Serão 85 os dias compreendidos
entre o último jogo oficial do Benfica e o primeiro da nova época. Durante este
período, foram muitas as contratações, algumas foram as “dispensas” e ainda
outras que constituíram contratações e dispensas ao mesmo tempo. Neste mesmo período,
muitas foram também as criticas e poucas, ao contrário do habitual, foram as
ilusões. Dessas críticas, algumas foram minhas, muitas foram do “Ontem” e mais
ainda de outros que, como eu, viram e persentem falhas graves na gestão
desportiva, e não só, do nosso clube.
Finda a pré-temporada, findos os
jogos que, como agora se gosta de dizer, foram treinos, aproxima-se a hora. A
hora em que a margem para erros se reduz ao mínimo, a hora em que a cobrança
deixará a base especulativa que teve até aqui, e passará para a base do factual
e do indesculpável.
É legítimo perguntarem-me o que
espero para esta nova época, depois de tudo o que fui escrevendo durante esta
pré-época. E gostaria de, na medida do humanamente possível, delinear uma
fronteira entre o que racionalmente prevejo e do que emocionalmente desejo e
espero.
De facto, foram muitos os erros
que, fundamentando, apontei a esta pré-temporada, logo, seria intelectualmente desonesto
se dissesse que, racionalmente, prevejo uma época absolutamente arrebatadora e
triunfante por parte do Benfica. Apetece-me mesmo dizer que parto para esta
época apreensivo e temeroso pelo que virá a suceder durante a mesma. Esta é,
sem grande dúvida, uma das épocas em que menos esperanças consigo manter para a
conquista do título de campeão nacional. Tamanha descrença não é fundamentada
nos resultados de pré-temporada, mas sim na forma como foram obtidos. Se é consensual
que, embora se ganhe pouco, o Benfica de Jorge Jesus foi sempre entusiasmante
e, ofensivamente, esmagador, até hoje, e falamos apenas de pré-temporada, não
foram vislumbrados esses laivos de futebol asfixiante e alucinantemente
ofensivo, bem pelo contrario, a equipa apresentou alguma dificuldade em manter
constante, eficaz e fluido o movimento ofensivo, a que juntou as tradicionais deficiências
defensivas, mas agravadas, e uma constante “tremedeira” do nosso guarda-redes
titular. A isto se adiciona o facto de que, supostamente, seria positivo mantermos
o treinador e, até ao momento, assegurarmos a permanência dos jogadores tidos
como indispensáveis, ou seja, não é por falta de continuidade das peças chave,
a que se adicionaram mais, e do seu líder que as coisas podem não ter corrido
pelo melhor.
Caso, e tanto desejo que
aconteça, a minha racionalidade me traia, e alcancemos o que mais desejamos,
terei, com ou sem crítica, com ou sem opinião, a mesma legitimidade e sede pela
busca da felicidade na conquista que qualquer outro, porque não sou
racionalmente adepto do Sport Vieira e Jesus, mas sim, espiritualmente devoto
do Sport Lisboa e Benfica.
No entanto, não consigo dissociar
este racionalismo, da minha condição mais primária de adepto. E ser adepto é
ser-se apaixonado, é ser-se emocional e acreditar até à última gota de suor,
até à última unha sobrevivente, até ao último fino (ou imperial), até à última
bifana, de que somos e seremos capazes. Ser-se adepto é acreditar que, se nas
épocas anteriores fomos sempre campeões em Agosto, mas derrotados em Maio,
nesta, em que, aparentemente, somos derrotados em Agosto, talvez, possamos ser
felizes em Maio. Ser-se adepto é acreditar na união das partes para que valham
mais que a sua simples soma e assim sermos mais e maiores que nós próprios.
Ser-se adepto é acreditar na superação individual que, unida, fará a superação
colectiva e assim nos levará ao sucesso. Ser-se adepto é ser “E Pluribus Unum”,
é ser Sport Lisboa e Benfica.
Este ano penso que a minha racionalidade se vai sobrepor ao emocional. É tanta a asneira, a falta de respeito pelos benfiquistas e pela História do clube, a labreguice dos nossos dirigentes, que não consigo arranjar forças (por agora pelo menos) para apoiar incondicionalmente esta equipa.
ResponderEliminarNeste momento sinto vergonha da direcção e equipa técnica (de futebol) que temos, e sinto ainda maior vergonha por nada fazer para acabar com esta escumalha no clube.
Logo vi que andavam na brincadeira!!
ResponderEliminarSe fosse a sério era deprimente.
ResponderEliminarEspero que as critica que se fizeram ouvir tenham sido boas conselheiras para quem dirige os destinos do Benfica.
Foi realmente uma pré-época desencorajadora notando-se que as expectativas estão baixas mas eu penso que se houver profissionalismo e competência com este plantel podemos almejar coisas boas.
Claro que espero que o Cardoso fique porque acho que o sistema de jogo do Benfica obriga a um ponta lança mais fixo e os outros dois não o são.
Vamos em frente.
Gostei da seguinte parte: ' mais primária '.
ResponderEliminarSerão 85 os dias de interregno e já deu para perceber que favorito só ao segundo lugar!
ResponderEliminare o pior é que a agonia vai aumentar dia 30...
ResponderEliminareste plantel é tão estupidamente desiquilibrado, que um ou duas saídas de última hora, vão torna-lo...disfuncional
á 5ª época JJ ainda consegue surpreender, este plantel é a a maior aberração dos 5 anos do seu consulado...