Jesus inventou e o Benfica... goleou. Desta vez, não contente com a entrada de 3 (!) jogadores que quase nada tinham jogado no campeonato, ainda achou que devia deixar o Airton entregue a si próprio, dando as alas do meio-campo a Salvio e Gaitán.
Correu bem. Correu bem mas podia ter corrido mal e a primeira parte não deu 2 ou 3 golos da Naval porque os seus jogadores falharam na finalização e por causa de duas bolas aos postes. Mas as oportunidades estiveram lá, as transições defensivas deficientes do Benfica estiveram lá, a pouca agressividade colectiva esteve lá, a incapacidade de entender a forma como a equipa defende de Gaitán esteve lá, estiveram lá todos os erros que vimos detectando num meio-campo pouco capaz de suster as transições ofensivas dos adversários, o que já não é novidade tendo em conta a pouca apetência dos jogadores que Jesus escolhe para entrarem no quarteto de meio-campo (principalmente os das alas).
Se Salvio mostra de jogo para jogo a qualidade que tem, tanto nos movimentos ofensivos como na compreensão do que deve fazer quando a equipa perde a bola, Gaitán faz desesperar qualquer adepto quando a bola não está em sua posse; se está, é de facto um talento nato, capaz de desequilibrar com criatividade e técnica apuradas; se não está, desiste do jogo, deixa o lateral sozinho, vem a passo, observa de longe o processo colectivo defensivo da equipa como se fosse o treinador, como se não tivesse de participar nessa coisa chata a que chamam... defender.
Se Jesus acha que com esta goleada deve continuar a apostar num meio-campo totalmente desequilibrado, estamos bem fodidos, estamos.
nada te agrada ricardo...nem as goleadas
ResponderEliminarLuís, agradam-me algumas coisas, desagradam-me outras. Não é por uma equipa golear que isso significa que tudo vai bem em termos colectivos - como não é por uma equipa perder ou empatar que tudo está mal.
ResponderEliminarEu vi o jogo, vi coisas no jogo que me desagradaram (a ti, não?), vim aqui ao blogue, escrevi o que não me desagradou e fundamentei a minha opinião. Tu vieste, escreveste uma espécie de crítica mas não fundamentaste nada, criticaste só, sem qualquer substância.
O resultadismo nunca foi solução. Se ficares a achar que por goleares uma equipa vais continuar a golear ou a ter só resultados positivos, estarás perto de já na próxima jornada sofreres uma desilusão. E, se calhar, nessa altura serás mais crítico do que eu serei.
Analisa o jogo. Vê o bom e o mau. E, se puderes, quando cá vieres comentar, dá-me mais qualquer coisa do que uma frase crítica sem conteúdo.
Não sofremos golos da Naval porque foi ao poste/o guarda-redes defendeu/o avançado chutou ao lado. Se bem me lembro da primeira parte do Porto-Benfica, o Porto marcou de cada vez que rematou. Às vezes os adversários têm sorte, às vezes não. A Naval podia ter saído para o intervalo a ganhar; sim, era possível. Mas o Benfica no dragão também podia ter ido para o intervalo a ganhar. Em termos de jogadas ofensivas, estas duas primeiras partes foram muito equilibradas. Porque é que quando o Benfica perde só olhamos para o mau resultado e quando o Benfica ganha só olhamos para a caga que tivemos?
ResponderEliminarDito isto, eu concordo com a crónica. Só não concordo com o tom negativista. Acho que temos de ser lúcidos e críticos, mas acho injusto, por exemplo, cascar na defesa e não dizer que Roberto fez um belo jogo, ou cascar no meio campo e não dizer que o Aimar fez uma primeira-parte maravilhosa. O seu a seu dono.
Viva o Benfica!
"O resultadismo nunca foi solução"
ResponderEliminarnem no tempo do trapattoni??
Xavier,
ResponderEliminar"Mas o Benfica no dragão também podia ter ido para o intervalo a ganhar. Em termos de jogadas ofensivas, estas duas primeiras partes foram muito equilibradas"
Tu viste o jogo? Eh pá, é que nem a primeira parte foi equilibrada nem o Benfica podia ter ido para o intervalo a ganhar. Quer dizer, poder, podia, como eu posso ganhar o euromilhões.
"Porque é que quando o Benfica perde só olhamos para o mau resultado e quando o Benfica ganha só olhamos para a caga que tivemos?"
O que fiz foi analisar o jogo do ponto de vista de alguns erros que na, NA MINHA OPINIÃO, aconteceram. Claro que posso elogiar muita coisa no jogo do Benfica mas faz-me mais sentido, tendo como referencial o futebol praticado na época passada e os mecanismos que tínhamos bem rotinados, questionar a razão de alguns deles terem desaparecido. É uma forma de ver as coisas.
Quanto ao resto, aceito os conselhos sobre que temas devo abordar mas se me permitires vou escrever sobre o que me apetecer. Por exemplo, tenho evitado nos últimos tempos falar no Roberto e nos erros que continua a cometer (não contra a Naval, jogo em que esteve bem).
E... viva o Benfica!
Luís, falo em "resultadismo" como forma de extrapolar de um resultado positivo para uma análise acrítica e consciente de que tudo está bem; não como uma atitude cínica perante o jogo.
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