A imprensa espanhola dá como certa
a contratação de Salvio pelo Benfica para as próximas 5 temporadas. Sou um
grande apreciador das qualidades do rapaz, que fez um óptimo trabalho aquando
da sua passagem-relâmpago pelo nosso clube, mas tenho alguma dificuldade em
encaixar esta aquisição por uma série de motivos. Não vou enumerá-los porque
isso dá muito trabalho e azo a acusações de mau benfiquismo. Aquilo que eu
queria mesmo era saber a douta opinião dos nossos ilustres leitores a respeito deste ainda-hipotético-mas-quase-certo
negócio.
“O Manchester United anda novamente louco por Gaitán!”; “Não, não. É a
mãe do Enzo que está outra vez com os pés para a cova”; “ Afinal o Ola John vai
regressar à Holanda só porque o Javi lhe chamou preto de merda”; “Não percebes nada disto. Está-se mesmo a ver
que o Salvio vai ser adaptado à lateral-direita e assim temos suplente para o Maxi”.
Aceito
todo o tipo de explicações, desde as que resultam da aplicação do método científico
até àquelas que as cartas de tarot e os búzios vos tenham ditado. Teorias baseadas em leituras nas estrelas também são
válidas e se estiverem mesmo à rasquinha podem simplesmente dizer “porque sim”. Mas
opinem.
A opção por emprestarNélson Oliveira ao Corunha, ao contrário do que possa parecer, é uma excelente medida por parte do Benfica. É certo que dói ver sistematicamente os jogadores portugueses formados no clube emprestados ou dispensados, sem terem verdadeiras oportunidades na equipa principal, mas esse é um problema estrutural e ideológico; no entanto, no caso específico de Oliveira, acaba por ser uma opção acertada.
O jogador, apesar da evolução positiva que teve o ano passado, ainda não está desenvolvido para ser o avançado titular do Benfica. Com a concorrência forte que teria, acabaria relegado para a Taça da Liga e a uns minutos, em fim de jogo, no Campeonato Nacional, o que seria manifestamente pouco, tendo em conta a necessidade que tem de evoluir e atingir o patamar mais elevado do seu potencial.
Na Corunha, acredito que Oliveira possa atingi-lo, jogando consecutivamente. Bem enquadrado num projecto de Primeira Liga Espanhola e numa equipa com vários portugueses, o caminho de sucesso só dependerá dele. E daqui a um ano poderá regressar mais jogador e com mais hábitos colectivos, o que - convenhamos - ainda não é nem tem.
Com esta saída, abre-se uma porta para o avançado mais talentoso do Benfica, depois de Saviola: Rodrigo Mora. Espera-se que esta época não se atire ouro para o lixo, mais uma vez.
O Sérgio Simões - comentador anónimo que apareceu hoje pela primeira vez neste blogue - insurgiu-se contra a ausência de post sobre o jogo de ontem. Diz o Sérgio que neste tasco há uma linha editorial muito perversa: se o Benfica ganha, posts sobre outros assuntos; se perde, posts a malhar. É a opinião do Sérgio Simões - da qual discordamos mas que tomámos a sério e a levámos até este post.
Sendo assim, direi que fiquei muito preocupado com o jogo de ontem. Mas como, se vencemos por 5-2 ao colosso Real Madrid, santo Aimar? Coisas de mau benfiquista, muito provavelmente. É que há mundo para além de uma vitória sobre uns putos jeitosos mas ainda imberbes.
De qualquer forma, e porque queremos que o Sérgio Simões se converta ao nosso péssimo benfiquismo, fica a caixa de comentários aberta para a discussão sobre o jogo de ontem. E, se quiserem fazer perguntas aqui aos escribas, também estamos todos ávidos de responder. Nunca é de mais um exercício de abutrismo ao melhor nível.
Como eu sonhei
Só
Se eu fosse o Rei
Para tirar efeito igual
Ao jogador
Qual
Compositor
Para aplicar uma firula exata
Que pintor
Para emplacar em que pinacoteca, nega
Pintura mais fundamental
Que um chute a gol
Com precisão
De flecha e folha seca
Parafusar algum joão
Na lateral
Não
Quando é fatal
Para avisar a finta enfim
Quando não é
Sim
No contrapé
Para avançar na vaga geometria
O corredor
Na paralela do impossível, minha nega
No sentimento diagonal
Do homem-gol
Rasgando o chão
E costurando a linha
Parábola do homem comum
Roçando o céu
Um
Senhor chapéu
Para delírio das gerais
No coliseu
Mas
Que rei sou eu
Para anular a natural catimba
Do cantor
Paralisando esta canção capenga, nega
Para captar o visual
De um chute a gol
E a emoção
Da idéia quando ginga
(Para Mané para Didi para Mané Mané para Didi para Mané para
Didi para
Pagão para Pelé e Canhoteiro)
A pedido de várias famílias e amigos aqui do estaminé, fica o vídeo do programa "Sacanas sem Lei", no qual participei. Foi uma experiência bonita, agradável, benfiquista. Peço desculpa aos mais sensíveis pelas imagens chocantes de uma lontra de t-shirt azul fingindo ser um adepto do Benfica.
Há histórias e estórias. Esta podia ser daquelas contadas às crianças, muito devagarinho, voz em sussurro, os olhos molengões, quase caídos para dentro do corpo e perdidos num remoinho de sonhos e pesadelos, imagens e sítios perturbantes. No fim, a criança dorme. Não veio mal ao mundo, estamos todos em sossego.
Podia começar mais cedo, esta história que é estória. Mas decido iniciar o conto no dia 10 de Junho de 2010. O país fervilhava com a alegria ensandecida dos benfiquistas, ninguém queria saber do trabalho, da esposa, do marido, das obrigações. Era só Benfica e mar e praia e outra vez Benfica. Nesses tempos, o que dizia o nosso Presidente era apenas ruído de fundo, mais fraquinho que as ondas que se formam lá longe, na linha do horizonte. Havia música no coração dos benfiquistas, os dias eram poemas, flores brotavam de copos de imperial - tudo era paraíso.
No entanto, Vieira, sempre compenetrado no seu ofício, tratava de assuntos. Muitos assuntos, tantos assuntos, eeeeeh assuntos que nunca mais acabavam. Um deles a venda de Di Maria ao Real Madrid, que tratava como deve ser tratado um negócio que deve favorecer os interesses do clube: com frontalidade, honestidade, sem merdas. E dizia-nos isto:
«Não há nenhum jovem envolvido em nenhuma transferência, há uma cláusula de rescisão que é para ser cumprida. Até ser cumprida, Di María será jogador do Sport Lisboa e Benfica»
E foi assim que a 29 de Junho de 2010 o Benfica anunciou no seu site oficial a estória corroborada pelo seu Presidente:
«A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, em cumprimento do disposto no artigo 248.º do Código dos Valores Mobiliários, vem informar que chegou a acordo com o Real Madrid C.F. para a alienação a título definitivo dos direitos económicos e desportivos do atleta Angel Di Maria pelo montante de 25.000.000 de euros, estando igualmente previstos 5.000.000 de euros indexados à utilização do jogador e 6.000.000 de euros relativos a prémios de performance desportiva.»
