sábado, 26 de novembro de 2016

Uma equipa de bom futebol



Não me parece que haja justiça nas críticas feitas à equipa nem necessidade de grandes mudanças no onze-base. Os últimos dois jogos mostraram-nos um Benfica a jogar bom futebol - com momentos de brilhantismo -, o que sugere competência no trabalho desenvolvido pela equipa técnica. Os 3 golos sofridos nasceram de erros individuais (Semedo, Lindelof, Salvio), não por desorganização colectiva. Há apenas que ir incorporando os dois jogadores que elevarão ainda mais o futebol da nossa equipa: Jonas e Rafa por Salvio e por um dos avançados e ir dando mais minutos a Zivkovic, Carrillo e Danilo. Estamos bem, fortes, a produzir golos e jogo bonito, com Lindelof, Fejsa e Pizzi do outro mundo. Rumo ao 36, Glorioso.



quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Ainda digerindo a azia…



Ontem não consegui ver a primeira parte. Lá ao longe no rádio ia ouvindo os gritos de golo do locutor. 0-3 ao intervalo e eu a caminho de casa.

“Porra devemos estar imperiais!”

Estava ansioso por chegar a casa e ver o nosso Benfica a brilhar ao mais alto nível.

Epa mas que merda…

Expectativas máximas e desilusão maior ainda. Comecei a ver o jogo aos 50 minutos e não é preciso descrever o que aconteceu. Aquela segunda parte é uma dolorosa memória que não adianta estar agora a avivar.

Foi mesmo muito mau.

O que resta do assunto é perguntar como é possível um super-Benfica acabar massacrado. Como é possível deixar aquele jogo empatar?

Há mérito dos turcos? Obviamente. Pelo que percebi o treinador do Besiktas soube ler o jogo, soube mexer no jogo e mudou o rumo de todos os acontecimentos ao fazer entrar o Tosic para a ala esquerda da equipa.

Mas o mérito do Besiktas nunca poderia ser suficiente para o Benfica sofrer o que sofreu naquela segunda parte.

A minha opinião é baseada no que vi ontem e não só.

Este Benfica é uma equipa de ataque. Mentalidade ofensiva e muita qualidade nos processos ofensivos. O que não nos falta é criatividade e imaginação.

Somos bons a atacar. Muito bons. Que o diga o Besiktas que levou 3 e podia ter levado mais (segundo li).

Contudo, e como foi ontem aqui referido neste espaço, há uma bipolaridade na nossa equipa.

Nos processos de uma equipa é o defensivo que tem mais mão do treinador.
Aqui mora o grande defeito do Rui Vitória.

O nosso processo defensivo é muito fraco. Temos uma equipa mal trabalhada defensivamente.
Quando apanhamos uma equipa com bons definidores no ataque, quando apanhamos um Besiktas, a coisa treme toda ali atrás.
O nosso processo defensivo depende todo ele da omnipresença do Fejsa. Cabe ao sérvio compensar todas as lacunas que temos no modo como encaramos o ataque adversário.

A ganhar 0-3 e com o jogo e qualificação no bolso tínhamos 3 abordagens possíveis:

- Continuar a fazer o nosso jogo, expondo-nos a contra-ataques e condicionando a posse de bola adversária.
- Recuar um pouco a linha ofensiva e dar mais bola ao adversário, não nos limitando a querer defender mas tentando controlar mais os espaços e tempos do jogo.
- Segurar o resultado com unhas e dentes. Foco na defesa, autocarro estacionado e todos os caminhos tapados.

Normalmente a segunda opção é a abordagem mais inteligente e matura de uma grande equipa. Foi a escolha do Rui Vitória, a escolha mais óbvia mas a pior escolha para a especificidade da nossa equipa.

Nesta abordagem arrefecemos o nosso ponto forte e expomos ao máximo o nosso ponto fraco. Com esta escolha damos espaço e liberdade para o adversário constantemente explorar a nossa ineficiente forma de defender.

Ficar ali no intermédio foi o que nos lixou.

Aquela segunda parte foi muito uma colisão entre a nosso filosofia de jogo – mentalidade de equipa grande que se recusa a jogar à equipa pequena – e a nossa necessidade.

Se não era para atacar teria de ser para defender com tudo. É este o contexto do nosso jogo em duelos mais exigentes.

Mas atenção. Não critico a opção do Rui Vitória. Eu não quero o Benfica com o autocarro na Turquia e adoro que o nosso treinador respeite a grandiosidade da nossa águia. Gosto de um Benfica com mentalidade de clube enorme.

Simplesmente constato que para a situação em análise talvez outra abordagem tivesse sido mais eficaz. Faço-o à posteriori.

No jogo de ontem só tenho uma critica para o nosso mister. Critico o Rui Vitória por ter permitido que o Salvio deixasse que o Semedo fosse atropelado toda a segunda parte.

