segunda-feira, 30 de maio de 2016

No Porto, Espírito Santo; no Sporting, Jesus; no Benfica, Vitória. 2017 será a prova final de que Deus não existe.


Benfica na Benfica TV


Uma óptima notícia. O Benfica é TRICAMPEÃO e é precisamente há 3 anos que temos os jogos da Luz a passar no nosso canal. Isto quer dizer: liberdade, isenção, independência. Ganha o clube desportivamente porque oferece aos seus sócios e adeptos a possibilidade de verem os jogos na televisão gloriosa como ganha em termos de equilíbrio de poder porque não permite à Sportv o exclusivo das transmissões (com as jogadas habituais que fomos vendo ao longo dos anos).

Parabéns ao Presidente Vieira por este golpe de inteligente estratégia. O Benfica é para os Benfiquistas.

Matraquilha-me



Para jogar matraquilhos, mais do que dominar nuances técnicas de pulso, é necessário ter indumentária a preceito. Uma pessoa não pode aproximar-se de uma mesa de fato, por exemplo. O jogo exige de nós a devoção solidária de um respeito tabernal - calças surradas, camisola rasgada, sapatos gastos, manchas de vinho na pele. Resquícios de vida. O que deve acontecer: cada matraquilhador com a sua camisola: de um lado, os do Benfica; do outro, os do Sporting. Cada par de jogadores com a sua camisola gasta de anos a fio. Imaginemos: do lado dos benfiquistas, dois bípedes com as camisolas do Valdo e do Paneira; os sportinguistas vestidos nas costas com nomes estranhos como Juskowiak e Lemajic.

Todos gritam com as cervejas encostadas ao ábaco que leva roldanas de um lado para o outro consoante as bolas que batem no fundo da madeira, levantam um som oco e criam gozo entre os atletas. Uns definham na vergonha daquela má defesa, em que a mão esquerda prendeu os nós e não soube ver aquele engano diagonal do pé pintado a preto e branco de uma chuteira cheia de ângulos; outros festejam, quase bêbados, aproveitando o som das bolas que vão caindo do lado contrário, para dois, três, quatro goles directos para a garganta onde se fazem outros jogos de matraquilhos entre a goela, a língua e o céu da boca. O palato tem coisas que a razão desconhece.

Os bonecos acordam, vivem, jogam e adormecem sempre da mesma forma: hirtos no seu abraço de metal, uns com os outros, quase tocando o relvado. Há-de ser intrigante, sufocante até, estar ali uma vida inteira tão perto do terreno de jogo e nunca poder tocá-lo, como se os tivessem transportado para uma vida de semi-enforcados, não mortos mas quase, atirados para uma prisão de horizontais por onde vão respirando, chegando-se às vezes à direita, outras à esquerda. E o coração do jogador? Palpitando por dentro de uma tinta com 30 anos, uma tinta que não cobre os sentimentos do benfiquista que vive dentro de uma plataforma crua de esmalte e químicos.

Quem é, afinal, aquele médio direito que, se for bem orientado, cobre toda a baliza, recupera bolas na dúvida da gravidade ou de um tampo menos capaz, que lança contra-ataques venenosos para uma bola que quase vai entrar não fosse bater no poste pintado a branco junto à madeira? Quem quer saber deste homem que vive atrelado a outros uma vida inteira, com o corpo percorrido por um metal  que lhe fere o fígado, os pulmões, os rins, as dores, os amores, as saudades? Lançado lateralmente de um lado para o outro, vai vendo o cérebro desalmadamente horizontar e mesmo quando quer rematar, porque vê o golo ali tão perto, é subjugado a uma mão que o direcciona para a defesa ou passe lateral que ele naturalmente questiona porque já antecipava (com melhor visão) a jogada final. Quem é este boneco?

Vai para os matrecos de forma humilde, companheiro. Entende quem conhece o ofício: sempre em 2-5-3, sistema e modelo que atacam o futebol calculista.  Veste-te com respeito. Bebe muito, como devoção. E, nos intervalos dos golos, dá de beber aos bonecos.

domingo, 29 de maio de 2016

Não me peças nem mais um penálti



As pessoas que nós amamos quando têm tristezas profundas passam, sem querer, essas tristezas para nós. Porque as amamos. Porque estamos atentos à forma como chegam até nós, ao seu olhar vago, dúbio, triste. Quando o meu Pai chegou de Estugarda com os olhos ainda a chorar de um penálti falhado, os meus olhos também choraram porque naquele momento nada havia para além daquele pontapé sem destino. O adepto de um clube tem tristezas impossíveis de explicar a um ser humano normal.

