Como um verdadeiro sportinguista, o Jesus prefere o Porto ao Benfica. E, tal qual o clube do seu coração, apesar de se dizerem honrados e diferentes, não lhes importa absolutamente nada beneficiarem, directa ou indirectamente, das manobras de corrupção se desse apoio advierem vitórias. É uma ideologia muito particular, esta, mas que colhe frutos na especial instituição leonina. Jesus, como adepto da mesma, limita-se a seguir a cartilha.
O Benfica para Jesus foi uma oportunidade de ouro, deu-lhe relevo, mostrou-o ao mundo, potenciou-lhe o talento e, chegado ao sucesso, ampliou-lhe os defeitos. Após a conquista do título 2009/2010 pareceu sempre que, entre opções tácticas, a Jesus interessavam outros assuntos, devidamente patrocinado pela Direcção que o apoiava: ganhar dinheiro com compras de jogadores, aposta absurda em atletas sem qualidade para jogar no Benfica (mas que, valorizando-se, acabavam mais uma vez a deixar os patacos na conta do mister).
E mesmo na vertente táctica e abordagem ao jogo, a partir do segundo ano foi óbvia a cultura do "não há nada a perder": jogos e jogos, muitos deles fundamentais, em que Jesus inventava numa perspectiva de ou ganhar tudo ou perder tudo, sem que tivesse a noção (ou a vontade) de que podia apenas perder pouco ou ganhar algo, mesmo que não tudo. Várias derrotas ocorreram nestes dois anos que, se tivesse havido lucidez por parte de Jesus, teriam sido, na pior das hipóteses, empates. Juntemo-los todos e, mesmo com as idiossincrasias próprias de um futebol regido por um Papa peidoso, fariam do Benfica neste momento tri-campeão.
Jesus teve mérito no primeiro ano, um mérito indiscutível e que será relembrado, sobretudo pela qualidade de jogo, dinâmica ofensiva e capacidade de gerar golos que aquela equipa tinha. Mas, bem vistas as coisas à lupa do tempo, detectamos nesse ano elementos que, ao longo das restantes duas épocas, já lá estavam e que foram encobertos pelo desfecho do campeonato mas que já existiam de forma evidente. Pergunto-me se sem Ramires não teríamos tido a mesma táctica assombrosa do 4132, com dois alas bem abertos com que Jesus nos brindou nestes últimos dois anos. Obrigado, Ramires.
E é até quase poético se nos relembrarmos como a equipa veio, em 2009/2010, de uma atitude temerária, corajosa, lancinante, demolidora do início da época até ao Benfica do medo, da incompetência, do trauma, da dúvida desse final de temporada - basta relembrar o jogo do Dragão em que, numa oportunidade histórica para sermos campeões no terreno do inimigo, acabámos vergados a um 3-1, com os dois golos da vantagem portista a serem marcados com o Porto a jogar em inferioridade numérica. Um ano mais tarde, os portistas não perderiam a oportunidade de selar o feito contrário, numa época que ficou marcada pela conversão definitiva de Jesus ao caos, teimosia, prepotência, originando das épocas mais humilhantes a que tive, tivemos, de assistir, especialmente na Luz.
De relembrar também que, findo o 2009/2010, cheio de si e campeão nacional, homem louvado por todos, tendo atingido o cume maior do futebol português no maior clube do futebol português, o sportinguista Jorge Jesus não pareceu propriamente satisfeito. Algo estava mal. E logo tratou de avisar a navegação: ou aumentam-me o ordenado de forma choruda e me deixam mandar no futebol do Benfica ou vou para o Porto!, numa atitude que já na altura revelava tanto o homem que é como o sportinguista que nunca deixou de ser. Vieira fez-lhe a vontade (como não? acima de tudo, a política) e Jesus, devidamente apoiado numa Direcção que de tanto saber perder nunca teve competência para saber ganhar, anunciou os planos futuros: muito dificilmente não seríamos campeões e a Champions podia esperar pelo gigante adormecido.