Sem jovens envolvidos, apenas e só pelo valor da cláusula. Não sejam mesquinhos, uns milhões a menos, outros a mais, Alípios para aqui, Rodrigos para ali, o que importa é que o conto seja bem interpretado. E a criança durma.
Mas recuemos uns dias, até 26 de Maio de 2010. O que dizia este fabuloso contista, um verdadeiro Pirandello dos tempos modernos, sobre outro jogador, desta vez David Luiz?
«David Luiz
é um jogador de referência do actual plantel do Benfica e só sai se
pagarem a cláusula de rescisão. De outra forma, continuará connosco e
ficaremos felizes se tal acontecer»
E, de facto, continuou. Até ser vendido a meio da época e, com isso, ter deixado a equipa desguarnecida até final da mesma, acabando por perder tudo, como é aliás regra quase geral desde que o contista chegou de malas cheias ao Benfica. Mas terá ido pelos 50 milhões da cláusula de rescisão?
«A Sport Lisboa e Benfica - Futebol, SAD, em cumprimento do disposto no artigo 248º do Código dos Valores Mobiliários, informa que chegou a acordo com o Chelsea Football Club Limited, da Premier League, para a alienação a título definitivo dos direitos económicos e desportivos do atleta David Luiz Moreira Marinho, pelo montante de € 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de euros).
Mais se informa que o referido acordo prevê ainda a cedência a título definitivo da totalidade dos direitos económicos e desportivos do atleta internacional Nemanja Matic.
O Conselho de Administração
31 de Janeiro de 2011.»
Aaaaaah quase. 25 mais Matic. Não sejamos, no entanto, unhas de fome. Matic valia 25 milhões de euros.
A criança continua a dormir. Leiamos, quase-quase a desligarmos a luz, um pouco mais desta fábula. Agora vem Coentrão, em cima de um arco-íris, mas não se pense que será fácil ao jovem português sair assim, com facilidade, do Benfica - menos do que os 30 milhões de euros da cláusula é que nem pensar! Os jornais, a 26 de Maio de 2011, já avisam:
«Luís Filipe Vieira, inflexível, promete dar luta aos pretendentes do lateral-esquerdo. Recusa-se a incluir jogadores para baixar valor do passe, apenas dinheiro. É difícil, mas presidente encarnado ainda sonha com permanência do lateral.»
«Lembra-me um sonho lindo, quase acabado, lembra-me um céu aberto, outro fechado». A criança dorme, sonha muito e lembra-se do Ramires e do Simão e de tantos outros cogumelos mágicos.
Mas... e Witsel e Witsel? O que tem a dizer o nosso Presidente da possível saída de Witsel?
«Os clubes sabem qual é a cláusula. Se pagaram, nada poderemos fazer.
Estamos muito felizes com Witsel e não pensamos em vendê-lo».
Coerente, sem dúvida.
«Estala-me a veia em sangue
estrangulada,
estoira num peito um grito,
à desfilada»
(a criança dorme, ainda)
«Canta rouxinol canta
não me dês penas,
cresce girassol cresce
entre açucenas»
(há um movimento imperceptível por debaixo dos lençóis)
«Afaga-me o corpo todo
se te pertenço,
rasga-me o vento ardendo
em fumos de incenso»
Eis que é chegado o momento de glória suprema deste blogue. De uma coisa estamos certos: a partir daqui será sempre a descer. O Ricardo, esse espécime de mau-benfiquismo, é um dos convidados do programa de hoje à noite “Sacanas sem Lei” especialmente dedicado ao benfiquismo romântico. O outro convidado é Medeiros Ferreira e a entrevista será conduzida pela Leonor Pinhão. O programa vai para o ar às 23h no Canal Q (não é bem a Odivelas TV, mas foi o que se arranjou).
Tudo o que é normal para os outros é um obstáculo para Pedro Isidro
O atleta soube na segunda-feira que vai estar em Londres, onde irá representar Portugal na prova dos 50km marcha. Ele será o primeiro português portador de deficiência cognitiva a competir em Jogos Olímpicos.
A maior parte dos atletas que vão estar em Londres precisaram "apenas" de obter o mínimo olímpico na sua respectiva modalidade para garantir um lugar na elite mundial e representar o seu país em mais uns Jogos Olímpicos. Mas não foi esse o caso de Pedro Isidro. Para este marchador, que só ontem viu confirmada a sua presença na competição, o passaporte para Londres obrigou a um esforço redobrado.
Pedro Isidro, nascido a 17 de Julho de 1985, na Azambuja, herdou deficiências cognitivas que o levam a ter grandes dificuldades em manter a atenção e em matéria de memorização, com tudo que isso implica na gestão do quotidiano. Problemas que se avolumam por causa de grandes dificuldades de expressão.
Ana Oliveira, coordenadora do atletismo do Benfica, clube que o atleta representa a nível federado, salienta as dificuldades acrescidas que Pedro Isidro teve que superar para conseguir tornar-se um atleta olímpico. "Trata-se de uma enorme recompensa para um atleta que trabalha imenso e com total dedicação", afirmou. "Tudo o que é normal para os outros gera para ele acrescidas dificuldades. A marcação de reuniões, encontros, horas de treino e outros tarefas rotineiras semelhantes tornam-se muito mais difíceis para ele e temos de o fazer recorrendo acrescidamente ao pai ou ao seu técnico, Luís Dias. Tudo é mais difícil, mas consegue-se, e o factor da enorme força de vontade que ele empresta a toda a sua carreira é neste particular decisivo", sublinhou.
Pedro Isidro iniciou-se na marcha em 2003 e o ano de 2008 foi aquele em que atingiu resultados de valia internacional. Estreou-se na Taça do Mundo em Cheboksari (Rússia), estabelecendo um recorde pessoal de 1h25m22s que ainda se mantém vigente e que o coloca como oitavo melhor português de sempre. Acabou então em 50.º lugar nesse certame e voltaria dois anos mais tarde à Taça do Mundo, desta vez em Chihuahua (México), onde subiu de posição, com um 29.º lugar com 1h27m55s.
Os anos a partir de 2008 significaram, no entanto, alguma estagnação nos 20km marcha e o passo mais importante foi dado por Pedro Isidro e pelo seu técnico com a abordagem aos 50km marcha, a mais longa das provas olímpicas, desde o ano passado. O benfiquista participou nos campeonatos nacionais disputados na Batalha, a 19 de Fevereiro, e acabou em segundo com um tempo de 4h10m45s.
A terceira presença na Taça do Mundo, este ano realizada de novo na Rússia, em Saransk, mostrou-se decisiva para o atleta. Terminou os 50km a 13 de Maio em 27.º lugar com 3h58m00s, um recorde pessoal e que o torna o nono português de todos os tempos. Esta marca não era mínimo A federativo (pedia-se 3h56m) para ir a Londres e João Vieira já tinha esse mínimo principal, pelo que Pedro Isidro ficava de fora. Mas a reconsideração da sua situação (e a de Luís Feiteira, na maratona) face aos mínimos menos exigentes da Federação Internacional abriu-lhe as portas olímpicas e fará companhia a João Vieira nos 50km marcha.
