terça-feira, 29 de setembro de 2015

A Evolução Centro Campista By Rui Vitória

Os anos de Jorge Jesus no Benfica trouxeram sempre uma discussão - a lateral esquerda da equipa do Benfica.

Na segunda metade da sua passagem pelo nosso clube surgiu uma segunda discussão - o meio-campo titular.

E a questão nem era só o se jogar somente com 2 jogadores no meio-campo, era principalmente o facto de nem existir um trinco nem um 10, de o médio mais recuado não ser muito defensivo e de o menos recuado ser demasiadamente ofensivo.

Um meio-campo de risco que só podia funcionar com enormes intérpretes, como foram Matic e Enzo (em dupla).

A discussão subiu de tom quando a qualidade dos intérpretes desceu, portanto com a saída do Matic e do Enzo.

O Fejsa não era um Matic mas apresentava capacidade de trazer outra estabilidade defensiva ao meio-campo. Contudo o sérvio lesionou-se e para o seu lugar chegou um jogador mais à imagem do Matic mas longe da qualidade deste. O Samaris não se equipara ao Matic nem teve um ano de banco só a preparar a posição.

Já o lugar do Enzo continua à espera de dono. Nem Pizzi nem Talisca têm a qualidade do argentino nem a capacidade para fazerem funcionar este meio-campo.

A fórmula do Bicampeonato, a fórmula Jorge Jesus, não dá garantias e precisa urgentemente de ser renovada.

O Rui Vitória trouxe consigo a possibilidade de um meio-campo a 3, do regresso do 10 e de um futebol mais controlado e pensado. Contudo teve receio de mexer nas rotinas estabelecidas. O R.Vitória insistiu numa fórmula que não é boa e para a qual não tem mãos.

A Direcção queria dar mais jogadores ao treinador mas não deu e o 8 não chegou.

O Cristante parece ser carta fora do baralho e o J.Teixeira ainda tem o seu caminho a percorrer.

No Dragão, mais ou menos por acaso do destino, surgiu uma nova dupla no meio-campo, a qual foi agora repetida com o Paços.

A colocação do André Almeida ao lado do Samaris é questionável. Será aceitável um Benfica posicionalmente mais defensivo? Será o André o jogador ideal para a titularidade no nosso meio-campo?
Atacar mais e, principalmente, atacar melhor, não se resume a ter muitos avançados. Considero que o equilíbrio do meio-campo o factor que leva uma equipa a conseguir subir mais e melhor no terreno.

A entrada do André mais do que uma nova dupla cria um novo trio.
Samirs–Pizzi passa a ser Samaris–Almeida–Jonas.


 



No jogo com o Paços ficou evidente o recuo do Jonas. Não poucas vezes este participou no processo defensivo e principalmente ficou notória a sua presença na zona de construção.

Tenho as minhas dúvidas quanto à qualidade do Almeida para a titularidade naquela posição mas sei que esta nova ideia, este novo processo, me agrada muito.
Um meio-campo mais estável, maior capacidade de recuperação e de posse, mais capacidade de compensar as subidas dos laterais e ainda uma crescente necessidade de centrar mais o jogo no génio brasileiro

Terá Jonas capacidade física para corresponder a época toda às exigências das suas novas funções?
Defender, fechar o meio-campo, criar desequilíbrios na linha, vir buscar jogo, iniciar as combinações ofensivas, procurar espaços para a meia-distância e ainda aparecer nas zonas de finalização.

É este o novo jogo do Benfica que me parece começar a surgir.
Pode não ter os intérpretes certos e tenho a minhas dúvidas que o Jonas aguente o ritmo mas estou entusiasmado com esta perspectiva.

Também posso é estar para aqui a delirar e tudo isto não passar da obre de um acaso e de uma situação pontual.

Esperar para ver.

6 comentários:

  1. mais do que receio em mexer nas rotinas estabelecidas o rui tinha, tem, um problema que é ao jogar só com um avançado tem obrigatoriamente de precindir de jonas.
    jonas nunca foi na sua carreira um avançado de jogar sozinho na frente, embora em algumas fases da sua carreira o tenha feito, nem tem muitas caracteristicas para isso e a idade tambem não ajuda a disfarçar isso.

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  2. Para além do Jonas, acredito que o Raúl e o Djuricic também poderão fazer esse duplo papel de defesa e ataque.

    Eventualmente até o Talisca, se crescer a intensidade de jogo.

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  3. O Talisca não tem intensidade de jogo para isto. O Djuricic talvez sim mas o Raúl não me parece ter qualidades para tal, é mais ponta de lança do que jogador de bola no pé.

    Quanto à questão do Jonas não poder jogar sozinho na frente... é uma questão complexa mas que parece estar a ter a sua solução já trabalhada.

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  4. Eu discordo bastante deste meio-campo. Não é capaz de produzir jogadas. O início de saída de bola ontem foi uma pesadelo (só vi a primeira parte, não tenho a certeza quanto à segunda). A equipa tem de descer muito (essencialmente Jonas e Gaitan para apoiar o A.A. e o Samaris (isto se entretanto estes já não perderam a bola com a pressão) refletindo-se depois em todo o ataque: parte muito de trás sendo assim pouco perigoso. Ainda para mais, quando a equipa consegue entrar no meio campo adversário, é o andré almeida que assume a posição mais próxima dos avançados (desçando de estar lado a lado com o samaris), ora o andre almeida não parece ter as melhores qualidades para proteger bola ali, distribuir, romper etc etc....Sinceramente, produzimos pouco futebol desta forma.

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  5. João Gaspar, daí as minhas dúvidas sobre a capacidade do André Almeida em fazer aquele papel num Benfica ganhados.

    Contudo é uma evolução face à dupla anterior.

    Com as rotinas trabalhadas penso que este meio-campo pode produzir mais.

    O Jonas descer é natural, é o exigivel. O Jonas não pode estar com o Mitrouglou na zona de finalização. Tem de participar na construção das jogadas.

    Este meio-campo permite ao Samaris jogar mais, permite aos laterais maior liberdade para subirem e permite termos muito mais Jonas em campo.

    Era preferivel ter um 8 tipo Enzo.. mas só temos o Cristante e ele não parece contar.

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  6. O pizzi estava a evoluir bem cm 8.precisava de apenas melhorar postura defensiva.esse apenas é mt imp, eu sei mas ainda assim preferia. Bem vamos ver.

    Errata de post anterior- "deixando"

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Vai ao Estádio, larga a internet.