domingo, 31 de março de 2013

Bruninho, para enforcar de vez o próprio clube.

Esta primeira intervenção por parte de Bruno de Carvalho é sintomática. Teremos mais do mesmo: calimerice, complexos de inferioridade em relação ao Benfica e até um discurso próximo do habitual no seu dono, com ironias broncas e piadinhas populistas. Com toda a sinceridade: o Sporting, clube centenário, merecia melhor. O Lagarting não, o Lagarting merece ter este cromo e outros iguais a ele por muitos anos.

(Os nossos putos arrecadaram o Torneio da Pontinha contra os divinos miúdos da melhor formação interplanetária. Parece que, para Bruninho Passarinho, desta vez o problema foi o formato das bandeirolas de canto.)

Há gente a comer ervilhas um dia inteiro.

Como isto é um espaço de divergências (agradeçamos aos céus), venho dizer que o meu herói de puto, o menino Rui Costa, perdeu todo o meu amor. A Marta quer puxar por ele, eu não consigo puxar por um gajo que está no Benfica descontente mas mantém o seu cargo porque está a ganhar uns milhares bons por mês. Génio no campo, dos melhores de sempre, uma vergonha para o Benfica. Como homem, companheiro, só tens de bazar. Isso é estar a mamar do Benfica. Ainda há princípios, caralho. Não te ensinaram?

sexta-feira, 29 de março de 2013

Parabéns Rui

O nosso Maestro celebra hoje 41 anos. Não podia deixar passar a data sem uma menção muito especial.
Quem me conhece sabe do carinho e a admiração que nutro pelo Rui, entre os meus ídolos de sempre. Conquistou-me não só pela sua arte mas também, ao mesmo nível, pelo extraordinário amor a este Clube e posturas com que sempre o honrou.

O meu Pai "teve" o Eusébio e Companhia, eu tive e tenho o Rui, eterno Maestro, outro eterno número 10. Orgulhos diferentes talvez, mas ambos intemporais e assentes nos mais nobres valores desta Casa, Benfica. São assim os seus filhos..

Parabéns Rui. E obrigada. Pelas lágrimas e pelos sorrisos, pela devoção e paixão, pela classe e sabedoria, pela humildade na grandeza. Por todos os abraços mas aquele em especial.

Por seres quem és, mesmo com as minhas discordâncias em relação a tanto que...
És nosso e de mais ninguém, com todos as virtudes e defeitos. Não podia ser de outra forma, não é?...

Dizem que será assim para o ano ...


Parece que para o ano que vem, finalmente o Benfica e a Adidas vão fazer um equipamento alternativo à Benfica. A ser verdade é uma grande notícia, melhor mesmo só se para além do que está estampado, o seu preço baixar um bom bocado.

Roubado do Blogaleste.



quarta-feira, 27 de março de 2013

Inequívoco e incompreensível

Assim vai este país desportivo: um Presidente de um clube insulta o Seleccionador, quer intrometer-se nas suas escolhas, diz as alarvidades irónicas do costume e da parte da Federação ninguém acha que deve defender o seu técnico. A razão é simples: com o Papa não se brinca. Fernando Gomes continua o seu trajecto de submissão ao dono, agora já sem qualquer pudor em o demonstrar, depois de uns tempos em que andou a fingir que andava zangado com Sua Eminência Parva. 

O Benfica, esse, continua a apoiar de forma inequívoca toda esta escumalha. Até quando?

Filip Djuricic

O excelente Djuricic (que já é nosso jogador) marcou os dois golos que deram a vitória à Servia sobre a Escócia. Este rapaz com a camisola do Benfica vai ser uma maravilha.


A mor(te)

Sonho muito com o meu Pai. Aparece-me nos lugares mais insólitos: em cima de um prédio de onde saímos a voar, cheios de asas e cachecóis do Benfica ou então presos num medo de estepes por onde nos agarramos primeiro um ao outro e depois a uma árvore que aparece a dar guarida num final de tempo. Amo isto tudo ou vou aos solavancos pelo mundo?

Sonho com a minha mulher. Imagino-a num descampado de uma Itália que só nós conhecemos, sem fim. Um caminho de terra por onde passámos e rimos junto a uma fonte perto de uns burros que viviam ali sem mais nada, só amor e coisas que agora não posso dizer porque são indizíveis. Os animais ali a pedirem uns beijos e nós numa qualquer vertigem que deu coisas ainda indecifráveis entre nós e um amor que talvez vivesse numa latência de tempo, antes de sabermos de nós. 

Sonho com o Benfica. Junto o meu Pai e a Susana aos destinos. Onde andam estes seres e importam? Levo-os aos dois neste rio que continua a correr sem obstáculo e pode ser que os ame aos três da mesma forma. Hoje, agora, amo. Só podemos ser campeões.

terça-feira, 26 de março de 2013

7

1. "Pausa para a Selecção" é bem capaz de ser a pior frase que um benfiquista pode ouvir. Duas semanas sem Benfica é doloroso, causa urticária, doem os dentes, caem cabelos, andamos nervosos, ansiosos, modorrentos. Acabem lá com isso em Baku e devolvam-nos o futebol a sério.

2. Sábado recebemos o Rio Ave e, como é evidente, temos de ganhar. Aliás, ajudava que ganhássemos todos os jogos até ao Dragão. Se o fizermos, mesmo perdendo com o Porto, seremos campeões. Apareçam pelo estádio. Aquilo até é giro.

