Vi tantas vezes o vídeo que esta imagem parada quer explicar. Eu explico: o Eusébio já marcou golo com o pé direito, as pessoas lá ao fundo já não estão à espera de nada, festejam felizes, o guarda-redes está deitado em prantos e ninguém tem nenhuma esperança diferente da da bola nas redes. Só que o Eusébio, depois de marcar golo, gostava às vezes de confirmar. Não por maldade nem achincalhamento, era só uma das formas de ele deixar tudo em sossego, não fosse um bandeirinha assinalar-lhe um quisto nos ombros.
Em movimento isto é mais bonito porque vê-se a perna direita do Eusébio a rematar uma bola para dentro da baliza, as redes tensas a devolverem-lha e ele com o pé esquerdo a atirar outra vez para o aconchego das malhas. O olhar deste homem é algo que precisa ainda de ser entendido: por ele marcava na mesma jogada 50 golos. Aquilo era um treino, onde podia rematar com a direita, depois a esquerda, devolver de peito, cabecear, aconchegar com a coxa, ajeitar com o calcanhar, fazer de primeira com a testa. Isto em movimento é mais bonito mas parado deixa o espectador em suspenso: aquilo já foi golo ou é um remate em fora-de-jogo que vai dar amarelo?
Vi tantas vezes que quase esqueci. Se puderem, vão recuperar o vídeo. A corrida desenfreada dois segundos depois desta imagem é algo que merece um olhar atento. E o golo é sublime. O Eusébio era uma mistura da máquina carburada do Ronaldo com a criatividade do Messi. Numa altura em que jogar com o Barcelona era para ganhar.
Tenho ideia de isto ter sido com os corruptos, que na altura eram um sporting actual. Aliás a grandeza do SLB vê-se nestes pormenores: na primeira metade da historia dos campeonatos, o clássico era Benfica - sporting, na segunda metade passou a ser Benfica - porto. Em Portugal o classico dos classicos nunca vai ser sporting-porto, a não ser que aquele sonho que tive no outro dia de os ver a liderar a turba que ataca a promoção à 1ª divisão se torne realidade.
ResponderEliminarBom a foto: um olhar mais atento vê que esta imagem espelha-se na estatua que está à porta da catedral (espelha-se porque está ao contrario, aqui ele chuta de canhota que em termos de velocidade terminal do esferico após o impacto da pata alada não tem qualquer diferença). Se me pedirem a minha opinião pessoal, digo que este foi o "segundo melhor remate após golo na historia do Máiór do Mundo"... o primeiro é obviamente aquela charutada do Paneira para a bandeirola de canto a 30cm da linha de golo após a "bola na gaveta" do lemajic enviada pelo JVP e que meteu espalhanço a colocar testiculos em perigo de vida pela proximidade com o poste metalico da baliza.
Abraço
Eh pá Ricardo é demasiado duro recordar esses tempos, compará-los com o Hoje... é muito duro mano... é demais para alguém que é um apaixonado pelo jogo e pelo Benfica... e o Eusébio que eu não vi jogar é uma pena tão, mas tão grande....
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