quinta-feira, 15 de maio de 2014

(Mais um) Quase…



Um ano depois e a história repete-se. Trabalhamos mais, jogamos melhor mas… Perdemos. Não queria encontrar aqui um padrão, mas fica difícil não pensar assim.

Não acredito em superstições, maldições ou meramente em sorte ou azar. Acredito sim em trabalho e competência. E ontem, tal como já havia acontecido na época passada, fomos incompetentes na hora de decidir, na hora de concretizar, pelo menos, uma das muitas oportunidades de golo que tivemos.

Sim, a equipa de arbitragem negou-nos um penalti claríssimo sobre o Lima (sobre o Gaitan é mais discutível) e foi revoltante verificar a inercia e permissividade na questão do posicionamento de Beto na baliza aquando da marcação das grandes penalidades. Sim, também eles foram incompetentes. E sim, caso não o tivessem sido, talvez o desfecho tivesse sido outro.

No entanto, como já diversas vezes o disse, considero que antes de apontarmos à incompetência alheia, devemos entender a nossa incompetência. Não podemos, nem queremos, controlar erros alheios, mas já podemos e temos de controlar os erros próprios.

Nesse sentido, antes de apontar o dedo à equipa de arbitragem, sacudindo assim a responsabilidade para ombros de terceiros, devemos encarar de frente os nossos erros e responsabilidades nas derrotas.

Mas a nossa incompetência no jogo de ontem, não nasce do aspecto técnico individual ou colectivo. Nasce sim de uma contínua impreparação anímica para os momentos de alta tensão.

Assim de repente lembro-me apenas de 4 jogos desta época em que o Benfica não marcou golos, para além de ontem: Em Paris, frente ao PSG; Na Grécia frente ao Olimpiakos; No Dragão a contar para a Taça da Liga e em Turim frente à Juventus. Destes, 2 ocorreram na fase de grupos da Liga dos Campeões, na pior fase da época da equipa, e os outros dois ocorreram após termos jogado largos minutos com 10. Ou seja, no plano global, somos uma equipa tremendamente concretizadora e que raramente deixa de marcar, mesmo quando não ganha.

Esta estatística serve para ilustrar que a nossa incompetência na finalização no dia de ontem não decorre de incapacidade técnica, antes de incapacidade anímica. Foram incontáveis os lances em que os nossos jogadores pareciam ter medo de assumir uma finalização de forma decidida. A cerimónia em frente à baliza Sevilhana no dia de ontem foi confrangedora e incomum.

E esta incapacidade anímica foi novamente evidente na hora da decisão final, na hora em que ganha a equipa com maior capacidade e estofo para aguentar a pressão do momento. Cardozo e Rodrigo não falharam individualmente, apenas foram o reflexo mais evidente do nervosismo colectivo que afectava a equipa naquele momento.

Depois do jogo começar, Jorge Jesus não tem como fazer os seus jogadores concretizarem melhor, decidirem melhor. O jogo irá reflectir o trabalho diário realizado, ou seja, as movimentações colectivas e a capacidade para a equipa colocar jogadores em zonas de finalização claras. E nesse aspecto, o trabalho foi bem feito. Trabalhamos e criamos muito mais e melhor que os Espanhóis. Porém, a hora da decisão final de uma jogada também reflecte o trabalho anímico desenvolvido, e aqui temos falhado consecutivamente. Sempre que nos colocamos em momentos de decisão em que a pressão é significativa, tendemos a falhar. E aqui já há um padrão.

13 comentários:

  1. no jogo da taça no dragão também não marcaram. ou seja, quase nunca marcaram nos jogos mais complicados fora de casa

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  2. Sim é verdade Anónimo, tinha-me esquecido desse. Obrigado pela "adenda".

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  3. Temos um "consultor motivacional" brasileiro mais bem pago que o nosso Presidente da República...

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  4. capacidade de agir sob pressão ganha-se estando nos momentos de decisão...

    um jogador de distrital borra-se todo a jogar com 80 mil pessoas no estadio...um jogador batido em ambiente de champions não, e por aí em diante!

    é por isso é que mais importante de ganhar campeonato, é ganhar bicampeonato..mais importante do que brilharete num jogo qq em Anfield, é ganhar sucessivamente em White Hart Lane, Anfield..em Estugarda, Heindoven, Bordeus, Leverkusen, etc...

    eu falo por mim..algum tempo atrás, jogos europeus eram complicados, tinhamos perdido a estaleca....agora, so me perturbam os grandes tubaroes dos milhoes...nao quer dizer que ganhe os jogos (exemplo de ontem nao podia ser melhor) mas estou confiante que pelo menos, jogamos para ganhar!

    Domingo há mais!

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  5. Porque não aceitas a derrota com a mesma franqueza com que aceitas as péssimas decisões do árbitro (que apenas por coincidência só prejudicaram uma das equipas?)?