3. Os paraguaios vieram mais cedo por estarem lesionados. Acaba por ser positivo: não se desgastam mais e temos substitutos para eles até voltarem a estar em forma. Por outro lado, viram as famílias e comeram as comidinhas das mamãs. Isto no fundo até correu bem.

4. Na Selecção de Portugal, o nosso único representante vai fazendo uns minutos, uns passes meio disparatados e uma correrias para aparecer em grande nos últimos jogos da época. Vai afinando a mira, Carlos, que ainda vamos precisar de ti daqui a um mês.

5. A apresentação de Jesus na Faculdade foi qualquer coisa de genial. Sabe sempre bem ouvir quem percebe do assunto a dissertar sobre o jogo daquela forma. É pena é que neste país passemos o tempo a falar de todos os assuntos secundários e quase nunca daquilo que interessa. Jesus esteve sublime, mesmo no seu português original. Já o "A BOLA" hoje esteve como tem estado nos últimos largos anos: a enxovalhar o jornalismo. A capa "Peixeirada" é o sinal claro de que aquela gente desistiu de amar o futebol.

6. O Benfica pode vir a ter quase o dobro dos jogos do Porto até final da época. Há quem considere a eliminação dos portistas uma benção para nós por ter baixado a moral das tropas de Vítor Pereira. Eu continuo a achar que, apesar desse claro elemento desestabilizador, a questão física terá importância - é bom não esquecer que, a meio de jogos cruciais, teremos 2 (provavelmente 4) jogos europeus de grande intensidade e importância. Resta-nos esperar que o Porto volte a falhar e, aí sim, só muito dificilmente não seremos campeões. Por outro lado, é bom que tenhamos bem presente que uma escorregadela nossa sem que o Porto volte a perder pontos significa que não podemos ir perder ao Dragão. Um cenário que devemos evitar de todas as formas.

7. A onda benfiquista não chegou. A onda benfiquista começou em Agosto, quando os mesmos de sempre começaram a ir ver jogos à Luz e aos estádios dos adversários. É ela que eleva a equipa às vitórias. A mini-onda benfiquista dos que só vão ver o Benfica quando ele está quase a ganhar alguma coisa só serve para estatísticas e receitas. Desportiva e clubísticamente, vale muito pouco.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Muda de vida, pá.

Tendo em conta a excelente situação actual da equipa no campeonato, parece-me justo EXIGIR 50.000 pessoas no próximo jogo com o Rio Ave na Luz. Como vamos sempre os mesmos 30.000, se estás a ler isto e geralmente não vais, está na hora de começares a ser um dos restantes 20.000 que têm de mudar de rumo. 

Se não vais por preguiça, começa a mentalizar-te de que o Benfica precisa de ti; se não vais por dinheiro, começa já amanhã e até Sábado a poupar no cafezinho, no tabaco ou no jornal. 5 dias de poupança já te levam ao estádio. É só quereres.

Ezequiel de saída

A saída de Garay no final da época parece ser uma daquelas inevitabilidades com as quais temos de lidar, por muito que nos custe. E custa. Muito. Resta-nos esperar por uma boa venda - da qual só temos direito a metade - e por um trabalho de prospecção de qualidade que garanta um substituto à altura, se possível sem custos desmesurados.

Ao Ezequiel, obrigado por tudo. E a esperança de ele ir embora campeão nacional, vencedor da Taça e medalha com a conquista da Liga Europa.

Vinil Benfica

Vinil Single 45 RPM Benfica, Anos 70, gravado pela extinta discográfica do Porto "ALVORADA".

O disco contém 2 faixas de cada lado.
Mário Simões e o seu Conjunto Quarteto Feminino e Conjunto sem nome:

LADO A: «Ser Benfica fica bem» e «Só mais Um»
LADO B: «Benfica , Benfica , Benfica» e «Eusébio»





domingo, 24 de março de 2013

Bruno de Carvalho

Em termos humorísticos, a escolha dos adeptos do Sporting dar-nos-á momentos de grande espectacularidade. De forma mais séria, é preocupante que Bruno de Carvalho seja o novo Presidente do clube. O Sporting precisava de outro tipo de liderança.

sábado, 23 de março de 2013

Matraquilha-me

Para jogar matraquilhos, mais do que dominar nuances técnicas de pulso, é necessário ter indumentária a preceito. Uma pessoa não pode - não deve! - aproximar-se de uma mesa de fato, por exemplo. O jogo exige de nós a devoção solidária de um respeito tabernal - calças surradas, camisola rasgada, sapatos gastos, manchas de vinho na pele. Resquícios de vida. O que deve acontecer: cada matraquilhador com a sua camisola: de um lado, os do Benfica; do outro, os do Sporting. Cada par de jogadores com a sua camisola gasta de anos a fio. Imaginemos: do lado dos benfiquistas, dois bípedes com as camisolas do Valdo e do Paneira; os sportinguistas vestidos nas costas com nomes estranhos como Juskowiak e Lemajic. 

Todos gritam com as cervejas encostadas ao ábaco que leva roldanas de um lado para o outro consoante as bolas que batem no fundo da madeira, levantam um som oco e criam gozo entre os atletas. Uns definham na vergonha daquela má defesa, em que a mão esquerda prendeu os nós e não soube ver aquele engano diagonal do pé pintado a preto e branco de uma chuteira cheia de ângulos; outros festejam, quase bêbados, aproveitando o som das bolas que vão caindo do lado contrário, para dois, três, quatro goles directos para a garganta onde se fazem outros jogos de matraquilhos entre a goela, a língua e o céu da boca. O palato tem coisas que a razão desconhece.