3-3
8pts

Ganhar na Luz e ganhar o grupo. Não há outra conta a se fazer.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Palmarés de Ronaldo contra as equipas portuguesas



Contra o Sporting - 3 golos.
Contra o Porto - 1 golo.
Contra o Benfica - 0 golos, 1 manguito e a eliminação da fase de grupos da Champions.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Jorge Jesus



Uma maioria de benfiquistas descobriu há cerca de ano e meio que afinal é um homem que fala mal e que é cagão; uma maioria de sportinguistas descobriu há cerca de ano e meio que afinal é um homem que diz coisas engraçadas e que percebe de futebol.

Felizmente, há os outros. Há a minoria dos que sempre viram e falaram da personagem como ela é, independentemente do clube que representava. Tenho mais comunhão com estes. Mais respeito. Gosto mais de quem também vê o mal nos nossos, de quem também sabe ver o bem nos outros.

Estatísticas não estatísticas



MELHOR EM CAMPO  (Último jogo - 6-0 ao Marítimo na Luz)

Semedo


MELHOR EM CAMPO (Em todos os jogos)

Pizzi: 5
Grimaldo: 3
Fejsa: 3 
Rafa: 1
Horta: 1
Danilo: 1
Guedes: 1
Lindelof: 1
Semedo: 1


GOLOS 

Mitroglou: 6
Pizzi: 5
Salvio: 5
Cervi: 5
Lisandro: 3
Jiménez: 3
Guedes: 3
Grimaldo: 2
Jonas: 1
Carrillo: 1
Horta: 1
Semedo: 1
Danilo: 1
Luisão: 1


ASSISTÊNCIAS

Pizzi: 6
Grimaldo: 3
Salvio: 3
Guedes: 3
Semedo: 2
Cervi: 1
Almeida: 1
Eliseu: 1
Jiménez: 1
Horta: 1
Mitroglou: 1



POTENCIALIZADORES DO GOLO

Pizzi: 5
Salvio: 4
Guedes: 3
Mitroglou: 3
Luisão: 2
Cervi: 1
Jiménez: 1
Horta: 1
Zivkovic: 1
Fejsa: 1
Samaris: 1

terça-feira, 15 de novembro de 2016

O carneirismo


As voltas que as pessoas dão para defender o indefensável apenas por idolatrarem certas personagens já merecia um estudo mais aprofundado por parte dos especialistas. O carneirismo é o grande fenómeno social da Humanidade. 

Estimado Thomas Müller



"Estimado Thomas Müller, tu tens razão.

Jogos como o de sexta-feira à noite não têm qualquer significado.

Para ti...

Estimado Thomas, não precisas de deslocar-te quase de borla até San Marino, num fim-de-semana sem "Bundesliga", quando podias estar sentado no sofá com a tua maravilhosa esposa e na tua casa luxuosa, ou talvez, podias ter ido até a um evento organizado pelos teus patrocinadores e fazer uma presença que te valeria vários milhares de euros.

Permite-me dar-te dez boas razões pelas quais eu penso que o jogo entre San Marino e a Alemanha foi bastante útil, para que possas pensar nisso e depois dar-me a tua opinião...

1- Foi útil para mostrar-te, que até contra equipas tão fracas como a nossa, às vezes, não consegues marcar...

E não me venhas dizer que não ficaste chateado, quando o Simoncini não te deixou estar entre os marcadores.

2- Foi útil para dizer aos teus directores (e diz isso ao Rummenigge e ao Beckenbauer também) que o futebol não é vossa propriedade, mas sim dos que amam este jogo.

E quer queiras ou não, nós também amamos o futebol.

3- Foi útil para mostrar a centenas de jornalistas europeus, que ainda existem pessoas jovens seguindo os seus sonhos e não uma caderneta de cheques.

4- Foi muito útil para provar que vocês, os alemães, nunca vão mudar.

E que a história não vos ensinou que a presunção, nem sempre significa vitória.

5- Foi útil, porque 200 miúdos de San Marino puderam ver o jogo e ficaram motivados para escutar os seus treinadores, quando eles disserem para darem sempre o seu melhor e trabalharem no duro.

Talvez, um dia, depois de todos os seus sacrifícios, eles sejam recompensados e possam jogar contra uma selecção campeã mundial.

6- Foi bastante útil para a nossa Federação (e para a vossa também), que com os direitos televisivos angariaram dinheiro, para poder-te pagar pelo teu incómodo, para poder construir infraestruturas para os miúdos do teu país, para poder investir em academias de futebol, ou para tornar os estádios alemães mais seguros...

A nossa Federação, e vou-te contar um pequeno segredo, vai construir um campo de futebol numa pequena cidade isolada que se chama, Acquaviva.

Podias pagar o campo com alguns meses do teu salário, mas nós conseguimos o dinheiro para poder construir este estádio nessa cidade.

Não é algo mau, ou é?

7- Foi útil para um país tão grande, como um sector da vossa Allianz Arena, poder aparecer nos meios de comunicação social por uma boa razão, porque o futebol é sempre uma boa razão.

8- Foi útil para o teu jovem amigo Gnabry estrear-se e anotar um "hat-trick".

Agora, ele vai poder solicitar um novo contrato ao Werder Bremen e dobrar o seu salário.

9- Foi útil para aquelas pessoas de San Marino que estavam tristes por qualquer razão, que se lembraram que têm uma selecção nacional de futebol.

