sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Esqueçam o Lourenço Pinto

Amanhã, em directo na Benfica TV (com esta t-shirt vestida).






Esqueçam o Rui Baião

Hoje temos o presidente da Associação de Futebol do Porto, Lourenço Pinto, em directo na Benfica TV. 

Um bacano, este Lourenço.


És um monte de merda que traiu o Benfica? Temos o lugar certo para ti.

Depois de Hugo Leal e Pacheco, eis que chega à Benfica TV Rui Baião, o rapaz que saiu em litígio do Benfica juntamente com Jorge Ribeiro e Pepa (que fez parte estrutura de futebol de formação do Benfica nos últimos 3 anos) porque, leiam bem, «o Varzim seria a ponte para ingressar no FC Porto». 

Aproveitem, Maniches, Decos, Jankauskas e Cristians Rodriguez desta vida. Este Benfica paga a traidores.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Um Benfica Made in Lobotomia

Há dois dias atrás, depois de uma belíssima exibição, André Gomes era para os apoiantes de Vieira:

1) a prova provada da qualidade do Seixal;
2) a excelência da estrutura que finalmente vê o seu trabalho reconhecido;
3) um talento evidente, com características extraordinárias para a modalidade;
4) um jovem da formação que sente o clube e ainda vai dar muitas alegrias aos benfiquistas, agora que Matic sau;
5) a evidência de que Jesus afinal até aposta no talento dos jovens;
6) um activo valiosíssimo que vai ser utilizado nas próximas épocas e depois render entre 30 a 40 milhões de euros;
7) um jovem de qualidade e benfiquista.


Depois da notícia (não confirmada) sobre a venda do passe a Jorge Mendes, André Gomes passou a ser para os apoiantes de Vieira:

1) um jogador que apenas tem um ano de formação no Seixal;
2) um atleta que, pelo histórico, nem pode ser considerado consequência da excelente máquina de talentos do Benfica;
3) um jogador mole e preguiçoso, pouco capaz do ponto de vista profissional;
4) a prova de que não podemos dar confiança (confiança é jogar um jogo a titular) aos miúdos que eles forçam logo a saída (afinal não são só os consagrados);
5) um atleta que, como forçou a saída, obrigou Vieira à inevitável venda;
6) um jogador que tanto poderia dar como não dar, provavelmente será mais um Rui Baião, mais vale vender já;
7) um jovem com pouca qualidade para o Benfica e portista desde pequenino.


Penso que o próximo projecto do Presidente, em vez da Rádio, deverá ser, em parceria com o Hospital Egas Moniz, o Centro Benfiquista de Investigação sobre a Lobotomia em Adeptos de Futebol. Pacientes já tem. Aos milhões.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

André Gomes



Nos últimos dias foram muitas as notícias de clubes interessados em André Gomes, havendo algumas até que apontavam para ofertas a rondarem os 10M€. Se compreendia o eventual interesse de clubes Europeus em André Gomes, pelo que conheço dele, já foi com alguma incredulidade que li sobre uma eventual proposta de 10M€ e que Vieira havia recusado.

Ontem quando li no jornal “a bola” que os direitos económicos de André Gomes haviam sido vendidos a Jorge Mendes por 15M€ fiquei em estado de choque. Por um lado, o negócio (caso se confirme por estes valores) é absolutamente excepcional, tão excepcional que me levanta duvidas por tão larga excepcionalidade, na linha do “quando a esmola é grande o pobre desconfia”, estão a ver?

Vender um miúdo que ainda é (só) muito promissor e que em época e meia não leva mais de 20 jogos pela equipa principal, sendo que nos últimos 6 meses terá 180 minutos oficiais (90 dos quais cumpridos no último jogo), por 15M€ é sempre bom do ponto de vista estritamente financeiro. Numa vista puramente numérica, será mesmo uma proposta irrecusável.

No entanto, de um ponto de vista mais alargado, será mesmo esta a altura certa para vender A. Gomes? Se Vieira consegue vender um jovem que não é aposta do treinador por 15M€, por quanto venderia se resistisse e o jogador fosse aposta inequívoca da equipa técnica? Se Jorge Mendes compra por 15M€, sendo que é alguém que visa o mero lucro, por quanto já terá em vista vender o passe do jovem e a quem? Não teria sido possível ao Benfica fazer essa transacção em vez de Jorge Mendes?

Neste momento há sempre duas formas de ver este negócio: 1-Uma oportunidade que não se poderia perder em qualquer circunstância, ou 2-Incapacidade financeira do Benfica para resistir a esta venda e investir desportivamente no jogador, procurando multiplicar os actuais 15M€ através do rendimento do atleta.