Os bonecos acordam, vivem, jogam e adormecem sempre da mesma forma: hirtos no seu abraço de metal, uns com os outros, quase tocando o relvado. Há-de ser intrigante, sufocante até, estar ali uma vida inteira tão perto do terreno de jogo e nunca poder tocá-lo, como se os tivessem transportado para uma vida de semi-enforcados, não mortos mas quase, atirados para uma prisão de horizontais por onde vão respirando, chegando-se às vezes à direita, outras à esquerda. E o coração do jogador? Palpitando por dentro de uma tinta com 30 anos, uma tinta que não cobre os sentimentos do benfiquista que vive dentro de uma plataforma crua de esmalte e químicos. 

Quem é, afinal, aquele médio direito que, se for bem orientado, cobre toda a baliza, recupera bolas na dúvida da gravidade ou de um tampo menos capaz, que lança contra-ataques venenosos para uma bola que quase vai entrar não fosse bater no poste pintado a branco junto à madeira? Quem quer saber deste homem que vive atrelado a outros uma vida inteira, com o corpo percorrido por um metal  que lhe fere o fígado, os pulmões, os rins, as dores, os amores, as saudades? Lançado lateralmente de um lado para o outro, vai vendo o cérebro desalmadamente horizontar e mesmo quando quer rematar, porque vê o golo ali tão perto, é subjugado a uma mão que o direcciona para a defesa ou passe lateral que ele naturalmente questiona porque já antecipava (com melhor visão) a jogada final. Quem é este boneco?

Vai para os matrecos de forma humilde, companheiro. Entende quem conhece o ofício: sempre em 2-5-3, sistema e modelo que atacam o futebol calculista.  Veste-te com respeito. Bebe muito, como devoção. E, nos intervalos dos golos, dá de beber aos bonecos.




Como nasceu o vosso benfiquismo ?


Cada um terá a sua história. Eu comecei a aprender a ser benfiquista com as estórias que o meu pai contava sobre os seus tempos de juventude. Muito cedo veio sozinho para Lisboa, aos 10 anos, como costuma dizer, iniciou-se na vida militar ao entrar no IMPE. Assim teve hipótese de ver muitos jogos, quer do Benfica, quer do Sporting. Obviamente que não teve dúvidas em escolher o clube cujos adeptos eram mais amigáveis, não elitistas, que apoiavam a nobreza do carácter das camisolas vermelhas que lutavam contra tudo e contra todos, contra um regime ditatorial que se sustinha com os seus bufos e outros cefalópodes e gente que tinha a mania que era superior a todos os outros.

As suas estórias da juventude associadas a uma equipa que verdadeiramente representava todo esse espírito popular e que dominava tudo e todos, que mesmo que perdesse fora de casa com 15 minutos à Benfica punha as eliminatórias no seu devido lugar. e assim, mesmo antes de conhecer os Nenés, os Humbertos, os Tonis, os Albertos, os Pietras, já eu sabia de cor a linha avançada que maravilhou a Europa e o Mundo em  66 - Zé Augusto, Jaime Graça, Eusébio, Coluna, Torres e Simões, sem esquecer o grande Zé Águas, o Santana, o Cavém, o Neto, o Germano e mesmo o Costa frangos.

Mas, não havia nada como a Bola para aprendermos a ler e a conhecer os nomes dos craques, a aprender geografia e vocabulário que mostrava que os redactores da altura nada tinham a ver com os junta-letras de hoje em dia. Para conhecer as caras, então tínhamos que completar as cadernetas de cromos que todos os anos saíam desactualizando a da época anterior e fazendo com que nunca se acabassem, pois todos tínhamos os mesmos cromos para a troca. Ao domingo à tarde, senão saíssemos, era certinho que passava uma tarde a ouvir o transistor em onda média a relatar quer os jogos do glorioso, quer os jogos dos outros clubes que por esse país fora disputavam a primeira e segunda divisões nacionais.

Se por um lado o meu pai pouca ou nenhuma disponibilidade tinha para ver os jogos ao vivo, o mesmo já não se passava com um dos meus vizinhos que sendo sócio, me propôs para sócio, sim porque no meu tempo só se entrava para sócio sendo proposto por outro sócio e me levou as primeiras vezes ao velhinho Estádio da Luz. Domingo de manhã, com o farnel na mochila, zarpávamos cedo, sim zarpávamos pois íamos de cacilheiro para Lisboa. Primeiro, uma paragem na sede para saber as novidades do dia anterior e depois toca de apanhar o metro para Sete Rios.

Chegar ao complexo da Luz era um espectáculo antes do espectáculo. Os Juniores a jogar no campo número 3, sim porque o 2 só servia para os treinos da equipa de atletismo. Os vendedores, a multidão, o sangue garrido dos cachecóis, as bandeiras predominantemente brancas com 2 listas vermelhas e o símbolo bem no meio do alvo pano. O sonoro dos altifalantes anunciando  o homem da Regisconta ou a fama do Constantino, antes de anunciarem os onzes iniciais que se ouviam quase no Califa.

Não, não havia Colombo, nem a segunda circular tinha assim tanto trânsito. O que havia era um pavilhão debaixo das bancadas onde se ia ver o basquetebol ou o hóquei se o dia fosse mais longo. Depois era voltar para a casa a recordar todos os aspectos do dia para poder contá-lo aos meus pais e no dia seguinte para causar inveja na escola.