Foi uma vida toda com aquele cabrão daquele penálti agarrado à garganta (ainda lá está, passem os anos todos que passem). Conversas que evitámos assim que esse maldito jogo queria aparecer sobre as mesas de um almoço regado a futebol. O pé do Veloso (que não tem culpa nenhuma), a mão do Van Breukelen  (que tem as culpas todas do mundo e mais algumas), a tristeza colectiva dos gloriosos. Era só marcar golo e talvez tivéssemos sido felizes e voltado a sentir o que outros iguais a nós sentiram em 61 e em 62. Devia ter sido para a direita, se calhar podia ter ido mais para cima, com mais força, de outro jeito. Já todos marcámos aquele penálti de forma perfeita num sonho. Sem a pressão do relvado, sem a força maligna do nervosismo. Desviámos a puta da bola para dentro da baliza e gritámos golo vezes sem conta. No sofá, no carro, no café, no jardim, na vida. É tão fácil marcar um penálti quando não temos de marcar nenhum penálti.

Em Turim, depois de um jogo em que o Benfica mereceu tanto ganhar a Liga Europa, depois de eu meter o meu cachecol no chão das bancadas, ao pescoço, em ângulos que faziam paralelas com as estrelas, o árbitro apitou para o fim e então sabíamos ali naquele estádio que tínhamos de ir a penalties. No nosso interior, um pensamento trágico. Uma sombra cruel a abater-se sobre o futuro. Mas a esperança, sempre a esperança a querer retirar de dentro de nós o bicho malvado da descrença. Olhei o céu de Turim, os meus gloriosos benfiquistas, despedi-me do meu Careca que decidiu ir para fora do Estádio, beijei o meu cachecol às riscas brancas e vermelhas feitas à mão pela minha namorada e pensei no meu Pai em Estugarda em 1988. Jurei-lhe que íamos ganhar apesar de saber que não íamos ganhar.

Estava eu em 2014 em Turim ao lado do meu Pai em 1988 em Estugarda. Os dois à espera dos penalties. À espera do nosso lindo Benfica, à espera de uma vitória que deixasse os gloriosos de 61 e 62 finalmente em paz, sem precisarem de cuidar uma vida inteira de nós. Mas a puta da bola estava com febres. O ar estava irrespirável. Um poema trágico levantava-se sobre o relvado. Já sabíamos que íamos perder aquela final de tão habituados que estávamos a perder finais. Como se fosse proibida a felicidade.

O Benfica já perdeu eliminatórias europeias por moeda ao ar. Já as perdeu por penalties, por frangos, por azares, por lesões, por hesitações, por exaustão. O futebol é um jogo que tem no meio a vida, e por isso continua a ser o mais deslumbrante de todos os jogos. Mas não é justo que em 2016 se continue a promover a decisão de um troféu por uns pontapés com a bola parada. Havendo mérito no sangue-frio de quem a remata, o futebol deve promover o sangue-quente. Se o jogo de uma final acaba empatado, deve o futebol dar aos clubes a bondade de outro jogo. É isso que o nosso coração de adeptos pede em silêncio aos deuses.

sábado, 28 de maio de 2016

HÁ 64 ANOS O PORTO E SALAZAR PERDERAM POR 8-2 COM O BENFICA


A memória tem curiosidades que fazem da História não um conto ficcional mas a preservação da verdade. Por muito que os ignorantes continuem escamoteando uma maioria de títulos ganhos através de manobras ilegais e corruptas, reescrevendo o passado como melhor lhes convém, o tempo e os factos históricos encarregam-se de lhes ensinar o que é um facto e o que é uma mentira.

Ao contrário do Benfica, que foi sempre um clube visceralmente livre e democrático, Sporting e Porto não poderão puxar para si galões da mesma estirpe. Os exemplos são vários e escuso-me a enumerá-los - vão ler livros com palavras, muitas, e muitas letrinhas, se estiverem para isso. Se persistem na ignorância, já não será problema dos que conhecem a História para lá dos preconceitos e falsidades atirados à parede a ver se colam.

