terça-feira, 30 de abril de 2013

Valerá a pena ser Campeão no Dragão?

Uma questão: se formos campeões, queremos festejar o título no Dragão ou não? Por um lado, há a questão da vingança e da força que isso traria para conseguirmos, num futuro breve, criar a tão esperada hegemonia; por outro, só de pensar no perigo físico que os nossos atletas, dirigentes e sobretudo adeptos passariam, apetece-me preservar a malta de insultos, violências e até - não, não estou a exagerar - de possíveis perdas humanas. E vocês?

Estavam tão bem caladinhos, pá.

Parece que anda aí muita malta aos pulinhos de satisfação por esta conferência poder servir para o anúncio da renovação com o Jesus. Por mim, seja qual for o tema, não gosto. O Benfica está numa fase fundamental daquela que pode ser uma época de sonho. Concentração, trabalho e pouca bazófia é o que se pede. E esta conferência de imprensa - espero estar muito enganado - cheira-me a bazófia por todos os poros.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Ganhámos!!!

Vou só ali ao Santa Maria saber se me põem um pacemaker até quinta...

Bushmills talvez acalme.

A horas do jogo mais importante dos últimos largos anos - por aquilo que significa em termos nacionais e pelo reforço positivo para um jogo que pode definir uma final europeia - isto já não é nervosismo: é uma espécie de coma. Eu estou em coma, só que ao contrário.


A exigência

Não sei como era o Benfica antes dos anos 90. Oiço histórias, relatos vários mas nada que se aproxime a ter vivido esses tempos. Por isso acontece-me, antes mais do que agora, deixar de reconhecer no clube e nos adeptos aquilo que sempre me disseram que o clube era. Falo da exigência.
É o nosso grande handicap para o nosso rival, mas é, acima de tudo, o nosso grande inimigo no caminho para nos reencontrarmos com a nossa identidade.

Só a falta de exigência permitiu perpetuar, em recorde de longevidade, um presidente tão pouco ganhador. É um exemplo claro que agora pouco interessa, foi recentemente reeleito e por isso está lá bem.
Falo do treinador. Com um campeonato ganho conquistou 3 anos de apoio do adepto, distraído a culpar árbitros (sim, eles têm a sua culpa!). Um campeonato apenas - a não ser que me venham com as taças da liga – e a crítica deixou de ser tolerável.

Ah e tal, mas o JJ está melhor, cala mas é essa boca! - Dizem vocês.
Pois está, e porquê?

Como me dizia o Ricardo ainda este Sábado, o JJ é melhor quando tem que provar algo (Primeiro ano e ano de renovação). E aqui reside uma culpa muito nossa, ao elevar ao Olimpo um catedrático do egocentrismo e da bazófia. Se ele podia ter sido mais profissional? Claro que sim, mas cabia ao adepto manter a pressão.

Nesta recta final está a acontecer outra vez. Foi no jogo com o Sporting que ficou claro para mim que a equipa do Benfica não tem o futebol que se diz ter. Uma coisa é merecer ganhar o campeonato pelo que se faz em 30 jogos – que acho que merecemos – outra coisa é ser-se inequivocamente melhor que os rivais em jogos de confronto directo.
 Mas os adeptos comportam-se como se o fossemos, afectando, parece-me, a própria equipa. A carreira europeia também não está a ser o que pretendemos fazer dela. Sem querer tirar mérito, não me lembro de o Benfica alguma vez ter tanto sorte em tantos jogos consecutivos numa competição como este ano na Liga Europa. Pensem nisso…
Estamos a embebedar-nos numa sublime superioridade futebolística que não é mais do que vinho da casa, e é talvez por isso que é necessário apostar tanto contra o marítimo, porque não há confiança contra o porto; e bem!
 O jogo com o Fenerbahçe foi muito mau: perdemos uma oportunidade de já estar praticamente na final (isso é que era a verdadeira poupança!) num jogo em que perdemos 1-0 e ainda temos que admitir que tivemos sorte. Muita!
O culpado? O treinador. Aimar é um inacreditável erro de gestão a partir do momento em que entra a titular neste jogo, e a maluqueira de fazer uma época sem uma real alternativa a Enzo e Matic só serve (serviu) para nos enfraquecer.

Agora não me interpretem mal. Exigir não é destruir. Eu quero que JJ continue na próxima época. Mas que seja melhor, sempre melhor. Já a partir de hoje!!

domingo, 28 de abril de 2013



Diz-nos Jesus que: "Vamos ter que tomar decisões que se calhar ninguém espera". E diz-nos bem. Ao contrário de alguns teóricos da bola que defendem que os jogadores devem jogar game in game out, há jogadores do Benfica que estão completamente rebentados, fazendo a gestão física durante os jogos e com isso diminuindo o rendimento que normalmente apresentam.

Não me admirava que mesmo nesta semana em que temos 3 desafios muito importantes, sim, porque mesmo ganhando os 2 primeiros e obtendo a classificação para a final da Liga Europa, o desafio com o Estoril pode ser muitíssimo mais importante que a deslocação às Antas, jogadores que têm sido nucleares como Garay, Matic, Salvio não joguem os 270 ou mais minutos.

Por muito que a cabeça diga sim, há o limite físico onde o corpo começa a dizer que não, em que a qualidade da decisão se deteriora, em que a velocidade de reacção diminui, em que a pressão do momento se faz sentir com mais intensidade.

E não, não sou preparador físico, sou um gajo com olhos na cara que vê o que muitos querem ignorar. Acredito que Jesus não invente, apenas se limite a gerir o esforço e com isso faça rotatividade naqueles que têm sido os mais utilizados.

Gaitán vai ser poupado na Madeira apesar da importância do jogo. Eu acho que bem, pois uma equipa do Benfica que quer fazer o triplete tem que ser capaz de ganhar em todo o lado, incluindo na Antas, com ou sem fruta a prejudicá-lo, até ao final os jogos são todos para ganhar se assim for essencial, mas o objectivo é claro, o triplete, a época de sonho.

Em Istambul éramos poucos e facilmente abafados pelos lunáticos turcos. Na Madeira assim não o será.

Voz ao leitor André Leal


«Caros Benfiquistas:
É nesta altura, carregada de momentos decisivos a nível clubístico e numa conjuntura económica muito complicada para o país, que vos resolvo escrever. E faço-o não só por amor ao nosso Benfica mas também por patriotismo. Patriotismo esse que me faria merecer uma estátua, o nome duma ponte ou, perante outra perspectiva, o desterro.
Assim, todo o meu raciocínio baseia-se nas seguintes premissas:
- O Benfica pode perder o campeonato, a final da taça e, se lá conseguir chegar, a final da Liga Europa. Eu sei, muitos de vocês não estavam preparados para esta informação, mas posso-vos assegurar que, após intensos estudos, realmente pode acontecer.
- 60% do país, meia Paris, meia Suíça, toda a Newark e todo o Luxemburgo vão ficar de rastos caso aconteça o que todos tememos, reduzindo drasticamente os níveis de produtividade do nosso país e 
demais zonas referidas.

