Antes de
“divagar” sobre a entrevista do nosso treinador à nossa tv, gostaria de, em
nome próprio (José Moreira), pedir desculpas pelo atraso do escrito, e por uma
eventual sensação de tema “requentado”, mas o tempo disponível só agora me
permite emitir uma opinião séria e completa sobre o assunto.
Começando pelo
principio subjacente à entrevista, ou seja, o órgão de comunicação e jornalista
escolhidos para realizar esta mesma entrevista, parece-me ser de aplaudir a
escolha do canal do clube como principal órgão de difusão de assuntos
relacionados com o mesmo, sendo que a escolha de um vice-presidente para
conduzir a entrevista a um assalariado seu, logo, um inferior hierárquico, me
pareça errado. Não obstante, fiquei com a ideia que Jorge Eduardo Moniz soube
lidar bem com a situação e não se escusou a fazer a maior parte das perguntas
que se impunham, ainda que se possa achar que poderiam ter sido mais e mais
incisivas, mas parece-me que a integridade da entrevista não ficou em causa.
Ainda assim, gostaria ter visto perguntas sobre a saída de António Carraça,
sobre a renovação do contrato, sobre o grau de influencia de Jorge Jesus nas
decisões desportivas do clube ou sobre os motivos que levaram o Benfica a
apostar de forma tão declarada em jogadores oriundos da Servia, porém
compreendo que alguns destes assuntos pudessem ser demasiado incómodos para
serem abordados numa conversa publica entre um vice-presidente e um
funcionário. Dou nota ainda da forma (quase) intuitiva com que José Eduardo
Moniz ia completando os pensamentos de Jorge Jesus quando este parecia estar
com alguma dificuldade de expressão e a “reprimenda” para não se falar no vizinho
do lado, mas sim do Benfica.
Passando à
analise a Jorge Jesus, podemos dizer que a performance do treinador encarnado
pode ser classificada entre o bom e o… Jorge Jesus. Isto é, respondeu e
defendeu-se bem em algumas questões mas, para não variar, não faltaram as suas
pitadas de narcisismo e excesso de ego.
Indo por
partes, na forma, como seria expectável, Jorge Jesus esteve ao seu nível, ou
seja, péssimo. Desde o facto de, numa ou noutra situação, muito naquele seu
jeito “superior” e descontraído, chegou a tratar por “tu” o jornalista que é
vice-presidente da sua entidade patronal, bem como muitos atropelos à língua de
Camões que, como já sabemos, não constitui qualquer novidade no treinador do
Benfica.
Passando ao
conteúdo (já pareço o Marcelo), Jorge Jesus flutuou entre o habitual e o bom,
ou não fosse uma entrevista estudada ao pormenor.
Quanto aos
aspectos positivos há a destacar a forma como explicou o projecto da equipa B e
as razões para a mudança de filosofia subjacente ao projecto para a nova época;
assume a responsabilidade de ter uma equipa mais forte na época que se
aproxima, por ser o seu 5º ano à frente da mesa; mostra-se cauteloso na
abordagem à próxima edição da Liga dos Campeões, evitando possíveis sonhos
desmedidos dos adeptos para uma edição cuja final se disputa no nosso estádio;
demonstrou-se lucido ao explicar, ainda que de forma pouco clara, que não é
expectável que o Benfica venha a ser, nos próximos anos, a base para a selecção
nacional, ainda que isso não possa ser significado de não integrar portugueses
nos sucessivos planteis, pois são coisas distintas; JJ foi ainda hábil ao
legitimar a sua continuidade ao comando da equipa do Benfica, puxando dos
“galões” com a qualidade de jogo atingida pela equipa e pelo “salto”
qualitativo no ranking da UEFA; na abordagem ao “caso” Cardozo, ainda que não
tenha sido excelente, saiu-se bem, demarcando-se de qualquer tomada de decisão
definitiva da sua parte, entregando o jogador ao presidente por se tratar de
uma questão disciplinar.