Acima de tudo, o grande espectáculo era ver a equipa entrar em campo e sentir o apoio dos Diabos que tanto fumo libertavam que mal conseguíamos respirar ou mesmo ver o jogo nos primeiros minutos. Claro que os velhotes, que ao fim de alguns jogos já me tratavam como um deles, não apreciavam o espectáculo da claque, mas quando o jogo começava não havia divisões, pelo menos se a equipa fizesse uma entrada à Benfica. O troar do antigo terceiro anel fazia com que os jogadores adversários se amedrontassem e por causa do público começavam logo a perder o jogo. Mas ai da equipa que descansasse enquanto o resultado não estivesse garantido. O tribunal da Luz não perdoava os fracos, fossem eles adversários ou jogadores da própria equipa.

E vocês, donde vem o vosso benfiquismo ?

Arte de bem receber

A mesma Equipa que, em 1913, na estreia do Real Madrid em Portugal, faz as honras da casa com um expressivo 7-0. 
É aquilo a que eu chamo a arte de bem receber.





quarta-feira, 20 de março de 2013

Ainda o Relatório & Contas do 1.º semestre


Segundo o Relatório e Contas relativo ao primeiro semestre da época 2012/13, os Proveitos Operacionais sem operações com atletas* caíram 10,0% face à época passada, ou seja de 50,178 milhões de euros em 2011/12, os proveitos operacionais desceram para 45,147 milhões de euros em 2012/13. 

Conforme indicámos no texto anteriormente publicado, se olharmos à natureza das receitas temos:

Match-day – 14.435.680 euros em 2012/13 versus 17.641.453 euros em 2011/12, uma diminuição de 18,2%.
Broadcasting – 17.979.000 euros em 2012/13 versus 18.920.088 euros em 2011/12, uma diminuição de 5,0%.
Commercial – 11.011.379 euros em 2012/13 versus 11.788.064 euros em 2011/12, uma diminuição de 6,6%.
Outros proveitos – 1.721.368 euros em 2012/13 versus 1.828.314 euros em 2011/12, uma diminuição de 5,9%.

Verifiquemos então de onde vieram essas quebras de receitas:


Publicidade e Patrocínios – Um decréscimo de 623.928 euros (7,1%) justificado com a diminuição das receitas da Adidas que supostamente foram compensadas pela diminuição dos custos inerentes.

Transmissões televisivas – Um decréscimo de 238.225 euros (5,2%) em que a diferença é explicada pela não-transmissão de um jogo da 3.ª pré-eliminatória da Champions.

Quotizações – A quebra nas quotizações é atribuída à subida do IVA. Isolando então o efeito do IVA temos uma diminuição de 2,9% apesar de o número de sócios ter aumentado.

Receitas de bilheteira – Aqui está patente a maior quebra, menos 1.976.552 euros (34,2%). Este tópico foi analisado mais detalhadamente num texto anterior.

Corporate – Um decréscimo de 41.926 euros (1,2%), isto apesar de actualmente se realizarem eventos que na época passada não se realizavam.

Rendas de Espaço – Um decréscimo de 233.590 euros (16,4%) no aluguer de espaços do estádio e complexo desportivo e comercial.

Cativos – Nos Red Pass a quebra foi de 328.380 euros. Visto que o Benfica optou por reflectir nos sócios detentores de Red Pass o aumento do IVA, então o valor deve ser comparado sem ajustamentos e chegamos pois à conclusão que existiu uma quebra de 22,5%.

Bilhetes de época e Títulos fundador e centenarium – Estes valores dizem respeito a quem adquiriu o direito por 5 ou 10 anos, sendo a primeira componente, o bilhete de época que é necessário comprar todos os anos e a segunda componente o valor anualizado correspondente às compras iniciais. Também aqui verificámos uma ligeira quebra de 2,4%.

Cedências de atletas – Uma subida de 258.600 euros (46,1%) sendo que o valor das cedências diz respeito a meia época dos seguintes jogadores: Rodrigo Mora, Yannick Djaló, Nélson Oliveira, Jara, Roderick, Hugo Vieira, Airton e Felipe Menezes.

Se nos casos de Nélson Oliveira e Roderick que vieram da formação e de Djaló e Hugo Vieira a aquisição dos direitos desportivos não teve qualquer encargo (as luvas de assinatura também são suportadas quando se adquirem jogadores) é uma política que faz sentido, será que faz sentido investir em jogadores sul-americanos, em especial pelos valores despendidos em Jara (mais de 5 milhões de euros), para depois os emprestar a clubes sul-americanos ?

Claro que é preferível recuperar parte do investimento e não suportar parte ou a totalidade do salário, ao contrário do Sidnei que custou 7 milhões de euros e arrasta-se na equipa B, mas não fará mais sentido uma política mais criteriosa nas aquisições e a tentativa de alienação dos passes antes dos finais de contrato, como aconteceu com os passes de Éder Luiz e Felipe Bastos alienados respectivamente por 3,5 e 1 milhão de euros para o Vasco da Gama ? É bom não esquecer o que aconteceu por exemplo com Yebda, Schaffer ou Fernandez.

Cachets – Uma subida de 70.000 euros (21,2%) originada pela troca do Torneio do Guadiana pelo Polish Masters.