Partindo destas premissas verificamos que, tal como em 2011, toda esta situação se pode virar contra nós. Eu, no dia seguinte á derrota na 2ª mão da taça com os corruptos, parti a cabeça por não conseguir levantá-la literal e fisicamente e por a Câmara de Condeixa-a-Nova permitir aparelhos de ar condicionado a 1,60m do chão na via pública. Nada que me orgulhe enquanto ser racional, mas que atesta todo o meu enorme benfiquismo. Logicamente que todos vocês benfiquistas tiveram uma situação semelhante nesse dia, caso contrário, mais vale rasgarem o cartão de sócio (bons tempos em que isso era possível) e entregarem-me o vosso redpass pois não são dignos desta 
família.

No entanto, apesar da beleza e simbolismo relativamente a amor ao clube constantes texto em cima, há que reconhecer que estas lose-lose situations não são recomendáveis e, no meu caso, até aleijam. O país precisa de nós, benfiquistas, para pagarmos as dívidas dos bancos e políticos portistas, perdão, corruptos que governaram o nosso país.
Por isso a proposta que vos faço a todos é a seguinte, passando a descrevê-la em passos claros e objectivos:
1 - Definição dum valor máximo que, mediante o vosso amor ao Benfica e a vossa situação financeira, estariam dispostos a gastar para que o Benfica ganhasse cada uma das competições em que ainda está presente.
2 - Procurar a melhor casa de apostas, em termos de odds, para a aposta contrária ao nosso desejo, ou seja, a vitória do adversário em cada uma dessas competições.
3 - Definir se o valor encontrado no primeiro passo envolve os ganhos potenciais ou apenas o valor da aposta.
4 - Caso envolva os ganhos potenciais ter-se-á que aplicar a fórmula que exporei mais adiante.
5 - Apostar o valor encontrado: no caso de não serem envolvidos os ganhos potenciais será o valor encontrado no primeiro passo; No caso de serem envolvidos os ganhos potenciais será o valor encontrado através da fórmula.

Atenção que, para os benfiquistas, poderá aparentar-se como desconfortável gastar dinheiro para ganhar, nomeadamente pela similaridade com outros clubes que realmente pagavam para ganhar, porém, existe a pequena diferença que neste caso apenas estamos a pagar às casas de apostas e aos 
que apostarem em sentido contrário e não a árbitros e jogadores de outros clubes.
Também poderá ser desconfortável para alguns apostar contra o Maior, nomeadamente para o campeonato, o que implicará uma aposta nos corruptos. A esses sugiro que exercitem mentalmente

uma analogia com os seguros. Pagamos seguros para que, em caso de sinistro, sejamos monetariamente compensados pela desgraça que, porém, dificilmente repõe a situação inicial. E, assim, tal como com os seguros, os ganhos potenciais, e compensatórios, terão que representar uma importância que não nos faça desejar que a desgraça ocorra, pelo que peço muita atenção ao cálculo efectuado no ponto 1 e para a decisão se desejam ou não incluir os ganhos potenciais no valor a apostar. Caso contrário parece que já estou a imaginar o inimaginável, ou seja, uma hipotética situação insólita em que vejo os adeptos benfiquistas a assobiar o melhor marcador estrangeiro da história do clube, por exemplo.
Assim, resumindo, estas apostas deverão ser suficientemente grandes para que nos sintamos minimamente compensados no caso do Glorioso não conseguir alcançar algum, alguns ou todos os objectivos do que resta da época e, ao mesmo tempo, suficientemente pequena para que a dúvida 
relativamente à clara vontade de perder a aposta nunca surja, muito menos a ponto de irmos para a Luz gritar "Meireles és o maior e adoro as tuas tatuagens" em vez de o achincalharmos de alto a baixo, incluindo todos os seus familiares até ao 7º grau de parentesco.

Passando às clarificações quanto a certos aspectos a ter em conta, aproveito esta última deixa relativa ao caceteiro tatuado para referir que a Liga Europa, visto ainda não estarmos na final, não poderá ser considerada para esta análise para já, a não ser que exista a aposta específica "Benfica não ganha a Liga Europa". Poderá, no entanto, ser feita a aposta na eliminação na meia-final e, se graças a Eusébio (e ultimamente também ao Sálvio), conseguirmos perder essa aposta, sempre poderemos perder também a tão desejada aposta da final. Ficaremos com certeza mais pobres, mas muito mais felizes e, no caso de perdermos em campo, consequentemente ganhando a aposta, daremos muito mais valor à frase “O Dinheiro não traz felicidade”.
Quanto ao englobamento ou não dos ganhos potenciais no cálculo do valor a apostar, terá que ser uma decisão de cada um. A meu ver, uma pessoa que não precise de dinheiro não deverá englobar os ganhos potenciais, no entanto, alguém que não precise de dinheiro não é benfiquista, mas sim lagarto, por isso estou em crer que o englobamento dos ganhos potenciais será a opção da grande maioria dos benfiquistas. Perante esta opção o valor da aposta não será o valor que se está disposto a gastar para o Maior ganhar determinada competição, mas este:

VBC = Va x odd – Va ou VBC = Va x (odd – 1)
Em que:
VBC – Valor do Benfica Campeão
Va – Valor a apostar. 
Odd – Valor pago por cada euro investido pela casa de apostas em caso de ganharmos a aposta e perdermos a competição (nunca se esqueçam disto)

Assim, e a título de exemplo, caso o sócio Ruben Amorim, lembrei-me dele por causa daqueles posters do desconto da Repsol e porque me parece um benfiquista com vontade de arriscar, decida apostar na vitória dos corruptos no campeonato, considerando os seguintes dados e que, dada a sua parca situação financeira, irá optar pelo englobamento dos ganhos potenciais, teremos a seguinte aposta:
VBC: €1 (relembrem a sua parca situação financeira e o facto de viver em Braga há mais de um ano)
odd: 3,40 (fonte: Bet365 à hora que escrevo)

€1 = Va x (3,40 – 1) <=> Va = €0,42
Podes, portanto Ruben, ir investir os teus 42 centimozinhos na equipa do sogrinho (https://www.facebook.com/OntemViTeNoEstadioDaLuz/posts/353766178025225), para que, quando e se o Benfica perder, possas gastar o teu prémio em algo ainda mais apelativo do que observar o Quim a correr em direcção ao Jesus.
Resta-me acabar com um cliché, desejando a todos muito azar no jogo e muita sorte no amor!
Saudações benfiquistas»

André Leal

Vieira evolui.

«Vivemos um momento de euforia e é importante continuar a sonhar, mas temos de perceber que ainda não ganhámos nada. Temos de nos manter unidos, respeitando todos os adversários e manter um único pensamento que passa pela vitória. Importante é manter o sonho para, no final, sentirmos uma enorme felicidade»


E Vieira, 13 anos depois, aprendeu a lição. Mais um discurso lúcido, sério, compenetrado naquilo que é importante. Bons sinais para a Madeira.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Vemo-nos em Amesterdão.

Pois é, os erros dos laterais às vezes dão merda. Normalmente, passam ao lado do comum dos mortais - até dos experts que não são os "entendidos da internet" -, outras vezes dão golos adversários. Dois laterais medíocres é o que o Benfica tem e teve durante a época toda. Há quem veja isto e quem prefira não ver. O pior é que há quem devia mesmo ver isto. No resto, temos tudo para passar a eliminatória. E, já agora, amanhã vou tratar da minha passagem para Amesterdão.

