O mundo, apesar de todos os apesares, é um lugar que tem um certo equilíbrio. Quando dá de um lado, tira do outro e são raras as vezes, embora elas existam nem que seja para corroborar a regra, em que dá tudo ou tudo tira. Diamantino Miranda - "Diamante" para os mais sensíveis ao culto da temática poética no futebol - é disso exemplo claro. Jogador virtuoso, capaz de empolgar as plateias com uma técnica miúda e imprevisível - foi isto que o Mundo lhe deu. E não foi pouco generoso, o Mundo.
Só que, a dada altura, específica e exactamente no segundo em que viu o árbitro apitar para o final do seu último jogo, Diamantino Miranda caiu na falácia tão típica dos que perdem o rumo à existência: abrutalhou-se. Se, dentro de campo, "Diamante" demonstrava à saciedade o paradigma do jogador neuronal, palavra que acabei de inventar mas que parece fazer todo o sentido (pelo menos para os ingleses), já fora dele, embrutecido e estupidificado, Miranda não tem feito outra coisa, comentando jogos ou dando entrevistas, que não seja presentear-nos gratuitamente com a sua estupidez desarmante.
Sejamos visuais e pragmáticos (ou, à Rui Oliveira e Costa, paradigmáticos): isto que aqui lemos é Diamantino fora do campo; já isto, por outro lado, é Miranda de chuteiras. Notam alguma diferença?
São tantos os factores de vantagem que o Benfica tem para o jogo de hoje que alguns iluminados sentem-se na obrigação de tornar o dérbi mais apetitoso. O que é compreensível, todos nós gostamos destes jogos. Que esses alvos da luz eterna sejam do Benfica já é assunto do foro psiquiátrico - o que, se virmos bem as coisas, não deixa de constituir algo que tem sido natural neste Clube à força de não ganhar muitas vezes: a soberba, a megalomania, o disparate, a bazófia, a falta de humildade, o não saber ser melhor. Um pouco de calma, meus caros, mais trabalho e menos conversa. Joga-se lá dentro, com remates em Belgrado, não se joga com palavreados imbecis que só moralizam o adversário e amolecem os nossos. O que o Diamante diz pode, claro, acontecer (em futebol há pouca coisa que não possa acontecer), como pode - espantem-se as virgens! - acontecer precisamente o contrário. O que convém, se queremos ser Benfica de uma vez por todas e não o benfiquinha dos últimos 15 anos (excepção aos dois últimos), é não perder a memória e sobretudo, num momento em que podemos, de facto, esmagar o adversário, não vir dizer aos moribundos para que se levantem e comecem a andar. É que nem Jesus cometeu tamanho opróbrio.
Gosto dessa do jogador neuronal
ResponderEliminarEu queria 'revelar' o teu comportamento neste post em que 'explicastes' claramente o que é e o que não é neuronal. Acho que 'fostes' exemplar.
ResponderEliminarTerminando a fase 'paradigmática' à ROC acho que devemos mesmo esmagar ehehehe
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAbsolutamente de acordo! Tenho um vizinho jornalista e lagarto que me disse o mesmo ontem. Que nós tínhamos uma oportunidade histórica de vingar o 7-1. Respondi-lhe neste registo. Logo vou lá estar, mas apreensivo, desde logo porque não vou para o meu lugar - obviamente, no 3º piso, entre o pov, vou para o piso 1 e vou com um grupo grande que inclui 2 lagartos, não obstante um deles ser a minha mulher...não gosto nada de confusões nestas alturas...,mas enfim. FORÇA BENFICA - E PLURIBUS UNUM
ResponderEliminarAbraço
Grande jogador foi o Diamantino (não digas Miranda, que também o tivemos e era claramente inferior). Muito provavelmente se não é a sua lesão tínhamos ganho a final contra o PSV. Era claramente o jogador mais desiquilibrador daquele Benfca e tem uma lesão grave no jogo anterior do Campeonato (se não estou em erro foi contra o Guimarães na Luz).
ResponderEliminar