O sucesso de Pedro Isidro foi devidamente sublinhado pela APD-Amadora, organização filiada na ANDDI (Associação Nacional do Desporto para Deficiência Intelectual) e à qual o marchador está ligado. "Pedro Isidro consegue o enorme feito de ser o primeiro atleta com deficiência intelectual, a nível mundial, a qualificar-se para uns Jogos Olímpicos. Tratou-se de uma feito a todos os níveis assinalável e uma enorme conquista de integração", refere a associação em comunicado.
Tal como Pedro Isidro, também Luís Feiteira que, ao contrário do seu colega, já tinha integrado uma comitiva olímpica (Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, nos 1500m), será um olímpico português de última hora. Alinhará ao lado de Rui Pedro Silva na maratona.
Os raros casos de atletas com deficiência
A APD - Amadora refere em comunicado que Pedro Isidro será o primeiro atleta a nível mundial a estar presente, com deficiência intelectual, em Jogos Olímpicos. E são, de facto, escassos os dados referentes a atletas que tenham situações semelhantes.
De atletas portadores de deficiências cognitivas ou intelectuais o caso mais notável foi o do corredor de 400m barreiras da União Soviética Vyacheslav Skomorokhov que, em 1969, se tornou campeão europeu - além de recordista nacional com 49,17s -, sendo surdo e mudo de nascença.
No caso de atletas com deficiência física, alguns têm conseguido a sua participação em grandes provas internacionais.
Oscar Pistorius, o blade runner sul-africano, é o caso mais conhecido e este quatrocentista amputado abaixo dos joelhos em tenra idade conseguiu a qualificação para os próximos Jogos Olímpicos já depois de ter estado em acção nos Mundiais de Daegu do ano passado.
Já antes a norte-americana Marla Runyan, uma excelente especialista de 5000m, tinha estado presente nessa prova nos Mundiais de Edmonton em 2001 e nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, curiosamente nos dois eventos eliminada em nono lugar nas eliminatórias. Runyan tinha um deficiência visual superior a 70%.
Também deficiência visual em grande escala tem o sprinter irlandês Jason Smyth, que participou nos Mundiais de Daegu de 2011 e nos recentes Europeus de Helsínquia - tendo ficado em sétimo nas meias finais dos 100m -, e até ao fim lutou por uma qualificação olímpica para Londres.
«Não, eu não fico fodido por termos perdido com um jogo de pré-época.
Claro que é preferível ganhar sempre, ainda para mais,contra uns
begueiros que nos roubaram o 3º caneco dos campeões, e que resultou na
1ª memória que tenho de verter lágrimas a sério (sim veloso, foi por tua
causa). Mas não fico fodido com isso. Fico fodido, e a sério, porque em
dois jogos de preparação com menos de 24horas de intervalo, jogarmos
com os mesmos centrais, o mesmo GR, o mesmo médio defensivo e o mesmo
Maxi (já ganhou direito a uma posição própria).
Fico fodido porque não
há ninguém que consiga justificar isto, como uma vantagem. Desvantagens?
Muitas, a começar pela falta de rotinas de quem não joga, e que depois
vai precisar de entrar à força, pela falta de confiança dada a quem não
joga, e pela mensagem de falta de confiança passada aos colegas que
jogam sobre que não joga, etc!!
Fico fodido por o único gajo que é
defesa esquerdo fazer meia parte em dois jogos. Porque do que vi, não é
nenhuma bomba (óbvio), mas foi quem melhor jogou naquela posição. Tudo
bem, como jogou pouco, não teve tanto tempo para fazer merda! Mas ainda
assim não me parece mau de todo. O que vejo aqui, é o chamado padrão
"Capdevila". Não me parece que tenha sido jesus a pedir luisinho, logo a
consequência está à vista. Só espero que quem jogue seja melhor que o
emerson. Fico fodido que o treinador do Glorioso, não comungue das
mesmas ideias/ideais dos adeptos (e do SLB), e não consiga comunicar
connosco, explicar-nos as suas ideias. Fico fodido por ficar sempre com a
sensação que não consegue motivar os jogadores.
Fico fodido com as
implicâncias com o Nolito (não é messi, nem ronaldo, mas poucos têm
cumprido como ele). Fico fodido por num só ano juntar das maiores
humilhações da minha vida de benfiquista (levar 5 dos corruptos,
entregar o campeonato em casa, aos corruptos, entregar a taça, em casa,
aos corruptos e ser eliminado da liga europa pelos corruptos jr), que
conseguiu destronar a inglória jornada de vigo, no meu top de momentos
para esquecer. Fico fodido por não ver qualquer tipo de evolução. Fico
fodido por quando as coisas não correm bem, as culpas serem sempre dos
outros, às vezes até dos seus próprios jogadores.
Agora se prefiro
jesus, a quique, heynckes, souness, etc? Claro que sim. Se fico
satisfeito com isso? Claro que não, que merda de argumento é esse??
Então Portugal pode dar-se por satisfeito, só porque está em melhores
condições que o Burundi, a Somália ou a Serra Leoa?? Ora foda-se, mais
os argumentos tacanhos. Quem não se consegue criticar, como há-de querer
melhorar? Eu quero um Benfica melhor. Eu não posso estar satisfeito. E
os benfiquistas, também não.»
Na sequência da aposta feita com o PB sobre a adaptação de Melgarejo à lateral-esquerda, julgamos ser tempo de uma sondagem sobre o assunto. Não se fala noutra coisa: Melgarejo é extraordinário a lateral, Melgarejo não vale nada, é assim-assim, tem um cabelo fraco, os paraguaios só são bons lá na frente, está aqui um Coentrão em versão melhorada, é claramente um novo Escalona, Melgarejo tem dois pés esquerdos, Melgarejo daqui a um ano estará no Manchester. Escolhe a tua sobre o novo lateral-esquerdo. Ali no lado direito.
«São as duas grandes pragas do Benfica moderno, com medo de mudar e preso
à mediocridade presente como garantia de não observar algum cataclismo
maior do que perder 7 campeonatos em 9 anos.
O Jesuísmo é uma autêntica religião que apela à fé mais
irracional. O Jesuísmo defende que é possível ganhar campeonatos
sofrendo golos como se não houvesse amanhã. Defende que uma equipa
defende muito bem as bolas paradas apesar de levar golos de todas as
formas e feitios, sejam em cantos ou livres. O Jesuísmo acha que um
central só pode ser bom com mais de 1,90m. Que um trinco tem que andar
pela mesma ordem de valores. Que qualquer avançado ou extremo que seja
rápido pode virar defesa lateral. Que os jogadores não são pessoas e não
se sentem minimamente melindrados por não jogarem um único minuto em
jogos disputados em dias consecutivos.