Faltam palavras para descrever tudo isto, tudo de um amadorismo sem paralelo, desde a Direcção incompetente que nada sabe de futebol, gestão de expectativas, humildade, lucidez, história do Benfica, passando por um louco treinador que, tendo talento, sobrevaloriza as suas capacidades e atinge a megalomania com o aval da primeira, acabando nos adeptos que, tendo passado 15 anos de terror, acreditam piamente no primeiro profeta que lhes ganhe alguma coisa. Perdeu-se exigência, critério, honra, benfiquismo. Ganhou-se uma geração (e aqui nada da palavra remete para idades) de falhados mentais, adeptos que desconhecem (ou esqueceram) o que é o Benfica, o que ele significa como clube vitorioso - nunca acomodado a títulos esporádicos, mas sedento de mais e mais e mais títulos após a primeira vitória - e como clube virtuoso - sustentado não na arrogância ou na falta de valores mas no contrário: humildade, trabalho, decência, critério, disciplina, mística, espírito sempre vencedor mas lúcido e atento ao abismo da confiança absurda e desmedida.
Jesus tem acordo com o Porto? Não me espanta, sempre foi o seu objectivo final. Para Jesus, tal como para muitos dos jogadores que hoje passam pelo nosso clube, o Benfica foi uma ponte aérea, do qual ele se usou para mostrar capacidade e depois, com o beneplácito de Vieira, o deixar cair, fazendo o que bem entendeu, comprando quem quis, metendo a jogar épocas inteiras (Roberto e Emerson, lembram-vos alguma coisa?) quem nunca podia ter jogado e fazendo do Benfica - acompanhado, claro, pelo Rei - o seu principado de todas as artes circenses, em que os bobos dos adeptos serviam para animar a corte e baixar a cabeça em gesto subserviente.
Chegámos a tal rídiculo registo que muitos bobos não querem ver o Príncipe Jesus ir para outras paragens, não vá conquistar guerras contra nós, mesmo que, se se mantiver junto de nós, tenha uma possibilidade ínfima de voltar a vencer seja o que for. Chegámos a isto: estamos mais preocupados com o que pode Jesus fazer no Porto do que empenhados em saber o que ele não pode fazer no Benfica. E Jesus, com Vieira atrelado, nada pode fazer no Benfica. Porque tem demasiados poderes, porque lhe permitem que estrague o talento que tem em decisões que nunca deveria ter tido.
Tenha Jesus um açaime e gente que o controle - o Porto é obviamente o clube ideal para tais proezas, não fosse ter um historial de domadores de cães, conselheiros matrimoniais de árbitros, guarda pretoriana entregue a ofensas e violências a jornalistas, claques dispostas a partir carros e cabeças de treinadores armados em independentes e toda uma maralha de gente sem escrúpulos que pulula pelos vários órgãos de soberania deste país, futebolístico e não só, alguns devida e inequivocamente patrociandos pelo nosso grande líder - e Jesus demonstrará, no campo em que é bom, e só nele, toda a sua qualidade. Mas isso é problema do Porto e de Jesus, não é problema do Benfica. Embora alguns, muitos, bobos continuem a viver no medo e no terror - o mesmo medo e terror que têm feito dos clássicos jogos em que o Benfica raramente disponibiliza orgãos sexuais para a clássica cópula. Resultado: é enrabado.
Estes bobos deviam antes perguntar-se por que razão um treinador competente não consegue obter sucesso num clube como o nosso, com jogadores como os que temos, com massa adepta como a nossa contra um incompetente treinador que, à custa das nossas baboseiras, vai ser campeão.
Meus caros: Vítor Pereira será campeão. Assimilaram esta ideia devidamente ou só em parte? Descontem os árbitros e os penáltis e aquilo que todos conhecemos e ainda assim terão de usar o cérebro para encontrar a raiz dos nossos males. O Benfica pede-vos que o usem, de uma vez por todas. Pensem, reflictam, tirem uns dias, analisem declarações de dirigentes e técnicos, passem uma lupa pelos últimos dez anos. Não se envergonhem de terem estado errados, não se culpem por terem andado a insultar outros benfiquistas só porque eles vos diziam as coisas que iam acontecer e que agora vocês sabem estar certas, não se mutilem por terem andado submissos a uma ideia de benfiquinha - todos erramos, todos somos injustos, todos nos submetemos um dia a uma ideia ou a alguém. Mas pensem. E debatam. E fundamentem as vossas conclusões. E oiçam as dos outros. E conheçam o Benfica. E acrescentem algo vosso a uma opinião contrária. E vão aos jogos. E puxem pelo Benfica. E amem o Benfica. Não este ou aquele, amem o Benfica.
