quinta-feira, 30 de abril de 2009
Só um porquê:
Porque é que uns são castigados no imediato e outros dizem tudo o que querem, indignam-se que nem putos malcriados a quem o chupa lhes foi roubado e não lhes acontece nada?
Obrigado e bom dia.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
O mito da recuperação financeira...
Pontos prévios:
Esta não é uma análise extensiva, é uma análise simplista que pretende focar apenas alguns pontos para que todos percebam o que na minha opinião é essencial;
Do que apurei LFV tomou posse a 3/11/03, pelo que a minha análise resultará da comparação entre o Relatório e Contas da Benfica SAD em 2003/2004, e o último que se conhece, ou seja o 1º semestre de 2008/2009.
No final da época poderei fazer uma análise mais completa com as contas anuais.
Principais dados dos Balanços:
O Balanço reflecte a posição duma entidade num determinado momento. Conforme o que referi em cima, a comparação vai ser entre 31/07/03 (uns meses antes da chegada de LFV, mas mais próximo que no final da época), e 31/12/08:
Total do Activo
31/07/03: 110.732.672
31/12/08: 161.059.599
Aumento de aproximadamente 51 milhões, dos quais 28 milhões são um aumento na rubrica “Plantel de Futebol”, e 16 milhões no Imobilizado Corpóreo, maioritariamente devido à construção do nosso Campus.
Total do Passivo
31/07/03: 83.966.121
31/12/08: 147.382.449
Aumento de aproximadamente 64 milhões (com as consequências que se verão a seguir), dos quais 45 milhões é um aumento das dívidas relacionadas com operações bancárias (que geram custos financeiros, como é evidente). Registe-se que em Janeiro foi feita a emissão do papel comercial no valor de 40 milhões, sendo que apenas 28 são para pagar empréstimos já existentes, pelo que se prevê um aumento relacionado com estas dívidas.
Total do Capital Próprio
31/07/03: 26.766.551
31/12/08: 13.677.150
Metade do que existia foi “comido”. Acrescente-se o facto do capital social da SAD serem 75 milhões para se perceber em que estado estão as nossas finanças. Aqui, valha a verdade que a maior “delapidação” é anterior a LFV, mas o facto de metade do capital que existia aquando da sua chegada ter ido ao ar não abona muito a seu favor. O Benfica tem preparada uma fusão com a Benfica Estádio para contabilisticamente resolver este problema, mas é disso que se trata, uma mera operação contabilística entre sociedades do grupo, nada mais.
Principais dados das Demonstrações de Resultados:
A DR reflecte a performance duma entidade num determinado período, que no nosso caso corresponde à época desportiva. A comparação vai ser entre a época 2003/2004 que apanha a chegada de LFV, e os 6 meses da época 2008/2009 que se conhecem.
Custos com pessoal:
2003/2004 (12 meses): Aproximadamente 26 milhões
2008/2009 (6 meses): Aproximadamente 17 milhões
A manterem-se os valores para a segunda metade da época (tendo em conta a poupança em prémios, á natural que seja semelhante), chegaremos aos 34 milhões, o que representa um aumento de 30% em 4 anos e meio, ou seja acima do crescimento médio de salários em igual período. E não me parece que a qualidade do plantel tenha crescido 30%, mas isso já será conversa para outra análise.
Custos Financeiros:
2003/2004 (12 meses): Aproximadamente 3.4 milhões
2008/2009 (6 meses): Aproximadamente 2.8 milhões
Iremos para os 5.6 milhões, mas tendo em conta que o passivo bancário aumentou mais que o dobro, este valor é “normal”, apesar de não deixar de ser muito preocupante ter aproximadamente 500.000€/mês de custos financeiros.
Prestações de Serviços:
2003/2004 (12 meses): Aproximadamente 35 milhões
2008/2009 (6 meses): Aproximadamente 24 milhões
Chegando aos 48 milhões não há dúvidas que se nota uma evolução nestas receitas, a que não é estranho o aumento de sócios, quotizações, cativos, etc. Infelizmente o Relatório de 2003/2004 não desenvolve muito este proveitos, pelo que não dá para fazer uma análise mais profunda.