Pode acontecer-te, apesar de seres quase perfeito, que um dia vais perder alguém e vais acordar...

E isso vai chatear-te, não é verdade?

10- E, finalmente, foi útil para me deixar compreender que mesmo que tenhas o melhor equipamento da Adidas, bem lá no fundo, tu não passas de um daqueles fulanos que usa sandálias com meias brancas.

Com muito amor, Alan.".


sábado, 12 de novembro de 2016

1904 razões



Só a muita qualidade e - quantidade na qualidade - do plantel do Benfica (provavelmente, o melhor das últimas décadas) pode manter a equipa no topo da classificação com 5 pontos de vantagem sobre os dois principais rivais.

Claro que os 5 titulares fazem muita falta, claro que sentimos saudades de os ver em campo (que Deus Jonas regresse de barbalhão e fique de barbalhão até ao final da época), mas quem tem entrado tem conseguido representar com dignidade e talento o nosso clube. E isso é indiscutivelmente mérito de um treinador que, não sendo genial, tem valências diferentes que também contam para criar vitórias.

Imagine-se se o mesmo ocorresse a Porto e Sporting. Se tirarmos o equivalente no plantel dos rivais a Jardel, Grimaldo, Fejsa, Rafa e Jonas, o que sobra? Sem Marcano, Telles, Danilo, Jota e André Silva, que Porto seria? Sem Semedo, Marvin, William, Gelson e Ruiz, o Sporting só teria perdido 9 pontos?

As 24 jornadas que restam são suficientes para sabermos que estamos ainda muito longe do Tetra e Seis, mas com este plantel e o regresso esperado dos reforços de Dezembro são 1904 as razões para estarmos confiantes. Vivó Benfica!

terça-feira, 8 de novembro de 2016

O porquê de ser extraordinário o Capitão Pizzi


Minuto 92. O Benfica perde por 1-0 no Dragão, há mais dois minutos para jogar num jogo de grande importância. Herrera tenta ganhar a bola rematando contra um adversário mas a bola segue pela linha de fundo. Canto.

Com menos de 2 minutos para jogar, Pizzi não seguiu o plano habitual dos momentos de desespero. Não,  Pizzi não despachou uma bola para a área à espera que Nossa Senhora de Fátima aparecesse e a empurrasse para dentro da baliza do Porto.

Pizzi viu o golo antes dele acontecer, tal como André Horta, que veio pedir a bola e criar uma situação de 2x1 na ala - quão importante para uma equipa ter alguns jogadores com cérebros assim. Cérebros melhores, maiores, mais bonitos. Cérebros que resolvem jogos e ganham campeonatos. Cérebros que não se sujeitam aos lugares-comuns do futebol. Cérebros que pensam, cérebros que criam.

Com o toque para Horta, Pizzi conseguiu desmembrar a inicial organização defensiva do Porto. Obrigou-a a ajustar-se, favorecendo um cruzamento mais difícil de defender porque mais próximo da área e mais certeiro. Depois Horta faz simulaçāo que vai devolver para tirar o portista da jogada e cruzar. O maravilhoso pé de Horta, ouvindo a voz dos maravilhosos cérebros de Horta e Pizzi, fez o que havia a fazer: bola-satélite para a cabeça de Lisandro. Golo.

Os jogadores que fazem a diferença neste lindo jogo que nos apaixona, muitas vezes aqueles que são desprezados porque o que fazem não é tão facilmente compreendido, são jogadores que fascinam pela forma como aproximam sempre, em cada gesto, a equipa do golo. Jogadores que não fazem o óbvio - "Cruza, pá, só temos um minuto, que merda de passezinho para o Horta é esse?" - jogadores que sabem que no primeiro ou no último minuto de jogo há uma forma de chegar mais facilmente ao golo: usando o cérebro.

E depois agarram-se à camisola, beijam o símbolo, gritam para a bancada azul: "Isto é o Benfica!" com a braçadeira de capitão no braço. Glorioso Capitão Pizzi.

 http://www.vsports.pt/vod/32989/m/262881/vsports/76a04eb8edd9742413a2a74e1854e889

domingo, 6 de novembro de 2016

Águia Vitória



É importante perceber que até agora a equipa com o Vitória não tem conseguido impor-se nos jogos com os rivais (por várias razões que podemos depois discutir nos comentários). São 6 jogos - 5 derrotas e 1 vitória. Destas 5 derrotas, 1 foi imerecida - a do jogo com o Porto na Luz, em que produzimos o suficiente não só para ganhar mas para golear. Por outro lado, a única vitória em 6 jogos foi com o Sporting em Alvalade, num  jogo em que o adversário nos foi superior.

Acho que está na altura de Vitória afirmar-se também nos jogos grandes. Apesar das lesões,  acredito que esse dia chegou. Um 0-1 para o Benfica com golo de Pizzi de fora da área aos 92 minutos. Abre as asas e voa, Águia Vitória.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Rui Miguel Tovar, o Ontem vi-te no Estádio da Luz do Sporting

"confirmo, sim. como não alinho neste revisionismo [passar de 18 para 22 títulos], abdico do meu nome na 2ª edição do almanaque"