Amanhã poderá ser melhor. Só depende de nós. Porque o Benfica estará a jogar quando formos a enterrar ou quando as nossas cinzas esvoaçarem sobre um rochedo com vista para o mar. Sobreviver-nos-á e aos nossos filhos, netos e seres e planetas que nem sequer imaginamos. O Benfica jogará na Lua, um dia destes. E outro século depois, criará adeptos em galáxias distantes que ainda nem sequer foram inventadas. E acham que alguém se lembrará de Jesus e Vieira?
Foi uma notícia para fazer o meio aparecer no mapa. Quem anda atento, e não se esconde em fontes, percebe que se o Jesus sair do Benfica, na próxima época está a treinar o FCPorto. É uma aposta de pouco risco. Vai ser enquadrado numa estrutura forte, coisa que não teve no Benfica, embora o presidente faça bandeira do contrário em entrevistas.
ResponderEliminarE sobre estas, é curioso verificar que estão confirmadas as suspeitas. Foi (mais) uma casca de banana. No início do ano, a equipa da RTP começou a entrevista a LFV insistindo nas perguntas sobre a continuidade de Jesus como treinador do Benfica. Com isto, ficam para lapidar algumas afirmações:
"Tem mais um ano de contrato e de certeza que vai continuar".
"Conhecendo o Jorge Jesus, penso que é difícil ele mudar de clube".
"Conheço-o perfeitamente e acho que ele está apaixonado pelo projecto do Benfica".
Concordo Ricardo - bom texto... quanto a comissões já ouvi uma história antiga não confirmada de amizade com empresários / representantes de jogadores - uma conversa de rua sem importância... o futebol transformou-se numa enorme carrossel de dinheiro, onde os gananciosos se podem movimentar com ligeireza (sejam eles quem forem)... não deixa de ser engraçado que nós valorizamos a valorização de jogadores... não seria mais interessante uma gestão criteriosa e sábia com o objetivo d eganhar e não de comprar e vender jogadores? Não será o nosso objectivo maior a alegria da vitória a paixão pelo clube e pelo jogo?????
ResponderEliminarDias da Cunha falava do seu Sporting em termos de entreposto - é o que é o nosso Benfica hoje, não é um clube de futebol - mas isto já vem de há muitissimo tempo a esta parte!!!!!
Esta cena do Gil avalisar uma letra do Leiria é uma cena muito estranha... nós nem imaginamos o que se passa no futebol e provavelmente ainda bem senão o futebol já tinha morrido mesmo... mas eles precisam de nós, dos 99%, para alimentar a sua sede e fome... na politica, no futebol, na religião... onde quisermos!
Por isso peço para o Benfica homens dignos e com dinheiro suficiente para se limitarem a querer ganhar e a tratarem-se com respeito uns aos outros! E principalmente a tratarem com respeito os 99% - todos nós benfiquistas adeptos e sócios!
Abraço.
Boas,
ResponderEliminarNão gostei muito do tom contundente de grande parte do post, mas apreciei, sobremaneira, o apelo à atitude reflexiva da parte final. Deixa-me então refletir.
Verdade seja dita que, em condições normais, LFV nunca dispôs das características indispensáveis, sequer, para se candidatar à presidência do Benfica. No entanto, num contexto completamente excêntrico, o caminho abriu-se-lhe e ele soube aproveitar, mesmo que muitos Benfiquistas, onde me incluo, o vissem como uma solução de transição. Esse mesmo contexto, para além da presidência, viria a garantir-lhe uma importante almofada para os erros que ia cometendo, essencialmente na gestão desportiva.
Nesta vertente desportiva sempre foram por demais evidentes as carências de LFV, apenas mitigadas pela passagem de Veiga pelo Futebol do Benfica. LFV pura e simplesmente não tem aptidão para, desportivamente, colocar o clube no topo e entre a elite europeia.
Já na vertente da organização empresarial a coisa é diametralmente oposta. Bem sei que o Ricardo faz fé no trabalho, que tem méritos, “Reerguer o Benfica”, do Bcool. No entanto, aquando da sua publicação tentei chamar a atenção para a inadequação de uma análise contabilística à capacidade financeira do Benfica. Não vou levar este comentário para o infinito, mas tenho que dizer que, nesta área, muito dificilmente o Benfica cresceria mais rapidamente do que cresceu. Volto a dizer que, na Money League da Deloitte, se o Benfica tivesse acesso a um contrato televisivo de valores medianos a nível europeu estaria entre os 15 clubes com maior capacidade de geração de receitas. E isto, caro Ricardo, é que é fundamental para colocar o clube na elite, não direi que bem mais que os títulos circunstanciais, mas antes que jamais se poderá negligenciar. Outra coisa bem diferente é o destino dessas receitas, mas ter capacidade para as gerar é, só por si, essencial.