O Jesuísmo é um entrave à construção de plantéis. Está a ser
especialmente complicado ao Benfica ter um plantel com soluções
suficientes porque o Jesuísmo acredita que cada jogador está em campo
com uma tarefa muito específica e complexa. Para o lugar de um Javi
Garcia, tudo o que for menos que um Javi Garcia deixará logo evidentes
as lacunas da sua ausência. Para o lugar de um Witsel, só resulta um
Witsel. E isto torna muito mais complicado formar um plantel. É uma
questão táctica, apesar da mestria professada vezes sem conta
pelo Profeta. O Jesuísmo vê o Profeta como ser verdadeiramente
brilhante, que vê mais longe do que os olhos alcançam, e tolera
perfeitamente que evidentes cepos como Emerson (certamente pior que
Escalonas e Pesaresis) possam fazer uma época inteira a destruir jogo
numa lateral, acreditando que campeões do mundo com carreiras exemplares
pudessem em algum momento ter feito algo de tão grave que merecesse o
eterno ostracismo.
O Jesuísmo tem tudo o que tem uma religião: nada de objectivo e factual
sobra para validar as suas teorias. Sobra a fé. A fé inabalável que uma
pessoa sem formação, sem carácter e sem noção dos seus limites possa,
num dia de nevoeiro, recuperar a lucidez e a humildade que desapareceram
em combate algures pela Reboleira.
E depois há o Vieirismo. Religião bem mais antiga e com uma implantação
de fazer corar de inveja qualquer ditador Norte Coreano, que faz
acreditar as pessoas que um líder pode ser uma pessoa sempre ausente.
Que um líder pode ser uma pessoa que delegue em adversários da
empresa/clube cargos fundamentais para a condução dos negócios. Que um
líder pode ser alguém que antes de entrar na sua nova missão, andasse
publicamente a enxovalhar a imagem da instituição que vai liderar. Que
um líder pode prometer um plantel de fazer inveja a qualquer equipa do
Mundo, apesar de estar há anos sem uma alternativa a Maxi Pereira, sem
uma alternativa evidente a Javi Garcia ou sem lateral esquerdo, mais de
um ano depois de se tornar claro que Coentrão ia sair.
O Jesuísmo e o Vieirismo são dois cancros cujas metástases estão para lá
do que já está diagnosticado. Domesticaram pela mediocridade uma massa
humana que outrora não admitia a menor desculpa para a derrota, mesmo em
tempos em que o polvo corrupto do nosso futebol usava armas bem mais
eficazes e intimidantes do que hoje em dia. Fazem-na acreditar que o
caminho para o abismo não é a perda do estatuto de maior instituição
portuguesa, mas sim o longo mas compensador caminho da redenção após uma
eleição que está a celebrar 15 anos em 2012. Como quaisquer religiões, o
mal do Jesuísmo e do Vieirismo não é existirem. O mal é colherem
fanáticos dispostos a dar a vida por eles, como nunca dariam pelo
próprio clube. O mal é esvaziarem a coragem, a ambição e a galhardia que
foram em tempos os grandes atributos (e a dada altura até os únicos,
que o Benfica sempre foi um clube humilde e sem grandes posses) que
catapultaram a mágica instituição para um estatuto de mito mundial no
século XX.
Até ver, o Benfica no século XXI é apenas um clube patético de um
campeonato menor. E em muito deve a estas religiões. Sobretudo ao
Vieirismo. Quando o Jesuísmo cair finalmente em desgraça generalizada, o
Vieirismo por cá continuará, forte e capaz de sugar mais algumas almas
demasiado depenadas para evitarem o beijo da morte.»
Não tenho abordado o jogo da equipa por dois motivos: já se sabe o que será o jogo da equipa e porque não tenho visto os jogos todos. Mas vi alguma coisa, umas duas horas e meia de pré-época, e chegou bem para compreender - se não se sabia já - que iremos ter mais do mesmo: saída de bola com médio defensivo recuado, extremos abertos nas alas, um avançado a baixar para receber.
Quando o adversário percebe o movimento - e percebe-o quase imediatamente -, o Benfica passa a meter a bola no Luisão - que chuta para a frente, quase sempre criando perda de bola - ou procura-se um jogo lateralizado, especialmente com Maxi Pereira. Não há pensamento estratégico, há uma rotina, duas rotinas, três rotinas que vão tentando funcionar - quando o adversário é fraco, funcionam; quando tem mais qualidade, não funciona, o que no fundo é a história das duas épocas anteriores contada novamente. E novamente. E novamente.
Defensivamente, é um caos. Nem a saída de bola é feita com o propósito de, atacando, estar sempre a defender e bem colocados, nem a reacção à perda é ajustada: a equipa estende-se pelo campo de uma forma que potencia o erro no passe (e Javi nisso é recorrente) e a expõe constantemente a contra-ataques nos quais o adversário tem muitas vezes igualdade numérica. Um absurdo táctico que só não vê quem não quer. Ou quem apoia muito e muito e muito e por apoiar anda cego e não vê. São 3 épocas disto, vamos para a quarta. Não há Ramires para salvar Jesus da sua loucura e é de esperar que venha mais um ano na linha dos dois anteriores.
Depois a opção incompetente de deixar andar, logo se vê, depois trata-se. Precisamos urgentemente de laterais (na direita, há anos!; na esquerda, há dois que andamos em novelas mexicanas e adaptações fantasiosas), mas não temos laterais. O ano passado jogámos com, imagine-se, Witsel a lateral-direito mas ninguém achou que precisávamos de lateral-direito - isto apesar de terem comprado um lateral-direito e o terem emprestado e agora ter sido dado. Mas Jesus, apesar de tudo isto, diz-nos: «Temos de arranjar uma solução para ficarmos mais equilibrados». Pois temos, Jesus. Quem é que será desta vez, o Mora?
Na esquerda, enfim, dizer o quê? Estamos bem fodidos.
Claro que escrever isto em Julho faz de mim um mau benfiquista. Paciência: lá terei de ir apoiar para o estádio.
A pré-época é para melhorar a equipa, para fazê-la crescer, para corrigir erros e acertar automatismos. Claro que quando 90 % da equipa transita do ano anterior, quando poucos são os jogadores que falham a pré-época, o trabalho é facilitado.
Quando se jogam várias partidas num curto espaço de tempo contra adversários de diversas valias e diferentes níveis de preparação é natural que possam acontecer derrotas e vitórias e estes resultados devem ter o valor que têm, muito pouco, pois trata-se da pré-época e fartos de sermos os campeões da pré-época já nós andamos.
O importante é retirar lições, para corrigir erros, seja de posicionamento, sejam de movimento, sejam de carência ou excesso de jogadores para posições. Convém ainda experimentar várias tácticas para ter a certeza de ter os jogadores certos para essas tácticas.
Assim como as vitórias na Taça da Liga nos últimos anos têm sido vitórias de Pirro, espero que estas derrotas, ao contrário das derrotas de há 2 épocas antes da perda da Supertaça, sejam aquelas derrotas que são a Mãe de todas as vitórias. Porque no futebol, como na guerra, há batalhas que devem ser sacrificadas no interesse final de ganhar a guerra.
Eu apoio, apoio caralho, e espero que com o meu apoio tudo se resolva, que as carências que temos visto não sejam mais ofuscadas pelo brilho das vitórias, que os jogadores compreendam o que é o Benfica e quais devem ser os objectivos, que o Treinador exija da Direcção o que precisa para ser campeão e que depois faça o seu trabalho e que a direcção não alimente mais novelas de Verão, contrate quem tem de contratar, e que se forem jogadores de valor não ande a regatear muito tempo e os negócios não se façam ...
