«Por norma, aos adeptos pede-se o mesmo que se pede aos guarda-redes. Isto é, que defendam o indefensável. Às vezes é extraordinariamente difícil.
O Benfica apresentou-se hoje, 18 de Agosto, no Funchal num estado alma que se aceitaria se estivéssemos a 27 de Maio, o dia seguinte à final da Taça de Portugal perdida para o Vitória de Guimarães Aceitava-se à míngua de tempo, esse grande escultor, como diz o povo.
Do Jamor aos Barreiros já lá vão quase três meses espampanantemente desaproveitados. Isto se o objectivo da Sociedade Anónima Desportiva que gere o futebol for, precisamente, esculpir vitórias em jogos de futebol, de preferência, umas atrás das outras. Refiro-me às esculturas.
Desconheço, naturalmente, quais seriam as expectativas dos nossos altos comandos para o jogo inaugural do campeonato. Entre os adeptos, custa-me dizer que não conheço um único – e conheço muitos numa amostra vasta e heteróclita – que acreditasse que seria hoje no Funchal que o Benfica ia, abnegadamente, colocar um ponto final a uma inenarrável série de anos a desperdiçar pontos à primeira jornada sob o comando de vários treinadores, nacionais e estrangeiros.
Lamento ter de dizer que o desastre frente ao Marítimo estava anunciado. É este o caso da jornada. Não é o caso Jesus, nem o caso Cardozo. É o caso Benfica.
(...)
Adiante. Falar de árbitros é uma coisa que hoje até fica mal aos benfiquistas. Haja decoro.
(...)
Por estes dias, entre benfiquistas, fala-se do Benfica como se fala à beira do leito de um doente não o querendo, de modo algum, despertar. Fala-se em voz baixa, quase num sussurro, num tom de consternação que só um Camilo Castelo Branco saberia pintar.
«Quando o sofrimento nos ameaça, e receamos que as forças defensivas nos faleçam, suspendem-se os outros movimentos do nosso coração, e então pouco há que esperar de nós, por que se torna incerto o nosso destino», escreveu Camilo em Cenas Inocentes da Comédia Humana. E muito nos faleceram também as nossas forças defensivas na ilha da Madeira, o que já aborrece.
O doente aparenta estar no nível zero no que respeita a capacidade de reacção. Pura e simplesmente, não reage. E já lá vão três meses desde os primeiros sintomas de ataraxia. Não se entende, por exemplo, a não-resolução do caso Cardozo com data de 26 de Maio. Não se entende se é uma impossibilidade do mercado, o que seria compreensível, ou se a manutenção do paraguaio em stand-by é uma arma de arremesso para disparar a conta-gotas contra o treinador, o que seria lamentável.
(...)
Os jornais contam-nos hoje que Luís Filipe Vieira foi ao Seixal apoiar Jesus e, consequentemente, desapoiar o seu vice-presidente que foi à televisão dizer que estava farto de notas artísticas. Triste enredo de final previsível.»
A Leonor Pinhão, tal como alguns outros - anónimos e menos anónimos -, finalmente começa a perceber que há que acabar com os paninhos quentes. Defender o Benfica não é ver uma realidade decrépita e fingir, sob o boçal pretexto de que se está a defender o clube, que está tudo bem.
Ainda bem que abriste os olhos, Leonor. Que nunca mais os feches.
O Benfica apresentou-se hoje, 18 de Agosto, no Funchal num estado alma que se aceitaria se estivéssemos a 27 de Maio, o dia seguinte à final da Taça de Portugal perdida para o Vitória de Guimarães Aceitava-se à míngua de tempo, esse grande escultor, como diz o povo.
Do Jamor aos Barreiros já lá vão quase três meses espampanantemente desaproveitados. Isto se o objectivo da Sociedade Anónima Desportiva que gere o futebol for, precisamente, esculpir vitórias em jogos de futebol, de preferência, umas atrás das outras. Refiro-me às esculturas.
