O impacto que Marcel Keizer tem tido no Sporting e no futebol português tem sido tremendo, somando por vitórias os jogos já disputados e com golos em catadupa, alterando radicalmente a forma de jogar da equipa, transformando-o num estilo ofensivo, atractivo e, sobretudo, incrivelmente concretizador.
Deste modo, parece-me interessante reflectir sobre o porquê de um impacto tão significativo e imediato numa liga em que a qualidade defensiva das equipas é tão elogiada, fazendo-o com um plantel já de si fraco do ponto de vista da qualidade individual e que tem sido sucessivamente limitado pelas várias lesões que têm surgido.
O modelo de jogo de Keizer permanece incompleto e melhorias a serem necessárias, sobretudo em termos defensivos. Não obstante, a ideia de um jogo ofensivo, combinativo e rápido tem feito miséria nos blocos defensivos que tem enfrentado. Para além do colectivismo e rapidez, a chave para este sucesso imediato, quanto a mim, reside ma forma como o Sporting não ignora o corredor central, ao contrário da esmagadora maioria das restantes equipas do campeonato.
Na verdade, chega a ser desesperante ver tantas equipas do maior escalão nacional vetarem o corredor mais importante do jogo a um total deserto. E este estilo de jogo generalizado, ajuda a mascarar os péssimos posicionamentos defensivos que, também eles, privilegiam a defesa dos corredores laterais e detrimento do corredor central, com a agravante de, não raras vezes, o fazerem com referências marcadamente ao homem e não zonais.
Ora, o Sporting de Keizer mais não tem feito que explorar espaços interiores, é nem tem sido necessário provoca-los, porque estão lá e sempre estiveram. E tem sido através so desequilíbrio interior que todo o jogo ofensivo tem fluído, mesmo que depois termine num cruzamento. Porque frente a blocos dispostos em largura, ao provocar por dentro, facilmente se veem adversários a correr em desespero para fechar o espaço interior, abrindo assim diversos espaços e em todas as direcções, que depois são facilmente aproveitados por quem aparece de trás.
Está ainda por ver este Sporting a enfrentar uma barreira defensiva verdadeiramente coesa e racional, isto é, disposta em marcação zonal, que privilegie o corredor central e a unidade do próprio e verdadeiro bloco, para que assim se possa perceber a total valia das ideias do treinador holandês, nomeadamente, a paciência para circular, provocar e procurar o espaço interior, e ligação entre sectores.
Enquanto quem enfrentar este Sporting continuar a defender como se estivesse a faze-lo contra qualquer outra equipa do nosso campeonato, dificilmente deixarão de sofrer golos ou, pelo menos, evitar oportunidades claras para tal.
Em todo o caso, chega a ser caricato que o treinador que chegou “sem currículo” tenha, em tão pouco tempo, colocado completamente a nu as debilidades defensivas existentes no campeonato dos treinadores da “estratégia”, sem que para isso tenha sido necessário nada de verdadeiramente especial, apenas aproveita o que está, como sempre esteve, disponível.
De uma assentada, o treinador holandês coloca em cauda dois dos maiores mitos do futebol português: O de que em Portugal se defende bem e de que o treinador Português, na sua generalidade, está na vanguarda do futebol.
Análise espectacular.
ResponderEliminarJá tinha comentado com amigos meus que o Keiser está a ter o efeito que o Ericsson teve cá na provincia.
Há anos que nos achamos a última batata do pacote, apesar de apenas um treinador português ter chegado, consistentemente, a treinar grandes equipas europeias!
Somos tão patéticos que basta vir um holandês, que não tinha lugar nas principais clubes do seu País, para demonstrar todas as fragilidades do treinador português.
António
António das 15:17,
ResponderEliminarO facto de o Keiser não estar a treinar nenhum dos principais clubes holandeses não torna o seu último parágrafo um facto.
Quanto a isso de sermos patéticos, fique lá com a parte que achar que lhe calha e deixe-se de fazer de distribuidor oficial da patetice porque é um cargo que não existe.
Miguel M Santos C
Para Domingo prevejo um grande jogo em Guimaraês, no Vitória Sporting, com dois treinadores com duas boas propostas de jogo, teremos com certeza um jogo aberto com alguns golos (uns 3/4 golos), e sobretudo teremos qualidade de jogo.
ResponderEliminarChicotada eficaz em Alvalade, mas não menos eficaz no Benfica, sendo que, no caso do Benfica sem golos sofridos pós-chicotada, mas também com uma penosa qualidade de jogo, provavelmente no Benfica, o novo treinador ainda não conhece bem o nosso campeonato e os adversários.
A corporação incomoda-se!!!
ResponderEliminarNada de novo.
António
no benfica so queria ver um nome roger Schmidt
ResponderEliminarno benfica so queria ver um nome roger Schmidt tou farto do jesus e de as pessoas olharem para ele como ultima bolacha do pacote
ResponderEliminarCom 2 penalties completamente inventados por jogo,ate eu causava impacto....
ResponderEliminarVAR dost
EliminarPorto ao colo
Bela análise, José. Mas não bela sem senão. E o da tua leitura é flagrante. O Sporte está a ser levado de empurrão pelas arbitragens. Logicamente, o careca nem sonhava com as facilidades e ofertas que acontecem várias vezes e em todos os jogos. Depois, isso do corredor central, já o Lateral esquerdo anunciou, não queiras ser o prato requentado.
ResponderEliminarPedro B.
esse ultimo paragrafo resume aquilo que eu penso.
ResponderEliminara qualidade do treinador português é feita pelos media mas a maioria continua sem pensar pela sua própria cabeça.
o que se tem visto é que um alegre desconhecido que pegou numa equipa a meio da época com um pior plantel do que aqueles que o clube teve nos últimos anos consegue fazer o mesmo, se não melhor, que o maior alguma vez visto treinador do mundo e arredores.
O mestre das areias das arábias.
EliminarÉ cedo para tantos elogios.
ResponderEliminarPara além de só ter defrontado equipas medíocres e medianas tem contado com a preciosa ajuda do vento, que lhes sopra sempre pelas costas.
Veremos como se comporta a fantástica equipa de Keiser quando defrontar equipas do seu tamanho.
Mas uma coisa é certa, estão bastante motivados.
É mais o efeito psicológico que outra coisa...