Finalmente um rácio que considero vital, custos com pessoal/proveitos operacionais:
2003/2004 (12 meses): Aproximadamente 70%
2008/2009 (6 meses): Aproximadamente 66%
Este rácio ilustra quantos dos nossos proveitos operacionais, ou seja os “normais” em que se exclui venda de jogadores, por exemplo, são absorvidos pelos custos com pessoal. É um indicador chave, não é por acaso que quase todas as empresas em momento de crise atacam os custos com pessoal. A própria Deloitte, no brilhante estudo que fez sobre as finanças no futebol, salientou o evidente, são os elevados ordenados pagos que estrangulam completamente as finanças dos clubes. Seria positivo registar a ligeira evolução, mas na minha opinião este indicador nunca pode estar acima dos 50%, daí eu criticar tão veemente a inversão nesta área que aconteceu esta época, bem ao jeito de “fuga para a frente” típica do último ano de mandato de qualquer governante. É que em igual período da época 2007/2008, este indicador estava nos 48%, valor que considero excelente no nosso futebol.
Por esta e por todas as razões apresentadas é que não engulo o mito da recuperação financeira. Em alguns aspectos estamos piores que quando LFV chegou, noutros estamos mais ou menos na mesma. E temo sinceramente que o pior ainda se esteja para descobrir.
terça-feira, 21 de abril de 2009
Andrés
quarta-feira, 15 de abril de 2009
O meu nome é Sérgio e hoje torço pelo Manchester
O meu nome é Sérgio e hoje torço pelo Manchester!
Torcer contra uma equipa portuguesa num jogo europeu é sinal de tacanhice e pequenez, fraqueza moral e patriotismo ambíguo. Apoiar os portugueses na Europa é sinal de sensibilidade, responsabilidade e nobreza de quem o pratica, é (quase) sinal de evolução antropológica, afastando o protagonista de grunhos neandertais que mais não vêm que o próprio clube.
Eu cá discordo. Acho uma parvoíce. Passamos os dias da vida a racionalizar o mundo: racionalizamos dinheiro, trabalho, trânsito, crises, decisões e confusões e nem no escape do fim-de-semana, no futebol, se cansam de racionalizar. Não digo a gestão ou a organização da coisa; digo as duas horas passadas no estádio, ou em frente à televisão, digo essa patetice de se meter a razão em assuntos do coração.
Pergunto: mas vocês torcem mesmo pelo porto? Ou sporting? É que um gajo para torcer tem que gostar, querer! Não entendo isso! A mim o Manchester nem aquece nem arrefece, mas o porto? Epá, o meu coração mirra assim que os tripeiros sobem ao relvado...
A sociedade é dura, eu sei. Também eu já me armei em evoluído. Lembro-me perfeitamente do dia em que o fiz pela última vez: jogavam os mesmos porto e Manchester, em Manchester. Estava com amigos e o porto ia perdendo por um golo, e com ele as hipóteses de seguir em frente. Eu, ia dizendo alarvidades do tipo: “Ah e tal, coitado do porto, até merecia passar, que os ingleses são uns merdosos...” e nisto o camelo do costinha marca golo. Caíram-me os colhões ao chão e fiquei uns segundos a fitar o ecrã e os festejos – merda! Jogadores do porto a festejar?! Foda-se. Esta merda está errada! - É óbvio que passei os restantes minutos a torcer pelo M.U. mas o mal estava feito, e os gajos acabaram a ganhar a Liga dos Campeões. Nunca mais me perdoei...