Prémios da UEFA – Uma quebra de 772.863 (5,5%) originada por não disputar as pré-eliminatórias e play-off da Champions, mas também por um menor número de pontos, se esta época o Benfica tivesse o mesmo registo teria auferido mais 1,5 milhões de euros, que foi parcialmente compensada por um maior valor de participação. A grande poderá muito provavelmente ser registada no segundo semestre, pois se a época passada o apuramento na fase de grupos e nos oitavos geraram mais de 8 milhões de euros, esta época será necessário vencer a Liga Europa para se chegar a esse valor.

Comissões e Royalties – apesar da crise, a verdade é que as comissões e royalties do contrato com a Adidas geraram uma subida de 80.833 euros (5,1%).

Indemnizações de seguros – A descida de 312.494 euros (92,9%) neste valor apenas significa que os profissionais do Benfica estiveram menos tempo lesionados, ou pelo menos assim deveria ter sido, pois quando passaram a primeira parte desta época a informar-nos das lesões do Aimar e do Carlos Martins e verificamos que o valor pago pelo seguro caíu abruptamente, há algo que não bate certo.

Assistência técnica e Outros proveitos com entidades relacionadas – São rubricas onde o aumento do valor apenas significa que as empresas detidas pelo e/ou o próprio Sport Lisboa e Benfica pagam mais pelas actividades dos “profissionais da SAD” que estão fora do perímetro de consolidação da SAD. Este valor subiu 165.209 euros (22,9%).

Do lado dos Custos Operacionais também verificamos uma quebra de dimensão menor, 6,5%, ou seja de 42,694 milhões de euros em 2011/12 para 39,927 milhões de euros em 2012/13. Esta quebra deveu-se essencialmente à descida dos Custos com pessoal que se reduziram 8%, cerca de 2 milhões de euros, valor que mais do que ligado com a diminuição de salários está associado à não necessidade de pagamento do prémio inerente ao apuramento para a Champions que teve que ser suportado na época anterior, ou seja, se por um lado houve uma quebra de receitas, essa quebra foi compensada pela quebra das despesas inerentes a essas mesmas partidas.

O mais importante verificar é que apesar das saídas de Saviola, Capdevilla, Garcia e Witsel, a folha salarial pouco variou. Tal fenómeno deve-se essencialmente aos aumentos dos salários inerentes às renovações contratuais.

Nas outras rubricas verificamos que os Fornecimentos e serviços de terceiros diminuíram 3,8%, não como resultado de uma grande optimização de custos, mas devido ao movimento nas contas da Adidas como compensação da quebra nos patrocínios. As Amortizações tiveram um insignificante aumento de 1,1%. Quanto às Provisões estas recuaram devido essencialmente ao acerto de um processo da Benfica Estádio, mas cujo encargo teve compensação no incremento dos Outros custos operacionais.

O que resulta daqui é que num cenário de quebra de receitas, é muito complicado reduzir as despesas que são bastante mais imutáveis que as receitas. Qualquer política de redução de despesas terá que incidir necessariamente sobre os Custos com o pessoal que representam cerca de ⅔ dos Custos Operacionais.

Acima de tudo, convém que não nos deixemos iludir pelos encantadores de serpentes, que por muito bem que eles toquem a sua música não conseguem mudar a realidade, apenas conseguem mudar a percepção que se tem dessa mesma realidade.



*- Operações com atletas referem-se exclusivamente à transferência dos passes dos atletas e não à cedência temporária, porque as primeiras referem-se às aquisições e alienações de activos

segunda-feira, 18 de março de 2013

Formula 4


Capas inspiradoras as dos jornais hoje.
Não, não foi por me querer armar em imparcial que escolhi esta capa, mas pelo que traduz.

4 foram os golos que ditaram a nossa vitória ontem;
4 são os pontos que temos de vantagem sobre o nosso adversário directo na luta pelo título depois da nossa vitória e do empate deles na Madeira. Por curiosidade, 4 são também os empates que o Benfica regista à 23ª jornada;
4 é assim o número mágico, antes da interrupção da Liga por imperativo de calendário com a realização dos jogos de qualificação das Selecções para o Mundial. Antes não existisse interrupção.
4 é o número mínimo que nos agrada e esperamos manter até à deslocação ao dragão na penúltima jornada por motivos já aqui antes debatidos;
4 é o número que depende de nós, antes de qualquer outro número, manter.

Depois da euforia que ontem me invadiu, e creio que à larga maioria da Família Benfiquista, hoje é altura de refrear essa euforia, colocar a cabeça e coração nos sítios devidos para, humildemente recordar que ainda não ganhamos nada. Em nada belisca a alegria, gozamo-la é com os pés na terra.

5 foram os pontos perdidos na época passada, 4 são os pontos ganhos até à data.
Esta inversão só fará sentido se, no fim, possamos festejar a conquista do 33º.
“Eu acardito”!



Só para dizer que estou (quase) vivo.

Por razões pessoais que não interessam para aqui, não tenho podido escrever nada sobre o Benfica. É pena porque, além de ter tido de ler as anormalidades do costume de gente que só sabe viver dentro do ódio e de macabras teorias da conspiração, não tenho podido analisar decentemente estes últimos excelentes resultados da nossa equipa. Posso apenas regozijar-me por estarmos com pé e meio no 33º, se mantivermos a humildade que o nosso mister ontem em conferência de imprensa pareceu querer manter. Além disso, Liga Europa e Taça de Portugal. Com as opções certas, pode ser uma época de luxo. Mas convém lembrar, para que nos não percamos nos mesmos equívocos de (quase) sempre: ainda não ganhámos nada.