O Ontem na Turquia

Estaremos representados pelo Bcool, mais um abutre entre os 5 abutres que vivem neste blogue. Bcool insultará decentemente os jogadores do Benfica; puxará, orgulhoso, pelo assobio durante 90 minutos na esperança de ver o Cardozo falhar golos, o Matic perder bolas, o Artur fazer frangos. A demência desta gente é tal que chega ao ponto de percorrer o país e o mundo atrás da equipa do Benfica à espera de uma derrota que finalmente nos faça a todos, abutres da pior espécie, felizes. 

Ao Bcool, aquele abraço abutriano. Insulta muito os nossos, companheiro.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Capelas há muitos, seus palermas!

«A arbitragem de João Capela fica manchada pelo penálti mal assinalado a favor do FC Porto, ao marcar falta inexistente de Nélson Pedroso sobre Sebá.»

Foi assim que o Fcp venceu o V. Setúbal por 1-0 para a Taça da Liga (a tal que não interessava mas que de repente se revelou prioritária, para depois voltar a não interessar a ninguém). Não foi há dez anos. Não foi há cinco anos. Nem sequer foi no ano passado. Foi a 9 de Janeiro de 2013. Há pouco mais de 3 meses, portanto. Nesse dia, um dia como tantos outros no historial de conquistas do Fcp, faltou a Pinto da Costa a habitual fina ironia, perdão, a habitual boçalidade para fazer previsões sobre o futuro do árbitro. O que é de certa forma compreensível, uma vez que nisto das arbitragens há Capelas e Capelas. E o Capela de 9 de Janeiro de 2013 é que era de boa casta. Esse sim, parecia ter um grande futuro pela frente.

Doping no Porto?

É uma vergonha o que Casagrande fez para denegrir a imagem da excelente estrutura do Futebol Clube do Porto. À procura de estrelato - deve estar na penúria, a precisar de umas entrevistas - vem para o Jô Soares dizer ao mundo que o fabuloso, espectacular, admirável Futebol Clube do Porto Campeão Europeu afinal não passava de um grupo de jogadores drogados que, na neve, no deserto, em plena Patagónia, corriam, saltavam, cabeceavam, rematavam, aguentavam mais do que os outros. Isto é inadmissível e parece-me de todas as formas justo que Casagrande seja alvo de um processo por parte de Pinto da Costa.

Só acreditaria nesta história se tivesse vivido nos anos 80. E, mesmo assim, teria de ter visto os jogadores do Porto com um ar completamente louco, a espumar da boca - sei lá, a equipa toda atrás de um árbitro ou assim. Ou 4 ou 5 da equipa principal quase carecas aos 20 e poucos anos. Mesmo que isso tudo acontecesse - e que surreal seria! - só acreditaria nesta história do Casagrande se ela aparecesse em escutas. Mas se aparecesse em escutas tinha de esperar que um tribunal as validasse, porque toda a gente sabe que mais importante do que ouvirmos ou vermos as coisas é o que está escrito nos grandes livros da Justiça. Portanto, isto não passa de uma farsa. Na verdade, eu só acreditaria nesta história mirabolante se fosse o próprio Casagrande a afirmá-lo. E se o afirmasse, teria de saber se aquilo não foi montagem. Como é evidente, a suposta confissão de Casagrande não passa de mais uma cabala, perpetrada por uns hackers benfiquistas que só sabem denegrir as grandes vitórias europeias do Porto. 

Quantas vezes não ouvimos: «sim, somos corruptos, e na Europa, também fomos?». Têm toda a razão os portistas: na Europa só eram drogados.

Nico Negrete





Não sei se será o melhor golo que alguma vez vi ao vivo - ainda por cima ali tão perto, no topo atrás da baliza onde a bola entrou deslumbrada pelas várias ternuras que foi recebendo. Se não é o melhor, é um dos três melhores e seguramente o melhor desde que existe novo Estádio da Luz. Tem tudo: criatividade, combinação, técnica suprema, noção perfeita do espaço, movimentação e uma finalização absurda de tão boa. Mas tudo nasceu primeiro no génio difícil mas delicioso de Nicolás Gaitán e depois numa memória muito difusa que Nico tinha mas nem sabia reconhecer. Os grandes jogadores são assim: misturam instinto, criação, improviso e dois ou três pozinhos de coisas que lhes ficaram a pairar em sonhos. Como esta:




domingo, 21 de abril de 2013

Uma roubalheira

O 2º golo do Benfica é nitidamente uma obra de arte - e toda a gente sabe que o lugar das obras de arte é em museus e não dentro da baliza do Rui Patrício. Ilegal, portanto.

Luz

Cheia de genica, parto para mais uma viagem, com fervor no coração e a alma com a chama imensa.
Vaidosa e orgulhosa com a minha camisola vermelha, tão risonha como o sol que hoje brilha e a vem beijar.
Dizem que sou louca da cabeça, por amar o Benfica com certeza, porque Glorioso só há um, criado por Cosme Damiao, na Farmácia Franco, que veste de vermelho e branco.
O Benfica e mais nenhum.

Por Ti Benfica. Sempre por Ti.

BENFICA DO MEU CORAÇÃO

NASCIDO NA FARMÁCIA FRANCOOOOOOOO
CRIADO POR COSME DAMIÃAAAAAAAAAO
EU VISTO DE VERMELHO E BRANCOOOOO
BENFICA DO MEU CORAÇÃAAAAAAAAAAAAAAAO

 GLORIOSO SLB, GLORIOSO SLB, GLORIOSO SLB, ALLEZ ALLEZ!


sábado, 20 de abril de 2013

A novela Ricardo Santos

Podemos dar as voltas que quisermos a isto, sermos muito puros, evitarmos teorias da conspiração, querermos acreditar neste futebol, mas quando lemos a notícia de que Ricardo Santos, o fiscal que o ano passado deixou passar o fora-de-jogo claro de Maicon no jogo do título, foi repescado a meio da semana para fazer parte da equipa de João Capela no clássico de amanhã, só se estivermos em coma ou cadavéricos podemos aceitar uma notícia destas como normal. 

Não é normal. Não o é por vários motivos óbvios, desde logo porque prejudica e condiciona o próprio Ricardo Santos. Que cabecinha pensadora decidiu olhar para o fiscal de linha que estava escolhido e pensar: «eh pá, mas esse gajo, hmmm, não sei, não gosto do estilo dele, isto para um dérbi tem de ser gente com estaleca, olha, por que é que não vamos buscar o gajo que no ano passado não assinalou um fora-de-jogo óbvio e permitiu que o Porto ganhasse no Estádio da Luz e se tornasse praticamente campeão?». É que reparem: eu nem sequer digo que há aqui uma tentativa de prejudicar o Benfica. Digo é que é uma decisão tomada por gente muito estúpida. 

Ricardo Santos só pode perder com esta decisão do «cérebro» Vítor Pereira (ou de um dos seus lacaios). Se decide a favor do Benfica num lance polémico, as críticas virão dos nossos adversários: estava obviamente condicionado pela decisão do ano anterior, uma vergonha. Se decide contra o Benfica num lance polémico, as críticas virão da nossa parte: estava obviamente instruído para voltar a fazer o mesmo da época anterior, uma vergonha. É este tipo de inteligências que temos a mandar no futebol português. E nós ainda por cima apoiamo-las. Inequivocamente.

