Foi na semana passada que decidi
escolher o passado sábado para fazer a minha visita ao museu Cosme Damião.
Podia tê-lo feito antes, mas por uma questão de compatibilidade de horários com
Joana (minha namorada e portista), apenas no passado sábado surgiu essa
oportunidade.
A tão aguardada visita, por
questões profissionais e por pensar que o nosso museu se encontrava aberto ao público
até às 21h, ficou marcada para as 16h. A manhã e início da tarde de sábado passaram
devagar, talvez pelo entusiasmo que me cobria, as horas iam se sucedendo de
forma amorfa e incrivelmente trabalhosas. O trabalho, esse prolongou-se para lá
do previsto, para lá da hora marcada, algo que só serviu para aumentar a
ansiedade e entusiasmo. No entanto, e ainda que a muito custo, lá chegou a hora
de partir em direcção a São Domingos de Benfica.
Uma vez junto da catedral ainda
tive o “bombom” de ver os “nossos” mais pequeninos e, quem sabe, estrelas do
amanhã, a trocarem uma bola que lhes chega pela cintura e a quem o manto
vermelho assenta tão bem. Porém, não era dia de apreciar o futuro, era dia de
enaltecer o nosso grande passado e assim lá fui apressadamente até à entrada do
Museu Cosme Damião.
Já no hall de entrada, por informação de alguém de dentição incompleta, a
ansiedade, o entusiasmo, a alegria e o êxtase deram lugar à desilusão, ao
desamimo, à tristeza. Passavam 30 minutos das 17h e, ao contrário dos meses de
Julho e Agosto, o museu encerraria portas às 18h.
A visita às nossas memórias, às
nossas grandes conquistas, à nossa história teria de esperar, aliás terá de
esperar até que seja novamente possível compatibilizar horários com a menina
portista para que, mais uma vez, lhe tente purificar a alma, para que, mais uma
vez, eu tente explicar-lhe os momentos de tédio que ela passa ao meu lado
quando joga o Benfica, para que, mais uma vez, eu tente explicar-lhe porque
gosto tanto de a levar ao estádio para ver o Benfica, para que, mais uma vez,
eu me deleite com o Sport Lisboa e Benfica.
Já no caminho de regresso, ao
passar pela entrada para a catedral da cerveja, enquanto me ia sentindo como
uma ervilha no fundo de um poço seco, perdido na imaginação do que podia estar
a ver naquela altura, caso os imperativos profissionais não me tivessem detido,
sou chamado à realidade por Joana: “Olha ali o Toni!”. Não sei se por ainda
estar atarantado com a desilusão ou se por não acreditar que ela estaria mesmo
a ver Toni, rodei a cabeça sobre mim mesmo umas dez vezes na esperança de
interceptar no meu campo de visão a silhueta do nosso ex-treinador, mas nada
feito, a cegueira provocada pela ilusão, desilusão e nova ilusão era tal que
não consegui perceber que ela me apontava Toni exacta e literalmente à minha
frente.
Depois de ver, reparar e
processar que era mesmo Toni, não resisti e, ao contrário do que faço sempre
que vejo alguma figura pública, aproximei-me e dei um sentido cumprimento a um
dos meus 3 grandes ídolos do Benfica (os restantes são Rui Costa e,
naturalmente, Eusébio), porque Toni não é apenas uma figura pública, porque
Toni não é apenas um ídolo de infância, porque Toni é tudo isso e porque Toni é
Benfica, porque Benfica também é Toni.
Durante aqueles 2/3 segundos em
que lhe apertei a mão direita, foram muitas as coisas que me deu vontade de lhe
dizer, quis dizer-lhe que foi ele o treinador que venceu o primeiro titulo que
me lembro festejar, quis agradecer-lhe por todo o Benfiquismo que ele sempre se
orgulhou de ter, ou melhor, agradecer não, porque não acredito que o faça na
busca de reconhecimento, o que quis mesmo foi dar-lhe os parabéns, pois
acredito que o faça por devoção, quis reconhecer-lhe a capacidade para, mesmo
que nas entrelinhas e não de forma absolutamente directa, ir dando os recados
para quem o quiser ouvir sobre o actual Benfica, sobre o que se vai passando no
seu, no meu no nosso Sport Lisboa e Benfica. Quis tudo isto e muito mais, mas a
voz embargou-se, o corpo petrificou-se e o cérebro congelou-se, não sendo
sequer capaz de tirar uma foto que fosse com Toni.
