benfica sereno, inteligente e a assumir o jogo. Um Benfica de construção, ocupação dos espaços e a usar a magia dos seus maiores craques para os desequilíbrios. Um Benfica capaz de encostar o adversário no seu primeiro terço do terreno e aí saber colocar dinâmica nos processos ofensivos.

Prevejo um Sporting muito pressionante no inicio de cada parte. Um Sporting de 10/15 minutos/parte de pressão seguido de um Sporting expectante, recuado, com poucas ideias de jogo e de recorrente procura pela transição rápida. Um Sporting na procura do jogo directo para as costas dos nossos laterais, com um meio-campo de luta, transição e com pouca posse de bola.

Além de um Benfica-Sporting também vamos ter um Vitória-Jesus. Não há como escapar disto. Depois de 6 anos na Luz o treinador JJ vai para Alvalade e esta é a sua primeira visita.
Enquanto RV continua à procura do seu espaço e identidade na equipa do Benfica, o treinador Jorge Jesus continua a afirmar que o Benfica actual é simplesmente seu.
O Rui Vitória sofre de uma constantemente comparação com o seu antecessor e da desconfiança das bancadas, principalmente depois da derrota na Supertaça.

Se o jogo se decidir nos pormenores vejo maior vantagem para o nosso treinador. Sereno no banco tem todas as condições para vencer o treinador rival na altura de mexer com o jogo. Este sempre foi o ponto fraco de Jorge Jesus e Rui Vitória aí pode conseguir fazer a diferença.

Defrontam-se os clubes, defrontam-se os treinadores e também se defrontam os jogadores.

Na baliza a vantagem é nossa. Rui Patrício é bom mas muito inconsistente nos jogos grandes. Júlio César está em melhor forma, tem mais experiência e atingiu já um nível que o guardião do Sporting não atingirá.

Nas laterais a vantagem é verde. As nossas têm sido um problema por desde o inicio da época. O Semedo estava a dar bons sinais mas a sua lesão reacendeu um problema confirmado na Turquia.
Na esquerda o Eliseu perde para o Jefferson, tanto a defender como a atacar. Na direita um condicionado Sílvio não tem pernas para um competente João Pereira. Só a possibilidade do Almeida poderá diminuir este fosso.

O Eixo defensivo não é excepcional em nenhuma das equipas e aqui o que faz a diferença são as rotinas da nossa dupla e a liderança do Luisão. Ao contrário do Sporting, o Benfica tem um duo estável. Mesmo com o menor momento do Luisão o Benfica tem vantagem neste sector. O Paulo Oliveira é bom mas ainda está em processo de evolução. Poderá fazer dupla ou com o mediano Naldo ou com o “sem ritmo nem rotinas” Ewerton.

No meio-campo é onde o Sporting tem maior vantagem pois é o sector onde tem maior continuidade e qualidade, ao contrário do Benfica.
Com a integração do William num meio-campo com Adrien e/ou João Mário o Sporting apresenta um meio-campo de respeito. No Benfica ainda não há dupla mas sim duas individualidades desligadas. O Samaris é bom mas ainda procura o seu terreno e parceiro. Com o Almeida já há algum equilíbrio mas a possibilidade da sua deslocação levanta a dúvida sobre o seu substituto. Seja quem for será um corpo estranho às rotinas da equipa nesta zona do terreno.

A grande vantagem do Benfica aparece no quarteto mais ofensivo.
O Sporting ainda procura o substituto à sua maior estrela. Além disso, tanto o Bryan como o Teo ainda procuram afirmar-se exibicionalmente. Sobra o Slimani, bom ponta de lança e o grande destaque do ataque sportinguista.
A vantagem do Benfica é clara. Guedes está de pedra e cal e o Mitroglou oferece uma enorme força no nosso jogo aéreo. Depois há Nico e Jonas, dois jogadores a anos-luz de qualquer um do rival, e o extra especial que tem sido a perfeição do entendimento entre eles. Portanto há Nico, há Jonas e há Nico com Jonas.