Falando na consequência prática desta medida, parece-me que nos beneficia. Ricardo Santos vai entrar no Estádio da Luz tão condicionado pelo erro da época passada que o normal - o humano, mesmo - será, em caso de dúvida, decidir a nosso favor. Primeiro, porque é do instinto mais básico possuir um sentido de justiça que equilibra as próprias acções - basta falar com árbitros para perceber que, por mais que não queiram cometer um erro que equilibre o anterior, não raras vezes o fazem, muitas delas quase sem se aperceberem no momento. Depois - e sobretudo - porque Ricardo Santos terá 60.000 pessoas em cima dele, atentos a qualquer decisão, concentrados naquela mão e na bandeirola, se sobe injustamente, se deixa passar um lance que nos prejudique, como estará a cara de Ricardo Santos, que tipo de penteado levará, se tem tromba de porco. 

Este homem vai andar a correr lateralmente no relvado do Estádio da Luz com um tsunami humano atrás, a soprar-lhe vento e ondas de impropérios que nem o mais frio dos bípedes pode ignorar. Ricardo Santos, é muito provável, irá beneficiar o Benfica.

A soberba ...


“Confronte-os com a aniquilação e então sobreviverão; mergulhe-os numa situação mortal e então eles viverão. Quando as pessoas ficarem em perigo, eles são capazes de lutar pela vitória.”




retirado do blog vídeos e futebolices
 
 
A soberba é uma muito má conselheira. Infelizmente o português devido ao seu carácter tem o hábito de amesquinhar os que estão por baixo. É um sentimento verdadeiramente anti-benfiquista mas inerentemente benfiquista, pois é tipicamente português. Apesar de sermos um clube que teve humildes origens e foi fundado nos mais sólidos princípios ético-morais, o crescimento e glória tem-nos levado a olhar para os adversários menos poderosos com desdém.
Basta ouvirem os adeptos de outros clubes e reparam que temos alienado o nosso crédito devido à nossa sobranceria quando estamos na mó de cima. E depois ainda se admiram que as equipas corram mais contra o Benfica que contra qualquer outro adversário. Nessa soberba somos tipicamente portugueses e tentamos desculpar essa falha de carácter com comportamentos alheios em situações análogas, como se o mau comportamento dos outros justificasse o nosso. Ou então, criamos conspirações, como se todos os adeptos dos outros clubes fossem os intervenientes no que as escutas trouxeram à tona da água.
Nunca, por nunca, se deve desprezar e humilhar um adversário. É uma atitude condenável, uma falta de fair-play que tanto envergonharia o Cosme Damião que tantos gostam de invocar como sua referência. No entanto, se essa soberba se limitasse aos sócios e adeptos, menos mal viria ao mundo. O problema é que esse sentimento passa dos adeptos para jogadores e treinadores e consequentemente as equipas tendem por vezes a menosprezar os adversários e a verem-se em dificuldades desnecessariamente.
Por esse motivo a selecção portuguesa tem mais dificuldades nas fases de apuramento do que nas fases finais. Mas não só, podemos também olhar para os clubes. Ainda recentemente criou-se a ideia que o Newcastle era um adversário tão fácil que nem era preciso jogar para passar a eliminatória da UEFA League, tal era a bazófia que se encontrava na net e entre os adeptos. Só depois de a equipa estar a perder é que foi buscar as forças para emendar a situação. Mas não, não vou falar de 85/86 e do título perdido com no jogo com o Sporting. Aliás, tecnicamente o Benfica não perdeu o título no jogo com o Sporting, mas foi a derrota em causa que acabou por custar o título.
Vou dar exemplos do Sporting e de como, sempre que eles nos consideraram os participantes na festa deles, fomos a Alvalade e mostrámos o nosso valor. Foi o Menino d'oiro que pegou numa equipa a perder 0-1 e 1-2 e virou o jogo para um 6-3 que conduziu o Benfica ao título de 93/94. Mas o exemplo mais famoso é o Sabry-show que calou uma semana contínua de massacre com as tretas dos cabeçudos.
Essa atitude de achincalhamento vai criar nos adversários uma raiva tal, que os mesmos jogarão para lá dos seus limites, não pelo resultado, mas pelo orgulho próprio e quem joga pelo próprio orgulho nada tem a perder. Ou como diria Sun-Tzu : “Quando cercar o inimigo, deixe uma saída para ele, caso contrário, ele lutará até a morte.”
A confiança nunca deve dar lugar à soberba e acima de tudo e para que nos respeitem, devemos respeitar os outros. Quem afirma o contrário pode ser do Benfica, mas nunca compreenderá o que é ser Benfica.
retirado do blog A nossa mística


quinta-feira, 18 de abril de 2013

A origem do Futebol

O começo desta história de que fatalmente todos somos cúmplices fez-se aos pontapés a cabeças pelas ruas sinuosas de Londres. Uma turba de bêbados com turbantes, bandos de malfeitores, carteiristas, putas, até advogados e ministros pontapearam os primeiros esféricos cadavéricos que encontraram junto às sarjetas e deram-lhes uso da mais primária forma que podiam: ajeitaram-lhes a ponta da biqueira aos narizes mais profícuos porque não queriam - ambientalistas de alto quilate - que os odores putrefactos dos corpos em decomposição geográfica prejudicassem o turismo da Grã-Bretanha de um século anterior ao século passado. 

 Havia quem dissesse, entre-dentes e cheio de frio, que a torpe correria que afugentava os indígenas e estragava as roupas alinhadas em frente às janelas cheias de nevoeiro era coisa do demónio, que aquele sôfrego atropelar de gente, costas e unhas, braços e pernas pelas ruas abaixo aos insensíveis chutões de roliças cabeças de gente morta era o final feliz de uma história satânica que nem Jesus Cristo, afinal o melhor dos homens, podia contrariar face à tormentosa, porém genuína, ideia humana. 

 Começava tudo numa amena cavaqueira: dois homens discutiam os ângulos pelos quais a lâmina de barbear deve correr em direcção à espuma. Um defendia o projecto milenar e sem mácula do verticalismo começado no pescoço e acabado nas maçãs do rosto; o outro, no entanto, falava num certo condicionalismo da derme, se não fosse executado o lance diagonal de aparar cuidadosamente os princípios pilosos segundo os quais o pêlo - louco e anárquico - deve ser levado ao engano, partindo de debaixo para cima e, a meio do trajecto do corte, surpreendê-lo com um toque incisivo e letal pela esquerda baixa. Ninguém sabia que tipo de assunto era aquele mas todos os que ladeavam os dois homens faziam expressões de assentimento e alguns, corajosos, chegavam mesmo a vociferar palavras de ordem: «exactamente, é assim que o corte deve ser feito!», «por mim, é tudo a eito», «tem razão o Senhor McFeist, sim senhor», «não pretendo provocar a ira dos demais, mas se me permitem...» e de repente as ruas de Londres estavam enxameadas de uma massa de indivíduos sem pobreza para vender nem riqueza para mostrar. Todos tinham opinião, menos um dos homens que iniciou a contenda sobre a forma exemplar de barbear a tromba visto que, antes de poder concluir a sua magnífica dissertação sobre a qualidade pubescente dos seus ascendentes, viu uma ponta-e-mola cortar-lhe o gargantil na zona onde quase nasciam imberbes penugens. 