No final daquele breve momento,
saí dali sem uma recordação física de Toni, sem lhe ter dito absolutamente nada
do muito que gostava, mas saí dali com a recordação eterna de que no dia
05-10-2013 cumprimentei Toni… Obrigado Joana.
Namoras com uma portista chamada Joana? Afinal há mais benfiquistas como eu! ;)
ResponderEliminarEnorme alegria por ti José...compreendo a tua enorme alegria e a felicidade pela tua é genuína...
ResponderEliminarNem uma foto... :(
ResponderEliminarE eu a pensar que vinha nova entrevista... ;)
AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH
ResponderEliminarTanta coisa para dizer que à entrada do Museu está um desdentado.
E esta heim...
ResponderEliminarSou testemunha do encontro e respectivo cumprimento... Na mesma altura do José encontrava-me a fazer uma visita ao Estádio da Luz aproveitando uma deslocação à capital neste fim de semana pois sou do Minho!!!
NÃO apanhei a desilusão de apanhar o museu fechado pois não tinha considerado visita-lo, embora posteriormente tenha pensado que tinha perdido uma oportunidade para tal...
NÃO tive a coragem de me dirigir ao Toni para o cumprimentar... Faltou aquela coragem que verifiquei que o José teve segundos depois de mim...
SIM, também fui acompanhado da minha esposa... Que também é portista...
Coincidências...
Cumprimentos a todos... E com aquela esperança de converter a minha cara metade... E com vitórias do nosso glorioso será mais fácil ;)
http://www.youtube.com/watch?v=BhTG2FsSWeY
ResponderEliminarMeu caro José tenho o prazer de lhe dizer que no Portugal- holanda do euro 2004 tirei varias fotos com o Toni do Benfica( assim porque é esse o seu maior orgulho que ninguém consegue apagar), sublinho como o seara, o Toni do Benfica. Dessas tais fotos 1 foi tirada com as casas de banho( Wc verdinho) de fundo e o cartão de imbecil sócio na mão , contando a minha promessa feita em dez 2003.
ResponderEliminarÀ pouco tempo através da filha e genro fiz-lhe chegar essas fotos perdidas num dvd´.
Minha gratidão ao Homem que aprendeu a Ser Benfica , mais mas muito mais que certos Benfiquistas desde pequeninos.
É a pureza em pessoa, a humildade e coerência,a Mística do Benfica.
Uma enciclopédia viva do futebol e principalmente do nosso Glorioso.
Como adorava ouvir os seus assobios corrigindo o maestro Rui quer em treinos quer em jogos...
Vivas ao Benfica Todos os Tempos.
briote
ResponderEliminarCoincidência mesmo! O mundo é realmente pequeno... e vermelho!
Numa próxima oportunidade, junte-se a mim no cumprimento ao Toni e, já agora, pode ser que juntos tenhamos coragem de lhe oferecer uma jola fresquinha ;) abraço
Vou ver se arranjo uma surpresa para esta tasca do ontem.
ResponderEliminarAlgum de vocês irem ao seu encontro para uma entrevista. Há espaço para endereçar esse desejo???
Aquilo é gente como nós. É Benfica e ensinamentos para a vida.
Gloriosos abraços.
Vivas ao B T T
como assim Luis?
ResponderEliminar@José, com mais certeza falarei convosco. Se acharem interessante aprender mais com o Toni do Benfica.
ResponderEliminarFiquem a saber, sempre que posso divulgo o vosso espaço a muito Benfiquista. até já pus um ex jogador lagarto a ver um post do Ricardo ,mostrando a classe do croissant p. barbosa:)
Vivas...