Nos
dois jogos já efectuados, para lá dos resultados que valem o que valem nesta
fase, foi possível encontrar na equipa os problemas colectivos já conhecidos,
nomeadamente, a fraca qualidade dos movimentos ofensivos colectivos, a que se
juntam as ausências de alguns jogadores-chave, factores que concorreram, na
minha opinião, para uma prestação pífia.
No
entanto há aspectos positivos e notas individuais que merecem o seu destaque:
Seferovic
– O avançado suíço é, claramente, reforço. Boa mobilidade (muito superior à de
Mitroglou, mas não tão exagerada quanto a de Jiménez), a que alia uma boa
capacidade para ligar com os colegas, pese embora o pouco tempo de trabalho em
conjunto. Acho que ainda lhe falta entender melhor quando deve aproximar-se do
portador da bola para uma linha de passe segura e quando deve provocar a linha
mais recuada adversária. Acho que escolhe demasiadas vezes a segunda e que, em
certos momentos, seria preferível optar pela primeira;
Rafa
– Apareceu em excelente momento nestes dois primeiros jogos, mostrando agora as
verdadeiras razões da sua contratação. Rápido, assertivo no passe e na decisão
foi, quanto a mim, o melhor destes primeiros dois jogos;
André
Horta – Pese embora os poucos minutos que teve (em relação a outros elementos),
o que deixa antever que pode não entrar nas contas do plantel deste ano, sempre
que esteve em campo mostrou a qualidade que tem, quer no passe quer na condução
e sucessivas decisões. Apesar de achar que estará mais próximo de não ficar,
gostaria de estar enganado. Gosto particularmente do miúdo Horta e, para além
da qualidade que tem, é um de nós que anda lá dentro e isso enche sempre as
medidas de qualquer adepto;
Kalaica
– Claramente central do plantel que mais qualidade com bola demonstra. Nenhum
passe é feito ao acaso, podendo, não há bolas entregues em más condições aos
colegas. Um pouco na linha de Lindelof (num exemplo recente) ou de Garay (num
exemplo mais distante). Numa equipa como o Benfica, que passa a maioria do
tempo em organização ofensiva e que encontra equipas muito fechadas em si
mesmas, ter um central com esta qualidade é importante, já que, se consegue
começar a desequilibrar o adversário desde o primeiro passe. O jovem Croata,
deixou, claramente, água na boca.
Fejsa
– É preciso dizer alguma coisa? É o dono daquilo tudo, ponto final.
Agora
os aspectos individuais menos positivos:
Hermes
– O Brasileiro apresentou muitas dificuldades nestes dois primeiros jogos,
sendo fácil e repetidamente surpreendido com bolas na profundidade, muito por
culpa dos sistemáticos momentos em que era apanhado com os apoios mal
colocados, face aos diferentes momentos do jogo. Por outro lado, em termos
ofensivos, nunca mostrou ser especialmente desiquilibrador, ainda que o factor
físico nesta fase da época deva ser considerado. Não sou pela continuidade de
Eliseu, mas o Brasileiro também não parece ser solução fiável, sobretudo para
quem será a sombra de um genial, mas susceptível a lesões, Grimaldo;
Jardel
– Talvez pela escassa competição que teve durante a época passada, Jardel
apareceu pouco confiante e muito errático. Com bola mostrou-se na sua pior
versão, complicativo e pouco expedito a soltar a bola, sendo por demais
evidentes e conhecidas as suas dificuldades técnicas. No posicionamento também
apareceu muito perdido, o que é deveras preocupante, já que, com a saída de
Lindelof e as dúvidas sobre Luisão, seria de esperar de Jardel outra fiabilidade,
para assim dar o passo em frente no comando da defensiva do Benfica;
Lisandro
– Pela enésima vez demonstrou não ter qualidade para o nível que se pretende no
Benfica. Completamente desastrado nos posicionamentos e na leitura das diversas
situações de jogo, vai compensando com a excelente disponibilidade física que
tem, mas é pouco, muito pouco para um central do Benfica. Para mim, e não é de hoje,
não tem lugar no nosso plantel;
Bruno
Varela – Como tinha dito aqui antes de se iniciarem os jogos, com a saída de
Ederson abriu-se um problema grave na baliza do Benfica. E a solução para esse
problema não pode passar pelo jovem Português. Se passar, em caso de
impedimento de Júlio César, estaremos em sérias dificuldades. Naturalmente que
os golos que sofreu não foram de responsabilidade exclusivamente sua, mas a sua
abordagem aos lances do segundo e terceiro golos do Young Boys são preocupantes
e aflitivas. Mas, repito, não é por aqui que aponto este como um problema, mas
sim pelo que lhe conheço das Selecções, Juniores e Vit. Setúbal.