Agora esforço-me por manter as coisas simples. Torcer pelo porto, qualquer que seja o atenuante, é como casar por dinheiro. É uma prostituição. É açaimar o sentimento, aparelhar o coração e encavalitar-lhe a razão em cima, feita bem maior, feita pontos da UEFA ou prestígio nacional. Há quem o faça, mas não é para mim; não tenho jeito. Durante aquelas duas horas dou o comando à alma benfiquista e ao coração escarlate e só chamo a razão em instâncias derradeiras, para prevenir males maiores. Dou um exemplo: Este Sábado via o Benfica no Grogs no Bairro Alto, e nisto o árbitro anula um golo encarnado, iludido por não sei o quê mais o teatro do guarda-redes da académica; o meu coração gritou-me logo: “Vamos já a correr ao estádio e espancamos até à exaustão árbitro e jogador!” – já vestia eu o casaco, interveio a razão: “Calma! Olha que isto a pé até ao estádio é um grande esticão. Quanto ao carro, está bem estacionado e quando voltarmos do espancamento o Bairro vai estar um pandemónio, não vai haver lugar. Além disso, acabaram de nos servir mais uma imperial e quando regressarmos vai estar pior que mijo. É melhor não ir.” - E fiquei.
Kentucky fried entremeada
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Arte
Há uma arte no futebol a que o mundo da bola dá pouco relevo. É a arte de dar porrada.
Verdadeiros caceteiros pretendem, geralmente, duas coisas – meter medo e castigar. Serve o mesmo propósito pedagógico. A arte passa por conseguí-lo sem que o árbitro ou a televisão testemunhem. Uma grande referência é o Jorge Costa. Um senhor na arte de aviar. Do seu reportório destaco a arte de saber tropeçar no adversário quando este se preparava para escapar. E com isto evitar um amarelo. No Benfica, não há um único jogador que saiba fazer faltas. Talvez o menos mau seja o Katsouranis.
Mas existe um sucessor. Na minha opinião, já superou o mestre. Primeiro, porque é fisicamente mais capaz. O Jorge era lento e não conseguia levantar a perna acima da cintura e, como tal, não conseguia cravar pitons acima da cintura dos adversários atingindo-os a velocidades baixas. O Bruno não. Consegue elevar o pé à altura da goela do opositor e sendo mais ágil é também muito mais fluído – todo o lance se transforma num movimento homogéneo e plástico em que corre, projecta-se, corta a bola e aterra com uma zona dura numa parte frágil do adversário. Aquele lance, no último clássico, em que tenta pontapear o Suazo na sua área após ter sido pressionado pela bola exalta uma elegância que um bailarino de Conservatório não desdenharia. O seu domínio das Leis de Newton, fundamentalmente da Inércia e a sua aplicabilidade à arte de atingir articulações após disputas aéreas envergonha muito doutorado em Física Clássica.
O Bruno, nos últimos quatro anos a jogar em Portugal tem visto um cartão a cada 8 (8!) jogos (691 minutos). O caceteiro-mor do panteão benfiquista, Petit, um bípede, na minha opinião, muito menos mau, demorava 3 jogos (260 minutos). Entre os jogadores mais violentos/incumpridores encontram-se Suazo, Quim, Moreira, Aimar ou Reyes (Benfica) ou os carniceiros colegas Hulk, Lucho, Benitez (com apenas 4 jogos), entre outros...É ou não é arte?
Para os interessados (www.zerozero.pt):
Bruno Alves (todas as competições):
2005/2006 - F.C. Porto - 668 minutos (2 A / 1 V)
2006/2007 - F.C. Porto - 3185 minutos (7 A)
2007/2008 - F.C. Porto - 3360 minutos (3 A)
2008/2009 - F.C. Porto - 3150 minutos (2 A)
Petit (todas as competições):
2005/2006 - Benfica - 3832 minutos (17 A)
2006/2007 - Benfica - 2808 minutos (8 A)
2007/2008 - Benfica - 2293 minutos (9 A)
2008/2009 - F.C. Koln - 2229 minutos (9 A)
P.S.: É engraçado como sempre ouvi que o Petit era protegido em Portugal. Afinal, também é protegido na Alemanha. É preciso ter influência!
terça-feira, 7 de abril de 2009
Para contar aos filhos em noites macabras
sábado, 4 de abril de 2009
Como é que se pode ser portista?
E pronto. A gente aceita. Porque é isso, porque está tudo dito. Por uma vez, senti-me portista. Eu acrescentaria: por uma vez, senti-me QUASE portista. É que, de facto, fomos, no geral, beneficiados. Mas não gostámos. E não fingimos.
Ainda estou para perceber como é que se pode fingir.