Tudo somado, não quer dizer que seja apoiante de LFV. Para mim continua a ser a solução de transição que sempre foi. A mim, o que me preocupa é “atirar-se fora o bebé, junto com a água suja do banho”. Ou seja, apareça alternativa que prove preocupação com esta vertente e sugira competência para o seu desenvolvimento, conjugada com as restantes características que permitem uma candidatura à presidência do Benfica, e terá o meu apoio.
E até já me atravessei: Luís Nazaré + Rui Costa + Leonor Pinhão + “hand man” para o sub mundo…
Cumprimentos
Excelente Texto Ricardo ,a mt tempo que ñ encontrava um texto com tanto conteúdo Na blogosfera como este teu ,Tens muita razão no que dizes ,como este teu PARABENS E VIVA O BENFICA
ResponderEliminarFalaram no Luis nazaré, já ouvi esse tipo em questões de politica económica... óhhhhhhhh MEU DEUS, ESSE GAJO É UMA NULIDADE!!!!! Com todo o respeito! É a minha opinião!
ResponderEliminarÉ tão crápula o JJ. Para além de, só agora, quando a época está irremediavelmente perdida, é que põe a estrutura que devia ter sido a base desta época, com os melhores, está calado e a olhar para o chão o jogo todo e só aparece quando já estamos em vantagem.
ResponderEliminarGrandessíssimo cabrão. Boa viagem palhaço.
O que vale é que ele é um visionário e não perde a oportunidade de tirar o médio defensivo e pôr um avançado.
ResponderEliminarTava fácil demais.
Só vou escrever isto, o Jesus tira o Matic do meio campo e no lugar dele mete o Saviola, logo a seguir sofremos o golo do empate do Rio Ave. Sou abutre eu?! devo ser..
ResponderEliminarMuito burro sou eu de pensar que alguma vez poderíamos ser campeões neste campeonato de miséria. Com a flagrante incompetência da direcção e com a notória filha da putice do nosso técnico, mais as roubalheiras constantes só mesmo um burro como eu pode julgar que seríamos campeões.
ResponderEliminarNão mais.
Ricardo e se tiveres amigos no meio, saberás perfeitamente de outras comissões.. As chamadas dizimas.. 10% de ordenados brutos todos os meses.. Pergunta ao Weldon
ResponderEliminarao ver esse pequeno grande benfiquista a chorar fiquei ainda mais revoltado e indignado com toda a estrutura dirigente do benfica (desde o presidente, aos treinadores e a alguns jogadores) por não defender convenientemente o nosso glorioso clube desses cobardolas e corruptos jornalistas,desses ladrões e mafiosos arbitros, desses vigaristas e usurpadores da liga, da fpf e da olivedesportos.
ResponderEliminara juntar a todos estes vigaristas ainda albergamos no nosso clube gente comandada por esses mesmos corruptos, ladrões, vigaristas como hoje se provou. hoje fiquei sem duvidas o JJ anda a ser comandado por esses vermes desde que renovou o actual contrato, há dois anos. o gajo fala sempre nos momentos decisivos e ainda hoje a ganhar tira um trinco e mete um avançado. qual era a sua intenção? perder pois está claro. no final do jogo ainda não satisfeito pela entrega do titulo diz que os corruptos tiveram merito na conquista do campeonato e nada fala sobre o escandaloso roubo de dois penaltys, de amarelos só para o benfica, de dois ou tres foras de jogos mal tirados na primeita parte (um deles estava 2 ou 3 metros atras do defesa do rio ave.). o gajo está, ao serviço dos corruptos dentro do benfica. que vá para lá de vez. rua jj. hoje caiu-te a mascara de vez.
para o presidente uma palavra: o senhor não tem vergonha em ver uma criança a chorar pela derrota do nosso clube e o senhor a apoiar esses corruptos, vigaristas, ladrões que são responsáveis pela podridão do futebol corrupto portugues?
faça-nos um favor demita-se e dedique-se de vez ao seus proveitosos negocios com o salvador, com o presidente do atletico de madrid, do granada, do varzim, do betis, do leiria, etc
Ó Moleculas, desculpa lá, uma nulidade?!?!!!