 O sangue jorrou primeiro às golfadas pela zona onde os ossos acabam e se tornam macios num descanso de enseadas e pele amolecida pelos sons e líquidos que por dentro amaciam o externo do esterno. Parecia uma vaca no matadouro, de cabeça caída sobre a vertigem da gravilha-gravitação-gravidade e os dentinhos ainda atentos como se ainda pudessem vir enfrentar mais um trabalho aos maxilares. O povo de urgência clamou surpreendido mas logo a chusma esqueceu o degradante espectáculo e iniciou, de uma assentada e sem aviso filosófico (só havia padeiros, barbeiros e ilegais emigrantes), o que hoje pode ser considerado o jogo de futebol. 

 É curioso como uma morte a céu aberto pôde criar o nascimento precoce de um desporto tão dotado de inteligência humana. Não naquelas ruas, porém, onde já assistimos, de binóculos, ao corpo de um homem lançado para o chão enquanto a sua cabeça rola indistinguível pelas pedras, batendo contra as paredes da esquerda e da direita, porque a técnica individual dos praticantes - é bom de ver - ainda deixava bastante a desejar. O primeiro tecnicista reputado de que há memória terá sido alguém que num assomo de criatividade e clarividência escolheu parar o jogo, meter um dedo na língua, levantá-lo ao vento, compreender os ângulos da humidade salivar contra a intensidade do clima e decidir uma matemática de remate. Calaram-se os adeptos perante tamanha manifestação prodigiosa de génio: a cabeça, na vez de rolar intensa para uma parede, seguiu em frente, pontapeada de lado demonstrando efeito - a técnica passava por aproveitar o aquilino nariz do defunto, parecia-nos judeu (não digamos isto em voz alta), para, num encosto de método, levar o esférico a descer aos saltos a estranha rua de Saint Thomas. 

 A turba incendiou-se com aquele movimento, correram a abraçar o herói sem nome (mais uma injustiça da História), e, quando todos esperavam que aquilo fosse o início de uma nova era na mortandade sem lógica, alguém decidiu, enquanto pulava sobre os corpos desvairados aos pontapés e correrias, que estava inaugurado o futebol.

Os bigodes dos leitores - Nº 1 - Carla Furtado



A ontiana Carla Furtado já tem bigode. E tu, macho latino, vais ficar atrás? 

 (enviem-nos fotos com os vossos bigodes e buços naturais - as meninas podem fazer como a Carla ou comprar bigodes nos chineses)

quarta-feira, 17 de abril de 2013

VAMOS DAR-LHES UM BIGODE!

«Pessoal fixe,

O Gordo, vai à baliza!, o Ontem vi-te no Estádio da Luz e o Cabelo do Aimar (provavelmente os três melhores blogues nacionais - por esta ordem) uniram esforços para levar por diante este movimento épico. O movimento VAMOS DAR-LHES UM BIGODE! pretende responder a três pontos fundamentais: 

1. Criar uma onda inequívoca de apoio ao nosso Benfica neste final de temporada onde lutamos pela tripla vitória: Campeonato Nacional, Taça de Portugal e Liga Europa. 

2. Reconhecer e agradecer a importância que têm Jorge Jesus e Luis Filipe Vieira (grande bigode!) neste regresso aos tempos de glória. 

3. Homenagear os nossos lendários ídolos - Chalana, Pietra, Veloso, Humberto Coelho, Toni... - que nas décadas de 70 e 80 levaram o nome do Sport Lisboa e Benfica, mais os respectivos bigodes, aos mais altos pódios. 

Os nossos bigodes não invadirão apenas o Jamor mas todos os campos onde o Benfica jogar até ao final da presente época! Para fazerem parte do Movimento apenas terão que executar uma das seguintes coisas ou, preferencialmente, todas elas ao mesmo tempo: 

1. Começar a partir de hoje a deixar crescer o bigode. É fácil, barato e extremamente eficaz. Não se preocupem aqueles que não possuam pilosidade suficiente para cultivar um bigode à macho, temos uma alternativa (ver ponto 3.). 

2. Passar a palavra e fazê-la chegar ao maior número possível de pessoas através dos blogues e redes sociais. Muito em breve disponibilizaremos material gráfico que poderão utilizar para reforçar a mensagem e explicar o movimento. 

3. Fazer o download do PDF que os nossos 3 blogues disponibilizarão (já está no forno) a partir do qual todos os que queiram poderão fazer o seu bigode postiço, à imagem de alguns dos maiores símbolos benfiquistas. Traz instruções. 

4. Vestir a camisola. Estará disponível brevemente a t-shirt oficial do movimento que terá uma componente interactiva (tecnologia de ponta, vão ver!) e que ficará a matar com os vossos bigodões. Será no fundo, o dress-code deste final de época. Estejam atentos bigodudos. Mais novidades nas próximas horas.» 

(Importa referir que a ideia original nasceu há dois anos pelo bigodudo Diego Armés, do blogue 227218. Como a tragédia ocorreu sobre as nossas cabeças nessa altura, decidi recuperar este ano este verdadeiro banquete bigodal. E agora com o Gordo e o Cabelo a bigodar isto tem tudo para ser não menos do que espectacular)

Prospecção

Confesso que esperava uma abordagem por parte do Benfica a Tiago Rodrigues e Ricardo e fico desiludido por saber que irão jogar no Porto na próxima temporada. Os dois têm um potencial tremendo e, se é verdade que custaram apenas 2 milhões de euros, acabaram por ser um negócio fantástico para os nossos rivais. Ao menos que os tivéssemos forçado a gastar mais uns milhões nos jogadores. Paciência. Olhemos para outros talentos do futebol português. Eu começaria por Josué.

Maravilhamento

Estamos a viver não só das melhores ilusões da nossa vida como das melhores ilusões da História do Benfica. O que vai acontecer, ninguém sabe. Mas hoje, à 1:39 do dia 17 de Abril de 2013, estamos cheios e grávidos de coisas boas. Agora é esperar que todos os partos sejam bons.

(Isto é importante porque, daqui a dois meses, tenhamos ganho tudo, alguma coisa ou nada, vamos querer estar aqui, neste momento de maravilha)

terça-feira, 16 de abril de 2013

E vós, ó rapazes, com fogo sagrado

As nossas claques andam demoníacas - a criatividade é tanta que, em Aveiro, decidi ir na primeira parte para os Diabos e na segunda para os No Name. Uns vão buscar pérolas do passado, outros vão, bem, apanhar a essência dos malucos do San Lorenzo. As músicas no estádio difundem-se e até o velho coxo do Piso 3, com artrite e problemas de costas, quer levantar-se e cantar o eco que vem lá do fundinho do relvado. Vivemos dias demasiado bons, não há como negar.

E foi num destes dias bons que eu comecei a pensar no Hino do Benfica. Não no belíssimo Luís e a sua voz canora do "Ser Benfiquista", mas no Félix Bermudes e na sua inspiração para o hino oficial do Benfica: "Avante, avante p´lo Benfica", hino que preencheu o universo benfiquista durante décadas a fio até ser vilipendiado pelo regime salazarista por conter uma palavra - AVANTE! - que consumia os cerebelos dos mais aptos à fiscalização dos sabores, desejos e gostos dos amantes da liberdade - um deles, o fascista antigo Presidente do Sporting, Góis Mota, pessoa responsável pela morte de algumas centenas de bípedes menos acostumadas à essência da cultura de chicote. Coisas de clube de regime, naturalmente.