Considero o plantel do Benfica superior mas penso que Jorge Jesus está melhor servido de banco. Na altura de mexer o jogo o Rui Vitória tem mais competência mas menos qualidade disponível. Isto muito por culpa da lesão do Salvio e do Semedo e principalmente pelos estranhos casos que são o Cristante, Carcela, Taarabt e Djuricic.

Aposto num 2-0 com um Júlio César salvador, um Nico Gaitan construtor e um Mitro e um Jonas concretizadores.

Fora dos relvados espero:
- Um estádio em alvoroço.
- Cantoria por 90 minutos.
- Picardias com os adeptos rivais.
- Zero de vandalismo.
- Zero de violência.
- Zero de estupidez humana.

Dentro do relvado espero:
- Muita luta.
- Muita rivalidade.
- Muita garra.
- Uma ou outra picardia.
- E acima de tudo total respeito pelos adeptos e principalmente pelos símbolos ao peito.

(Do RV sei que não virão quaisquer problemas)

Felizmente a ansiedade não mata… vemo-nos no Estádio da Luz!
 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Péssima prestação em Istambul

Foi um choque com a realidade. Talvez importante para voltar tudo a ter os pés na terra, tanto para a recepção ao Sporting como para o que falta desta fase de grupos.

O jogo de Madrid já lá vai e voltámos ao que tem sido este início de época.

Bom arranque com um golo fenomenal do Nico. Aos poucos o jogo foi equilibrando até ao penalty "amador" do Almeida.

A partir daí a nossa prestação foi sempre abaixo da média.

Má primeira parte, estivemos perto de levar o terceiro no arranque da segunda e depois tentámos ir para cima deles e o jogo andou mais próximo da baliza do Muslera. Apesar disso o perigo praticamente só apareceu em remates fora da área.

Depois de um lance ou outro que podia ter sido melhor finalizado, o Júlio voltou a ser chamado para uma grande defesa e no cair do pano um fora-de-jogo mal tirado ao Gala pode ter-nos salvo do 3-1.

Se é verdade que na última meia hora fomos para cima deles, não é menos verdade que tal foi deliberadamente consentido por um Galatasaray em vantagem no marcador.

As substituições foram uma salganhada e ficamos sem perceber o papel de jogadores como o Carcela, Cristante, Djuricic e Taarabt.

Foi péssimo perder mas no que a contas diz respeito estamos ainda bem encaminhados. É preciso é cumprir com a nossa obrigação de jogar mais e ganhar os 3 jogos que faltam.

No campeonato estamos a 5 da liderança. Não sei se o jogo na Madeira iria manter a distância em 2 pontos ou se seria mais um jogo fora perdido, confirmando a regra (Loulé, Aveiro e Dragão) e não a excepção (Madrid). Barcelos não entra para estas contas porque foi com o Vianense e ainda cheirou a Tomba Gigantes.

Não há outro resultado possível que não seja a vitória contra o Sporting.

No Estádio da Luz temos sempre de vencer e no Estádio da Luz o Sporting tem sempre de sair derrotado. Ficar a 5 pontos do Sporting e talvez 8 do Porto é péssimo. Ficar a 8 de ambos é já um pesadelo, para o Rui e para todos nós.

Madrid foi maravilhoso mas não ficou tudo fantástico depois desse jogo. Hoje foi mau, não é tudo péssimo mas há muito que o treinador se tem de apressar a melhorar.

O ataque não se pode resumir às combinações e individualidades do Nico e do Jonas. A restante equipa continua muito desligada dos processos ofensivos

Hoje foi provavelmente o jogo em que pior defendemos.

Os nossos laterais não existiram, os nossos defesas eram constantemente apanhados fora de pé e foi o jogo todo a ver o desespero entre o Luisão e o Sílvio e entre o Jardel e o Eliseu.

Se o Eliseu sempre foi isto, o Sílvio já fez muito melhor (ainda falta de ritmo competitivo??).

Ainda não apareceram 15M pelo Rebocho pois não?
Numa de desespero talvez era aproveitar que estamos na Turquia para colocarmos o Marçal no voou de regresso com a equipa.

Hoje o jogo valeu pela postura de luta da equipa, pelo esforço constante dos jogadores e principalmente pela enorme exibição do Júlio e o golo de antologia do Nico.
Também o V.Andrade entrou muito bem.

