Uma vez finda a época desportiva para o Benfica, uma
vez arrumados os muitos festejos do Benfica referentes a esta época, chega a
hora do habitual balanço. Indo por partes:
Taça da Liga – Finalizar uma competição, seja ela qual
for e frente a quem quer que seja, com 0 golos sofridos e apenas 1 empate - em casa
do maior rival, jogando largos minutos com 10 jogadores e que deu acesso à
final da mesma – seria sempre um feito assinalável. Se juntarmos a isto a
conquista do “caneco”, temos todas as condições reunidas para classificar o
trajecto da equipa de notável. Pode não ser a competição que mais interesse
gera nos clubes que dela fazem parte, mas não deixa de ser uma competição de
caracter oficial e constituída na sua íntegra por clubes profissionais.
Menorizar a competição é um acto mesquinho e de má vontade de quem já tem duas
finais… perdidas (seja Sporting, seja o Porto).
Taça de Portugal – A prova rainha do panorama
competitivo nacional é, tem de ser sempre um dos maiores objectivos da época de
um clube como o Benfica. A taça é a festa mais genuína do povo, é a origem das
origens da festa do futebol. O Jamor é o ponto alto do entusiasmo de quem faz
do futebol o espectáculo que é hoje em dia. Conquistar a Taça de Portugal é
figurar na festa mais bela de toda a época desportiva, para além de ser um
motivo de enorme orgulho para quem a conquista. Se vence-la já é facto de
suficiente relevo, conquista-la tendo deixado pelo caminho os maiores rivais em
confronto directo, só embeleza e engrandece a conquista. Os números podem não
ser tão encantadores quanto os da Taça da Liga, mas a caminhada até à glória
final é ainda mais deliciosa. A juntar a tudo isto, há o facto de com a Taça de
Portugal conquistarmos uma dobradinha há muito fugida do nosso museu e fazer
sentir a muitos milhares, como eu, o sabor dessa tal dobradinha transformada em
“triplete” ou lá o que se queira chamar, coisa que nunca antes tinha sentido.
Competições Europeias – Acabamos como começamos, ou
seja, mal. Chegar à final da Liga Europa é prestigiante e saboroso, mas não
podemos esquecer que este feito, mais uma vez, decorre de um estrondoso
falhanço na Liga dos Campeões. Tínhamos plantel de Liga dos Campeões e
estivemos integrados num grupo onde eramos, sem qualquer margem para duvida,
uma das duas melhores equipas. Beneficiamos do estatuto de cabeça de serie número
1 na hora do sorteio, mas claudicamos na hora de confirmar o estatuto. E este
ponto não pode ser desvalorizado. Temos conseguido boas carreiras Europeias,
como as duas finais da Liga Europa consecutivas o atestam, mas sempre à custa
da segunda prova Europeia (à excepção do 3º anos de Jorge Jesus). Não, não tínhamos,
nem teremos num futuro próximo, a obrigação de chegar à decisão da prova, mas tínhamos
a obrigação de, pelo menos, chegar à fase a eliminar da liga milionária. Já
demonstramos ser uma das melhores equipas da 2ª divisão europeia, mas tardamos
em conseguir a “manutenção” entre os melhores, ainda que tenhamos qualidade
superior a alguns que por lá andam. Uma vez eliminados da LC, fomos a melhor
equipa da Liga Europa. O nosso poderio foi tal que Jorge Jesus se deu ao luxo
de ir passando eliminatórias recorrendo constantemente às segundas linhas do
plantel. Merecíamos a vitória, mas não é por não a termos conseguido que
deixará de ter sido uma boa prestação.
Campeonato Nacional – Ao contrário do que aconteceu na
Europa, acaba de forma completamente diferente do que começamos. Ficará sempre
a dúvida se seriamos capazes de dar a volta ao campeonato se existisse um FCP
ao nível dos últimos anos. Nunca saberemos se conseguiríamos reverter os 5
pontos de atraso que tivemos para o Porto, mas o futebol é isto mesmo, é
aproveitar os momentos menos bons dos rivais para alicerçarmos as nossas
conquistas. Não obstante, a primeira metade da prova quedou-se apenas pelo “qb”.
Começamos mal, jogando mal e perdendo, mas conseguimos ir ganhando sem nunca
deslumbrar até Janeiro, ou seja, conseguimos aguentar o nosso momento mau,
ganhando. E isto permitiu que a partir de Janeiro não deixássemos dúvidas sobre
quem era a melhor equipa da prova. O jogo com o FCP marca o ponto de viragem na
época. A partir desse momento criou-se uma bola de neve positiva que a equipa
soube aproveitar e potenciar. Não fomos exuberantes de princípio ao fim, mas
fomos Campeões indiscutíveis.
Em suma, foi a melhor época do clube nos últimos
largos anos. Internamente fomos absolutamente dominadores e inquestionavelmente
melhores. Em nenhuma das provas deixamos de enfrentar e vencer os rivais, sendo
esta a prova do algodão para cada uma das provas. Na Europa conseguimos esconder
um desaire com um grande desempenho na Liga Europa. Parabéns à equipa, parabéns
a Jorge Jesus, parabéns à Direcção e obrigado a todos.
o grupo da champions do SLB foi o único com 4 campeões nacionais (2013 2014)
ResponderEliminarIsso de que vale anónimo? Campeões de Inglaterra, Alemanha e Itália? Não, campeões da Grécia e da Bélgica... certo? Por outro lado, o Benfica foi cabeça de serie nº 1 no sorteio e ficou na fase de grupos... quantos mais foram?
ResponderEliminarO outro a ficar de fora foi o fócul ehe. Curiosamente, no nosso grupo éramos os únicos que não tinham sido campeões na temporada anterior.
ResponderEliminarfiquei com a sensação, na LC, que não passámos porque o Jesus abordou mal os jogos com o Olympiakos, que eram uma autêntica eliminatória. E que levámos um banho em Paris porque ele pensou que o PSG era Ibrahimovic, Cavani e mais 9. Se bem se lembram, nem treino prévio no relvado lá fizemos.
De qualquer forma, o jogo, antes de Janeiro que me fez acreditar que a época afinal podia ser de nível foi o de Bruxelas, uma noite europeia à antiga. Aquela reviravolta acordou-me em definitivo.
Parabéns a Todos mas já faz parte do passado. É óbvio que esta época balnear até o Sol do Piçarra é Campeão ;)
ResponderEliminarnota: 16 de Abril de 2014 !!
Benfica Todos Tempos