(Quando puder, prometo voltar com mais disponibilidade e, sobretudo, mais cabeça - que não tenho tido. Até lá, um grande abraço a todos os que gostam de ler o que escrevo e a todos os benfiquistas que valem a pena)

domingo, 17 de março de 2013

À Campeão!

É difícil encontrar palavras que descrevam o meu estado de felicidade. Foi uma enorme vitória do Benfica. Muito querer, muita união, muito pragmatismo. Uma mentalidade e uma postura de campeão.
Já não descubro adjectivos para esta massa associativa. Só realmente um amor incondicional, uma fé inabalável nos leva a acompanhar o nosso Benfica até ao lugar mais infernal, até ao fim do mundo. Sempre a cantar, sempre a aplaudir, sempre com a equipa nos ombros, ao colo.
A explosão de alegria antes do inicio do jogo foi um prenúncio, foi mais um sinal de força transmitido aos nossos guerreiros. E eles corresponderam.

4 notas finais: o Jackson, essa estrela, falhou mais um penalty. O nosso "manco".. não. Para além do golo que marcou com uma enorme classe. É um manco com classe, portanto.
Lima e Gaitan monumentais.
Artur fez uma defesa impossível! REI!
Aimar... Um Deus. Quem não consegue estagnar ao ver a forma como trata uma bola, não sabe o que é o prazer de vêr futebol.
Rumo ao 33.. Sempre contigo meu Benfica.

Uma final, uma batalha

Numa jornada que pode não decidir nada mas que pode definir muita coisa, parto para mais uma final, mais uma batalha, num Estádio sempre muito difícil como é o de Afonso Henriques, à conquista dos 3 pontos.
Apesar do espectro da lembrança da época passada, vesti a armadura do pragmatismo e levo a espada de toda a minha paixão pelo maior.
Não espero menos dos guerreiros que hoje alinharão. Não teremos menos dos que, como eu, estarão nas bancadas daquele Estádio para prestar um apoio incondicional nesta caminhada.








sábado, 16 de março de 2013

A dimensão que nos separa


Existe uma dimensão (linha é curto) que separa

isto:

- “Maré vermelha chega a Bordéus”

 - “Benfica recebido na Câmara Municipal de Bordéus”

 - “SL Benfica club magnifique et ses chauds supporters, à qui nous espérons d´aller jusqu´à Amsterdam en finale” – Twitter FC Girondins Bordeaux
(«SL Benfica clube magnífico e seus adeptos “quentes”, a quem desejamos um trajecto à até à final de Amesterdão»)

disto:

- “Dois mil adeptos esperados em Málaga”

- «O Málaga aproveitou, ainda, apra colocar uma mensagem em frente ao hotel, onde se pode ler, em português “FC Porto, clube da fruta”»

- “Adeptos do FC Porto fogem sem pagar a conta”

sexta-feira, 15 de março de 2013

Champions Carslberg

"O F.C. Porto mantém-se na Taça da Liga

O Conselho de Justiça (CJ) da Federação rejeitou esta sexta-feira, por unanimidade, os recursos do Vitória de Setúbal e da Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga a propósito da participação do FC Porto na Taça da Liga."

In "A Bola"

Champions Carslberg, aí está.

Benfica pós-Bordéus ...


Jornada gloriosa onde os jogadores, a equipa técnica, os dirigentes e os sócios adeptos, emigrantes e não-emigrantes estão de parabéns e com razões para se sentirem felizes. "O Bordéus não perdia em casa desde 2006" - atirou JJ na entrevista rápida não fossem os Rui Santos e Ribeiros Cristóvãos desta vida tentarem minorar o êxito obtido. Não que não seja evidente que o Bordéus é claramente inferior ao Benfica, algo que já se tinha visto na Luz, mas porque à excepção do Porto, nenhuma outra equipa portuguesa teria estaleca para dominar a eliminatória desta forma.

Quanto ao jogo, Jardel, sem a liderança de Luisão ou Garay e tendo ele que assumir esse papel na defesa, destacou-se mais pelo golo que marcou e que feriu quase de morte as ambições bordalesas do que pelo acerto defensivo. Sem um líder em campo, a defesa do Benfica meteu água atrás de água e não fosse a inépcia ou azar dos avançados girondinos, e um dos azares foi terem que enfrentar o Artur, a eliminatória teria sido muito mais difícil.

Roderick fez o que pôde, assim como Almeida sendo que dos 4 detrás apenas Melgarejo, tirando o pequeno pormenor de ter entrado em campo apenas aos 2 minutos, foi verdadeiramente competente nas suas funções defensivas. A ajuda prestada pelos outros sectores da equipa ajudou muitas vezes a resolver falhas individuais que constantemente puseram em causa o modelo defensivo do Jesus. E quando tudo falhava, ou Artur ou a má pontaria resolveram, com excepção de 1 lance em que Jardel assistiu o bisonte que correu o jogo todo.

No meio-campo Gaitán mostrou porque poderia sair do Benfica para as melhores equipas do mundo e porque até agora não o fez. Embora com uma exibição mais colectiva do que é normal e com o brilhantismo que ele consegue atingir, tem que ter sempre desconcentrações que com adversários mais competentes e os que sobram são bem mais competentes, podem originar golos do adversário.

Matic evolui a cada jogo que passa, mas convém que não se deslumbre. Perez uma carraça autêntica sempre num ritmo elevado. Salvio e John mostraram menor fulgor, embora o argentino tenha prestado grande auxílio a Almeida. Rodrigo, bem de Rodrigo apenas posso dizer que foi útil para que um descansado Tacuara entrasse e resolvesse definitivamente, se é que ainda havia dúvidas, a eliminatória e principalmente o jogo. Martins e Maxi entraram quase no fim para dar descanso aos alas.