Hoje, em 2013, será talvez o momento oportuno para chamar as nossas claques não à essência da natureza extremista, mas à essência do benfiquismo mais puro e livre: façamos todos do "Avante, avante p´lo Benfica" uma das músicas a ecoar no Estádio da Luz. Letristas e curiosos, prestidigitadores e mágicos, líderes, adeptos e sócios das claques do Benfica, atentem só nesta preciosidade (deixo-vos só o refrão porque é nele que está a essência musical e mística):

Avante, avante p´lo Benfica
Que uma aura triunfante glorifica!
E vós, ó rapazes, com fogo sagrado,
Honrai agora os ases
Que nos honraram o passado!

Isto com um ritmo à Benfica vai ser do caralho.



E... O BENFICA ESTÁ NO JAMOR!

Neste dia feliz - estamos no Jamor, caralho! -, não posso deixar de dizer que estar no estádio a assistir à nossa passagem a uma final 8 anos depois da última com aquele deserto humano é uma coisa um bocadinho triste. Eu sei que os bilhetes não tinham os preços adequados à situação - Vieira, e as promessas, pá? as promessas? -, sei que a malta sabia que o Benfica ia passar à final, sei que está tudo a guardar-se para outros jogos, mas, meus caros, esta fraca cultura de estádio que há em Portugal tem de acabar. Pelo menos no nosso clube. Hoje nem os "do costume" estiveram todos. E isto nada tem que ver com questões financeiras. Há muita malta que PODE e NÃO VAI - deviam fazer um esforço e demonstrar respeito por aqueles que NÃO PODEM e muitas vezes VÃO. Fica a ideia. 

No resto, acho completamente incompreensível ver Matic, Enzo e Salvio durante 90 minutos - Jesus não leu o meu texto da manhã e quando não lê já se sabe que volta aos velhos hábitos. Má gestão, Mister. Espero que não venha aí lesão de um dos 3 FUNDAMENTAIS para os objectivos da época. Também seria interessante perceber o que é que faz um Pablo Aimar a entrar aos 87 minutos de um jogo como este. O homem tem tanto futebol para dar e podia servir claramente de alternativa aos jogadores mais desgastados - pelo menos em certos jogos e em certas alturas desses jogos. Tocou 4 vezes na bola e um gajo fica com sede, fome, ressaca, tudo. Que craque. 

Os mais cépticos estavam à espera deste momento para começarem a deixar crescer a bigodaça. Aí está ele: estamos no Jamor. Quero pelo menos meio-estádio de bigode à anos 80. Não me venham com as namoradas - elas que deixem crescer o buço também. 

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Grande festarola, estávamos para aí... 15.000.

E...

O BENFICA ESTÁ NO JAMOR...
O BENFICA ESTÁ NO JAMOR...
O BENFICA ESTÁ NO JAMOR...
O BENFICA ESTÁ NO JAMOR!

Para dar um bigode ao Paços.

Pelas palavras de ontem de Jesus, parece-me que não vamos ter grandes poupanças. Eu faria diferente: acho este jogo a última oportunidade na época para recuperarmos os mais desgastados enquanto damos rodagem - que pode vir a ser importante - a alguns que têm jogado menos e dos quais provavelmente ainda precisaremos no meio da loucura que vai ser este próximo mês e meio.

O jogo começa com uma vantagem confortável (2-0) e, mesmo sabendo da qualidade individual e colectiva do Paços, e da tremenda competência de Paulo Fonseca, parece-me que uma equipa do Benfica que misture titulares com menos utilizados conseguirá cumprir a passagem ao Jamor. Jesus fará diferente, jogará com os melhores. Só lhe pedia que não jogasse com Salvio, Enzo e Matic, um trio de que necessitaremos nos próximos jogos se queremos ter uma época de sucesso. Eu faria assim:

Paulo Lopes
Maxi, Luisão, Jardel, Luisinho
Almeida, Gomes
Urreta, Aimar, Ola John
Cardozo

(espero que esses bigodes estejam em andamento)

domingo, 14 de abril de 2013

Voz ao leitor Pedro B.

«Claro! Peseiro no Benfica, se o poeta Ricardo fosse o presidente. Felizmente, não és. Vá, faz lá mais um post ao scp, o teu verdadeiro clube, sob a capa de ser do teu avô. Abraço Pedro B.»

Depois digam-me que a internet não é uma coisa maravilhosa.

Foi quase o quase.


O Braga tem dois títulos no seu historial: uma Taça de Portugal em 1966 e uma Taça da Liga em 2013. Foram precisos 47 anos para voltar a vencer um troféu. Passaram muitos treinadores pelo clube - Cajuda, Domingos, Jorge Costa, Jorge Jesus, Leonardo Jardim, entre tantos, tantos, outros. Nenhum ganhou nada. 


Até hoje. Com um treinador chamado José Peseiro, o homem que tem tido de levar, desde 2005 (ano em que levou o Sporting à luta pelo campeonato até ao fim e, coisa pouca, deu ao clube a segunda final europeia do seu historial), com todos os impropérios mais rascas, as análises ignorantes, as frases-feitas, os lugares-comuns, as expressões gratuitas. 

"Mas foi a Taça da Liga"? Foi. E foi eliminando Benfica (este Benfica de Jorge Jesus) nas meias-finais e Porto na final. É capaz de ter algum mérito, digo eu. Ou se calhar não. De qualquer forma, parabéns ao Peseiro por mais um quase.

sábado, 13 de abril de 2013

Melhor blogue do ano 2012/13

O Cabelo do Aimar está a promover uma votação para melhor blogue do ano. Vão lá e votem no vosso preferido. Podem não votar em nós, a gente deixa, mas votem ao menos num do Glorioso.

Deste Vieira eu gosto


Quem segue o que escrevo sabe que tenho elogiado a estrutura por não aparecer em grandes discursos que cavalgassem o bom momento da equipa. No fundo, bati palminhas a Vieira por andar calado - que é sempre onde se torna mais forte. Mas Vieira hoje falou. E o surpreendente, apesar de a imprensa naturalmente aproveitar as frases mais bombásticas (como esta da referência europeia), é que esteve bem.



Sim, Vieira apareceu a meio da época a discursar e evitou as promessas megalómanas, as frases absurdas, as caganças habituais! No fundo, desde a equipa técnica à estrutura, parece haver uma evolução. E é por isso que gente como eu e tantos outros têm vindo a debater o Benfica - no fundo, a problematização serve para isso... crescer. E quando ela acontece, não só regozijamos como elogiamos a mudança. Como Vieira diz, e muito bem: «Temos dez finais para ganhar até ao final da temporada». 

Que frescura, Luisinho. Que compromisso, que lucidez, que evolução. 13 anos depois, será que é desta?

O mérito a quem o merece ...


... e quem merece ser destacado é o presidente Luís Filipe Vieira. Também Jorge Jesus, mas acima de tudo o presidente do Sport Lisboa e Benfica e por inerência da Benfica SAD é o elemento comum à recuperação do desempenho europeu do Benfica. É certo que nada conquistámos até ao momento, mas paulatinamente os resultados vêm sendo consistentemente melhores.

