Mais uma desilusão a juntar a tantas outras. Não é que o Benfica tenha sido inferior ao Farense (nem nunca poderia ser), não é que não tivéssemos tido oportunidades para vencer o jogo. Não conseguimos simplesmente é ser de tal forma superiores que não só vencemos o jogo como o vencemos sem contestação possível.
Por vezes ganham-se jogos jogando-se ligeiramente mais que o adversário. Por
vezes ganham-se jogas jogando-se menos que o adversário. Mas sequências vitórias
não se conseguem nesse limiar. Campeonatos não se ganham se não formos consecutivamente
muito superiores aos adversários.
E assim saímos de Faro com um 0-0. Um jogo onde fomos melhores e podíamos ter
vencido. Um jogo onde não fomos claramente superiores e poderíamos ter perdido.
Com bola este é um Benfica completamente sem identidade, sem criatividade ou
imaginação. Continua a ser. Jogadores como o Pizzi, o Waldschmidt,o Pedrinho e
o Chiquinho, continuam sem grande espaço nesta equipa. Logo os homens do espaço
– aqueles que o criam, exploram e o fazem render.
Ao invés disso o Benfica faz depender todo o seu jogo ofensivo da
individualidade de Taarabt e Rafa. O marroquino desgastado – física e
mentalmente – pelas suas tarefas defensivas, vê-se obrigado a ser a mente
esclarecedora para conduzir bola até ao ataque e definir o último passe. O
português entre os piques defensivos, tem a responsabilidade de sozinho guiar a
bola até à zona de finalização, falhando constantemente na finalização e
acabando sempre por desaparecer do jogo com o passar dos minutos.
Jorge Jesus insiste no Everton, um talento que o treinador não está a saber
rentabilizar, um jogador presentemente com pouca produção e claramente a
movimentar-se por terrenos que o afastam do seu melhor.
Jorge Jesus insiste na dupla de pontas de lança Seferovic/Darwin. Não funciona,
não traz qualidade ao jogo da equipa e é facilmente controlada. Darwin continua
em sub-rendimento e também aqui Jorge Jesus está a falhar no treino e compreensão
do jogador.
Mas o que mais me desiludiu em Faro foi mesmo o jogo sem bola da equipa.
Num texto publicado no dia 20 de Fevereiro elogiei a evolução que se via no
jogo colectivo da equipa em termos defensivos. Notava-se um melhor posicionamento
dos jogadores quando a equipa actuava sem bola, surgindo um colectivo mais
equilibrado.
https://www.facebook.com/OntemViTeNoEstadioDaLuz/posts/3680806155321194
Isso não se viu neste jogo. A alteração de laterais – logo quebra do processo –
não ajudou. Mas principalmente o que ficou evidente foi o quanto o equilíbrio
da equipa neste momento está dependente da presença e posicionamento do alemão Julian
Weigl.
Sem ele em Moreira de Cónegos a equipa esteve mais perto de perder do que de
vencer. Sem ele em Faro o meio-campo esteve em constante desequilíbrio e os
jogadores do Farense foram diversas vezes encontrando o espaço que procuravam
para tentarem criar jogadas de ataque.
Weigl foi durante largos meses contestado. Basicamente todo o ano de 2020. Era
ele a causa de o Benfica ter perdido o título 2019/20. Era ele um dos
principais nomes para se vender em Janeiro deste ano.
Se hoje algo de positivo temos no nosso Futebol é a afirmação de Weigl.
De incompreendido passou a crucial. Um dos grandes problemas do planeamento
desta época está mesmo no facto de não haver cobertura ao alemão – por onde
andais Florentino?
Contudo, supostamente “Se o Matic não jogar... joga o Manel”.
E por isso também me desilude Jorge Jesus - sabe e é capaz de fazer muito
melhor.
Jorge Jesus tem de provar já o seu valor. Com olho no Rúben Amorim tem de se
manter na luta com o Sérgio Conceição e o Carlos Carvalhal. Caso contrário o
seu arrasar será somente uma disputa com o Pepa.
"Jorge Jesus tem de provar já o seu valor", portanto de tudo o que observas estás com feeling que o senhor vai dar a volta! Conheces quantos casos desses em que o treinador não consegue colocar a equipa a jogar e que depois por artes do demo consegue, cita-me aí 2 ou 3 casos conhecidos.
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