Podemos fazer mais. Sabemos fazer melhor.
 

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Ainda houve Festa da Taça

Para começar uma palavra sobre o Vianense.

Equipa compacta, confiante e muito bem organizada. Tentou jogar dentro das suas possibilidades. Nota muito poisitiva.

Para o Benfica este jogo não serve para grandes conclusões.

Fomos melhores mas só podiamos ser. Ganhámos mas só podiamos ganhar.
Faltou criatividade e velocidade no nosso ataque e principalmente houve um grande buraco entre a defesa e o meio-campo. Não sei se por culpa do Fejsa ou dos centrais que não encurtavam esse espaço.

Jogo demasiado morno do nosso lado.

O 0-1 é todo do Carcela. Até aí o Benfica não conseguia criar perigo e nesse lance, numa bola perdida, o belga tem um excelente e imparável remate.

Individualmente é dificil tirar conclusões definitivas devido à qualidade do adversário.

O Carcela mostrou qualidade mas de forma muito inconsistente.
O Nuno Santos teve bons momentos.
O Jiménez e o V.Andrade entraram muito bem e foram os maiores responsáveis por um inicio de segunda parte bastante superior do Benfica.
O Jardel, como sempre, capaz do melhor e do pior.
Não gostei do jogo do Fejsa nem do jogo do Talisca.

O Silvio foi lançado para a posição do Nélson Semedo. Percebemos assim que o Rui Vitória não irá desfazer a dupla Samaris-Almeida - é com agrado que vejo isso.

Continuamos sem ver o Cristante e o Djuricic. O Taarabt continua a ser carta fora do baralho.

Deu para assustar. Agora é Turquia.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Possível Amadorismo de Cortesia



Este assunto da Caixa já cansa.

Vou dar a minha opinião sobre a tal Cortesia e considero o assunto encerrado até novos desenvolvimentos.

Os cubes devem saber receber e quanto maior um clube maior essa responsabilidade.

Cada clube fá-lo do modo que considera fazer mais sentido – tendo em conta a identidade e possibilidades do mesmo.


O Sport Lisboa e Benfica pelos vistos oferece aos árbitros um caixa à qual chamarei “Kit Benfica”.

Faz sentido. É uma cortesia pensada para clube e não para os interesses dos árbitros. Faz sentido.

Nesta cortesia do Kit Benfica coloca-se dois problemas:

1. Está regulamentado um valor máximo para tais cortesias.
2. Está regulamentado o contexto de cortesias permitido.

Tudo indica que o Kit Benfica não respeita totalmente os regulamentos. O valor do Kit pode estar acima do regulamentado e os vouchers de refeição podem ir contra o que é permitido como oferta às equipas de arbitragem.

Irá agora ser averiguada a legalidade desta cortesia e logo se saberá as consequências.

Uma coisa é certa. Não há aqui qualquer corrupção nem tentativa de tal. O que poderá haver é um incumprimento, quase irrelevante, de um regulamento.
Havendo tal incumprimento não me espantará que o Benfica seja castigado financeiramente (nunca desportivamente), além de ter de alterar a sua politica de cortesias.

É uma questão irrelevante e sem qualquer valor desportivo mas que pode ferir os limites delineados nos regulamentos. Não significa nada mas pode estar além do permitido.

O que quis Bruno de Carvalho com esta denúncia pública? Nada mais do que fazer barulho e exprimir o seu anti-benfiquismo primário.
Sabemos que o Sporting anda a ser atacado em várias frentes (por culpa própria?). Nada melhor para desviar as atenções do que levantar suspeitas na direcção do principal clube do país. Também terá servido como arma de arremesso para o Pedro Guerra devido a todo o barulho anti-sporting que este tem feito semana após semana no Prolongamento.
Não houve de Bruno de Carvalho qualquer interesse em defender o Futebol ou a Verdade Desportiva, foi somente mesquinhice e muito barulho.

Mas a responsabilidade da suposta ilegalidade desta cortesia Kit Benfica não é do Bruno de Carvalho. Esse só é responsável pela denúncia e pelo circo montado à volta disto.

