segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Necessidades Exibicionais do Benfica de Lage

Boavista 1-4 Benfica
Benfica 3-0 Zenit
Benfica 4-0 Famalicão

O que têm estes jogos em comum entre si e de tão divergente relativamente a praticamente todas as outras 23 vitórias da época?

A exibição da equipa.

Porto 3-2 Benfica

Famalicão 1-1 Benfica
Benfica 0-1 Braga
Shakhtar 2-1 Benfica

O que têm estes jogos em comum com praticamente todas as outras 23 vitórias da época?

A exibição da equipa.

Aquelas três vitórias consecutivas de Dezembro fizeram-nos acreditar que Bruno Lage finalmente tinha estabilizado uma equipa, uma filosofia e uma rotina de treino. Finalmente parecia que o individual estava a ser optimamente explorado pelo colectivo. Foram excelentes exibições a culminar – naturalmente – em excelente resultados.


Até aí íamos jogando pouco apesar de vencendo quase sempre. A partir daí voltámos a jogar pouco, apesar de vencermos quase sempre – pelo menos até Fevereiro.

Não terá Bruno Lage percebido o que se fez bem naquelas 3 vitórias  consecutivas de Dezembro? Terá o treinador caído na esparrela da teoria que “em equipa que ganha não se mexe”? Os facilitismos do campeonato português iludiram tanto Bruno Lage como aos jogadores?

Pelo discurso parece já ter percebido que há um problema no processo defensivo da equipa. Mas quanto mais tempo necessita para o treinar e melhorar? A ideia passa por meter mais jogadores a defender? É assim que Bruno Lage quer compensar o fraco processo defensivo? É colocando os médios e extremos com maior preocupação defensiva?

Uma coisa é certa. Quanta mais tempo passamos a defender, menos tempo passamos a atacar. Quanto mais os jogadores se preocupam com o momento defensivo, mais cansados chegam ao momento de definição. Quanto mais recuados jogamos, mais demoramos e mais nos cansamos para chegar à baliza adversária.

Haverá assim tanta incapacidade de trabalhar defensivamente que torne necessária a aniquilação da nossa qualidade ofensiva? Em prol de um processo defensivo falido temos perdido criatividade e dinamitas ofensivas. Em prol de uma compensação defensiva estamos cada vez mais previsíveis no ataque. Menos jogadores, menos linhas de passe, menos apoios, menos movimentos e mais e mais profundidade e bolas pelo ar.

Estamos numa fase critica da época. Fora da Champions e com meio pé fora da Liga Europa logo na primeira eliminatória. Ficámos fora da Final-4 da Taça da Liga. Estamos no Jamor apesar de pouco termos feito para isso nas meias-finais com o Famalicão. E de sete pontos de vantagem, estamos agora com três pontos de desvantagem (sim com menos um jogo).

Próximos jogos:

Gil Vicente – Benfica
Benfica – Shakhtar
Benfica – Moreirense
Setúbal – Benfica
Benfica – Tondela

São cinco jogos para cinco vitórias. Apuramento na Europa e quatro vitórias no campeonato para aí depois se voltarem a fazer contas.

Começando já hoje com o Gil em Barcelos.

Mas estas 5 vitórias consecutivas não vão cair do céu. Não é o não ter medo de ganhar ou o que raio for que vai elevar o futebol da equipa.


É começar a jogar mais já hoje. Sem teorias de pragmatismo. Bola no pé, assumir jogo, subir linhas e desfrutar do futebol.

Ganhar a jogar bem é um excelente lançamento para os próximos jogos e restante época.

Ganhar a jogar mal é um adiar do problema.



1 comentário:

VC disse...

Uma excelente sintese, para mim, quase perfeita do "estado" do futebol do Lage que por obra do acaso, infelizmente, também é do Benfica. O Lage que se deixe de "merdas" e ponha a aquipa a jogar futebol.