ResponderEliminarUm profissional que até os correios pôs a dar lucro?!?!!
Quanto a discursos de política económica, sendo verdade que no atual contexto valem o que valem, pedia-te que me viesses dizer onde estão as falhas do raciocínio que ele desenvolve. Veja-se, por exemplo, que o senhor, sendo militante do PS, perante a assinatura do TroicaMemo, disse de imediato que o acordo era desadequado para o país, incumprível e que nova assistência seria inevitável. De imediato.
Cumprimentos
@Bicadas,
ResponderEliminarFazes-me lembrar os trabalhadores à porta de uma empresa encerrada a dizerem que não entendem pois havia encomendas e tinham muito trabalho.
Se a exploração continuar cronicamente negativa, pouco importa a capacidade de criação de receitas.
Só podes perder dinheiro enquanto houver por perder e até já os bancos deixam cair empresas onde estão enterrados em maus empréstimos.
Hoje em dia, as receitas estão quase todas dadas de penhor para garantia de empréstimos - contrato televisivo, patrocínios da pt, sagres, adidas, receitas de bilheteira e até % de alguns passes de jogadores.
Criticas-me por analisar as contas de uma perspectiva contabilistica e de as amortizações não corresponderem à realidade, gostava de saber como contabilizas os custos de jogadores como Yebda, Makukula, Jorge Ribeiro, que já saíram sem que a alienação dos passes gerasse receitas superiores à sua aquisição e que nesse âmbito tens vários que irão inevitavelmente sair sem recuperarmos o investimento - Sidnei, Eder Luis, etc. etc.
Que defendes tu ? Que não existam amortizações e que os custos sejam suportados totalmente no momento de saída ? E o estádio e o centro de estágio ? Que valor têm, para além dos direitos de superfície ?
Quem os compra por aquilo que são se o Benfica os tiver que vender ?
Mas não, o que interessa é gerar receitas ... Continua amigo, não vejas que esta política de gestão de recursos humanos é totalmente suicidária e impeditiva de sucesso a longo prazo e apenas serve quem ganha com as comissões do entreposto.
Já agora, qual foi a principal razão dos correios passarem a ter lucro ? Eu sei, pois conheço pessoas que lá trabalham e me disseram quais foram as mudanças operadas, mas gostava que partilhasses connosco.
ResponderEliminarSeja:
ResponderEliminarVendas/Rendimentos: 10M
Pessoal: 5M
FSE: 3M
Outros gastos Oper.: 2M
EBITDA: 0
Amortizações: 5M
EBIT: -5M
R. Financeiros: -4M
RAI: -9
RLE: -9
Operational Cash Flow: 5M
Flow to Equity: 1M
A questão das receitas é muito simples:
Se eu tiver receitas de 100M posso ter exfluxos de 100M sem alterar a posição patrimonial, ou seja posso gastar, desejavelmente em bons jogadores e treinadores. Também represento muito menos risco para financiadores. Tenho capacidade de investimento e com bons projetos posso crescer.
Com receitas de 50M já não chego a ter metade da capacidade de investimento, essencialmente porque o meu risco operacional será muito mais elevado.
Caro Bcool, com todos os defeitos da direção de LFV, que são muitos, que são sérios e que são graves, a verdade é que nesta área os seus resultados são pouco menos que impressionantes – pura e simplesmente não dizem respeito a uma liga como a portuguesa. Isto é um mérito. Se me vieres dizer que ele mete o dinheiro ao bolso, não sei, não posso refutar porque simplesmente não sei, agora que este crescimento é meritório, não tenho dúvidas.
Se queres pôr em causa o LN… bem, no caso dos correios vais arruinar a tua perspetiva contabilística. Mas eu não “faço questão”. Sei que o senhor é do mais competente que há por aí, mas se queres que te diga, o que lá temos agora, DSO, até deve ser melhor (pois, mas tem esse grande defeito de, alegadamente (digo alegadamente apenas porque não sei de facto) ser lagarto). No entanto sugeria-te que, antes de lançares críticas ao LN olhasses para a lista dos dirigentes dos clubes dos últimos, vá lá, 20 anos.
Mas já agora, como eu disse, já me atravessei. Apoio LN + RC + LP. Isto não é questão de somenos. Eu queria é que se aventassem mais hipóteses de qualidade, porque isso ajuda a afastar alternativas, digamos, menos desejáveis.