Finalizada a analise ao que correu bem a
Jesus, passemos à parte da entrevista em que Jorge Jesus foi… Jorge Jesus. O
técnico do Benfica disse pertencer à elite dos treinadores, não por se achar na
elite, mas porque o acham na elite como o demonstram os convites para os fóruns
de treinadores organizados pela UEFA, esquecendo-se que ele é convidado, não
pela eventual qualidade que tenha, mas pelo clube que treina. Dando exemplos,
Vítor Pereira fez parte dessas conferencias enquanto treinador do FCP, mas uma
vez fora do clube, deixará de o fazer, tal como já aconteceu com Jesualdo
Ferreira, por exemplo; afirmou não contar com Oblak, pela questão do numero de
vagas para estrangeiros para inscrição na UEFA, mas sobretudo por ser um
jogador demasiado jovem para a posição de guarda-redes de um clube como o
Benfica, isto é, ficamos assim a saber que, fosse Jorge Jesus o treinador de
Casillas, jamais este havia assumido a titularidade da baliza do Real Madrid
com 18 anos de idade ou jamais conheceríamos De Gea, muito menos no Man. Utd ou
até Rui Patrício no Sporting, são opiniões; Na mesma frase, o nosso treinador
faz questão de dizer que a melhor equipa é a que ganha, sendo que, por isso
mesmo, o nosso rival é, ao momento, melhor que o Benfica que, no entanto, está
próximo da hegemonia, apesar do tricampeonato do FCP, lá está, são ideias;
Quando instado a apontar uma causa para as sucessivas perdas de objectivos no
final da época passada, Jorge Jesus foge incessantemente à questão, acabando
mesmo por não responder, isto é, acabando por não assumir qualquer
responsabilidade, apesar de, já na fase final da entrevista, dizer que os
insucessos de uma equipa são da responsabilidade do seu treinador… desde que o
treinador não seja ele, claro; Jesus foi ainda lesto a admitir alguns momentos
menos bons de Artur, dizendo que são erros que ele não pode controlar, mas
assumindo méritos de quem se apresentou em bom plano como Matic, ou seja, os
erros são dos jogadores, a evolução é do treinador, mais uma vez, nada de novo.
Em suma, foi
uma entrevista que excedeu as piores expectativas, mas não chegou para as
melhores expectativas, sendo surpreendente, pela abordagem de alguns temas, mas
previsível pelas respostas de Jesus demonstrando ter-se preparado para a
entrevista e que esta foi cuidadosamente estudada.
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ResponderEliminarÉ só palhaçada.
VC
neste blog é um constante deita abaixo, e nem se olha para o grande trabalho que tem sido feito.
ResponderEliminaro nosso grande Presidente empenhou-se a fundo no Paintball e já ganhamos 4 títulos internacionais de Paintball e niguém fala nestes títulos internacionais, porquê?
1 SPL Millennium European Paintball Series (2009)
1 World Cup of Toulouse (2008)
1 European Masters Cup of Bitburg (2008)
1 Campaign Cup of London (2009)
temos um treinador que recebe aquilo que não vale e tenta justificar aquilo que recebe.
ResponderEliminarA entrevista já nasceu torta, e portanto nunca poderia endireitar-se. Não existiu o grau de imparcialidade necessário para o Jesus ser confrontado com perguntas que se impunham.
ResponderEliminarNo mais, o mesmo: Jesus vaidoso e arrogante, Jesus que deixa a entender que não apostará nos jovens do Benfica porque são jovens (há um sérvio chegado agora ao Benfica que tem a mesma idade de jogadores juniores do Benfica), e portanto vai potenciar apenas jogadores estrangeiros; Jesus que se acha o supra-sumo do futebol por lhe endereçarem convites para fóruns; Jesus que falha, há três anos consecutivos, nos momentos das decisões, mas que acha bom o Benfica chegar aos momentos das decisões e não ganhar; Jesus que continuará a dar de mão beijada a titularidade da baliza a Artur, só porque sim, e porque o Oblak é jovem, ou estrangeiro, ou as duas coisas.
Com todo este arrazoado de disparates, incongruências e da habitual bazófia (já não me espanta, tal o complexo de superioridade que o Jesus insiste em demonstrar, apesar de estar há três anos consecutivos sem ganhar nada), retiram-se três conclusões imediatas:
1) O Benfica será, no futuro, pela mão de Jesus, um clube que "potencia" jogadores; títulos? Esqueçam.
2) Esta temporada será igual às três últimas.
3) O Benfica vai continuar a pagar um ordenado principesco a um treinador que não ganha nada.
Abraço e parabéns pelo post.