Ainda tenho atravessada aquela deslocação à Pedreira, pois não fosse mais uma Robertada e o Benfica teria ido a Dublin, tendo sido eliminado por uma equipa que estava mais do que à sua mercê. A verdade, é que não há critério mais objectivo que o ranking da UEFA e se é verdade que estamos a lutar para chegar ao 8.º lugar que nos garanta o acesso directo ao pote 1 (será que é verdadeiramente benéfico ?), também não deixa de ser verdade que no início da época 2013/14 iniciaremos a época no 6.º lugar.

Atenção, não confundir o início da época, com o final da mesma, pois só são relevantes para efeitos de escolha de potes a colocação no final das épocas, visto que um lugar no início de uma época apenas reflecte 4 épocas, enquanto o ranking é sempre definido por 5 épocas desportivas. Ou seja, neste momento, o que é relevante é o actual 10.º lugar que pode ainda ser melhorado para o 7.º lugar. O 6.º lugar é meramente virtual e será alterado durante a próxima época em função do desempenho desportivo da próxima época.

Há 10 anos, aquando da entrada do presidente finalizámos a época no 72.º lugar, que mesmo assim já era melhor que o lugar em que o Benfica se encontrava no final da época 2001/2, onde com Vilarinho, Toni (por pouco tempo é verdade) e Jesualdo a época acabou com o Benfica na mais baixa posição de sempre nos últimos 20 anos, o  91.º lugar.

É este 10.º lugar o melhor lugar de sempre ? Não. Em 1996/97, terminámos a época em 5.º lugar, sendo a prova que apesar de maus desempenhos na frente interna, com Damásio ainda o Benfica teve capacidade competitiva na Europa para capitalizar aquele maravilhoso Benfica Europeu construído por João Santos e continuado por Jorge de Brito (que infelizmente nos desequilibraram financeiramente). Mas mais, com toda a certeza que o Benfica na década de 60 se tivessem existido rankings, depois de 2 títulos e 2 finais, dificilmente não teria o Benfica liderado o ranking da UEFA durante 2 ou 3 anos.

No ranking da Champions competição que se iniciou em 92, o Benfica apenas está em 24.º lugar, bem atrás do Porto 9.º classificado. No entanto, quando a UEFA faz o ranking para a Taça dos Campeões/Champions League 1955-2013, o Benfica já aparece em 7.º lugar, à frente dos rivais do norte que aparecem no 10.º lugar.

A possibilidade de esta época o Benfica igualar o Porto em termos de ranking da UEFA está à distância de 2 vitórias com o consequente apuramento para a final. 3 vitórias ou 2 vitórias e 1 empate assegurarão a ultrapassagem, mas acima de tudo o Benfica deve lutar para ganhar não pelas posições que ocupe no ranking da UEFA, mas pela glória desportiva. Com Jesus, o Benfica ficou perto dos grandes gigantes, falta agora dar o passo definitivo e entrar no Olimpo conquistando a glória.

O primeiro obstáculo no caminho é o Fenerbahçe, mas chegados aqui já não podemos deixar de sonhar com Amesterdão como à 2 anos sonhámos com Dublin. Esperemos que desta vez possamos quebrar a maldição do húngaro. Uma época de sonho é uma época de glórias múltiplas. Ficar perto não conta, dá estatuto e ranking, mas não glória.


Os rapazes do brinco

Houve duas tragédias naquele ano de 1988: a morte da nossa cadela 

o meu Pai agarrado ao focinho dela, em frente à lareira, o Eric Clapton cantava e chorava o filho num choro impossível de descrever. As chamas iluminavam as lágrimas do meu Pai e as orelhas peludas da minha Cocker já de olhos fechados para o mundo (a ver por dentro  a morte).

e o meu Pai a chegar a casa, com o galhardete de um PSV-Benfica, agarrado ao cansaço de horas de autocarro e tristeza. A cadela ainda era viva, esperou para morrer depois para não o deixar sozinho a ver o lume. 

Das duas vezes, o fogo foi a forma de não olharmos uns nos outros a pequena morte. Aquela que mata mais do que a grande morte, porque é feita de espinhos que se vão colando, sem aviso, à pele e só magoam no fim, quando já desistimos e choramos juntos. 

Foram mortes que, agora à distancia cerebral, percebo como fundamentais na minha vida. Antecipavam a tragédia, como um livro que começa a ensanguentar-se na narrativa até ao esguicho vermelho e final. Ainda não tínhamos morrido e no entanto todos mortos: uma vez pelo Benfica, outra pela cadela. Ainda pensávamos que éramos eternos.

Três anos, dois meses e cinco dias depois (já Verão de 91, portanto), acordei uma vez aos solavancos pela cama, suado, em gritos de desespero. Era a morte do meu Pai e a minha e a do Benfica e a da cadela, todos juntos e mortos num final apoteótico no qual o que restava era uma sombra que pairava por cima das casas. Uma onda escura que levava os telhados de um lado para o outro e os consumia por dentro, as nuvens fechando-se numa concha de frio e chuva e os sorrisos das pessoas debaixo de toldos, sombrinhas, agasalhos, escuras evocações ao divino. 

De todas as vezes em que quis aniquilar a tristeza atirei-me à contemplação do fogo. Quantas vidas viveram dentro de uns toros húmidos, de pinhas, de acendalhas? O meu Pai ainda hoje está sentado no banquinho a remexer a arquitectura que levanta fumo pela chaminé, há-de dizer - se o fumo entrar para dentro - que a lareira está a fumar mal, e nós, também sentados em bancos pequenos, a sentir o calor do fogo e as notas de uma música que não acaba, talvez de vez em quando nos lembremos daquela cadela com as orelhas peludas e olhos fechados, do quente que era estarmos todos juntos, do galhardete que ficava orgulhoso no meu quarto a dizer PSV-Benfica, da tragédia do Veloso, dos ensinamentos do Silvino, daquele equipamento todo vermelho, do quase-Diamantino e daquela memória que ficou da felicidade de ter sido lançado no espaço nos dois golos do Rui Águas no Estádio da Luz.

Ontem, Pai, vi-te no Estádio da Luz. Hoje só quero ir vingar as duas mágoas tão tristes com que chegaste a casa. Hei-de ver o Benfica ganhar uma final europeia por ti. E depois posso morrer e ficar para sempre, num limbo de vitórias do Benfica, no quarto anel onde tu circulas a beber copos com o Vítor Baptista.



De carroça para Amesterdão.


Não sendo o melhor, foi um bom sorteio para o Benfica. Não só porque evitou o Chelsea como pode disputar (e, já agora, festejar) a passagem a uma final europeia 23 anos depois no nosso Estádio da Luz. 


A questão que se coloca é simples: compramos os bilhetes para Amesterdão agora ou mais à noite?



O Dia Seguinte

A rua está repleta de gente feliz. Os mais tímidos não sorriem, não fazem gestos evidentes de uma felicidade sem limites, não gritam em público. Limitam-se a levar nos olhos um brilho diferente. Passamos por eles, sentimos cumplicidade, percebemos: o Benfica está nas meias-finais da Liga Europa.

Momento «Clássico Jesus»

«Aconteça o que acontecer, esta época será brilhante».

Não, Jesus, não será. O Benfica alimenta-se de títulos, não de épocas com bom futebol e ilusões várias em Abril. Andavas a falar bem, de forma humilde, mas com esta borraste a pintura. Espera-se que tenha sido um mero episódio e que voltes ao discurso lúcido e certeiro.