Desconheço, naturalmente, quais seriam as expectativas dos nossos altos comandos para o jogo inaugural do campeonato. Entre os adeptos, custa-me dizer que não conheço um único – e conheço muitos numa amostra vasta e heteróclita – que acreditasse que seria hoje no Funchal que o Benfica ia, abnegadamente, colocar um ponto final a uma inenarrável série de anos a desperdiçar pontos à primeira jornada sob o comando de vários treinadores, nacionais e estrangeiros.
Lamento ter de dizer que o desastre frente ao Marítimo estava anunciado. É este o caso da jornada. Não é o caso Jesus, nem o caso Cardozo. É o caso Benfica.
(...)
Adiante. Falar de árbitros é uma coisa que hoje até fica mal aos benfiquistas. Haja decoro.
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Por estes dias, entre benfiquistas, fala-se do Benfica como se fala à beira do leito de um doente não o querendo, de modo algum, despertar. Fala-se em voz baixa, quase num sussurro, num tom de consternação que só um Camilo Castelo Branco saberia pintar.
«Quando o sofrimento nos ameaça, e receamos que as forças defensivas nos faleçam, suspendem-se os outros movimentos do nosso coração, e então pouco há que esperar de nós, por que se torna incerto o nosso destino», escreveu Camilo em Cenas Inocentes da Comédia Humana. E muito nos faleceram também as nossas forças defensivas na ilha da Madeira, o que já aborrece.
O doente aparenta estar no nível zero no que respeita a capacidade de reacção. Pura e simplesmente, não reage. E já lá vão três meses desde os primeiros sintomas de ataraxia. Não se entende, por exemplo, a não-resolução do caso Cardozo com data de 26 de Maio. Não se entende se é uma impossibilidade do mercado, o que seria compreensível, ou se a manutenção do paraguaio em stand-by é uma arma de arremesso para disparar a conta-gotas contra o treinador, o que seria lamentável.
(...)
Os jornais contam-nos hoje que Luís Filipe Vieira foi ao Seixal apoiar Jesus e, consequentemente, desapoiar o seu vice-presidente que foi à televisão dizer que estava farto de notas artísticas. Triste enredo de final previsível.»
A Leonor Pinhão, tal como alguns outros - anónimos e menos anónimos -, finalmente começa a perceber que há que acabar com os paninhos quentes. Defender o Benfica não é ver uma realidade decrépita e fingir, sob o boçal pretexto de que se está a defender o clube, que está tudo bem.
Ainda bem que abriste os olhos, Leonor. Que nunca mais os feches.
A dona Leonor que aceitou fazer parte da Comissão de Honra do Vieira.
ResponderEliminarÉ também por causa destes benfiquistas que o clube está assim. Não percebem que a sua exposição mediática lhes dá outro tipo de responsabilidade. Ainda por cima, com uma tão grande percentagem de sócios analfabetos, estes "notáveis" são uns importantíssimos fazedores de opinião.
Pedro Ribeiro e Bagão Félix são dos poucos que têm estado sempre à altura. Não falando apenas nos maus momentos, e defendendo as suas opiniões com independência.
Carlos Atalaia, desculpa discordar, mas a Leonor Pinhão é das poucas que está sempre, mas sempre presente, nos bons e maus momentos. Sempre esteve. E, como bem referencias, Bagão Félix e Pedro Ribeiro. Falam com isenção, imparcialidade. Não são Os Brunos Carvalho nem José Veigas desta vida, que mesmo que digam alguma coisa positiva sobre o Benfica (que é muitíssimo raro, então no caso do Veiga...), fazem-no para parecer bem e ganhar pontos no Universo Benfiquista, para quando estamos na mó de baixo, atacar. Isso não é nada.
ResponderEliminarNo entanto, também gostaria de falar sobre os bons e maus momentos do Benfica. Temos tido bons momentos no últimos anos? Eu acho que não, levamos às vezes épocas inteiras a vencer, satisfeitos da vida, para chegar no fim à altura crucial e cair por terra. Que bons momentos são esses? Muito longe disso, muito longe. Infelizmente.
P.S.: Uma boa entrevistadora para logo à noite - Leonor Pinhão. Têm dúvidas?!
Para se ter sucesso é necessário ter condições de equidade.