Aos sócios e adeptos paciência, não ganhámos o Polish Masters, mas esse também não é o objectivo da temporada. Temos que apoiar, pois os nossos adversários estão mais fortes e não nos vão dar tréguas. O tempo para se resolverem no mercado as deficiências ainda não se esgotou e se é verdade que já deveriam ter sido atendidas pois algumas falhas são tão claras que todos já as identificámos há muito, tenhamos fé que quem é responsável desta vez o fará também.
Até lá apoiemos e tudo se resolverá na paz do senhor - corações ao alto.
Num clube que conta com cerca de 80 atletas na sua folha salarial é natural que haja jogadores caídos no esquecimento. Talvez por isso fosse avisado relembrar os responsáveis do clube que temos nos nossos quadros um lateral-esquerdo francês chamado Lionel Carole. E que até deixou boas indicações na recta final da sua época de estreia. Desconheço as razões pelas quais não foi para estágio. Se foi por lapso, vamos lá a integrar o rapaz enquanto é tempo. Se foi por não lhe reconhecerem qualidades para fazer parte do plantel principal então revejam lá aquela cláusula de rescisão de 20 milhões de euros que o rapaz carrega às costas.
Há uns dias o PB, do Lateral-esquerdo, veio aqui comentar a opção de Jesus por Melgarejo na mesma posição que dá nome ao seu blogue. Disse-nos o nosso amigo que estaremos perante um talento de qualidade mundial, que se continuar a ser adaptado a lateral dentro de pouco tempo estará na elite dos melhores jogadores do planeta. Mais: PB garante-nos que, se Melgarejo for o lateral-esquerdo esta época, para o ano sairá para o Manchester - ou outro clube da mesma dimensão mediática.
Ora, como respondi ao PB há uns dias atrás: precisava de ver mais jogos; dois seguidos, de preferência. Hoje não foi o caso, só vi os últimos 20 minutos. E portanto não tenho uma opinião que possa ser fundamentada sobre esta novidade de Jesus. Mas arrisco, até pelo gozo da aposta e pela qualidade analítica que reconheço ao PB: da hora de jogo que lhe vi nesta pré-época, vejo-lhe deficiências claras a nível defensivo que não julgo poderem ser melhoradas em definitivo num espaço tão curto.
É por isso que temos aposta, eu e o PB, caso - e isto é fundamental - o paraguaio seja aposta clara ao longo da época (pelo menos 20 jogos a titular em todas as competições; o PB diz que bastam as primeiras 4 jornadas a titular para nunca mais largar o lugar). Se o Melgarejo se tornar uma referência mundial, um grande jogador e uma adaptação feliz de Jesus, pagar-lhe-ei, todo contente, uma grade de minis. Se se ficar pela mediocridade, PB pagar-me-á, tristonho, 24 fresquinhas.
E tu, companheiro leitor? Estás com o PB - crente numa nova versão de Coentrão - ou antes algo céptico, quase resignado a um falhanço - como aquele que te escreve? Aceitam-se apostas. E teorias.
Sondagem fechada, votos contados, os nossos leitores decidiram. Joseph Lemos - que também é Manuel, Tomás Pizarro, Jakim Bolas e, claro, Sakana - é afinal:
"Um pobre coitado, solitário e deprimido ser que, à falta de vida, decide insultar outros benfiquistas".
Concordamos. Mas não podemos deixar de lado as duas outras hipóteses mais votadas. Com a medalha de prata:
"O Joseph Lemos é um cocó"
e no último lugar do pódio:
"É o José Castelo-Branco".
Como o juiz-conselheiro Dr. Ricardo Velha, os nossos leitores decidiram. Está decidido.
«Foi dado provimento ao recurso do Benfica. Os empréstimos voltam a ser possíveis entre clubes da primeira divisão.
Inicialmente foi aprovado uma nova norma que visava travar os empréstimos de jogadores entre clubes da mesma divisão, para entrar em vigor já na época 2012/13.
Esta decisão provocou polémica e a reação por parte do Benfica, que interpôs o recurso junto do Conselho de Justiça, que também tinha dito que queria ouvir os restantes clubes acerca desta norma.»
E pronto, está consumado. Depois de, com o "apoio inequívoco" a Fernando Gomes, termos - eu não, que não apoio esta gente, mas o clube e adeptos que apoiam quem o dirige - perdido a legitimidade para abordar a questão do sistema e especificamente dos árbitros (pelo menos, quem tem a espinha direita; caso contrário, sigam afialhados ou portistas em segunda mão, como quiserem), hoje consuma-se o pleno: perdemos (vocês, meus caros, perderam; eu não, que não apoio esta gente) também o direito a vociferar contra a promiscuidade dos empréstimos.
É esta a nossa luta pela verdade desportiva. Obrigado, Vieira e demais portistas e sportinguistas que nos dirigem. É este o caminho para a desbenfiquização do Benfica com o aval da larga maioria dos seus adeptos. Está quase completa, é só mais quatro aninhos.
Tenho aqui uma pergunta para os entendidos na área que não me sai da cabeça. Relaciona-se com a forma como se adaptam os novos jogadores - contratados e emprestados -, se a ideia é procurar novas opções reais para o plantel. Não vi o último jogo, desconheço de que forma Jesus fez as suas escolhas, mas em relação aos dois primeiros jogos uma ideia sobressaiu: colocar os renegados todos numa parte e os titulares do ano passado e deste na outra.
Ora, isto será correcto?, pergunto aos especialistas. Não deveria a equipa entrar com 6, 7 ou 8 daqueles que sabemos serem titulares indiscutíveis e irmos rodando os que cremos terem potencial para serem mais-valias ao longo da época - e que tanta falta fizeram no ano passado?
Qual é a lógica, em termos de estudo sobre o potencial de integração de um jogador, quando se metem 11 gajos que nunca jogaram juntos todos ao mesmo tempo e muitas vezes em adaptações novas? Não vejo outra que não seja a de, com o excedente que temos, irmos queimando logo à partida um bom número deles para irem aterrar de bicicleta noutro lado qualquer.
E isto preocupa-me, porque vejo os mesmos erros dos últimos anos: uma base de 13 ou 14 jogadores que serão utilizados à exaustão, depois 3 ou 4 que raramente jogarão e o resto atira-se para a bancada ou para outros clubes épocas a fio.
E, se não for pedir muito à paciência dos conhecedores profundos da matéria: o lateral-esquerdo vem ou vamos ter uma adaptação e um Luisinho a época toda? O Maxi terá de jogar outra vez os jogos todos ou terá uma alternativa real? Temos sempre Witsel, que podemos deslocar para lateral, mas eu nunca gostei de comer marisco metido num balde de farinha. E um central que dê luta aos titulares, há? Ou a planificação passa por meter sempre os mesmos dois e depois quando acontecerem lesões ou castigos arriscarmos num Jardel que tanto pode dar como não dar? E alternativa a Javi?
É dia 18 de Julho, temos duas semanas e tal de preparação. Os problemas principais persistem e não há como não temer o futuro.
