quarta-feira, 24 de julho de 2013

Voz ao leitor



De seguida passo a transcrever um comentário, de “aalto” (nosso visitante assíduo), feito a um post meu:

“O lugar de avançado centro (ponta de lança é outra coisa...e de facto só temos ou tínhamos Cardozo) é o menor dos problemas do SLB
JJ está a preparar o plantel de forma maximalista na frente, para a eventualidade de perder Sálvio e/ou Gaitán nos últimos dias de mercado, o resto é o que se sabe

não tem nenhuma solução válida (a mais) nas alas defensivas (se me perguntassem hoje qual o lateral mais completo do plantel, eu respondia André Almeida, o que é sintomático)

Mas para mim o ponto dos pontos, é o meio do meio campo ( a redundância é propositada) Lucho+Fernando+Defour+Herrera+Castro+Carlos Eduardo+Josué (Tiago Rodrigues deve ser para emprestar) VERSUS Matic (sujeito a sair)+Enzo+Amorim+André Gomes...é de um louco que não tem a mínima noção de como estruturar um plantel para uma competição longa

e não...não me estou a esquecer de Djuricic, o ano passado vi mais de 10 jogos dele, 75 % da cabeça de Filip pensa como um atacante, e falta-lhe muita rotação e intensidade para ser um jogador com a versatilidade táctica por exemplo de Aimar em 2011/2012. Djuricic pode ser o elo entre a 2ª linha e a área, mas está a oceanos de ser capaz/útil entre a 1ª e a 2ª

Resumo, ou há um milagre de última hora neste plantel de loucos...ou vai ser a comédia do costume”

Naturalmente é uma abordagem simplista do que se tem passado e ameaça continuar a passar no nosso clube, no que diz respeito à construção dos sucessivos planteis e respectivas responsabilidades, já que, este pedaço foi escrito com o objectivo de ser um breve comentário e não uma reflexão profunda sobre o tema. Mas, ainda que simplista, parece-me condensar em si alguns dos problemas passados e que se projectam para o futuro.

13 comentários:

  1. Análises simplistas caem muitas vezes em erros. Até concordo com a ideia de fundo (plantel desiquilibrado, especialmente atrás) mas vejamos:

    1) comparação com o FCP: o modelo deles contempla 3 médios centro enquanto que o nosso só contempla 2 pelo que é normal que eles tenham mais médios centros. Nós também temos muito mais extremos que eles (a possível inserção do 10 no nosso modelo contando como centro campista conta mais como ataque que meio campo. De qualquer forma, para essa posição estamos bem compostos com Djuricic, Markovic, Gaitan, Farina)

    Na minha modesta opinião SLB e FCP até partilham o mesmo problema no meio campo: se sair o trinco (Matic e Fernando), não há ninguém para o lugar.

    2) viu muitos jogos de Djurici. OK. E de Enzo antes do ano passado? Viu nele um médio centro? Não acontece todos os anos? ok, mas será preciso? Amorim e Gomes não chegarão para o lugar de Enzo (admitindo que o problema é a rotação de Matic)?

    Concluindo, na minha opinião o grande problema deste plantel é mesmo o médio defensivo. Na B não vejo nenhum pronto e, a não ser que o mano Uros tenha genes como os do irmão, precisamos de reforçar a posição.

    ResponderEliminar
  2. Esqueci-me dum P.S.:
    - Artur.
    Intranquilo, um menino dos juniores chamado à primeira equipa.
    Está muito afetado pelo final da época passada e ter sofrido este golo à "Kelvin" (meio piço meio mal batido) não lhe terá feito nada bem.
    Sei que n vamos contratar ninguém para a posição por isso espero que os benfiquistas o apoiem nos jogos na Luz e que tenha sorte (vulgo n frangue) para ver se a confiança volta...

    ResponderEliminar
  3. Calantrao

    Não querendo advogar em favor do aalto, ele melhor que ninguém saberá defender a sua ideia, gostaria de o contrapor:

    De facto, como eu sublinhei no enquadramento do post, a análise é muito simplista, mas também acho que o leu e interpretou de forma demasiado simplista.

    Se utilizarmos mesmo os tais 2 médios, sim, as soluções em quantidade estão lá, mas e se olhar para a raiz do problema? Ou seja, que tal analisar se o facto de utilizarmos apenas 2 médios não está intimamente ligado com os desaires recentes?

