domingo, 6 de julho de 2014

Estratégias Sensacionais e a importância da ética



No fim de um livro que já me acompanhava há algum tempo, deparei-me com um capítulo que me remeteu imediatamente para as minhas preocupações com o nosso Benfica.
Passo a citar:


“Estratégias Sensacionais

Para lucrar com a inovação infinita, precisamos de focalizar a nossa energia em algumas dessas dimensões mais fugazes. A estratégia competitiva é um caminho que leva a lado nenhum. Precisamos de criar estratégias sensacionais, porque são estas que captam a atenção das pessoas com quem queremos fazer negócio. São as estratégias sensacionais que apelam aos cinco sentidos do homem, que abrangem as nossas emoções. A estratégia competitiva significa estar um passo à frente. A estratégia sensacional significa participar num jogo diferente.



A primeira estratégia sensacional diz respeito à ética. Os jornalistas actuais são peritos em vasculhar as nossas vidas. Numa “aldeia CNN”, a coscuvilhice global viaja à velocidade da luz. A transparência total vai desmascarar quem não tem escrúpulos. As pessoas e as empresas que não entendam isso podem ser transferidas do Passeio da Fama para o Passeio da Lama. Pelo menos neste sentido, uma economia de mercado é profundamente democrática. Os clientes votam com o dinheiro; um euro, um voto. Os competentes votam com as mentes; uma ideia, um voto. Não há capitalismo sem representação. Se recorrermos ao trabalho infantil ou não nos preocuparmos com o meio ambiente, os clientes irão fazer negócio para outro lado. O mesmo se aplica à maioria dos investidores e intelectuais. Poucas pessoas querem trabalhar e investir em empresas tóxicas, como Jeffrey Pfeffer, da Universidade de Stanford, prefere chamar-lhes.






As empresas querem deixar cada vez mais transparecer os seus cuidados. Por exemplo, a Toyota está a desenvolver árvores que absorvem gases tóxicos. Os cuidados precisam de ser acompanhados pela credibilidade. As empresas funky têm ética total. A ética deve dizer respeito a todos e a tudo numa empresa, deve ser continuamente praticada em toda a parte. Não podemos ser apenas um pouco éticos ou meramente éticos quando nos convém. A ética é absoluta.



Numa era de afeição e abundância, a ética também é uma arma competitiva poderosa. Pode fornecer um meio de diferenciação – raramente tem sido plenamente explorada pela concorrência. Podemos usar a ética para atrair novos clientes e funcionários. Hoje em dia, as EOVPT encontram as PVPE: Empresas Onde Vale a Pena Trabalhar encontram Pessoas que Vale a Pena Empregar. Como empresa, conseguimos os funcionários que merecemos e vice-versa. Não esperemos mais nada para além disso. Nesta perspectiva, uma empresa funciona como um peixe. Apodrece da cabeça para baixo. Se a direcção da empresa não fornecer bons modelos, por que é que os restantes elementos da empresa deveriam comporta-se como bons cidadãos?”

Retirado do livro Funky Business do Jonas Ridderstrale e do Kjell Nordstrom.

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