E agora ? Agora o Porto sofreu um revés e nós continuamos com as nossas ambições europeias intactas. Como eu sempre advoguei que deveria ser, ao contrário de outros colegas de blog. As vitórias trazem confiança. Mas atenção, a vitória já passou e no Domingo há um jogo decisivo para as nossas aspirações. Qualquer escorregadela e será a morte do artista. É preciso que os jogadores recuperem e que tenham atenção não se deixem cair na tentação que os jogos por cá se resolvem mais cedo ou mais tarde.

Ainda não ganhámos nada. Saímos da Champions e da Taça da Liga. Estamos com um pé na final da Taça de Portugal, estamos nos quartos-de-final da Liga Europa e lideramos o campeonato. Esta é a altura decisiva da época. Agora é que se vai decidir. Não podemos falhar. Não podemos falhar outra vez.

Os benfiquistas do norte de certeza que vão dar a resposta necessária e encher Guimarães. Mas é agora que Jesus tem que mostrar que quer ganhar o campeonato. Foi neste estádio que começámos a perder no ano passado, depois da ida a São Petersburgo. Não quero no final do jogo ouvir desculpas de árbitros. 

Não facilitem !!! Entrem com tudo e matem o jogo rapidamente. 0-3 aos 15 minutos é o ideal. Depois de assegurada uma boa vantagem podem gerir a condição física ao longo do jogo, mas o Guimarães não é Beira-mar e há lá também outro pinheiro que é o destino dos ataques quando o Rui Vitória já não sabe o que fazer. A equipa do Guimarães é muito jovem e se tem a vantagem da irreverência, também tem a desvantagem da falta de experiência e de se desmoralizarem perante um jogo que lhes esteja a correr mal.

Não facilitem !!! Não facilitem em termos de jogo nem se ponham a jeito para serem Xistrados ou Proençados !!! O Benfica ainda não ganhou nada. Um eventual deslize do Porto na Madeira e poderemos dar a estocada final, mas um deslize nosso e comprometeremos o bom trabalho que vocês jogadores e equipa técnica fizeram até agora no campeonato. Está tudo nas vossas mãos, nos vossos pés e nas cabeças. 

Dos benfiquistas estou certo que terão o todo o apoio nesse ambiente adverso, mas em campo serão vocês a jogar por nós. A vitória é tudo o que queremos, o esforço é tudo o que exigimos.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Formas de estar no futebol

O Benfica procura o sucesso em Bordéus. O Fcp procura o sucesso em Bordéis.

É tudo uma questão de estratégia.

quarta-feira, 13 de março de 2013

As assistências ...


Aquando da publicação do Relatório e Contas, eu publiquei um texto bastante crítico sobre a gestão do Benfica. Na altura fui interpelado para analisar as contas e partilhar uns pensamentos, não que alguém com poder de decisão leia ou se deixe influenciar pelo que escrevo. Agora que o tempo me permitiu analisar melhor os números, ficam os meus pensamentos sobre a questão das assistências para memória futura. 

Se olharmos para os proveitos operacionais excluindo operações com jogadores contabilizados consoante a sua natureza, basta lerem os textos anteriores sobre a gestão do Benfica para encontrarem a explicação para os conceitos, temos:

Match-day – 14.435.680 euros em 2012/13 versus 17.641.453 euros em 2011/12, uma diminuição de 18,2%.
Broadcasting – 17.979.000 euros em 2012/13 versus 18.920.088 euros em 2011/12, uma diminuição de 5,0%.
Commercial – 11.011.379 euros em 2012/13 versus 11.788.064 euros em 2011/12, uma diminuição de 6,6%.
Outros proveitos – 1.721.368 euros em 2012/13 versus 1.828.314 euros em 2011/12, uma diminuição de 5,9%.

Na verdade as receitas com origem no público foram as que mais diminuíram. A justificação passa não só pelos 3 jogos realizados a menos mas também pela queda nas assistências na Liga Portuguesa.

Receitas de bilheteira – Aqui é patente uma das maiores quebras, menos 1.976.552 euros (34,2%). Em 2012/13 foram disputados apenas 11 jogos enquanto que em 2011/12 tinham sido realizados 14 jogos.

Cativos – Nos Red Pass a quebra foi de 328.380 euros. Visto que o Benfica optou por reflectir nos sócios detentores de Red Pass o aumento do IVA, então o valor deve ser comparado sem ajustamentos e chegamos pois à conclusão que existiu uma quebra de 22,5%.

 Mas analisemos as receitas de bilheteira por competição:

- Champions – 3.255.212 euros em 5 jogos em 2011/12 versus 2.160.849 em 3 jogos nesta época. Retirando o impacto do IVA verificamos que a receita por jogo aumentou significativamente (28,4%) o que é natural porque no ano passado apenas houve uma grande receita (Manchester United) em 5 jogos disputados enquanto que este ano o impacto da grande receita (Barcelona) apenas se diluiu por 3 jogos.

- Liga Nacional – 1.822.339 euros em 7 jogos em 2011/12 versus 1.051.033 euros em 6 jogos nesta época. Depois de retirado o impacto do IVA e da diferença de jogos verificamos que o valor por jogo caíu 21,9%.