A responsabilidade é de quem escolheu e aprovou este Kit Benfica como cortesia aos árbitros & companhia. Os responsáveis no Benfica por tal decisão demonstraram, caso se confirme a ilegalidade, demasiado amadorismo.
 

Não há tentativa de corrupção nem de influência. Não há nada mais do que um possível amadorismo.

Duvido que não fosse já do conhecimento dos órgãos que tutelam o nosso Futebol. Não houve preocupação por se entender que não tinha qualquer importância. Perante uma denúncia, ainda por cima pública, por parte de outro clube, ficaram obrigados a actuar em conformidade.

Caso se confirme a ilegalidade da cortesia ficará exposto o amadorismo dos responsáveis por esta.


PS: Por favor não me venham com tretas do género “aproveitas tudo para atacar a direcção do Benfica”.
Discordem ou concordem mas sem baboseiras.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Por Favor, Basta de Pedro Guerra



Aos benfiquistas que na noite passaram não assistiram ao programa Prolongamento na TVI 24 aconselho vivamente a não o fazerem.

O circo que Pedro Guerra montou, a falta de educação e respeito que mostrou e toda aquela costela de “politico da oposição em pleno parlamento” é algo que não se ajusta a uma discussão sobre Futebol ou qualquer outro desporto (a nada aliás).

Pedro Guerra conseguiu ainda baixar mais o nível que nos tem habituado. O mais inaceitável para qualquer benfiquista foi o modo como usou a memória de Eusébio para engrandecer o seu teatro comunicacional.

Sem qualquer motivo para isso Pedro Guerra usa a memória de Eusébio para atacar o presidente do Sporting, finge, de um segundo para o outro, estar emocionado, sem qualquer razão para isso e usa a tragédia que foi o desaparecimento de Eusébio para continuar a politiquice sem escrúpulos que pratica sempre que abre a boca (publicamente pelo menos).
Tácticas baratas de políticos sem noção da mínima decência. Pedro Guerra é a caricatura perfeita do político vendido e vazio, do político sem qualquer espinha dorsal.

Pedro Guerra lida com os benfiquistas como se fossemos os seres mais ignorantes que alguma vez pisaram a terra. Pedro Guerra no alto da sua loucura acredita que todo aquele teatro e que toda aquela emoção mais que fingida vai enganar seja que benfiquista for.

Não pode valer tudo. Foi triste. Muito triste.

É vergonhoso termos alguém a fazer este papel na televisão portuguesa. É vergonhoso que esta pessoa faça estas figuras com as cores e o nome do nosso clube a escudá-lo.

Falaram do Movimento Basta no programa.
Eu digo Basta. Basta de Pedro Guerra a ser patrocinado pelo Sport Lisboa e Benfica.

Ontem o Pedro Guerra passou o limite do ridículo. Ontem Pedro Guerra passou o limite até dos “sem escrúpulos”.

Chega disto. Basta de Pedro Guerra com as cores do nosso clube.


Ps: O Bruno de Carvalho é uma figura triste do Futebol Português actual. Tem os seus méritos mas a sua postura tem atingido níveis de parvoíce altíssima. Só mesmo em contraste com aquele Pedro Guerra o presidente do Sporting consegue não parecer a figura detestável que tem sido.
O que fazem com a cor verde pouco me importa, pelo menos perante o enxovalhamento que a nossa cor sofre à mercê deste Pedro Fernando Santos Guerra.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Brutalidade de Vitória Europeia



Brutalidade de jogo em Madrid.

Sentia falta de uma vitória europeia deste calibre. Ir a Madrid, ao campo deste Atlético de Madrid, e vencer, ainda por cima de remontada, traz outro perfume à nossa equipa.

«Foi uma noite europeia à antiga»

Esta vitória leva-nos ao passado, dá-nos confiança para o presente e esperanças para o futuro.

O que nos diz este jogo no Vicente Calderón?

1. A nossa equipa está mais forte do que parecia.

2. O Rui Vitória começa a encontrar o seu espaço táctico dentro do nosso clube.

3. Voltamos a ter memórias europeias ao nível das de Anfield em 2005-06.

4. Uma vitória em Madrid só nos pode dar confiança para praticamente qualquer desafio que nos apareça nesta Champions. Confiança nas bancadas e principalmente confiança no balneário.