    O Benfica, sempre que defronta equipas que queiram dividir o meio campo connosco e o jogo, sente dificuldades tremendas... Basta tomar como exemplo os constantes "falhanços" frente ao FCP ou até o jogo com os lagartos na primeira volta que, até onde eles tiveram pernas, não deixaram o meio campo do Benfica respirar e, por isso mesmo, começamos por sofrer e só quando eles deram o estoiro físico (tinham menos 2 dias de descanso que nós) é que demos a volta.

    Ou ainda, podemos analisar quantas vezes passou o Benfica de JJ a fase de grupos da Liga dos Campões... Se repararmos, o Benfica só o fez na época em que a equipa tipo contemplava um meio campo com Javi-Witsel-Aimar... Será por acaso? Acho que não. E porquê? Por 2 motivos, um de ordem estrutural e outro de ordem estratégica/ideológica:

    De ordem estrutural - Jogando com apenas 2 médios, se o adversário dividir o meio campo com o Benfica, em vez de se recolher na sua zona defensiva e se tiver médios para isso, o Benfica sofre. Tem enormes dificuldades em ultrapassar a 1ª zona de pressão, pois não há "mão-de-obra" suficiente para o fazer, não há gente suficiente para criar linhas de passe seguras, levando a perdas de bola ou ao jogo directo.

    De ordem estratégica/ideológica - O Benfica de JJ não sabe construir com paciência, a primeira acção que um jogador do Benfica toma na hora em que recebe a bola é olhar em frente, é correr em frente com ela, nenhum deles tenta gerir o jogo, a equipa não sabe gerir o jogo e os seus diferentes momentos. Não sabe por não haver quem o faça (a falta do tal 3º médio que seria o "construtor" de jogo) e porque é assim que JJ pede para que se jogue.

    Em suma, de facto para o numero de médios que cada um utiliza, a coisa até faz sentido, mas talvez o erro que o aalto queira apontar, e com o qual concordo, seja exactamente o parco nº de médios que o Benfica utiliza.

    Abraço

    ResponderEliminar
  4. Sem querer pôr em causa a grande perspicácia técnico-táctica do prestigiado "aalto", gostaria de objectar o seguinte: eu também vi vários jogos do Djuricic e devo dizer que são apenas 72,7% da cabeça dele que pensam como um atacante. E, com treino e aprendizagem adequados, julgo que podemos baixar esse número para um valor na ordem dos 65%. Talvez até 60, se houver treino específico para o lóbulo occipital e mesmo para o cerebelo.

    ResponderEliminar
  5. O comentário do aalto é anedótico e se querem mais gente no meio-campo têm que primeiro perceber que só pode jogar um avançado e com certeza com características bem diferentes das de Cardozo.
    Quando não têm nada para postar, mais vale não postarem.

    ResponderEliminar
  6. Sr. Anonimo das 03:15

    não quer explicar o porquê do "anedotico"?

    é que não vejo qual a "anedota" de se pensar diferente, posto que, da minha parte, não receberá o rotulo de pessoa com pensamentos "anedoticos" por pensar que se deve utilizar apenas 1 avançado...

    Lanço o repto de sustentar a sua ideia, menos "anedortica", de ser imutavel a verdade de se ter que jogar sistematicamente com 2 avançados.

    cumprimentos.

    ResponderEliminar
  7. Bom dia José,

    Acho que se misturam dois asssuntos:
    a) composição do plantel;
    b) esquema tático da equipa.

    Quanto ao primeiro, mantenho que, para mim, o maior problema é mesmo no médio defensivo mas que não vejo essa tamanha escassez de soluções no plantel.

    A segunda questão, que foi a que levantou, é muito diferente. Concordemos ou não com o sistema, é esse que o treinador vai usar. Mal ou bem, pagam-lhe para tomar decisões e ele decide, mal ou bem, jogar nesse sistema.
    Ora, sabendo isso, estranho seria que tivesse um plantel com 6 médios centro para 2 posições.

    Abraço,
    Calantrão

    ResponderEliminar
  8. José Moreira, esse é o problema do SLB: jogar apenas com dois médios.

    E a época passada a coisa até funcionou melhor pq Matic tem características únicas que lhe permite ser fortíssimo a defender e fortíssimo a iniciar o processo ofensivo e tem ao lado um fabuloso Enzo que igualmente alia uma capacidade de trabalho enorme a uma qualidade técnica invejável. Algo que o SLB não tinha com Javi Garcia que era limitadíssimo com a bola nos pés.

