Não consigo não acreditar

Daqui a poucas horas joga o Benfica. Apesar de continuarmos sem lateral-esquerdo; apesar da mais do que previsível aposta na continuidade de uma táctica que é um autêntico limbo entre o futebol espectáculo e o futebol sofrível; apesar de neste primeiro jogo defrontarmos um adversário que, de ano para ano, faz gala em complicar-nos a vida dentro e fora do campo; apesar do plantel desequilibrado e de continuarem a verificar-se as mesmas lacunas de anos anteriores; e apesar de todos os apesares, é impossível chegar ao dia de hoje sem qualquer réstia de esperança, por mais descrentes que andemos ou por mais maus-benfiquistas que nos esforcemos por ser. 

É-me impossível não ter esperança num arranque finalmente vitorioso de Jorge Jesus aos comandos do Benfica. Esperança numa época de conquistas que vão muito para além de uma taça secundária. Esperança na magia do Aimar e do Carlos Martins. Esperança de que Witsel nos maravilhe por mais uma época. Esperança de que a veia goleadora de Cardozo jamais se entupa. Esperança, se for preciso, de que seja Luisinho a resolver a contenda num pontapé de bicicleta. Esperança de que toda a incompetência directiva e técnica, afinal, se tenha metamorfoseado em perspicácia e catapultado para patamares de excelência.

E esperança de que não voltemos a apoiar gente desta nem a sentá-la na tribuna presidencial do nosso clube:

Daqui a poucas horas joga o Benfica, e hoje nada mais interessa.