Com a chegada da nova época e a paragem para as selecções impõe-se um primeiro quadro estatístico. Nos anos anteriores, contabilizei apenas golos e assistências por duas razões essenciais: não me dava trabalho nenhum e não me custava nada.
Este ano vamos aprofundar melhor a forma como o Benfica chega aos golos, colocando os momentos que, muitas vezes, são bem mais importantes do que a finalização ou o último passe: os momentos que desequilibram a equipa adversária. Dar-me-á mais trabalho mas pelo menos poderemos constatar outros dados que são, digamos assim, "invisíveis" à maioria dos adeptos.
Nesse sentido, este ano teremos no quadro o estudo sobre as "situações de desequilíbrio", que podem ser, com exemplos práticos já desta época para ser mais fácil de entender o critério que usei, um passe de ruptura que deixa um jogador em boas condições para assistir (caso de Bruno César no primeiro golo contra o Braga), um cabeceamento para golo em direcção à baliza que é cortado com a mão originando um penálti (caso de Luisão frente ao Braga), um passe vertical que permite liberdade para o jogador assistir (Pérez no primeiro golo em Setúbal), um deslocamento na ala que desposiciona a defesa adversária (caso de Rodrigo no segundo golo em Setúbal), uma desmarcação que rasga uma defesa (Salvio no terceiro golo em Setúbal), passe de ruptura que favorece o 2-1 em zonas próximas da baliza adversária (Nolito no quinto golo em Setúbal).
Há vários outros casos que aparecerão ao longo da época. Ainda como exemplos práticos, convém explicar também que posso considerar na mesma jogada que dois jogadores (ou mais) contribuíram, desequilibrando, de forma decisiva para o golo: no primeiro golo contra o Nacional, tanto Melgarejo - no fantástico passe diagonal a rasgar a defesa - como Salvio - na assistência para a assistência - merecem que lhes creditemos essas acções.
Pode também um jogador ter mais do que uma acção. É o caso de Salvio, que no segundo golo contra o Nacional criou uma situação de desequilíbrio - livrando-se de três adversários - e uma assistência - cruzando para o golo de Rodrigo.
Importa referir que a estatística deve sempre ser analisada como um complemento a vários outros factores e não ser um fim em si própria. De qualquer forma, com o acrescento das "situações de desequilíbrio" o estudo fica bem mais completo do que se apenas contabilizasse o vulgar Golos+Assistências. E, claro, cada um fará a interpretação dos dados como quiser. Não se pretende nada mais do que explorar as acções ofensivas de relevo de cada um dos jogadores, sabendo que o futebol está muito para além de tabelas e números.
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Golos
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Assistências
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Situações de
desequilíbrio
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Rodrigo
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3
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1
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1
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Salvio
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2
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1
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3
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Bruno César
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1
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Cardozo
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3
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Luisão
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1
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Enzo Pérez
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1
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1
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Melgarejo
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1
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1
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Aimar
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3
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Nolito
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1
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1
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Maxi
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1
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Vais contabilizar apenas as jogadas que dão em golo, certo?
ResponderEliminarÉ que daria uma trabalheira enorme contabilizar as jogadas que poderiam dar em golo... se bem que seria ainda melhor para a estatística...
Basta ver a 1ª jogada deste resumo...
http://www.youtube.com/watch?v=FjP6zd373a8
Este é o ano do Rodrigo, do Sálvio e do.... Lima... vais ver!
ResponderEliminarSim, pv, só as jogadas que dão golo, o que torna a análise muito específica e pouco abrangente, mas seria impossível (ou quase) analisar jogada a jogada. Ainda assim, já dará para um exercício interessante.
ResponderEliminarMoléculas, o Lima pode ser muito importante este ano.
Muito obrigado pelo contributo Ricardo. Mais uma vez, um passo à frente.
ResponderEliminarAbraço,
Bruno Pereira
http://orgulhosamentelampiao.blogspot.pt/