Peço-te que não fiques encrespado, até porque, digo-o com toda a sinceridade, penso que posts como o “Reerguer o Benfica” são fundamentais.
Cumprimentos
Desculpa. Com a pressa e com a mania de simplificar fiz asneira no exemplo que te mandei.
ResponderEliminarSeja então:
Vendas/Rendimentos: 10M
Pessoal: 3M
FSE: 1M
Outros gastos Oper.: 1M
EBITDA: 5M
Amortizações: 5M
EBIT: 0M
R. Financeiros: -4M
RAI: -4
RLE: -4
Operational Cash Flow: 5M
Flow to Equity: 1M
Aproveito para referir que a hipótese que entretanto vi lançada, Carlos Daniel, me merece o maior respeito... assim se saiba acompanhar.
Cumprimentos
O problema é que não se gasta só 30 % das receitas com pessoal, gasta-se 50 % e mais 20 % com os FSE. E as receitas estão muito dependentes da participação com êxito na champions (passagem da fase de grupos), ou seja, existe uma volatilidade nas receitas que podem implicar uma quebra de 10 a 20 % e dificilmente consegues mexer nos custos para acomodar essa quebra.
ResponderEliminarMais, com a criação das equibas B, está aberta a desculpa para as despesas com pessoal ainda aumentarem mais.
Em termos de geração de receitas, tiro o chapéu ao Vieira, embora continue a pensar que a política de pricing devia ser alterada para termos assistências médias na casa dos 55.000 em vez dos 40.000 espectadores que actualmente temos.
Quando falas em contratos televisivos dificilmente podes comparar o mercado português com qualquer um das ligas principais, além de que os direitos dessas ligas estão comercializados para todo o mundo ao contrário dos dieitos da liga portuguesa onde há casos pontuais.
Os próprios prémios da champions, além da componente desportiva, têm a componente do mercado alvo, pelo que mesmo que o Benfica ganhasse a Liga dos Campeões nunca seria o que receberia mais.
Sem haver a potenciação da liga portuguesa (e não é com equipas a entrar com 8 em campo que isso se consegue) e da marca Benfica dificilmente se conseguem grandes proventos dos mercados internacionais.
Com isto quero dizer que em termos de gestão quando se compara um contrato de direitos televisivos de 7,5 milhões com 22, não faz sentido rejeitá-lo.
Porém e visto que quem oferece esse contrato é um dos pilares do sistema que distorce a verdade desportiva, provavelmente fará sentido a ruptura, numa óptica de médio/longo prazo.
O que a médio/longo prazo não faz sentido é ter gastos com o pessoal tão elevados, nomeadamente ter cerca de 70 atletas sobre contrato, dos quais 30 ou 35 não têm, não tiveram, nem nunca terão qualidade para envergar a camisola do Benfica, pelo que é um puro desperdício de recursos os valores pagos pelos passes bem como os valores pagos pelos salários, pois mesmo os passes acabam por se traduzirem apenas em custos.
Este é o meu ponto essencial, sem haver uma correcta gestão de recursos humanos, que passa pela formação, pelo aproveitamento da mesma, pela detecção e pelo investimento em jogadores não medíocres/medianos, pelo investimento não apenas jovens promessas para vender, mas também em jogadores como o Aimar e o Saviola que vieram acrescentar objectivamente qualidade ao plantel existente, por muito dinheiro que se gere, ele acaba por ser mal-barato.
Mais, com a dificuldade de acesso ao financiamento que existe, não faz sentido empatar dinheiro em jogadores que não terão retorno nem desportivo nem financeiro.
Quanto ao Luis Nazaré e os Correios, passou pela organização, racionalização de estações e pessoal diminuindo significativamente o seu número.
ResponderEliminarMas mais importante que os CEO's das organizações, são mais relevantes as equipas de gestão que operacionalizam a visão do CEO.
E no Benfica, além de um Presidente cuja visão estratégica não é a da liderança desportiva, a equipa de gestão tem elementos muito válidos e elementos muito perniciosos, não só pela sua muito duvidosa fidelidade como também pela sua incompetência.
Por isso, seria muito importante uma mudança de liderança e uma limpeza, não geral, mas cirúrgica da equipa de gestão (treinador principal incluído).
Bom, vejo que, afinal, no essencial, estamos de acordo.
ResponderEliminarVenha de lá então essa alternativa. Isso é que é essencial e quanto antes.
Cumprimentos