Na parte que me toca, não é com agrado que vejo um jogador com imenso valor sair do Benfica sem atingir todo o seu esplendor desportivo com a nossa camisola vestida. No meu mundo mais romântico, se quiserem, gostaria que André Gomes brilhasse com o manto sagrado, se tornasse uma referência para os adeptos e jovens jogadores do clube, como alguém que atingiu o topo do clube, sendo proveniente das camadas jovens.

Independentemente da perspectiva de cada um, há lago que parece certo: Jorge Mendes tem tudo menos um QI deficitário, logo, viu aqui algo que pode ser explorado, seja o lucro imediato, seja o potencial lucro futuro, mas de certeza que não viu ali prejuízo.

P.S. Tudo isto parte do pressuposto de que a notícia veiculada inicialmente pelo jornal “a bola” é verdade, mas ainda carece de confirmação ou desmentido por parte do Benfica.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Deve ter sido o Calabote

Pedro Proença tinha razão quando dizia que o futebol português não merecia os árbitros que tinha. O futebol português é a nojeira que é muito por culpa dos árbitros. Muito por culpa de gente que se vendeu por uma quantia ou que aceitou o pagamento em géneros alimentícios, documentados em escutas telefónicas às quais todos temos acesso. Resumindo, o futebol português é a imundice que é graças a gente como o senhor Proença. E graças ao próprio Proença também.

O que se passou nestas três jornadas da Taça da Carica são ilustrativas disso mesmo. No grupo onde coabitavam Sporting e Porto, assistiu-se a tudo aquilo que é o Tugão. Hoje, o Porto atrasou propositadamente o início do seu jogo de modo a obter a vantagem de poder gerir o encontro enquanto sabia do que o Sporting ia fazendo. Como não bastou jogar com o relógio, teve de ser marcado um penalty por uma suposta falta que, a existir, começa claramente fora da área. E sem nos esquecermos que no Porto x Penafiel, com o resultado em 1x0 aos 60 minutos de jogo, e já sabendo que o Sporting tinha goleado o Marítimo por 3x0 no dia anterior, se parou o jogo por causa da chuva. A mesma chuva que pára os jogos do Porto contra o Penafiel ou contra o Setúbal, não pára os jogos do Benfica contra o Olympiakos ou contra o Rio Ave. Basicamente, um árbitro achou por bem parar um jogo porque a chuva estava a impedir o Porto de marcar golos que se sabia perfeitamente que iriam ser necessários para o desempate na última jornada do grupo.

Isto é o futebol português.

Há 10 anos atrás



Dia 25 de Janeiro de 2004, domingo cinzento e chuvoso. Era dia de jogo do Benfica. Para (não) variar, o meu pai não me havia deixado sair para o café e ver o Benfica – já me tinha resignado à condição de ouvir os sucessivos relatos e ver através da voz de quem os fazia.

Com o aproximar da hora do jogo o temporal ia-se adensando e com isso o sinal rádio ia-se perdendo.

O jogo começava e, tal como a equipa, o relato da antena 1 ia chegando aos soluços.

O jornalista (não me lembro qual) ia referindo algumas quezílias e muito mau futebol. Não sei, nunca fui capaz de rever aquele jogo fosse pelo meio que fosse.

Ao intervalo o nulo, diziam os jornalistas, ajustava-se ao que se havia passado em campo e havia a espectativa que Camacho e Jorge Jesus conseguissem alterar aquele estado de coisas, mas também pairava o temor pela deterioração da qualidade de jogo com o avançar do tempo, por via do mau estado do terreno.

Já com a segunda parte em decurso (talvez a meio? Não sei, não consigo recordar), Camacho decide trocar João Pereira (que actuava como extremo direito naquele jogo) por Miklos Fehér e assim juntar o húngaro a Sokota na frente, apoiados de forma mais directa por Zahovic e Simão.

Diziam as vozes que eram os meus olhos, que Camacho tentava alargar a frente de ataque e explorar um jogo mais directo, evitando assim um relvado que se tornava mais pesado a cada minuto.

Não sou hipócrita, Fehér nunca foi um ídolo para mim, nunca vi no húngaro classe suficiente para jogar no melhor Benfica, mas quem daquela equipa tinha essa classe? Talvez Simão? Talvez Zahovic nos melhores tempos, que nem foram no Benfica? Por isso, não foi com especial entusiasmo que ouvi a alteração promovida pelo espanhol. Escutei-a e recebi-a com a eterna esperança que dali resultasse a saída para mais uma vitória.

Mas as coisas não ficavam melhores, lembro-me que, volvidos alguns minutos, o Vitória tem uma oportunidade soberana de golo, salva em cima da linha por alguém do Benfica.

