Não conheço nenhuma receita ou remédio mais eficaz do que
uma vitória do Benfica.
Um período eleitoral difícil, uma jornada europeia pelo meio integralmente
desfavorável , as baixas já conhecidas durante a semana motivadas pelo jogo na
Russia e o tradicional grau de dificuldade na deslocação do Benfica a Barcelos,
puseram à prova o grau de confiança e levaram ao extremo o grau da
intranquilidade e da expectativa para esta 7ª jornada da Liga Portuguesa de
Futebol.
Eram 19.30h quando saí do trabalho a voar para Barcelos dominada por um misto
deste turbilhão e da minha habitual fé.
À entrada do Estádio fui brindada com a força de um grito capaz de acabar com
qualquer estado letárgico em que me pudesse encontrar: “GOLO”! O coro de vozes
e a forma como foi solto não me deixava margem para qualquer dúvida… o Benfica,
mesmo atrasada, recebia-me assim.
Sentei-me aos 8 minutos. Frio, o placard electrónico, o Estádio cheio (mas não
lotado) e o Benfica a jogar com o equipamento alternativo, foram as minhas
percepções imediatas ao som da banda sonora do jogo interpretada pelas
incansáveis claques do Benfica e apoiada pelo público maioritariamente
Benfiquista no Estádio Cidade de Barcelos, que só findou muito para além do
apito final de Vasco Santos.
Jogo decidido nos primeiros 45 minutos com os 3 golos que ditaram, sem qualquer
margem para dúvida, a conquista dos 3 pontos. Foi esta 1ª parte, com este Onze
de “recurso” que JJ elencou , que mais gostei de vêr o Benfica a jogar esta
época. Com André Gomes, Ola John e Luisinho na Equipa inicial, esta “versão”
apresentou-se com um meio campo finalmente sustentado. Por incrível que possa
parecer resulta. Não é JJ?..
Uma noite de estreia para os atrás enunciados que, para além de uma exibição de
garantia, para os dois jogadores lusos teve o seu corolário nos golos que
marcaram.
Ola John não marcou mas foi talvez o jogador que maior número de ataques
produziu, sem se limitar à quantidade.
Formação, formação.. Não é este jogo que vem comprovar o que se tem vindo a
defender há tanto tempo. Este jogo é só mais um entre tantas evidências.
Evidente foi igualmente a presença de tantos jogadores portugueses em campo,
como há muito não se via e ainda... o significado daquele abraço do André Gomes
aos adeptos Benfiquistas nos festejos do golo que marcou (o 3º).
O Gil acabou por não corresponder às expectativas criadas. Não criou
dificuldades dignas desse nome durante os 90 minutos.
Não foi a melhor noite para para os Gilistas muito devido à inspiração que os
jovens Benfiquistas, sobretudo, se fizeram acompanhar nesta estreia.
Após a expulsão de Enzo – algo inglória - esboçaram uma reacção mas
insuficiente para conseguir ameaçar o controlo do jogo que o Benfica assumiu
desde o primeiro minuto.
Artur não fez uma única defesa na 1ª parte e, na 2ª, fez uma espécie de
aquecimento.
Já a caminho de casa, e como é habitual, ouço a conferência de imprensa do JJ
que me deixou completamente atónita.
Não serei com toda a certeza a sua maior defensora mas estarei muito longe de
fazer parte dos seus maiores críticos no que ao seu trabalho diz respeito.
No entanto, e ao fim deste tempo todo, reforçando a minha opinião sobre a sua
manifesta dificuldade em gerir o aspecto psicológico e ainda mais o descontrolo
linguístico, já devia ter criado anti corpos para discursos como o que ouvi
hoje. Não criei. E duvido que alguma vez o consiga.
Desde as justificações das lesões com o relvado sintético do jogo da passada 4ª
feira na Russia, às “tiradas” das dificuldades em gerir o plantel, passando
pela opinião que emitiu sobre o Luisinho e terminando com o “ouro sobre azul”,
o difícil é mesmo é existirem anti corpos que resistam a isto tudo.
Vamos por partes:
1- o Benfica, nas suas imensas e sofisticadas infraestruturas tem um relvado
sintético pelo menos. Mesmo não sendo propriamente a mesma coisa, digo eu que
não sou técnica, deve pelo menos servir para uma preparação dos atletas para
que se possa evitar uma dizimação física tão grande nos jogadores;
2 – “Isto parece que é fácil, isto é difícil. As pessoas é que pensam que é o
António, sai o Joaquim e pronto..."
E pronto JJ, quem sou eu para acrescentar mais alguma coisa a uma frase tão esclarecedora.
3 – “O Luisinho teve um bom jogo, mas sem fazer a comparação, não me iludo:
campeonato é uma coisa, “Champions” é outra. Para aqui vai dando. São jogadores
que estão a crescer. “
“Para aqui vai dando”?!?
Uma oportunidade dada pelo autor desta frase, bem aproveitada pelo visado e é
“premiada” assim?
Não está em causa que são jogadores que estão em processo de desenvolvimento,
não está em causa o que ele sabe vê e ouve mais do qualquer um de nós
diariamente já que conhece os jogadores melhor do que ninguém. Mas está em
causa o que disse, que todos ouvimos, por ter sido dito numa conferência de
imprensa.
Já ouvi chamar-lhe de “motivação”, “picanço”. Estranha forma de motivação esta,
a menos que a motivação seja para o Melgarejo depois desta exibição do
Luisinho!
Se tivesse guardado aquela curta frase para uma conversa com o jogador em local
próprio, não duvidaria nada desta suposta técnica que alguns invocam. Assim, e
relembrando o especial tacto de JJ, não só tenho dúvidas como não gostei!