«Brilhante» será ser campeão. «Brilhante» será ser campeão e ganhar a Taça de Portugal. «Brilhante» será ganhar tudo. Não ganhar nada ou só ganhar a Taça, além de não ser «brilhante», será deprimente. E contigo tem sido quase sempre deprimente. Com o que ganhas no Benfica, tens de dar-nos é «brilhantes» títulos, não «brilhantes» quases.

Amor

Ver o Benfica não é propriamente ver o Benfica. Os jogadores passam, passam os treinadores, até os Presidentes. Passa a vida dentro de nós. Há um benfiquismo que é nosso mas já é outra coisa. Eu fui do Benfica aos 3 anos, quando vi a minha primeira e única religião: o Estádio da Luz. Apaixonei-me tanto que no meu coração deixei de ter espaço para bispos, fumos brancos e derivações de crueldades ou imaginativas fés. A vida é isto que se passa agora aqui enquanto lês este texto ou acordas cedo e vais de metro para o trabalho. O resto, todas as ilusões em que tu queres acreditar, é um fim de bezana que invariavelmente acaba contigo ou a vomitar ou a dormir até ao outro dia no qual entrarás esquecido do que pensaste na cama, agarrado a uma almofada e a sonhos de resoluções que nunca farás porque, enfim, és capaz de ser humano.

Tenho aquela religião que sigo como peregrino devotado à causa: vou ver o Benfica, em casa e fora, todas as vezes que posso. E não vou mais, quando não vou mais, porque a vida, entre amores, cagadeiras e gastronomias, ainda dá algum trabalho. O que devia acontecer: ir a TODOS os jogos do Benfica. Cada jogo perdido é mais um conjunto de segundos que caem sobre o caixão e desenvolvem pó, larvas e mentiras que andamos todos a dizer uns aos outros, no meio de verdades que também dizemos uns aos outros porque, no fundo, até queremos manter um fundo de honestidade e outras virtudes esquecidas na passagem dos ponteiros do relógio. Que horas são?

Hei-de completar a madeira de carvalho com uma bandeira do Benfica e três ou quatro amigos a chorar atrás da carrinha funerária. A nossa morte é importante para os outros ou morremos tão sozinhos como vivemos? Quando me abraço e beijo os meus amigos num golo quase acho que não vou morrer. Ali, naquela bola que de repente (é sempre de repente) bate nas redes, eu sinto-me eterno. Sou uma criança, um adulto e um velho no golo. Perco o tempo, não sei do tempo, não há relógio que marque as horas do golo. No ecrã gigante, anunciam: 34´ Melgarejo, e sabe lá o Melgarejo o que foi correr uma bancada, chorar, cantar, gritar, morrer e viver naquele golo. 

Não sou católico, judeu, muçulmano, budista, cagalhão. Sou benfiquista. Chega-me bem essa imortalidade para saber que, no resto, posso ser um filho da puta tão triste quanto feliz por aceitar que a vida - tão agreste, colorida, bronca, deliciosa - é só o tempo que se intervala entre o meu choro de bebé e o dia em que cair de frente, em queda livre, para o mundo. 



quarta-feira, 10 de abril de 2013

Pelo Sporting Clube de Portugal do meu avô



Podemos ser benfiquistas primários anti-Sporting ou podemos, antes, ser cidadãos. O que a Banca pretende fazer à Administração de Bruno de Carvalho é, ressalvadas as devidas distâncias (que, no âmago, até nem são tantas assim), uma verdadeira filhadaputice típica de quem sente o poder nas mãos. E isso, meus caros, por mais benfiquista que seja e a situação aconteça ao nosso histórico rival, eu não aceito de maneira nenhuma.


O Bruninho Passarinho vai ter de enterrar desportivamente o clube pelo sua total incompetência e não por ter de ser forçado a abdicar de princípios em prol de uma organização suja e conspurcada, onde impera a ganância e a promiscuidade. 

Sei que os meus amigos sportinguistas (não lagartos) passam por um tempo difícil. A eles, o meu abraço. E, se tiverem de ir para insolvência (o que espero sinceramente que não aconteça), então que vão. E comecem tudo de novo. Só não se subjuguem mais a um poder corrompido por gente que, além de usar o desporto, tem usado o país e os portugueses com toda a falta de vergonha na cara que caracteriza os medíocres de espírito.

Há vezes em que, na vida, devemos olhar, usando toda a ciência do mister Jesus, a parte atrás da árvore para ver a floresta. E defender os amantes deste desporto e até desta rivalidade que, apesar dos apesares, nos une num sentimento comum: o amor a um clube e a um desporto. Por mim, o Sporting não acaba nas mãos desta gente.

And now for something completely different ...


No outro dia, estava a ler o prospecto das Obrigações Benfica SAD 2016 e a ficar indignado com o comprovar das patranhas ditas em plena campanha eleitoral e pensei em fazer um texto sobre o assunto. Confesso que não tenho tido particular vontade de escrever, em especial porque as pessoas mesmo quando confrontadas com as realidades optam por arranjar desculpas ou fingir que estamos a atacar qualquer coisa, por exemplo a querer destabilizar a equipa de futebol, quando no fundo apenas nos limitamos a citar factos crus e nus.

Estava eu nestes meus pensamentos quando fui a Olhão ver a equipa. E as saudades que eu já tinha de ver o Benfica ao vivo. Tenho acompanhado os jogos na televisão, ou no pc conforme a disponibilidade e a companhia, não só da equipa principal como também da equipa B, pelo menos enquanto não jogavam na Tapadinha, mas não é a mesma coisa.

Ver os jogadores a evoluírem no gramado, sentir aquele sentimento de grupo irmanado na vontade de ajudar a equipa a chegar aos seus objectivos, de vermos as "papoilas saltitantes" em movimentos enleantes, onde a técnica dos jogadores e a táctica do treinador se sobrepõem aos adversários. Não é a mesma coisa.

Até as jogadas que não se vêem bem porque ou estamos a falar com o parceiro do lado, ou porque há vários jogadores à frente e as coisas passam-se no outro lado da cancha, têm mais encanto que as múltiplas repetições que escrutinam ao pormenor todo e qualquer lance, em especial os de decisões difíceis de arbitragem, como se fosse possível ter a visão que têm 10 ou 15 câmaras. Não é a mesma coisa.

Infelizmente, a distância que me separa de ver a equipa ao vivo é cada vez maior, todas as semanas a gasosa aumenta, todos os meses ou semestres os impostos também crescem e a inflação embora amainada com esta recessão que grassa no país, apenas é indicativa, pois uma nota permite trazer cada vez menos coisas do supermercado. Não posso ver regularmente o Benfica ao vivo e isso custa-me. Às vezes faço de conta que não, até porque os meses passam sem que o veja, mas o pior acontece quando após vários meses me volto a unir à equipa, seja num particular, seja num jogo oficial e aquelas saudades batem forte, dos tempos em que ver o Benfica era algo que eu dava como adquirido. Não é a mesma coisa.

Tenho saudades dos jogos que não vou ver, das experiências que não vou viver, dos golos que não vou gritar, dos impropérios com que não vou saudar o árbitro ou os adversários, das alegrias e das desilusões que não vou partilhar com os meus amigos no estádio, junto da equipa, junto dos sócios e adeptos, junto dos meus irmãos do Benfica. Tenho saudades do Benfica.