terça-feira, 2 de outubro de 2012

Inferno da Luz


Fosse na varandinha, ou no 1.º anel, em dia de jogo grande era para chegar cedo ... As portas abriam 3 horas antes e menos de meia-hora depois já lá estava dentro. Na varandinha queria ficar num lugar privilegiado para que não me bloqueassem a linha de vista. Mas se ia para o 1.º anel, então era para perto dos diabos, pois ali estava o verdadeiro Inferno da Luz. O tremor que vinha das bancadas quando se batiam os pés imitava um terramoto a acontecer, algo que era comum em cantos ou livres.

roubada do blog chama-imensa

No dia seguinte já sabia, era dia para não falar, pois ficava completamente afónico durante o jogo, não de gritar ou insultar, mas antes de cantar, de puxar de apoiar. Fossem os Diabos, o Grupo Manks ou mesmo depois o No Name quando apareceram, havia sempre quem mantivesse o povo a vibrar e a empurrar a equipa para cima deles.

O Inferno da Luz era tão pesado, que os 15 minutos à Benfica do início do jogo normalmente derrotavam os adversários. Mas se os 15 minutos não chegavam, ninguém desistia pois havia que fazer a nossa parte, para que os jogadores fizessem a deles. E eles faziam, pelo menos quando podiam. E se ficámos muito perto  contra o Anderlech, contra o Bayern ou o Liverpool nunca tivémos hipóteses, tal a diferença de valores.

Mas no final da década de 80, com a chegada do homem da Diese e o seu Benfica para a Europa, voltámos outra vez a acreditar que era possível. E foi mesmo, no Estádio da Luz fizémos sempre o nosso papel, e fosse o Steaua, o Anderlech ou o Marselha e todos morreram na Luz. E morriam apesar de não termos grandes vedetas, mas tínhamos equipas e tínhamos público, enfim tínhamos o Inferno da Luz, fossem 120.000 ou mais, fossem depois os 90.000 das cadeiras.

Na nova catedral apenas vi o Inferno 3 vezes, na inauguração, contra o Manchester e contra o Liverpool em 2005/06. Mesmo já não vendo o Inferno da Luz, mas um Purgatório ainda quente, o Barcelona de Ronaldinho, Eto'o, Larsson, Deco, Iniesta e Giuly, não passou. Saiu com um lisonjeiro nulo. O Benfica Europeu estava de volta, pelo menos assim pensava eu.



Hoje, qualquer que seja a vossa opinião sobre o jogador A ou B, sobre o Jesus ou o Vieira, joga o Benfica e precisa do vosso apoio. O Benfica precisa que o Inferno da Luz se volte a acender, pois com esse ambiente a equipa transcende-se, lembrem-se do Beto. Os jogadores perdem o medo e jogam aquilo que sabem e o que não sabem. O público empurra a equipa para cima deles e podem ter a certeza que se não empurrarem a equipa para cima do Barcelona, será o Barcelona a vir para cima de nós.

Há que cantar, assobiar o Barcelona, pressioná-los, como diria o maluco pressioná-los de tal modo que eles nem conseguem respirar como peixes debaixo de água. Sim, é preciso esse nível de loucura, de absoluta dádiva para que a equipa sinta que estamos todos com ela e que são 65.011 contra 11 e que por muito bons que eles sejam, o público vai abafá-los. Têm que acreditar e mostrar isso à equipa.



7 comentários:

  1. Lá estarei como sempre, para fazer parte do Inferno.
    Força Benfica, vence por nós!!

    Abraço,
    Bruno Pereira
    http://orgulhosamentelampiao.blogspot.pt/

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  2. Como é que é? Nuns dias não se está com a equipa e noutros já se tem de estar com eles?

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  3. Muito bem, Bcool, é isso mesmo: para além das tácticas, precisamod de um apoio à Benfica, um verdadeiro Inferno.

    Tim, quem é que não está com a equipa?

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  4. Tim, onde foste buscar isso ? A marrocos ou a amesterdão ?

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  5. Por muitas criticas, por muitas bocas que existam, durante 90 minutos apenas existe Benfica!!! Vamos a eles!!!!!!

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  6. ah sim hoje foi um valente inferno,especialmente para o Puyol coitado,so faltou alguem lhe dar um beijinho ou baterem palmas aos golos do grande Barcelona

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  7. Porra, inferno sim mas sem paneleiros.

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Vai ao Estádio, larga a internet.