Mas apoiamos, claro. Vim agora mesmo da rua, onde passeei o meu cão e disse mil vezes baixinho: "eu apoio, eu apoio, eu apoio". E com isto estamos salvos; vamos ser campeões, naturalmente.
Ora, Barcelona – a cidade – e Barcelona
– o bastião da cultura catalã – e o Barcelona – o clube – misturam-se. Arrisco-me
a dizer que estão intimamente ligados, o que parece óbvio, mas não é. Afinal,
que clube e respectiva cidade estão assim tão ligados, entre si e à sua
história?
O Barcelona é fascinante porque
soube sempre conservar a sua identidade, de tal maneira que conseguiu o que
apenas poucos conseguiram: marcar um período, um estilo na história do próprio jogo.
Saber evoluir dentro da própria história só se faz à custa de uma identidade
muito forte porque, é preciso não esquecer, ocorre também quando se perde. Este
Barcelona germinou durante os galácticos. É a resposta, catalã, blaugrana,
curiosamente em sentido contrário – o que legitima essa identidade – ao reinado
de conquistas das estrelas de Madrid. Impressionante, não? Assim se faz história
e se cria um mito, uma lenda, muito mais do que com vitórias (mas também!).
O Benfica também tinha a sua
história. Não serei talvez a melhor pessoa para a caracterizar, mas sei que deixa
de existir se ao mesmo tempo esquecermos antigas figuras, demolirmos o estádio,
destruirmos a formação e esquecermos o jogador português, ou pelo menos
lusófono. Desaparece também se negarmos os nossos valores, se estes passarem a
ser os mesmos dos nossos adversários. Contrariamente ao Barcelona quando
confrontado com o domínio do Real, nós, Benfica, como reacção ao Porto soubemos
apenas imitar. Cópia barata suponho, dada a ausência de resultados…
Do que era o Benfica, não resta
nada, ou quase nada. Esta é a triste realidade e a verdade que poucos pretendem
enfrentar, perdidos que estamos entre emersons e witseis da vida. Não se fala
disto tal como não se fala do cancro terminal de um familiar, fingindo que a
realidade deixa de o ser. Muitos outros não o discutem porque, pura e
simplesmente, nas estruturas dirigentes do Benfica, nos notáveis que em seu
torno orbitam, na imprensa da especialidade e nos blogues não existe a
capacidade dialéctica de enxergar para além dos rojos e djalós. Alguém aqui
consegue defender que o LFV compreende ou alguma vez compreendeu a história do
Benfica, a sua identidade? E tu que não dizes benfas, compreendes?
O Benfica acabou, e acabou porque
o seu presidente e a sua trupe não conhecem a sua história, acabou porque o
seu treinador não tem respeito pela sua história, acabou porque nem o seu
estádio lhe conhece a história, acabou porque os seus adeptos lhe quiseram
esquecer a história, traumatizados que estavam com a mais recente. Mas é
importante perceber – não acabou por nenhuma destas razões – acabou por todas
elas, juntas, aliadas numa ausência de ponte para o passado.
O vosso Benfica, o Benfica
pequeno como o Porto, do LFV e dos adeptos que não dizem benfas mas sim melhor
do mundo (sem o ser!), esse será eterno. Ficará sempre, imponente mas vazio,
como o coliseu em Roma, lembrando um passado e ganhando umas taças e
campeonatos, perdendo outros, sem glória europeia, mas com “plantéis que nenhum
clube europeu desdenhará” – esse ficará. O outro morreu, já ninguém fala nele.
Enquanto
o champanhe inundava os óculos de cientistas meticulosamente geniais
num lugar distante, a mãe de Pablo sorria em frente a um álbum de
fotografias que abria com os olhos grandes e as mãos como pinças, não
fosse sujar aquele ouro das memórias. Estava descoberto e comprovado e
analisado e festejado o Bosão de Higgs - massa-matéria que vinha
corroborar o que a mãe de Pablo já conhecia: o universo fazia algum
sentido.
Pablo
em cima de uma bicicleta, Pablo com perna estendida e uma bola no ar,
Pablo a sorrir, o sinal de Pablo, o cabelo desgrenhado de Pablo e Pablo
feliz, com amigos. A vizinha que tinha vindo aos soluços pela rua, com
cuidado para não ferir mais aquela dor das costas que a lançava no
desvario das noites em claro, chegando à casa da mãe de Pablo pediu
pimentos e, se possível - não fosse o exagero -, algumas batatas para o
almoço, cinco dedos de conversa e alhos e algum conforto - um "está bem?
tenha cuidado com essa dor", algo que a apaziguasse e a enchesse de um
sentimento de não andar no mundo sem explicação nem gente que se
lembrasse das suas insónias.
A
mãe de Pablo tinha uma panela fumegante ao lume, esquecida, crematória,
quando abriu a porta e disse para a vizinha entrar. O álbum de Pablo
aberto e virado ao contrário sobre uma mesa - os dentes de Pablo contra
uma mesa de madeira, um sorriso estancado no vapor dos legumes. A mãe
chamou a vizinha para um descanso, pôs-lhe a mão nos joelhos macerados e
disse-lhe: "este é Pablo, há muitos anos". E mostrou-lhe Pablo com
perna estendida e uma bola no ar, Pablo a sorrir, o sinal de Pablo,
Pablo em cima de uma bicicleta, e sorriu e gargalhou da mesma forma com
que tinha gargalhado e sorrido cinco minutos antes, na altura em que os
dentes de Pablito não estavam assim, daquela forma quase violenta,
contra um muro de madeira, à espera que a sopa e a vizinha se alargassem
para o mundo.
A
mãe fazia comentários sobre as fotografias do filho. Contava histórias,
lembrava-se de outras que não estavam naquelas imagens paradas, punha
vezes sem conta a mão nos joelhos e nas mãos da vizinha e ninguém - nem
os cientistas que bebiam champanhe de óculos embaciados - podia
adivinhar o aperto que lhe subia ao coração e à boca, à garganta, o
orgulho misturado com sede de tempo. Comentava: "está em Portugal, tenho
aqui um vídeo" e a vizinha forçada a permanecer de joelhos sem pimentos
nem batatas e o marido à espera ali a três ou quatro casas destas
imagens:
A
mãe apertava as pernas da vizinha enquanto cantava "Pablo, Pablito
Aimar..." e a vizinha fechava-se numa dor que estava quase a rebentar os
joelhos para um respeito sem mácula, devoção, pedaços de imagens de Pablo a
fazer aquilo nas ruas, em casa, na cozinha com e sem pimentos, batatas que
tinham servido há muitos almoços e jantares atrás para uma sopa que esperou Pablo aos chutões tempo
demasiado e arrefeceu. Que batatas e pimentos eram aqueles? O que seria feito
deles, desceram pelos corpos e saíram do outro lado da horta e voltaram a
crescer e a ser pimentos e batatas e sopas atrás de sopas, todos à espera de
mais um golo de Pablo numas balizas de mochilas da escola?
