quarta-feira, 31 de julho de 2013

Roberto, o filme III



Ponto prévio – O meu texto “Roberto, o filme II”, foi escrito durante a madrugada do dia 30 de Julho de 2013, logo, antes da emissão do comunicado do Benfica, sendo que agendei a sua publicação automática para as 10H00 do mesmo dia, hora a que o Benfica já havia publicado esse mesmo comunicado enviado à CMVM. Por isso, ainda que enquadre o sucedido, apresento as minhas desculpas.


Hoje, 4 dias depois da 2ª transferência de Roberto, o Benfica publica o comunicado enviado à CMVM, na sequência do pedido de esclarecimentos feito por aquela entidade, relativamente à transferência citada:




Antes de mais, é justo realçar que a SAD do Benfica achou necessária a publicação do comunicado, para esclarecimento dos sócios e adeptos, ainda que esta devesse ser a regra e não a excepção, ainda que este esclarecimento devesse ser desnecessário porque as acções deveriam ser claras desde a primeira hora.


Analisando o comunicado, a Benfica - SAD começa por referir que, devido ao incumprimento do pagamento acordado com a BE Plan, readquiriu a totalidade dos direitos desportivos e económicos de Roberto, por via de uma das garantias inerentes ao acordo de compra/venda (o que só acho bem). Resta perguntar, quando aconteceu essa reaquisição dos direitos económicos e desportivos e porque não foi comunicada, tendo sido necessária a intervenção da CMVM para que fosse divulgada e comunicada?


Pode ainda ficar a dúvida da quantidade do valor em falta, uma vez que a nova cedência, desta vez ao Atlético de Madrid, se cifrou nos 6 milhões de euros, quando a cedência dos direitos económicos à BE Plan se havia cifrado por volta dos 8.6 milhões de euros. Ou seja, o valor em falta é de 2.6 milhões de euros (resultado da diferença de valores)? É superior, havendo por isso uma desvalorização do activo? Ou é inferior havendo assim uma valorização? Isto é, quanto é que o Benfica, em concreto, recebeu da BE Plan?


Ao anunciar que readquiriu os direitos económicos e desportivos de Roberto, onde é que o Benfica enquadra as declarações do guardião Espanhol que afirma “Na realidade estive sempre vinculado ao Benfica até agora, por isso até se falou da possibilidade de regressar”?


A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, ao informar que a totalidade dos direitos económicos do atleta, foram transferidos para o Club Atlético de Madrid SAD, esquece-se de referir onde e como entra o negócio “Pizzi” nisto tudo. Por quanto foi adquirido? O Benfica ficou com 50% do passe pelos 6 milhões de euros pelos quais transferiu, novamente, Roberto, o que faz de Pizzi um jogador avaliado em 12 milhões? O que faz do Benfica um clube que empresta jogadores de 12 milhões? Se os tais 50% do passe do jogador não valeram os tais 6 milhões, quanto valeram? Quanto destes 6 milhões serão liquidados em numerário? Se os 50% do passe de Pizzi foram avaliados por 6 milhões, quer dizer que o Benfica vende o mesmo jogador 2 vezes e em nenhuma recebe dinheiro? Ou se recebe, quanto?

Para finalizar, deixo aqui a opinião de um tal Pedro Santos Guerreiro (homem pouco esclarecido e ainda menos conhecedor destas matérias) quem em 2011 opinou sobre o caso Roberto, coisa que lhe valeu um processo em tribunal movido pelo Benfica que, diga-se, viria a ser arquivado:

http://www.record.xl.pt/opiniao/interior.aspx?content_id=710637&author=PEDRO+S.+GUERREIRO


Ao contrário do que um ou outro (pouco) anonimo possa pensar, esta sequência de post’s não redundou num fiasco, bem pelo contrário. O meu objectivo foi sempre fazer pensar quem possa e queira, não o de criticar “porque sim”. Como é absolutamente indesmentível e está demonstrado nos 3 textos, todo este processo é obscuro e encerra contradições que não podem ser encaradas como normais num clube que queremos serio e digno. São demasiadas as dúvidas que se levantam ao longo de todo o processo, são demasiadas as lacunas de informação. Se depois de tudo isto, ainda houver quem ache que foi tudo absolutamente normal e não há forma possível de ser levantada uma dúvida que seja, então perderá toda a legitimidade moral para questionar os meios e actos de qualquer Vale e Azevedo ou Pinto da Costa desta vida e demonstrará a sua índole e desconhecimento do que é o Sport Lisboa e Benfica e os seus 109 anos de história.


Perifraseando uma frequentadora da “casa” no espaço que temos no facebook (Raquel Segurado): “Tantas perguntas e tão poucas respostas… Parecemos o cavalinho a andar atrás da cenoura, quando achamos que temos a resposta lá, se adianta a cenoura mais um bocadinho…”

7 comentários:

  1. José Moreira,

    Relativamente ao Pedro Santos Guerreiro, duas referências:

    1º É Benfiquista, e sempre o viveu de forma apaixonada, pode não ser um mestre da técnico-tácica, mas sabe o que diz, aliás, o Artigo que escreveu em 2011 denunciava a "clareza" desse negócio!

    2º Como Director do Jornal de Negócio conhece como ninguém os meandros porque se rege a CMVM, aliás, o texto que PSG escreveu em Agosto de 2011 tem toda a propriedade e legitimidade, quer em 2011, e agora passados 2 anos!

    Deixo aliás um comentário de hoje de PSG no Facebook sobre esse artigo escrito no Record em 2011 :

    »Em 2011 (contei-o aqui há dias) fui processado pelo Benfica por ter escrito no Record um texto sobre pinguins voadores que cultivam grão-de-bico na Lua. Era o caso Roberto. Era e é.

    (Fui acusado usar “alegações de inverdade, insinuações, ironias dissimuladas de piadas humorísticas e até rimas". Até rimas! O processo foi arquivado)»

    PC

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  2. Cheira a podre por todo o lado.
    O Vieira e os amigalhaços se quiserem ganhar $$$ à conta do nosso clube é melhor que se prepare. Cambada de mafiosos lambões.

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  3. gente tão, mas tão acéfala que estão convictos que o presidente do Benfica precisa mesmo de ganhar alguns trocos com isto LOL

    Dá-se internet a estes putos e é assim... só disparatada

    PS - não é preciso ser um suprasumo da inteligência para perceber que da mesma maneira que o Witsel rendeu mais 32.5M do que o que custou, o Roberto foi menos 2.5

    Para onde foi o dinheiro?! LOL

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  4. O R&C de 31.03.2013 da SLB SAD apresenta uma dívida da BE Plan em Clientes de 8.514.000 €. Caso seja unicamente referente à venda do Roberto, terá havido uma perda de 2.514.000 €.

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  5. Vou-te emprestar um GPS.

    Vais hà página da CMVM,relatório e contas do 3º.trimestre abres o documento e página 21 está lá tudo.

    Já sei,dá muito trabalho.

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  6. Anonimo das 2:04

    Obviamente, quando me referi a Pedro Santos Guerreiro, estava a ser ironico, a ser de outra forma, não faria sentido com o resto do texto...

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  7. Anónimo das 07:39 então os trocos vêm de onde? dos pneus? Ou da venda do Mantorras ao Alverca em que o clube ribatejano não viu 1centimo?

    Ou secalhar queres falar um pouco mais das construções. Aquelas construções nos terrenos antigos do estádio do atlético de Madrid feitas por uma das empresas de LFV, a Inland... pelos vistos os dois jogadores à escolha que vinham com a venda do simão foram convertidos em hectares.

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Vai ao Estádio, larga a internet.