5. As portas dos Oitavos estão escancaradas. Vencer em Madrid é 3 pontos extra. A isto soma-se o empate dos turcos no Cazaquistão e a sua derrota com o Atlético na Turquia.
Com 4 vitórias pela frente basta-nos a vitória no Astana e na recepção ao Galatasaray para fechar o apuramento.

Claro que não chegámos a Madrid e dominámos o Atlético. Eles entraram mais fortes e superiorizaram-se muito após o 1-0. Depois veio a nossa resposta. E que resposta!

Não há palavras para descrever o Nico e o Jonas. São jogadores de excelência e que estão a jogar ao nível dos melhores.
O crescimento da ala direita é maravilhoso. Guedes e o Nélson não tiveram de nascer mais vez nenhuma, somente tiveram de poder crescer.
A dupla do meio-campo está encontrada. Não brilha mas permite brilhar. O Talisca ali não tem lugar, o Pizzi passa a ser alternativa (principalmente ao Guedes) e o Fejsa é uma alternativa fortíssima.
O Júlio César é uma enormidade na baliza do Benfica. Se o Nico e o Jonas decidem à frente, o Júlio decide lá atrás.
O que de menos positivo tiro do jogo de ontem é o nervosismo da equipa depois do golo sofrido e uma menor capacidade defensiva. Alguma coisa está ali a falhar. Não se pode permitir tanta troca de bola no nosso terço do terreno nem tantas oportunidades de finalização.
Será pela inexperiência defensiva do Semedo? Pela menor qualidade do Jardel e do Eliseu? Pelas rotinas por trabalhar entre o Samaris e o Almeida? Pelo momento “primeira metade da época 2013-14” do Luisão?
As rotinas trabalham-se, a inexperiência diminui com os jogos, o Luisão irá reencontrar o seu melhor momento… O que sobra é a mais que repetida necessidade de reforçar a posição do Jardel (Lisandro?) e a do Eliseu.

Esta vitória é maravilhosa mas não é borracha. Não se apagaram as exibições e derrotas na Supertaça e Aveiro, nem a derrota e segunda parte no Dragão e nem as exibições na Luz com o Estoril e Moreirense. Aliás, a pobreza exibicional da equipa até ao 2-0 com o Paços não pode nunca ser esquecida.

A maravilha que é esta vitória tem de funcionar como catalisadora de uma correcção do que tem falhado, como incentivo emocional para se evoluir nos próximos jogos.

Vem aí uma deslocação à Madeira e contra o recém-promovido União. O Benfica tem obrigação de vencer e o Rui Vitória tem de nos mostrar um futebol colectivo com fio de jogo e recheado de ideias, não pode ser mais uma vitória às custas do excepcional Jonáitan.

Ps: Quanto maravilhoso foi ver o Glorioso de branco em mais uma noite europeia memorável? Quase apetece arriscar dizer que de preto e rosa tudo seria diferente.

O génio humilde deJonas


Jonas vai receber no meio-campo uma bola de Semedo. Finge que corre para ela, depois dá um passo atrás. Man down.

Recebe já sem marcação, levanta o peito, estica os olhos, vai seguir. Arranca e deixa dois para trás. Two more men down.

Enquanto deixou nas covas 3 adversários, foi estudando a velocidade Jonasónica todos os movimentos dos defesas que agora se lhe aproximam. Com pequenos pormenores, danças de cintura e olhares enganadores que fingem que vai passar coloca nos adversários o chip da dúvida. Vem agora ali outro. Jonas flectiu no último momento para a direita, vírgula perfeita. Man down.

Pode rematar, tem aberto um dos lados da baliza de Oblak. Remata, sai ao lado. Olha o céu com a tristeza dos que marcam os melhores quase-golos de sempre. Depois compõe a sua melena de galã de cinema dos anos 50 e concentra-se no jogo. Há-de continuar a jogar um futebol fabuloso até sair de campo com um sorriso de missão cumprida e a humildade dos verdadeiros génios.