Olho o calendário dos próximos meses e apetece-me gritar de dor. Ou de medo? Se calhar medo. Mas a um benfiquista - dizem os entendidos - é proibido ter medo. Preocupação, talvez, alguma hesitação, provavelmente também algum receio. Medo é que não. Então prefiro a dor, sinto dor e apetece-me gritá-la. Teremos nós meios, físicos, psicológicos, estratégicos para enfrentar os jogos que aí vêm? Temo que não, tenho esperança que sim.
É quando me deparo com estes dilemas que mais me solidarizo com a profissão de treinador de futebol. Claro, opções e tácticas, soluções milagrosas, mezinhas, verdades universais todos temos. Só que nós não respondemos pelas nossas ideias - atiramos larachas ao vento e esperamos que elas sejam cumpridas: se resultarem, cá estaremos, todos orgulhosos, para afirmar a frase profunda: "eu não disse?"; se não resultarem, como não somos responsáveis por nada, a razão há-de ser outra que não a nossa incompetência. O treinador é que sofre. Deve ser por isso que ganha mais num mês do que muitos de nós uma vida inteira. Só pode ser por isso.
E agora as prioridades. Temos final da Taça da Liga, temos quartos-de-final da Champions, temos luta pelo Campeonato até ao fim. O que é que interessa mais? Melhor: por onde começarmos a batalha? Retiremos da equação a Taça da Liga, que é só um jogo e contra um adversário que nos permite alguma confiança, embora moderada.
Ponhamos os olhos nas outras duas competições: uma ou outra? Aqui o coração amolece sobre um relógio. Todos sabemos as ínfimas possibilidades que temos de chegar a Munique, no entanto dentro de nós uma luz que vem de um ângulo desconhecido ilumina-nos a vontade e a esperança e a loucura. Sim, é pouco provável mas o que fazer deste sonho que temos nos braços? Apagá-lo com um letal gesto no pescoço ou deixá-lo crescer com o tempo? Por mim, que enlouqueço na saudade de ver o Benfica numa final europeia, nunca se despreza uma competição como a Champions. Faça-se um esforço extra, um ultra-sacrifício mental e físico, encontrem-se forças no interior dos corações esforçados, mas vamos, vamos em frente. Só podemos ir em frente. O que diz a História do Benfica é demasiado profundo para que desistamos de uma prova em que somos ainda, e com 20 anos de terror e mágoa, uma das grandes forças europeias. Negar isto, negar o passado, negarmo-nos como clube é desaparecermos. Só há uma via possível: querer chegar às meias-finais. E depois logo pensaremos no assunto.
E o Campeonato, como fica? Fica como sempre esteve e que está no sangue dos que nos representam: é para ganhar. Com avanços e recuos (como dói termos desaproveitado os pontos que hoje nos poderiam deixar soltos e livres para a Champions), medos, temores, hesitações e dúvidas. Com pontos ganhos, outros perdidos, mágoas, esperanças, alegrias, tristezas e muita fome. Temos fome de Marquês. Fome de festa, de apocalipse lunático, temos fome, muita fome, de Benfica.
7 jogos. É isto que temos: 7 jogos. Ganhá-los todos e sermos campeões. Olhando os rivais que connosco lutam pelo troféu, restam poucas dúvidas: se ganharmos os 7 jogos que faltam, seremos campeões. Mas o Benfica será capaz de tal feito? Duvido. Quero, claro, quero muito, espero que sim, tenho esperança, sonho com isso, mas sei (sei?) que, aqui ou ali, perderemos pontos. Só espero que não seja nos próximos 3 jogos. Porque se os ganharmos - Olhanense, Braga e Sporting -, chegaremos a uma fase do calendário que nos será quase definitivamente favorável: jogos mais acessíveis e os rivais com jogos entre eles e contra a gazela do quinto lugar, o Sporting, esse grande cada vez menos grande mas que pode resolver o título pelo lado em que geralmente o resolve: não ganhando absolutamente nada com isso.
7 jogos. Hoje há um. Vençam, mesmo jogando mal. Já não peço nada mais do que isto: vençam. O resto deixem connosco. Lá estaremos para vos brindar com o nosso apoio. E sem poupanças nem hesitações nem temores nem dúvidas. O Chelsea fica para depois. Hoje é dia de assar a carne toda.
Acho que vamos perder pontos nesta serie de jogos.(olhao, luz, alvalade)
ResponderEliminarMeu amigo,
ResponderEliminarTambém eu quero muito o Marquês, também eu quero muito a glória europeia...compete a nós sermos a alma porque é isso mesmo"...deixem connosco"!
Abraço
Pedro
Como eu te compreendo. A Champions também é sempre um sonho para mim. Basta estarmos lá para que eu tenha uma pontinha de fé na glória suprema, independentemente do adversário. Acredito que passamos o Chelsea, temos equipa para isso, mas se não o fizermos não virá mal ao mundo. Agora, não ganhar o campeonato ao fcp do Vitó é que seria qualquer coisa de humilhante.
ResponderEliminarPrimeiro temos de consolidar a nossa posição no campeonato. Temos de ser campeões. E temos de sê-lo com regularidade. Quando o fizermos, as grandes noites europeias voltarão para nós como um bom filho que regressa a casa.
Dificil, mas não impossivel.
ResponderEliminarSão os feitos dificeis que ficam na história dos grandes clubes.
Hoje é a primeira final, e espero que ganhemos para passar á proxima!!
Discurso de merd@ e medroso.
ResponderEliminarOs jogos são para jogar um a um e ganhá-los todos ...
Que se fod@m os adversários ...
Somos a águia que no céu vai voar
Alto, mais alto, ninguém nos vai parar
Somos a glória a raça e o querer
Benfica vencer vencer
Ricardo,é isso... o importante é ganharmos hoje, num jogo que vai ser muito difícil. Pode ser um excelente tónico. E quando se ganha as pernas pesam menos. Abraço.
ResponderEliminarNão deixei de sorrir com este texto.
ResponderEliminarAcreditemos!
jogo a jogo...
ResponderEliminareles, jogadores e técnicos e tal têm de ganhar, nós adeptos, temos de apoiar e apreciar o momento, clubes grandes são assim, várias frentes ao mesmo tempo...
haja cerveja da boa....
Ricardo, começa bem...
ResponderEliminarAté pró ano.
ResponderEliminarCansados, sem ideias e encapelados.
ResponderEliminarContinuamos sem aprender e colocamo-nos sempre a jeito
Foda-se pá onde é que vocês encontram estas fotos?
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