ResponderEliminarSe querem saber quantos penaltis e expulsões o Pedro Proença já marcou a favor ao Porto ou Benfica e a sua influência na alteração da pontuação final, consultem o resumo de arbitragens por clubes nos últimos 5 anos no blog:
http://influenciaarbitral.blogspot.pt
o critério utilizado neste blog para determinar de uma forma objetiva a influência das decisões arbitrais relevantes (penalti ou expulsão) na repartição final dos pontos, classificou-se todos os pontos acrescentados diretamente por um último golo de penalti ou após uma expulsão, como pontos acrescentados com influência arbitral.
Nos últimos 5 anos o Porto já beneficiou de 12 decisões arbitrais favoráveis nos 13 jogos arbitrados pelo Pedro Proença, aproveitando para melhorar o seu desempenho desportivo em 7 pontos acrescentados através de um último golo de penalti ou após uma expulsão do adversário. Pelo contrário nos 11 jogos do Benfica que o Pedro Proença arbitrou nas últimas 5 épocas, em consequência de penaltis e expulsões contra o Benfica acabou por sofrer golos que o obrigaram diminuir o seu rendimento desportivo em (-3) pontos. Aliás com o Pedro Proença, o Benfica só tem 39% de aproveitamento dos pontos em disputa nesses 11 jogos, quando em média nos últimos 150 jogos arbitrados por todos os árbitros teve um aproveitamento de 76,4% dos pontos em disputa.
http://influenciaarbitral.blogspot.pt/search/label/Resumo%20de%20arbitragens%20por%20clube%20%285%20%C3%A9pocas%29
Felizmente, Ricardo, felizmente.
ResponderEliminarAnda por aí um anúncio televisivo, há mais de um ano, com o seguinte slogan: «Agora a moda é o costelão gaúcho». Quer dizer, uma data de meses após e “agora a moda é”? No fundo tudo muito idêntico à nova moda dos benfiquistas da pseudo-escrita, tipo: «Desde o final da época passada que não como, não bebo, não levo o lixo à rua, não vou passear com o cão, a minha mulher já não sabe o que é viver com um homem...», por aí adiante, «uau, só tu é que sofres, pá» palavras tão bonitas, e nós leitores, ficámos de tal forma consternados com a tragédia destes companheiros, que vamos ali fustigar-nos por não conseguirmos ser como estes doutores da escrita... palavra de honra, para mim isto é a prova da cornómansada a que têm chegado os benfiquistas, parole, parole e mais parole, ou seja, léria! Andamos nisto há quase 30 anos com especial relevo para o deserto dos últimos 10 anos, e se só agora é que andas a sofrer com o clube?
Depois aparecem os benfiquistas legítimos, aqueles que apregoam à nação: «Cuidado, ando por aqui há mais de 260 anos e sei muito bem quem eles são e o que querem! O sistema não perdoa a LFV por ter acabado com a Sport Tv». Ai sim? O discurso mudou desde que o vigário do Vale quase fez o mesmo. Estes também andam de barriga cheia com os títulos, o Benfica é só a parte empresarial. Títulos? Tá quieto, isso já era... Meus ricos dez euritos que dou pela Benfica Tv, servem para pagar o ordenado a quantos atletas que jamais pisarão o relvado da Luz com o Manto Sagrado?
O que é mais curioso é o facto de ter sido um prestigiado argentino a projectar o Museu Cosme Damião. Um argentino? Por cá não há nenhum benfiquista capaz de fazer semelhante obra? Ai o Siza e outros que tais são do Benfica? Não servem... São muito intelectuais para fazerem uma obra assim a fugir para o “atira areia para os olhos”.
Vieira, continua a olhar para os e-mails e a cagar de alto para nós, enquanto ri e abana a cabeça, como quem diz «Mas o que é que esta gente entende por benfiquismo?» Apoiem...
Carlos, esperemos que a Leonor não volte a cometer o mesmo erro das últimas eleições e perceba definitivamente que não é com esperança e fé que se transformam incompetentes em gente séria e capaz.
ResponderEliminarRusty, a Leonor é uma das pessoas que defendo para a Benfica TV. Faz todo o sentido.
Excelente comentário, Zé de Fónes. Está tudo dito.
LFV toma como normal a «sportinguização» do Benfica...
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