Agora
o ponto em que discordo da maioria, para não dizer de toda a gente:
Pedro
Pereira – Eu desconheço por completo o jogador, sendo que, o que deu para ver
nestes dois jogos, seja bom ou mau, é insuficiente (90min no total) perante o
que alguns que apontam o jovem Português como (ainda) impreparado para o
Benfica, conhecem. No entanto, esses tais 90min somados nestes dois jogos e que
eu vi, deixou-me satisfeito, já que, ainda que a oposição tenha sido fraca, me
pareceu ser um jogador interessante no 1x1 defensivo e não me pareceu comprometer
no alinhamento defensivo com os restantes colegas. Do ponto de vista ofensivo,
mostrou uma apetência interessante para não ir em busca da solução trivial do
corre/cruza, mostrando capacidade para, fosse em passe ou desmarcação, ir em
busca do espaço interior e de um futebol combinativo em vez de correrias sem
grande nexo ou resultados práticos. Não é Nélson Semedo, como é óbvio,
sobretudo na velocidade, mas não me pareceu que houvesse aqui um problema,
desde que, claro, o Rui Vitória esteja disposto a mudar a forma como encaixaria
o lateral no colectivo, sabendo que não lhe poderia pedir as mesmas coisas que
pedia ao agora jogador do Barcelona.
Esta é a parte boa do defeso, a especulação sobre o plantel e a expectativa com as contratações! Globalmente, concordo com as notas.
ResponderEliminarTambém já tinha pensado que o Seferovic é uma espécie de meio caminho entre o Mitro e o Raúl. Acho que se vai adaptar bem.
Em relação aos lugares que têm sido mais questionados, GR, DD e DC, penso o seguinte:
GR - Precisamos de um, excelente, para entrar na ausência do JC e encher a baliza.
DD - Tenho de ver mais do Pereira. Mais e melhor. Dou-lhe os 4 jogos que faltam para ver se me convence.
DC - Acredito no pleno restabelecimento do Jardel e se tivermos o Capitão ao nível da última época, estamos fortes. Já tive mais certezas sobre o Lisandro (e o terceiro central vai ter de jogar várias vezes) mas acho que temos no plantel uma excelente solução, de seu nome Samaris, precisamente pelas características que referes do Kalaica, a qualidade de saída.
Daí para a frente, eles que lutem pelos lugares, que estamos muita fortes!
Ah, e gostei do Chrien. Muito boa técnica e agressividade. Se for inteligente tacticamente, temos ali jogador.
É Rumo ao PENTA!
é verdade que de rafa só vi o primeiro jogo.
ResponderEliminarmas nesse jogo o que se viu de rafa foi mais do mesmo decide mal, remata mal e é inconsequente.
lamento o off topic. quando pensei que nao podia detestar mais figuras que falam como benfiquistas nos media, andre ventura mostrou-me que estava enganado. lixo.
ResponderEliminarmas o porto aproveitar o assunto, é lixo do mesmo nível.
André Horta, nos 25 minutos que esteve em campo contra o Young Boys, esteve simplesmente horrível em quase tudo.
ResponderEliminarLisandro despachado não, acho que está ali um óptimo reforço para a secção de velocistas da equipa de atletismo. Pelo menos a julgar pelos elogios que ele merece de ser muito rápido.
ResponderEliminarOra aí está. Subscrevo tudo e congratulo a efeméride de ler alguém que sabe ver futebol a escrever sobre futebol, num blog de futebol. Devia ser o habitual, mas não é: quase tudo o que se lê por aí ou é sobre futebol não jogado ou é uma tragicómica confusão entre futebol e atletismo...
ResponderEliminarUrgente mesmo é um guarda-redes titular de caras.
Só descanso com o hexa de 2019.
Carregaaaaaaa!!!