Há 64 anos, o Futebol Clube do Porto inaugurava o seu estádio. A data de 28 de Maio não é fruto de um acaso mas a consequência das ideologias dos dirigentes do clube, que acharam por bem colar de forma indelével à História do clube a data que comemorava a revolução que deu origem ao Estado Novo. E assim nasceu o Estádio das Antas. Com pompa, circunstância e a idiossincrasia que, anos mais tarde, teria o seu apogeu na era actual que todos conhecemos. No fundo, faz sentido: um clube que decide inaugurar o seu estádio num dia que comemora o início da instauração de um estado ditatorial tem tudo para chegar até aos nossos dias tal qual chegou: transversalmente corrompido e corrupto.

Para visitante, claro, o Benfica. Uma espécie de ditadores versus liberais, com a esperança portista a residir numa humilhação aos gajos "vermelhos" que tinham eleições democráticas e tudo. O resultado não podia ter sido mais esclarecedor: 8-2 para os comunas, sem apelo nem agravo. E assim se inicia, a 28 de Maio de 1952, um ódio visceral e profundo aos que clamam pela liberdade. 60 anos depois, o ódio atingiu laivos de demência e boçalidade. Talvez um dia, quando estes corruptos que dirigem o clube morram e apareça gente nova, o Porto possa voltar a ser um clube honrado como até à década de 50. Talvez. Só depende dos adeptos a inversão de paradigma. No entanto, pela amostra geral, percebemos que muito dificilmente o clube algum dia conseguirá ser verdadeiramente grande. É que viver na sombra de outro nunca fez crescer ninguém.

8-2. E a gigante Taça foi para o Comité da Luz.


“Futebol Chinês não mexe comigo” – Jonas



As minhas dúvidas sobre a possível vontade de um jogador como Jonas querer ir para um país tão longínquo, ainda que tão rico, ficaram desfeitas com esta frase do Pistolas.

Jackson Martinez já o tinha deixado vincado naquela foto de apresentação e agora é Jonas em discurso directo: A China só interessa a quem já não se sinta útil, a quem já não se sinta ao mais alto nível ou a quem já entendeu que nunca chegará lá. Fora estes casos, por muito que se ganhe, a China/Ásia não tem o aspecto desportivo que alimenta os jogadores de topo.

Por isso, Vieira, deixa-te de tretas e constrói o plantel em torno do melhor jogador do Benfica deste século. Esquece lá o BI do rapaz e, se necessário for, renova-lhe o contrato, aumenta-lhe o salário, sei lá. Comecemos o tetra nos pés do Pistolas.

Faz o que for preciso para manter o nosso verdadeiro cérebro, até porque agora já não há como dizer que a vontade de Jonas era sair para "fazer o seu último grande contrato”

quarta-feira, 25 de maio de 2016

As entrevistas de Rui Vitória



Foi com alguma curiosidade com que li/vi as 3 entrevistas dadas por Rui Vitória no dia de ontem (Jornal A Bola, BTV e RTP). Num tom muito seu, algo monocórdico, mas sereno, diria que as 3 entrevistas se poderiam ter resumido a uma, porque o que disse foi basicamente o mesmo, até as analogias que ia fazendo eram as mesmas. De Rui Vitória não podemos esperar grandes rasgos linguísticos, com frases de aberturas de jornais, mas também não é expectável que seja deselegante para com os seus adversários. Ou seja, é em tudo radicalmente diferente do seu antecessor.

De tudo o que foi dito, saliento a ideia que Rui Vitória se esforçou por passar do trabalho de campo que foi feito durante a época. Com efeito, no balanço do 35, muito se falou da união e vontade de vencer do grupo, face ao que foi sendo dito ao longo do ano. Sendo esta uma verdade que me parece inabalável, e que Vitória não contraria e até confirma, também não deixa de ser verdade que esta ideia fez-se sobrepor a uma eventual competência técnica do treinador do Benfica. 

Por isso, parece-me justo e inteligente da parte do nosso treinador, evidenciar o muito trabalho tático que deu a conquista deste título. Nenhum facto concorre isolado para a conquista de algo, mas subvalorizar a capacidade e competência de trabalho de treino de Vitória e a sua equipa, parece-me tremendamente injusto.

Aquando do anúncio de RV como treinador do Benfica, o nome esteve muito longe de me entusiasmar, como aqui o escrevi. E ao ver o nosso início de temporada, todos os meus receios se adensaram e não pensei ser possível acabar a época da forma que o fizemos.

