A importância da troca de bola. Hazard vai à esquerda receber um cruzamento demasiado largo. Cruza por cruzar? Não, volta antes atrás, mete em Nainggolan que se aproxima e lhe devolve a bola, com um passe curto. Hazard vê Witsel na zona central, passa-lhe a bola. Witsel, marcado, vê que não pode progredir, mete em Nainggolan, a dar um apoio a 2 metros dele. Nainggolan volta a passar a Hazard, que se mantém na esquerda, mas mais junto ao bico da área. Vira-se para a baliza galesa, Witsel faz um movimento no meio, a entrar na área, e pede a bola. Hazard neste momento ou mete em Witsel por entre 4 galeses ou usa de outra forma a acção do Witsel que arrastou a equipa galesa toda para dentro da sua área. Usa de outra forma: caminha para o bico da área, fixando o seu marcador e mete em Nainggolan que está agora à frente da área com todo o espaço para rematar. Remata e faz um golão.
Estes "passes curtos para trás e para o lado", que muita gente diz darem sono, quando são feitos com o intuito de criar espaços na procura de ganhar uma situação favorável para atacar a baliza adversária, são os movimentos mais bonitos e mais ofensivos que uma equipa de futebol pode ter. Porque ser ofensivo não é rematar e cruzar de qualquer forma e sem grande possibilidade de ter sucesso. Isto, este golo, estes passes curtos "para trás e para o lado", tinham desde o princípio da jogada um intuito absolutamente ofensivo. Este é o futebol que apaixona.
Não deixas de ter razão, mas o comportamento defensivo nesse lance foi lastimável. Felizmente compensaram no resto do jogo.
ResponderEliminarRamsey e Allen foram magistrais, e aquele golo do Robson-Kanu só me dá pena não ter sido marcado por Portugal: a Bélgica pareceu desde o início muito permeável atrás.
Caro Ricardo,
ResponderEliminarMeteste o dedo na ferida. Pelo menos um dos dois que tens de meter. ;)
De facto, Portugal não tem paciência nenhuma em descobrir espaços. Eu penso que isso tem um pouco a ver com duas coisas: pouco tempo de treino dessas situações e demasiada liberdade concedida aos jogadores para fazerem o que querem quando a bola está no meio-campo adversário.
O outro dedo que me referia prende-se com o posicionamento da nossa linha defensiva. No máximo sobe até à linha do meio-campo e depois fica ali à espera. Se o Renato joga no corredor central, é normal vermos o "Bulo" entrar na grande área adversária se for necessário. O William nessa situação acaba por subir também para dar-lhe cobertura no corredor. Ora se todos sobem e a defesa fica a marcar a linha de meio-campo, cria-se uma clareira onde o adversário desenvolve facilmente o contra-ataque. É preciso que um dos centrais se tiver que avançar ainda mais no terreno o faça para marcar de perto o avançado de referência do adversário, deixando o outro para o controlo do espaço defensivo. Caso contrário será difícil, até porque William corre a carvão, o Renato está na pequena-área e os restantes não conseguem descer logo, pois estão muito abertos no terreno.
Shankly, péssimos a defender. As mudanças forçadas não explicam tudo. Muito pouco trabalho de qualidade do Wilmots.
ResponderEliminarPP, não posso concordar mais. No entanto, para um futebol desse tipo,mais pressionando e em bloco, terias de ter outra ideia de jogo. O Santos não quer esse tipo de abordagem. Prefere uma ideia conservadora de reduzir ao máximo as possibilidades de o adversário chegar a zonas dentro da nossa organização, o que até, assuma-se, tem conseguido. Acho é que temos qualidade individual para sermos mais assertivos e menos "pragmáticos".
Completamente!
EliminarMas eu acho que o Santos poderia fazer algo do género: 4-3-1-2 dando liberdade ao Renato para ir lá à frente com o Ronaldo e o Nani, mantendo 3 médios na cobertura e libertar os laterais para o ataque.
O pior é que ele não tem tempo para treinar isso e está a perder uma solução chave na mão como o Rafa...