A
mãe de Pablo desconhece o Bosão de Higgs. Se lhe falassem disso, enrolaria os
olhos, diria que trabalha desde criança e que essas coisas são feitas para os
homens do mundo. A vizinha inventaria algo e até arriscaria uma muito
pertinente questão: esses bosões dão para meter no tacho? e depois iria à sua
vida, de joelhos cheios de dores e um saco de pimentos e batatas que a mãe de
Pablo lhe oferecera enquanto via o sinal na cara do filho e pensava sobre essas
coisas profundas de levarmos na cara e no corpo e no coração marcas iguais de
criança a homem, de menino a estrela. Sinais de deus.
Tinha várias coisas para dizer querapós o jogo com o Marselha, quer depois desta noite contra o Hamm. Mas amanhã há o Lille e na quarta-feira o jogo com a Fundação Luís Figo.
Assim sendo não vou falar nada, nem daquilo que se mete pelos olhos adentro, nem do menos óbvio. Aliás, não vou falar da equipa de futebol, seja a principal seja a B até ao início da época, aliás, até 31 de Agosto.
E entretanto vou apoiar. Renovo os meus votos de fé em Jesus. Vou apoiar e o Benfica vai ganhar.
- Contrata-se um jogador. Esse jogador faz a época inteira a titular, relegando para suplente um campeão do Mundo. Em Janeiro, de tão satisfeitos que estavam com o jogador, nem a Direcção nem a equipa técnica acharam necessária a compra de outro jogador para a função. Acaba a época, o titularíssimo Emerson é dispensado - nem direito tem a fazer parte do grupo que estagia no estrangeiro.
Alguém - só quero respostas dos verdadeiros benfiquistas, daqueles que apoiam muito na blogosfera e que sempre disseram que o Emerson era um bom jogador e que os críticos se calassem de uma vez por todas - me pode explicar a razão pela qual estamos a desperdiçar todo este talento?
E, já agora: antes ele era bom e agora já é mau? Ou ele sempre foi mau e ninguém no Benfica o viu? Ou ele sempre foi mau, todos viram mas acharam que era melhor arriscar uma época inteira para não se mostrarem fracos? Um verdadeiro benfiquista que apareça. Alguém que não um dos "Iluminados" que há um ano já dizia que Emerson era uma valente merda.
- Às críticas que fazíamos a Gaitán - não ao talento que tem, que é evidente, mas à fraca prestação defensiva que oferece à equipa quando encostado a uma ala -, os verdadeiros benfiquistas respondiam-nos de forma irónica: "pois, tu é que sabes, o Ferguson anda louco por ele, mas tu é que conheces o valor do Gaitán". Há nesta frase - que nos foi lançada vezes sem conta por essas caixas de comentários - vários pontos interessantes (Devante, um abraço):
- O facto de uma pessoa criticar a atitude de um jogador (geralmente, por ser displicente e com pouco espírito colectivo do jogo) não significa que esteja a dizer que o jogador é mau ou que não tem mercado. Eu sei que esta explicação pode parecer absurda, de tão óbvia, mas com os verdadeiros benfiquistas precisamos mesmo de dizer as coisas todas muito bem explicadinhas para ver se eles entendem.
- Um jogador pode não estar ao seu melhor nível num clube mas ser alvo de cobiça de outros clubes - basta que para isso se identifique talento. Ora, Gaitán tem talento, logo é natural que haja interessados em tê-lo nas suas equipas. O que não exclui a ideia - para nós, facto - de que Gaitán está a ser desaproveitado no Benfica. E afinal, o jogador que desde Janeiro estava prometido a Ferguson (que andava doidinho com ele), continua a jogar com a camisola do Benfica.
- Algum dos verdadeiros benfiquistas poderá dizer-nos quando será a hora de Gaitán sair e deixar nos cofres os tais 30 milhões de euros com que encheram a boca um ano inteiro, louvando a extraordinária capacidade de "rentabilizar jogadores" que o nosso grande líder possui? É que ando com medo que antes dele vá outro. E esse é que não pode mesmo ir.
(desta vez, caso esporádico, aceitamos insultos e tudo. Mas tragam com eles uns argumentos também. Pelo verdadeiro benfiquismo)
Ao ler a blogosfera benfiquista, percebi que existiam festejos generalizados acerca da comunicada desistência portista do campeonato nacional de Basquetebol. Há razão/razões para festejar ?
A principal razão apontada é a justificação principal dos portistas, ou seja, as dificuldades económicas deles deram origem a este acto de gestão. Antecipam pois a queda do império com base no declínio económico e financeiro que ditou esta opção. Aliás, esse declínio já havia sido visível durante a época com os atrasos sucessivos nos salários dos atletas das modalidades e mesmo nos subsídios de natal e prémios da equipa de futebol.
Outra razão para os festejos é considerarem que a modalidade irá ficar mais limpa sem a presença de uma cultura do ódio e da batota. O exemplo do quinto jogo da final do campeonato é o mais demonstrativo da forma de estar de presidente e adeptos. Não que o nosso treinador tenha ficado bem na fotografia, mas ao pé de tais comportamentos passa por menino de coro.
Finalmente antecipam a possibilidade de o Benfica estabelecer um domínio duradouro sem adversários à altura, somando campeonatos, taças, supertaças e demais competições nacionais que existam.
Sinceramente acho que estão enganados. O Porto, como o Benfica e o Sporting atravessam períodos conturbados no que às finanças diz respeito com origem na gestão irresponsável e deficiente de recursos humanos.
No Porto sempre se maquilhou esta gestão pelos sucessos futebolísticos e pelas transferências mirabolantes que época após época se sucediam. A verdade é que, à semelhança dos rivais, progressivamente iam erodindo os seus capitais próprios. A banca fechou a torneira e obrigou-os a reduzir o passivo bancário dado receberem valores significativos pelas transferências realizadas e isso afectou todo o plano de tesouraria existente. Claro que as loucuras com Danilo, Alex Sandro e Defour, contratados somente para fazer pirraça a LFV ajudaram ao rombo na tesouraria.
A questão é que ao abandonar o basquetebol, modalidade deficitária, o Porto libertará recursos para a sua actividade principal, o futebol e isso são tudo menos boas notícias.
Mas mais, ao abandonar o basquetebol e sem aparecer adversário à altura, há um incentivo claro para o Benfica também desinvestir. Quero relembrar que o Benfica nesta temporada que passou além do título de seniores conquistou também os títulos em sub-20, sub-18 e sub-16, pelo que mais do que desinvestir sem sentido, dever-se-á aproveitar os jogadores da formação para as equipas futuras, mas devemos pensar em jogar competições europeias.
A falta de adversários no campeonato português, e isso foi mais que evidente durante a fase regular, dá origem à estagnação e mesmo à perda de capacidade competitiva. Sem novos desafios dificilmente poderemos evoluir e a modalidade corre um grande risco.
As dificuldades financeiras limitaram significativamente duas das equipas mais fortes na época passada, Guimarães e CAB, que curiosamente ou não defrontaram, ou não, o Porto nos play-offs. O Guimarães está em contenção de custos no futebol pelo que dificilmente não o fará no basquetebol e o CAB à semelhança dos outros clubes/SADs madeirenses levou um corte no financiamento regional, pelo que a situação destes dois emblemas não será a melhor.