Defensivamente, a equipa apresentava comportamentos absolutamente equivocados, com má organização, má reacção à perda e um péssimo controlo da profundidade. Algo a que já não estávamos habituados nas nossas equipas, e algo que não via sequer em grande parte das equipas da primeira liga.

Ofensivamente, vivíamos de rasgos individuais e de bolas despejadas para área em cruzamentos sucessivos e sem nexo.

Porém, se eram justas as criticas que se faziam na altura a RV, também é justo realçar a evolução que a equipa foi evidenciando ao longo da temporada, sobretudo nos aspectos defensivos. Aos poucos, e com a entrada de Fejsa na equipa, a reacção à perda de bola foi melhorando e, há que o admitir, a saída por lesão de Luisão, ajudou a uma melhoria significativa ao controlo da profundidade. A eliminatória da LC contra o Bayern é o exemplo acabado da evolução incrível que a equipa obteve nos aspectos defensivos.

Ofensivamente, a equipa também começou a apresentar melhores comportamentos, com melhor posicionamento para o jogo interior, ainda que aqui pense haver ainda muito por onde caminhar do ponto de vista colectivo. Ainda me parece que, no aspecto ofensivo do jogo, a equipa ainda vive demasiado agarrada ao que a criatividade individual consegue fazer, não obstante de ser claramente muito melhor na jornada 34 do que era na jornada 10.

Com a possível saída dos jogadores mais criativos (Gaitan e Jonas), esta necessidade de se trabalhar melhor estes comportamentos colectivos é ainda maior, sendo certo que este ano RV beneficiará de uma pré-época sem digressões milionárias, mas incompatíveis com períodos de trabalho profícuos.

Para mim, ainda que não seja o melhor do mundo ou tão pouco de Portugal, RV surpreendeu-me pela positiva e dá muito mais gosto ter um homem que para lá de competente e benfiquista é um homem decente e conhecedor dos valores do clube que representa, à frente dos nossos destinos futebolísticos.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Excelente Rui Vitória, na entrevista à RTP.

Ambicioso, lúcido, apaixonado, coerente. Podemos discutir as questões técnicas do mister - eu ponho muito em causa a sua qualidade para treinar o Benfica - mas o discurso, a postura e a dignidade devem orgulhar todos os benfiquistas. O mundo precisa de mais Ruis Vitórias.

Comemorar o golo com um salto


Quem roubou ao futebol o salto, aquele salto, que, mal a bola entrava na baliza, fazia a perna direita ganhar balanço para o voo na vertical de braços no ar e joelhos flectidos? Para onde foi, quem ficou com ele, terá desaparecido essa repentina viagem à infância que cada jogador fazia assim que o golo era golo?

José Augusto não saía de onde estava: saltava na vertical duas e três vezes. Pulava e pulava, com os braços descontrolados, parecia um moinho de brincar soprado por uma gloriosa ventania; já Simões, mais junto ao relvado, elevava as costas das chuteiras ao rabo enquanto tentava ganhar altura: era um salto como se fosse um boneco de madeira articulado por uma mão divina; Torres elevava-se aos céus, punha-se a dar cabeçadas nas nuvens a confirmar o golo; Coluna no miolo via à distância a bola passar a linha e então saltava enquanto corria ou corria enquanto saltava, voando.

Eusébio precisava de balanço: primeiro corria como um louco, criança pela relva, como se ainda andasse descalço pelo Bairro de Mafalala. Ria que nem um perdido para o público. Ia direito a ele. Depois mudava de direcção, começava a correr em círculos, de braço direito no ar como se fosse o mastro de um navio que eternamente furasse as ondas com a força da felicidade. Os colegas andavam atrás dele pelo campo, a bola já parada dentro da baliza, e então ele saltava. Ganhava dois ou três metros ao chão, ficava do tamanho do Terceiro Anel. Saltavam os corações do Povo Benfiquista naquele salto. Naquele momento dentro do golo em que tudo deixa de existir. Só existe o golo, o marcador do golo e um grito prestes a acontecer. Um salto colectivo, glorioso, universal.


segunda-feira, 23 de maio de 2016

Peseiro-frio



Faço parte daquele grupo de gente estranha que vem defendendo José Peseiro ao longo dos anos. Sou de uma minoria que não acredita em coisas tão científicas como alguém ser "pé-frio" - no fundo, a crença de que há pessoas perseguidas uma vida inteira por um azar diabólico. Não creio que José Peseiro ou algum ser humano neste mundo sofra de tal coisa, embora a sorte e o azar naturalmente existam; só não são exclusivos de ninguém. Defendi e defendo a sua competência técnica,  o seu saber sobre o jogo, a sua óbvia capacidade para procurar o bom futebol.