Mais alguns minutos e entra em campo Fernando Aguiar para o lugar de Zahovic. “Mas que caralho! Estamos empatados e tiramos um 10 para meter um trinco?” Pensei eu. Mas tal como havia acontecido com a substituição anterior, a esperança que ali estivesse a solução para aquele problema não se diluía.

Os minutos corriam e as unhas desapareciam. A transmissão estava agora mais estável e melhor de seguir. As faltas e o mau jogo permaneciam, diziam eles.

Minuto 90, Simão ganha a linha e cruza atrasado, confusão na grande-área e GOLO! Fernando Aguiar, o destruidor de jogo e homem de combate que havia entrado para o lugar do organizador Zahovic empurrava a redondinha para o fundo das redes do Vitória.

“Agora é só aguentar” dizia eu para mim.

Mais alguns segundos e Fehér atrasa um lançamento de linha lateral, é admoestado com cartão amarelo e enquanto sorri… Cai! Não dei grande relevo à situação por estarmos nos minutos finais e prestes a obter uma vitória arrancada a ferros, admito, pensei “mais alguns segundos e está feito”. O quanto me dói e me repulsa a minha figura por este pensamento me ter atravessado a mente.

Ali, a escassos segundos do final do encontro, em dia de aniversário do Rei, em ano de centenário do Glorioso, Miklos Fehér, um jovem que tantos ritmos cardíacos e de tantas cores acelerou com os seus golos, tombava traído pelo seu próprio coração.

Desculpa Fehér. Desculpa a mente e coração de um jovem incauto que não entendeu o momento e que num espasmo de sobranceria te ouviu partir sem compreender a injustiça da vida. Ajustaremos contas no 4º anel.  

O dia em que o Benfica mudou


Tinha 12 quando este dia aconteceu. Fui com o meu Pai numa tarde de um Sol radioso ver o Benfica consagrar-se perante os seus adeptos como o Campeão Nacional 93/94. A meio do jogo, senti-me mal, o calor sobre a testa provocou-me uma quebra de tensão. Um estádio a abarrotar abriu de imediato metro e meio de betão para eu me deitar e ouvir o sussurrar do estádio e o cheiro do relvado sem os ver e ouvir. 

O Benfica estava todo dentro desse gesto, dessa comunhão eterna de afectos. No fim, subi à baliza, corri com o meu Pai pela intermediária imitando os heróis, fingindo golos. Levei relva que tirei dos bolsos no dia seguinte para mostrar aos amigos. 

Este dia é o dia em que o Benfica mudou. Hei-de lutar a minha vida toda para o levar novamente a este momento e depois colar este intervalo de tempo e ressuscitar um clube que é o mais bonito do Mundo.

Hoje há festa no 4º Anel

Nessa festa dos teus 10 anos no 4º Anel, recebe bem o aniversariante Deusébio e bebam uns copos. Aqui estás tu imitando o King com remate de corpo em classe e voo e bola e equilíbrio e atracção pelo golo. À vossa, companheiros!


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A melhor das súmulas



No seguimento da renovação de contractos de alguns jovens da formação, disse o nosso presidente:

“O facto de a Final da Liga dos Campeões ser no Estádio da Luz levou-nos a sonhar, mas infelizmente não conseguimos. Reflectimos e pusemos em marcha o nosso plano.

Perante isto, pergunto:

1 - Jogando a final da liga dos campeões em casa, que vantagem isso nos dá para a restante competição?

2 - É entendível que uma equipa portuguesa planeie uma época inteira baseada na final da liga dos campeões?

3 - É compreensível que uma equipa portuguesa que se revela consecutivamente incapaz de ganhar internamente planeie a sua época numa final da liga dos campeões?

4 - Faz sentido que uma equipa que seja liderada por um treinador que havia falhado o acesso à fase a eliminar da liga dos campeões por 2 vezes em 3 que tenha participado, planeie a sua época tendo em mente a final da mesma prova?

5 - Faz sentido planear a realidade baseada em sonhos?

6 – Qual o plano que está em marcha?

Respondendo à 1ª pergunta: Não, a única vantagem que teríamos revelar-se-ia caso chegássemos à final, pois toda a restante competição não se disputa no estádio da luz, logo, continuaríamos a fazer o mesmo número de jogos em casa que faríamos fora.

A resposta às 4 questões seguintes é comum, óbvia e reveladora: Não! Fazer isso é utópico, ridículo e estupido.

A resposta à 6ª pergunta leva-me a outra pergunta: O plano em marcha é vender as principais figuras do plantel e fazer os miúdos nascerem 9 vezes?