    Mas mesmo assim dois elementos, mesmo q sejam Matic e Enzo, é pouco para os jogos grandes. E é bom lembrar que foi com Gaitan a jogar no meio junto dos centrais que o SLB conseguiu os melhores jogos e as vitórias perante os mais fortes adversários.

    ResponderEliminar
  9. Caro José Moreira
    agradeço a honra de promoveres o meu texto a tópico, mas como podes ver...é apenas por-me a jeito, de facto acho que o que vocês fazem aqui é quase heróico, pois não há nada que se escreva que não seja para levar um arraial de porrada...

    ainda assim, tentarei responder mantendo a elevação:

    1- sobre o modelo (2 ou 3 médios). no seguimento do meu comentário aqui re-publicado, eu coloquei a listagem de jogadores que os 5 campeões nacionais dos principais campeonatos usaram (com mais de 10 presenças na equipe principal), tendo o cuidado de referir que apenas Man Utd foi campeão, usando maioritariamente um esquema de 2 avançados, e dois médios centro.
    É possível (como de facto foi com o SLB na primeira época de JJ) ser campeão jogando apenas com 2 médios centro, mas no futebol contemporâneo, é de loucos usar esse esquema na competição continental.
    Nos últimos 20 anos só mesmo Man Utd teve resultados (finais) com esse esquema. Em todo o caso há que distinguir o de 2008 de 1999. Em 2008 muitas vezes formava um linha de 3 com Carrik/Hargreaves/Scholes e logo Ronaldo/Tevez com Rooney a cair na faixa. Em 1999, sim, York e Cole jogavam de perfil, com uma linha de 4 por trás.

    Mas mesmo que os prezados comentaristas defendam o oposto disto, acham que é possível disputar quatro competições com Matic/Enzo + André Gomes/Carlos Martins? (sim porque André Almeida fez a época como lateral direito, e em jogos decisivos...lateral esquerdo!
    Vamos esperar pelo fim do mercado, e logo vemos como será 2012/13.
    (sobre Fariña não me apetece escrever agora...fica para outro post)

    2 - sobre Djuricic, e distinguindo a observação do Calantrao, do insulto do anónimo das percentagens. Repito e reafirmo, vi bastantes jogos de Filip e digo até que acredito que JJ fará dele um jogador mais intenso, mas não acredito (a não ser em algum jogo da taça contra os Caçadores das Taipas) que possa jogar num esquema de 4-4-2 por trás dos 2! E não existe comparação a este nível do que JJ fez com Enzo. A "revolução" que JJ fez com o Argentino, foi ensiná-lo a jogar sem a referência geométrica da linha lateral: isto é, se visionarem 2 ou 3 jogos de Enzo no Estudiantes, verão que já lá estão muitas das coisas que ele empreaga a jogar no centro: intensidade no espaço, recepção orientada, passe e até mesmo recuperação. O mérito de JJ foi fazê-lo jogar a partir do centro, sem usar a linha como muleta. Chapeau a JJ!
    Djuricic não tem nada a ver com isto, cresceu a jogar no meio...o problema é que a cabeça dele activa-se a partir do momento....em que a bola lhe chega aos pés!
    Mas eu não tenho dúvidas que vai melhorar, e fiquei com um sorriso de orelha a orelha quando soube que ele vinha para o SLB.

    Não sei se respondi a tudo...mas se me lembrar de algo mais, acrescento.
    Abraço

    ResponderEliminar
  10. depois de escrever o meu texto li estas declarações de Lucho:
    http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=417200

    É bem pertinente pare este debate, Confirma que Paulo Fonseca (e muito bem) prepara-se para inverter o triângulo de Vitor Pereira, se o fizer funcionar o fcp será uma equipe de dimensão continental

    ResponderEliminar
  11. Moreira, parte do anedótico foi bem explicada pelo anónimo das 00:50.

    ResponderEliminar
  12. Aalto, podes só indicar qual foi o insulto que o anónimo das percentagens te dirigiu? Já li o comentário várias vezes e não encontro. Grato.

    ResponderEliminar
  13. Boas Anónimo

    foram só 27% de insulto, uma vez que 53% são ironia, e 20% são concordância com o meu raciocínio de que Djuricic precisa de pensar tanto no processo defensivo, como no ofensivo.

    De facto foi fina ironia, e não palavras insultuosas, pelo exagero da minha parte, aqui ficam as sentidas desculpas.

    ResponderEliminar

Vai ao Estádio, larga a internet.