No entanto, esta passagem pelo Porto mostrou-me um José Peseiro diferente daquele que eu conhecia. Desde logo, na forma comunicacional. O homem que não se refugiava em conversas vazias de adeptos, procurando sempre falar sobre o jogo e valorizar os aspectos mais interessantes do fenómeno desportivo, passou a ser um queixinhas, um alheado, um lunático - Peseiro chegou mesmo a dizer que, se não fossem os árbitros, o Porto seria campeão, o que é algo que nos demonstra a sua instabilidade emocional. De tanto procurar o sucesso sem o conseguir, Peseiro perdeu-se e agora já nem é o homem das virtudes que procura pela qualidade e lucidez afirmar a sua competência nem tem a capacidade dos rudes para motivar a sua equipa com um discurso mais bélico. Ficou no meio, Peseiro. Na ponte que vai dele para ele próprio.

E é pena porque ontem no Jamor já pudemos vislumbrar um bocadinho do excelente trabalho que está a fazer com a equipa do Porto.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Convocatória Euro-2016



Para começar tenho de dizer que há muitos anos que uma convocatória nacional não me satisfazia tanto.
As convocatórias de Paulo Bento eram uma aberração e Fernando Santos conseguiu trazer um novo ar a tudo isto.

Vemos hoje uma Selecção Nacional mais aberta ao talento e aos jovens portugueses. Vemos hoje uma convocatória mais justa e meritória.
Respira-se melhor na Selecção Nacional.

Neste Euro teremos uma Selecção de Portugal e não uma Selecção de protegidos do seleccionador.

A meu ver não é uma convocatória perfeita mas há uma evolução clara. É uma boa convocatória.

Ainda vejo aqui 4 nomes que já contava não ver na Selecção a esta altura. Falo do Eduardo, do Bruno Alves, do Quaresma e do Éder.

O Eduardo como vem para 3º guarda-redes não incomoda muito. O Éder é convocado para suprir uma necessidade táctica, para permitir uma alteração no desenho ofensivo caso o jogo assim o exija. Haveriam outros pontas de lança a considerar mas neste momento nenhum que se destaque particularmente. Ter Nani e Quaresma é algo que me custa aceitar. Tendo Nani considero que a outra vaga deveria ser ocupado por um extremo mais jovem e num momento de forma superior. A insistência no Bruno Alves é algo que não compreendo há já 6 anos e por isso agora já estou como que resignado.

Fiquei foi muito surpreendido com a chamada do Renato. Acho que ainda é muito cedo para ele. Num ano de estreia, num ano em que estamos muito bem servidos no meio-campo e num ano de Jogos Olímpicos, considero que não era ainda a hora do Renato na Selecção principal.

Nesta convocatória sinto falta de um médio mais ofensivo e criativo. A lesão do Bernardo Silva é um duro golpe.
Com Danilo e William presentes, provavelmente eu apostaria numa convocatória só com 3 centrais. Assim chamaria o Pizzi para o lugar do Bruno Alves.

É uma pena partirmos para este Europeu com as lesões do Bernardo, do Fábio Coentrão e do Tiago. Também há a do Danny mas essa desportivamente não me custa tanto.

Como benfiquista não gosto de ver o André Almeida e o Pizzi de fora.

Os sectores que mais me preocupam são as laterais. Nesta altura nem os convocados para a direita nem os convocados para a esquerda me dão grandes garantias.

Resumidamente,

Gostei da convocatória. Mudava algumas coisas, não me enche as medidas mas é uma boa convocatória que vem cortar com a decadência do passado.

O novo 4-4-2 do Fernando Santos e esta convocatória trazem-me um novo entusiasmo relativamente à selecção.

Patrício, Vieirinha, Pepe, Ricardo Carvalho, Eliseu, Danilo, Moutinho, João Mário, Rafa, Nani e Cristiano.

(Custa não colocar o André Gomes. Talvez pelo Nani libertando mais o Rafa e também o João Mário para o ataque.)

Entusiasmo, esperança e ansiedade para ver a equipa das quinas em acção.