Ainda no seguimento da mesma acção, Vieira diz:

“Toda a estratégia do Benfica vai passar pelo Seixal, ou seja, não estamos a assinar estes contractos por demagogia, para dizerem que estamos a apostar na Formação. Vamos mesmo fazê-lo e a cada dia que passa temos cada vez mais esse sentimento

Nova pergunta: É de mim ou algo de muito semelhante havia sido dito pela mesma pessoa aquando das renovações com Miguel Rosa, David Simão, Ruben Pinto, Leandro Pimenta ou Nélson Oliveira? Pois…

(Demagogia: Discurso ou acção que visa manipular as paixões e os sentimentos do eleitorado para conquista fácil de poder político.)

Em duas frases Vieira resume o seu trajecto no Benfica: Incompetência e Demagogia. Brilhante, nem o abutre dos abutres faria melhor.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Sobre o Veloso


São 538 jogos oficiais ao longo de 15 anos de Benfica. São 7 campeonatos nacionais, 6 taças de Portugal, 3 supertaças. São 3 finais europeias, um penalty falhado e um bigode que transborda mística. São histórias e estórias de quem provou que tão ou mais importante que o talento natural é ter ambição, vontade e capacidade de trabalho.

Fez as suas escolhas e cometeu os seus erros. Foi arrastado para um negócio que lhe roubou o dinheiro de uma vida e lhe deixou apenas dívidas. Que se saiba, não o estoirou em carros, meninas e vinho verde. Um negócio, apenas isso, que correu mal. Muito mal.

Não sei quais os motivos que levaram a que, ainda hoje, o Benfica não tenha ajudado o mítico ex-capitão. Pode simplesmente não ter pedido ajuda, pode ter sido recusada e até admito que o Benfica não tenha necessariamente que o ajudar, pelo menos não lhe deve nada. Mas há uma coisa chamada "dever moral". Sejamos sinceros: Veloso, a fazer de estátua junto a uma bandeirola de canto no Seixal tem mais mística, impacto, benfiquismo e utilidade que um qualquer Pedro Guerra na Benfica TV. O Benfica não é nem deve ser a Santa Casa da Misericórdia, mas com tantos cargos passíveis de serem ocupados dentro do clube, inclusivamente como adjunto nos escalões de formação (até porque Veloso tem o curso de treinador), e com tantas relações institucionais com múltiplas empresas, não seria possível arranjar um cargo/função (e não um tacho!) ao homem que capitaneou o Benfica por quase dez anos e co-responsável pelo benfiquismo de tanta gente nascida nos anos 70 e 80?

Independentemente das asneiras e erros cometidos, pai é sempre pai, e Veloso é um ícone do Benfica. Deveríamos estimar estas pessoas. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Um lento e mudo Homicídio

A estátua levou um vidro à volta, deixando os benfiquistas a olhar o King sem o poder tocar. A Gala comemorativa do nascimento do clube foi cancelada (110 anos que não terão memória). Almoços e piqueniques adiados por um ano. Os risos das pessoas fechados dentro de bocas com muitos dentes e línguas. Não devemos rir. Chorar apenas e de dor. Golos deverão ser não-festejados com palmas a fingir e movimentos de lábios gritando golo mas sem som. Sexo só em missionário e de almofadas junto às caras. Bebidas alcoólicas só Vodka Preta Eusébio, exemplarmente vendida nos balcões de vendas do clube (e no site oficial). Peidos só bufas, embora se alerte para a necessidade de controlar os cheiros mais ácidos. 

O Presidente pede aos clientes que comprem açaimes. Nos elevadores do estádio a música-antibiótico com sons florais, de quedas de água ou flautas de pan deu lugar a uma senhora muito composta num dos quatro cantos do cubo vertical, fazendo gestos e traduzindo com os dedos e mãos o impressionismo do som musical que só ela ouve. Há na Bancada Presidencial um revólver debaixo do banco do Presidente. Devíamos ouvir o tiro que alguém disparou mas o silenciador correctamente disponibilizado pela Direcção não permitiu notar o mudo homicídio que ocorreu em plena Luz. 

Tudo em nome de Eusébio. Em honra de Eusébio. Há um luto por Eusébio a honrar. A Direcção promete fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que o Benfica não seja campeão, evitando assim impróprios festejos, histéricos gritos, comemorações indevidas, lançamentos de incómodas tochas, de sonoros petardos, de irritante alegria, de anormal emoção, de impensável amor.

O inspector mudo inspeccionou o mudo assassinato de uma arma de fogo muda matando em silêncio algo, alguém ou uma ideia. Foi só no final do luto, entre dois brindes ainda almofadados por belíssimos e silenciosos almofadões Benfica de copos de champanhe do mais fino e discreto borbulhar (à venda na loja e no site do clube), que veio a notícia que todos, em pesar, silêncio e mudez já antecipavam: o Benfica morreu.