O jogo de ontem ainda não foi o que espero ver o
Benfica fazer no Dragão – ou noutro reduto de adversários de valia idêntica à
nossa – mas foi o suficiente para me deixar satisfeito. Isto é, ainda não vi um
Benfica afirmativo e capaz de dominar o adversário, pelo contrário, mas foi
extremamente competente na forma como defendeu e finalizou.
Há quem diga que a diferença entre a vitória do
Benfica e a derrota do Porto se estabeleceu entre Jorge Jesus e Lopetegui (ou
Lotopegui). Concordo, na medida em que o treinador do Benfica soube anular as
maiores virtudes do adversário, nomeadamente na forma como o Benfica soube
condicionar a saída de bola do Porto, pressionando bem alto (aspecto de que
gostei particularmente) e na forma como não se expos a lances de 1x1 nos
corredores laterais. Não obstante, sou apologista da ideia de que a diferença
também se estabeleceu muito pela disparidade entre Júlio César e Fabiano. O
nosso guardião gritou presente quando foi necessário refrear o ímpeto inicial do
adversário, contribuindo assim para o acalmar de toda a equipa, aspecto
fundamental para a melhoria defensiva. Por seu lado, o guarda-redes azul e
branco falhou clamorosamente no único lance a que foi chamado na primeira
parte, dando assim um golo fácil a Lima.
O aspecto de que continuo a não gostar nada é a nossa
capacidade ofensiva. A esse nível, a primeira parte foi frustrante. À parte do
golo obtido através de um lançamento de linha lateral (ridícula a reclamação do
Sr. Lopetegui e seus pares), o Benfica parecia estar num jogo de andebol, sendo
que a área restritiva se estendia até aos últimos 25/30 metros. Saiamos pouco e
quando o fazíamos, finalizávamos as jogadas com remates de longa distância e
sem nexo, transmitindo uma ideia de urgência na finalização, coisa que não
gosto de ver, seja em que equipa for.
A segunda parte manteve a toada da primeira, sendo que
o Benfica conseguiu melhorar muito a sua construção ofensiva, muito pela acção
e subida de rendimento de Nico Picasso Gaitan. Se um ET visse futebol pela
primeira vez no jogo de ontem, ter-lhe-ia sido o bastante para perceber o que é
um 10 no futebol. Quando vejo Gaitan jogar, sinto-me como um miúdo que acaba de
entrar numa loja cheia de brinquedos, fascinado e sem saber muito bem qual deva
escolher.
O controlo do Benfica só foi abalado pela entrada de
Quaresma no jogo, o “ciganito” foi o único a ser capaz de expor A. Almeida ao
1x1 de forma consistente e perigosa. Este é outro que faz uma bola de futebol
parecer um desenho animado – o cruzamento que tira para Jackson finalizar à
barra é absolutamente delicioso. Porém, nesta fase já a equipa do Porto se
encontrava com níveis de ansiedade para lá do limite, enquanto que o Benfica se
recostava na poltrona do 2-0.
No final do jogo, na minha página do facebook escrevi:
“Sem espinhas!”. Foi o que senti quando a emoção do jogo acalmou um pouco
porém, e depois de rever o jogo, tive vontade de retirar tal expressão, porque
o jogo não foi tão “sem espinhas” como havia escrito, foi antes histórico e deverá
ser repetido e melhorado.
És um tipo mesmo muito exigente. Até parece que o Benfica e o seu treinador não fizeram mais do que um favor a sua Excelência! Percebidos!
ResponderEliminarExigente? Sim, quero sempre mais e melhor dos meus e de mim próprio. Favor? No futebol não há favores. Nem eles me fazem qualquer favor quando ganham nem eu lhes faço nenhum favor por ser adepto do clube e ser um, entre milhões, que alimentam o jogo a que eles ajudam a dar vida. Esclarecido?
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