quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Adoro o doce sabor dos golos logo pelo final de tarde...

Cheirou-vos ao ano passado? A mim também. Podemos considerar oficial: a equipa voltou aos níveis de intensidade do ano passado. Quando assim é, muito dificilmente se pode não perder contra o melhor futebol praticado em Portugal. Veloz, desconcertante, mudando constantemente de flanco desequilbrando a estrutura adversária, letal. Só não é igual num aspecto do jogo: as bolas perdidas. São muitas e em zonas perigosas. Aparecem mais agora porque os jogadores estão mais confiantes e arriscam mais do que no início de época mas é um ponto a ser revisto rapidamente. Contra outro tipo de equipa, mais evoluída técnica e tacticamente, perder tantas bolas em zonas cruciais do campo poderá ser fatídico.

Júlio César - Bem. Sem trabalho, praticamente. Tem, no entanto, de soltar a bola mais rapidamente. Isto não é o Belenenses.
Amorim - Grande, enorme jogo. Este rapaz, venha de lesão ou esteja a jogar constantemente, é um pêndulo. Jogue a médio direito, médio esquerdo, pivot, lateral, é sempre a mesma bitola. É daqueles para fazer carreira no clube. Repito: gostava de vê-lo a pivot defensivo.
Luisão - Patrão. Controla a sua área como quer e nos últimos tempos tem procurado subir mais no terreno, para dar opções no processo de construção. Indiscutível.
David Luiz - Voltou a exceder-se na forma como aparece na frente e procura os desequilíbrios ofensivos. Regra geral, quando o faz, cria desequilíbrios, sim, mas na própria equipa. No resto, no que faz bem, esteve excelente. Terá sido o seu último jogo de águia ao peito?
Coentrão - Podemos respirar de alívio. O de Caxinas está de volta. Que jogador monstruoso. Sobe, desce, aparece em zonas de finalização, logo a seguir está junto à defesa a cortar uma bola. Quem me (nos) dera que este ficasse por cá por muitos anos...
Airton - Bom aproveitamento da oportunidade. É muito forte onde Javi é fraco: na qualidade na posse e critério no passe. Tem de melhorar ainda a forma como se posiciona - por vezes parece esquecer-se de que joga sozinho naquela zona e descai sobre um lado. A médio prazo, se continuar a evoluir, tirará o lugar a Javi.
Salvio - Um jogo de intermitências. No cômputo geral, esteve bem, voluntarioso, aguerrido, procurando a profundidade umas vezes, outras iniciando a construção pelo meio. Mas perdeu algumas bolas. No resto, mais um golo marcado e esteve na jogada do último.
Martins - Depois da fraca prestação em Leiria, mais do mesmo. Um número incrível de perdas de bola, displicência total em campo, pouca intensidade e capacidade para aparecer em zonas mais avançadas a desequilibrar. Fê-lo uma vez: deu golo. Este Martins sem ânimo é desolador.
Gaitan - Era fogacho. Após uma belíssima exibição, ontem teve provavelmente uma das 3 piores desde que chegou ao Benfica. Defensivamente vem crescendo, e ontem até esteve bem nesse particular, ofensivamente foi, salvo raras excepções, uma nulidade: péssimas decisões, perdas de bola, cruzamentos mal tirados, egoísmo, sobranceria. Cada vez mais dá ideia que Gaitan é psicologicamente débil.
Saviola - Duas assistências e um golo. Nos últimos 7 jogos, marcou 8 golos. Mas Saviola é mais do que os números mostram. Muito mais. O melhor jogador do campeonato.
Cardozo - Mais dois golos. Qual deles o mais fabuloso? Leva 87 com a camisola do Benfica vestida. Tenho a certeza absoluta de que este ano chega aos 100.

Aimar - Foi bom ter jogado para ganhar ritmo, depois da lesão. Mas ainda está longe do Aimar que conhecemos.
Kardec - Procura movimentar-se, cabeceia bem e é só, por enquanto. Ainda não está feito jogador.
Maxi Pereira - Entrou para o lado esquerdo e não fez grande coisa. Melhor: fez. Um penalty totalmente estúpido. Às vezes tem estas paragens cerebrais.

3 comentários:

  1. Um misto das qualidades do Airton e do Javi, seria o trinco perfeito. Mas acho que o Javi neste momento dá mais segurança à equipa.

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  2. Sem dúvida, Éter, penso o mesmo. A curto prazo, tem de ser o Javi ou o... Amorim. Mas este Airton tem mais talento que o espanhol. Se vai conseguir potenciar o que tem, só saberemos se for jogando mais.

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  3. Num Benfica perfeito Amorim seria o trinco perfeito. Já jogou nessa posição a época passada contra a Académica do "mourinho de pechisbeque" e (mais uma vez...)cumpriu a missão.
    Pode ser uma frase feita mas não encontro melhor: é o jogador que todo o treinador gosta de ter. Lateral direito (para mim uma agradável surpresa), médio (esquerdo e direito), "trinco", e no belenenses penso que jogou algumas vezes a 10.

    Tanta polivalência pode explicar, contudo, a sua dificuldade em cimentar um lugar no onze.

    Certo é que neste Benfica Garcia/Airton têm lugar cativo naquela posição.
    Para além das inegáveis garantias defensivas ambos possuem um forte jogo aéreo, vital para o quinto "mandamento" / momento do jogo para J.J.: as bolas paradas.

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Vai ao Estádio, larga a internet.