Não tenciono perder mais tempo com este episódio porque aí sim, corria o sério
risco de alimentar o que não deve ser alimentado e secundarizar o que devia ter
saído imaculado: o elogio à exibição de Luisinho no jogo hoje. Para mim, o
"homem do jogo"
4 - E para terminar, o prémio do "momento da noite" (ou da verdade?!)
vai para...
Bela crónica Marta... gostei da EQUIPA em geral, trabalhadora, concentrada, poderosa!
ResponderEliminarJJ enfim... gostava de ter um outro treinador confesso: Peseiro, Fernando Santos... ou cena assim!
Eu acharia bem que cada vez que JJ falasse contasse tudo, mas tudo, sobre o que pensa, de verdade, sobre cada jogador do plantel, e da tactica a usar em cada jogo. Assim descansaria os inocentes jornalistas e mereceria os aplausos de ingenuos e bem intencionados adeptos benfiquistas, sem esquecer os inquietos/as bloggers, verdadeiros experts em materia de jogo jogado e formação de planteis e escolha de jogadores mais aptos para cada jogo.
ResponderEliminarAmen.
O JJ é o maior Marta, sem os gamanços constantes já tinha 3 campeonatos vencidos pelo nosso Glorioso, continuar a criticar o mister por não se expressar, por se expressar ou apenas porque coloca em campo quem lhe dá mais garantias e outros olham para as suas opções como birras e discriminações de nacionalidade é feio, muito feio.
ResponderEliminarÉ possivel dicordar sem desrespeitar, sem insinuar de forma negativa.
Bem sei que passou a ser moda mas é sempre possivel melhorar.
Saudações benfiquístas.
Quem não nasce para ser líder... Ele sabe lá o que é gerir uma equipa, por mais competente que seja na área do treino (e não sei não..) é um 0 à esquerda em tudo o resto. Das declarações mais rídiculas e estúpidas que já ouvi.
ResponderEliminarhttp://benficacompaixao.blogspot.pt/
Boa crónica, Marta. Spot on em relação ao JJ. O pior é que ele não fez isto ontem pela primeira vez...
ResponderEliminarGranbolas: se ele falasse um décimo de apenas um dos pontos que referes já muitos ficariam "descansados".
ResponderEliminarAliás, se ele nem falasse ou fosse sujeito a alguma triagem, já chegava para obter um nível bastante razoável de descanso.
A questão não passa pelo que ele não diz mas precisamente pelo que diz que não se enquadra basicamente em nenhum desses pontos.
Mas se conseguiste decifrar o que ele quis dizer com, e passo a citar: "Isto parece que é fácil, isto é difícil. As pessoas é que pensam que é o António, sai o Joaquim e pronto...", dou-te os meus parabéns, quem está mal sou eu e a minha capacidade de percepção que está, obviamente, bastante atrasada.
Ninguém pede um "Sir", mas pelo menos pede-se que faça chegar uma mensagem digna desse nome. De preferência perceptível e construída com cabeça, tronco e membros no âmbito do trabalho que realiza.
Eu trabalho na banca. Se algum dia dissesse a uma cliente: sabe, isto de trocar este cartão azul por outro laranja parece que é fácil mas é dificil..."
Fernando T: como eu referi, não faço parte dos críticos mais acérrimos do JJ, nem estou no seu lote de maiores defensores. Situo-me no q.b talvez.
ResponderEliminarDe crítica efectiva, e que de facto me suscitou alguma consternação foi a do Luisinho, o resto são "faits divers", "entrenimento" a que o JJ já nos habituou.
Respeito a tua opinião do JJ ser "o maior" mas não posso concordar.
- Se fosse "o maior" já cá não estaria;
- Se fosse "o maior" não tinha ficado com um atraso pontual há 2 épocas atrás de 21 pontos para o 1º classificado;
- Se fosse "o maior" já tinha, pelo menos, ganho uma Taça de Portugal desde que cá chegou;
- Se fosse "o maior" sabia há muito fazer gestão de um plantel para as diversas competições em que se encontrava não terminando a época passada dizendo que JULGAVA ter Equipa para GANHAR a Liga e a Champions;
- Se fosse "o maior", e no seguimento do ponto anterior, conheceria melhor do que ninguém os jogadores à sua disposição, as suas capacidade e os seus limites, bem como os seus próprios;
- Se fosse "o maior" não levava 5-0 do nosso maior rival, pelo simples facto de que o nosso maior rival não é o melhor Clube do mundo, ao contrário do Barcelona;
- Se fosse "o maior" não perdia uma meia final, contra um Sporting de Braga que dava acesso à final da Liga Europa, depois de levar um resultado positivo da Luz. Não o Benfica!
Penso que o argumento das "ajudas" fica não curto mas extremamente vazio depois destes factos.
Podia ser um dos melhores treinadores da Europa, no mínimo, podia. Mas é, antes de qualquer outra coisa, traído por si próprio pelas caracteristicas de teimosia e falta de humildade que o acompanham. Mas tivesse também uma estrutura ou um "superior" que o pusesse em sentido e dentro dos limites que um treinador deve ter para além do conhecimento da sua função e as lacunas que tem poderiam ser suprimidas. Mas não tem.
E quanto a gestão de homens, natureza humana.. bem, penso que nem vale a pena tecer qualquer tipo de comentários. Não sabe.
Tivesse esta capacidade como a que tem no desenvolvimento das capacidades técnicas dos atletas - mesmo com as invenções - e de facto seria um treinador entre os melhores.