    Uma equipa desfeita por ausências patéticas e por lesões (Fejsa e Sálvio), que teve de remendar o onze já de si remendado depois de mais uma lesão, querias o quê?

    O Lima fartou-se de fazer merda como sempre fez, e como sempre fazem os jogadores de futebol de vez em quando. É normal. Para além de nos terem gamado dois penáltis numa final europeia (até os espanhóis o reconhecem), ainda tivémos aquela vergonha do Beto a defender penáltis dois metros à frente da linha de golo.

    E tu vês um padrão? Estou mortinho para saber qual será esse padrão. LOL



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  6. Concordo que não devemos em primeiro culpar o árbitro, pelo simples facto de que fomos melhores e era jogo para ganharmos.

    No entanto, a tua argumentação sobre o problema da equipa na finalização, e a consequente ligação desse problema ao trabalho diário feito pelo treinador parece-me uma profunda desonestidade intelectual. Houve N jogos esta época onde criamos 2 oportunidades e marcamos 2. Mesmo jogos importantes como em Londres.

    Houve evidentemente falhas ontem, no entanto cola-las à equipa técnica parece-me profundamente desonesto. E se numa época, o que se pode atribuir à equipa é falha na concretização numa final, estamos num patamar muito alto!

    "Cardozo e Rodrigo não falharam individualmente, apenas foram o reflexo mais evidente do nervosismo colectivo que afectava a equipa naquele momento."

    Por favor! Ainda está a custar digerir isto, mas esse comentário custa bem mais.

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  7. Excelente post! concordo plenamente com todo o artigo.

    passo a passo, as coisas vao evoluindo. é a um ritmo mais lento do que eu queria, mas nao ha duvida de que estao a andar para a frente.

    do lado oposto dos avancados, na defesa, é bem visivel a muito melhor capacidade de entrega e concentraçao face às épocas anteriores.

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  8. Luís,

    Tens tuda a critica à arbitragem no texto. O que digo é que, mesmo assim, criamos oportunidades mais do que suficientes para vencer e na hora de concretizar... Ou não rematamos ou fize-mo-lo mal, sem convicção. Querer falar no arbitro, é legitimo e tem que fazer parte de qualquer analise que se faça. Mas resumir a derrota ao arbitro é enterrar a cabeça na areia. O arbitro não podemos controlar, a nós próprios podemos.

    Hélder

    Da mesma forma que o mérito da caminhada até à final e do bom jogo que fizemos ontem é da equipa técnica, o demerito na preparação psicológica também o é. Repara que não falamos apenas de um jogo, falamos de vários em que a equipa não aguenta a pressão. E quando falo em equipa técnica não falo apenas em JJ, falo no tal lider motivacional que faz parte dessa mesma equipa técnica, que tarda em apresentar resultados positivos.

    Quanto à frase que destacas do texto, não entendo porque te custa mais digeri-lo do que a derrota.

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  9. Glorioso abraço Campeão José Moreira, deixo-vos esta peça para reflectirem os "quases",

    https://www.youtube.com/watch?v=RXSkLyHxc94

    Benfica Todos Tempos

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  10. Proponho um olhar de fora-um olhar espanhol!

    http://lateral-esquerdo.blogspot.pt/2014/05/o-treinador-que-perdeu-liga-europa-em.html

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  11. Enquanto continuarmos com estas desculpas de merda nunca vamos ganhar nada na Europa.E ainda há quem fale em finais de Champions, quando nem a Liga Europa conseguimos ganhar...

    JJ nâo consegue ganhar uma unica competição contra um rival que seja forte.

    Abraço

    Daniel

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  12. No mesmo estádio, um jogador da Juve bateu uma falta, o Salvio saltou na barreira de costas para a bola enquanto esta esbarrava na mão. Cartão amarelo. O resto, todos sabemos.
    Quando o remate do Lima foi impedido de ir à baliza pelo braço do Carriço, lembrei-me do Sálvio: qual dos 2 é mais faltoso? Os 2? Pelo menos o de ontem é mais.
    Detesto queixinhas, detesto atribuir culpas à arbitragem, pero que las hay las hay.
    Ainda hoje, um determinado clube se queixa de uma final perdida em Basileia. Ainda hoje reclamam justiça pela perda da Taça das Taças. A comunicação social salienta o mesmo e se necessário recorre a imagens. O Carlos Cruz, na época, recorreu a um peditório nacional para lhes entregar a Taça Botilde. Ainda hoje, o árbitro deve estar com a cabeça a prémio na mente desses adeptos.
    Ontem foi tudo muito pior. Até nisso somos diferentes. Subimos as calças, e no passa nada, hombre. Foda-se! Afinal, quem faz a defesa do Benfica?

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Vai ao Estádio, larga a internet.