A loucura do futebol: se há uns anos me tivessem prometido uma meia-final europeia contra o Braga eu exultaria e saía de faixa "Reservado" na mão para meter no Marquês. Hoje, literalmente hoje, é uma eliminatória que me deixa, embora confiante nas qualidades que a nossa equipa tem, apreensivo.
Por aquilo que se passou na semana passada - a que me escusei de dar palavras por dois motivos simples: daqui para a frente deixarei de ver provas em que participem simultaneamente o Porto e os árbitros portugueses, porque é extremamente estúpido persistir na ilusão de que há isenção em Portugal, chateando-me com isso, quando há livros para ler, viagens a fazer e pessoas com quem passar noites de Verão; porque Jesus segue dando provas de que, além de ser mau do ponto de vista motivacional nos momentos cruciais, teima e volta a teimar nas suas ideias sem aprender com os erros -, pela qualidade da equipa do Braga e pelas várias lesões que atacaram o plantel num momento fundamental da época. Uma, duas poderiam até ser, como defendi há uma semana, interessantes do ponto de vista estratégico; cinco já não, cinco é aniquilar muitas hipóteses a uma equipa que já tinha levado a foice e não procurado soluções em Janeiro, por decisões muito pouco compreensíveis por parte de quem dirige os destinos do clube.
No entanto, e como não podia deixar de ser, lá estarei com o meu cachecol e o meu benfiquismo demencial na esperança de que, contra as adversidades, a equipa reaja com alma e capacidade de transcendência. Numa palavra: com mística.
Mas confesso que é sempre mau sinal quando, olhando para os recursos que temos (e podíamos ter, se as opções tivessem sido mais inteligentes), as primeiras palavras que me vêm à boca quando penso no jogo de amanhã são "alma", "mística", "superação" em vez de "inteligência", "qualidade no trabalho", "humildade", "sacrifício", "estratégia". Preferia ter a confiança nas últimas, admito. Não sendo possível, que venha então o Cosme Damião do 100º anel dar uma perninha aos jogadores e algum cérebro ao Jorge da Reboleira.
Que Deusébio nos ajude, irmao.
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