Mas acima de tudo, não se pense que são favas contadas. O voleibol mostra bem que uma equipa que na fase regular é muito mais fraca que a outra, pode superar-se em jogos a eliminar. Se não querem o voleibol como exemplo olhem para os Leões de Porto Salvo no futsal que nos deram água pela barba com um orçamento "n" vezes menor que o nosso.
Sinceramente não vejo razão para festejar, até porque gosto mais quando o Benfica conquista títulos defrontando o Sporting e o Porto de quando defronta clubes regionais sem a expressão destes. Pior ainda é quando perde, como foi o caso com o Fonte Bastardo e o Espinho.
No entanto tenho que dar razão aos que dizem que parece que o Porto do Pinto da Costa é um clube que se move apenas pelo ódio ao Benfica, à semelhança do Sporting dos roquetistas, pelo que perante as derrotas opta por abandonar em vez de lutar. Enquanto estas personagens pulularem no desporto português dificilmente poderão os seus emblemas ser considerados e respeitados.
Viram por aí um lateral-esquerdo, um lateral-direito, um central e um médio defensivo?
Não? Isso deve-se à vossa pouca cultura futebolística. A médio defensivo, adapta-se o Paulo Lopes; a lateral-direito, um Mora serve perfeitamente; a central, Hugo Vieira, numa enorme demonstração de criatividade do nosso técnico. E a lateral-esquerdo?
Melgarejo.
Acabem com as críticas de uma vez por todas. No Benfica trabalha-se bem, a tempo e horas e sempre a antecipar o futuro. Vamos apoiar.
O campeonato português é uma mentira. Esta é uma frase recorrente cada vez que perdemos um campeonato numa clara alusão às arbitragens. Além das arbitragens, há, ou havia, a questão dos empréstimos, da disciplina, ou antes da falta de critério da comissão de disciplina e/ou conselho de justiça, enfim uma miríade de questões que influenciam o desfecho das partidas e consequentemente do campeonato.
Se por um lado, esta frase é partilhada pelos que perdem a verdade é que é desvalorizada pelos que ganham. Os 50.000 penalties para o Jardel, o campeonato dos túneis, o campeonato do Proença, enfim, quem perde tem sempre uma denominação para adjectivar e menosprezar os méritos alheios.
Este post não visa querer mostrar o que muitas vezes e melhor já o fizeram anteriormente e noutros locais. Pretende-se antes analisar a mentira que é o futebol português na sua totalidade.
Um clube, ou uma SAD, tem supostamente a força que os seus sócios e adeptos tiverem. Ou assim deveria ser. Por isso os três grandes têm uma força desportivamente desproporcional com o resto do futebol e mesmo do desporto português.
Tendo mais sócios e adeptos, um clube/SAD torna-se mais atractivo para os patrocinadores e consequentemente consegue negociar melhores patrocínios, vender os direitos de transmissão por valores mais altos, facturar valores maiores em termos de merchandising e mesmo conseguir maiores receitas de bilheteira, seja através de bilhetes de época, seja através da venda jogo a jogo.
Basicamente e caso não existissem outros fenómenos que tendem a enviesar a real relação de forças, os clubes gerariam receitas (excepção feita à transferência de passes de jogadores) proporcionais à sua base de adeptos. Todavia sabemos que esse não é o caso e fenómenos como a Olivedesportos ou as marcas que optam por patrocinar simultaneamente os três grandes, tendem a equilibrar a balança.
Nos gloriosos anos 80 e 90 e ainda nos primeiros anos deste século, as autarquias assumiram-se como interessados na promoção das suas localidades e dedicaram-se a investir nas suas equipas mais representativas. Eram os anos das vacas gordas, em que a gestão ruinosa dos clubes era sucessivamente aliviada pelas autarquias. Ele foi a concessão para exploração de bingos, bombas de gasolina, a cedência de terrenos para edificação de infra-estruturas desportivas, a construção/remodelação de estádios, a cedência e/ou aquisição de autocarros, o patrocínio às equipas, a compra de bilhetes e mesmo o financiamento directo.
Com a pressão da UE, o escassear de fundos estruturais para obras de índole desportiva (em especial após o Euro), o abrandamento e posterior declínio do mercado imobiliário (o grande financiador das autarquias em Portugal), a gestão catastrófica de clubes e câmaras que viveram acima das suas possibilidades, a emergência das SADs que inviabilizaram o apoio que era concedido a entidades de utilidade pública, a generalidade dos clubes e SADs de Portugal deixou há anos de ter este sustentáculo.
Quem não se lembra do descalabro do Campomaiorense, Farense, Tirsense e Salgueiros e mais recentemente do Estrela da Amadora ?
No entanto, continuou a subsistir uma aldeia de irredutíveis, não gauleses mas madeirenses. O Governo Regional continuou a subsidiar de forma escandalosa os clubes e SADs madeirenses. Na verdade ainda continua, mas de forma mais moderada, pois as restrições impostas para o equilíbrio orçamental, obrigam a que Marítimo e Nacional "apenas" recebam 1.875.000 Euros.
Qual o clube/SAD da 1.ª liga que não gostaria de receber anualmente esta verba de entidades públicas ? A resposta é o Nacional, pois acha que é demasiado pouco. O Nacional que votou contra os empréstimos a equipas da mesma divisão, pois pensou que teria direito a valores substancialmente maiores e dessa forma consolidar a sua posição na liga nacional, em especial num ano em que clubes históricos estão a efectuar restrições significativas para equilibrarem as suas contas.
A falta de vergonha desse Rui Alves, comparsa de escutas, é por demais evidente. Gente dessa perpetua a mentira que é o futebol português. Clubes/SADs sem qualquer apoio popular, têm orçamentos de milhões, não porque milionários invistam, mas porque os portugueses com os seus impostos os subsidiam. Mas o Nacional não é o único caso, nem me estou a referir ao Marítimo, embora o pudesse fazer, há mais clubes e SADs cuja base de apoio social é inferior aos 2 ou 3.000 adeptos e têm orçamentos que lhes permitem ascender à 1.ª Liga e aí se manter.
Ninguém pode fazer o papel de virgem ofendida, mas o que é demais já chateia. Ainda recentemente vimos uma autarquia onde um vassalo se disponibilizou a ceder gratuitamente as instalações municipais, depois de já ter ofertado os terrenos para a construção de infra-estruturas dessa mesma entidade.
O problema é que as autarquias e governos regionais em vez de apostarem na promoção do desporto de formação e subsidiarem essa mesma formação como promoção da actividade desportiva para a juventude, continuam a subsidiarem o futebol profissional que deveria subsistir por si próprio.
Há 2 consequências muito negativas destas atitudes. Por um lado, os escassos recursos municipais (escassos no sentido que não são ilimitados), são usados para benefício de uma minoria em vez de serem utilizados em algo que beneficie todas as pessoas ou pelo menos a significativa maioria dos contribuintes. Por outro lado, os dirigentes desportivos continuam a comportar-se como irresponsáveis pois sentem que estarão respaldados na bonomia autárquica e quando fôr necessário existirá um qualquer mecanismo para salvá-los.
É preciso dizer BASTA !!! Quem quer dedicar-se ao futebol profissional deve ser capaz de subsistir com as receitas que gera e não continuar a viver à conta do erário público.