- Particulares – Toulouse e Arsenal em 2011/12 renderam 697.527 euros versus Real Madrid e Juventus nesta época cuja receita foi de 586.644 euros. Retirando o impacto do aumento do IVA verificamos que a receita global deste ano caíu em 2,4%.


Em resumo, os dois jogos da Champions a menos justificam parte da quebra mas não a justificam totalmente. Aliás estamos em crer que se o Benfica tivesse realizado os dois jogos da Champions e o do campeonato durante o primeiro semestre de 2012/13, as assistências teriam caído ainda mais nos outros jogos da Liga, em especial no jogo com o Braga (foi o segundo jogo com mais público com 53.357 espectadores apenas atrás do jogo com o Barcelona com 63.847 espectadores), mas também nos jogos de pré-época, dada a sobrecarga de jogos que existiria caso se disputassem as pré-eliminatórias da Champions. A grande quebra de receita depois dos valores ajustados pelo número de jogos e pelo aumento do IVA, mais de 20%, verificou-se nos jogos da Liga Portuguesa.


Nos jogos da Liga Portugesa no primeiro semestre de 2012/13, a assistência média nos jogos fixou-se nos 34.087 espectadores (senão contássemos com o jogo do Braga a assistência média desceria para os 30.233 espectadores) versus uma assistência média de 38.985 espectadores nos 7 jogos da época anterior (se retirarmos o efeito do jogo do Sporting a assistência média seria de 34.958 espectadores, o que ainda assim é superior ao número desta época). Aliás, é preciso recuar a 9 de Maio de 2008, ao Benfica-Trofense (20.187 espectadores), já no fim do campeonato e depois do despedimento do Quique Flores para encontrarmos uma assistência menor que os 24.104 espectadores que estiveram no Benfica-Olhanense à 10.ª jornada.

Perante um cenário de crise qual foi o pensamento dos gestores da SAD ? Como o hábito dos sócios que têm Red Pass virem ao estádio é maior que o hábito do público em geral, sócios e não sócios, logo a procura deles é mais rígida e portanto varia menos perante aumentos de preço. Seguindo esta lógica da batata, obrigaram os detentores Red Pass a suportar os custos do aumento do IVA (em média cerca de 15%) nos espectáculos desportivos, enquanto o Benfica assumiria os custos do aumento do IVA nos bilhetes vendidos jogo-a-jogo. Resultado desta lógica, as receitas dos Red Pass caíram 22,5%, ou seja, quase ¼ dos detentores de Red Pass deixou de ter o hábito de ir ver os jogos regularmente, ou pelo menos de adquirir o bilhete antecipadamente.

Outro fenómeno que aconteceu em conjunto com a diminuição de público é a queda significativa do preço médio do bilhete. Depois de corrigirmos os valores pela variação do IVA, chegamos à conclusão que o valor médio do bilhete desceu 10,7%, ou seja, ou o público está a escolher bilhetes mais baratos, ou a percentagem de não-sócios que vão aos jogos caíu significativamente, ou então verifica-se que os sócios têm aproveitado as “ofertas” e promoções que o Benfica tem feito, o que tendo em conta o expressivo aumento dos Red Pass me parece de todo injusto para quem investiu antecipadamente e teve que suportar um aumento de 15%.

O que temos visto então desde esse fatídico Benfica-Olhanense  ?

A Benfica SAD tem levado a cabo uma política de reduções de preço por forma a conseguir melhores assistências: 

- Bilhete-família (2 adultos sendo um sócio, mais 2 crianças dos 3 aos 13 por 25 euros para a Bancada Coca-cola)

- Bilhete do dia dos namorados (2 adultos sendo um sócio por 15 euros para a bancada Coca-cola)

- Bilhete do dia da mulher (5 euros sendo sócia para qualquer bancada do estádio)

- Oferta de bilhetes às Casas do Benfica para as casas organizarem excursões e conseguirem financiar-se através de cobrarem um pouco mais do que as pessoas pagariam pelos bilhetes de autocarro, sendo assim uma oferta bastante compensadora para quem vive longe e gosta de ver o Benfica.


É natural que nesta altura questionem se são de criticar estas medidas tendo em conta as fracas assistências ? A questão essencial é que a SAD do Benfica está a trabalhar tipo casa roubada trancas à porta. Primeiro levou a cabo uma política de subida inacreditável de preços e agora tenta resolver a questão da falta de público quase que "oferecendo" os bilhetes que a outros tanto lhes custou pagar.

Quais as consequências desta forma de trabalhar?

- Em primeiro lugar e como esta é uma prática recorrente da SAD, os sócios que não têm Red Pass habituam-se e ficam à espera das "borlas" para os próximos anos.

- Em segundo lugar, os detentores de Red Pass podem não achar muita piada a estas constantes ofertas e começar a equacionar se vale a pena comprar o Red Pass, excepto aqueles que acham que ter o seu lugar fixo toda a época é uma grande mais-valia.

- Em terceiro lugar, o preço médio do bilhete tenderá a descer ainda mais.

- Finalmente, a única consequência positiva que se pode antecipar é o aumento dos espectadores.


O bilhete-família surgiu para o Benfica-Marítimo, sendo que na altura também existiram ofertas de bilhetes a várias Casas do Benfica, imediatamente após o fatídico jogo e a verdade é que a assistência subiu dos 24.104 para os 32.519 espectadores. Na verdade, após o jogo com o Porto, em 4 partidas para a Liga Portuguesa, o Benfica teve uma assistência média de 37.438 espectadores, bem acima dos pouco mais de 30.000 que em média estiveram nos 5 jogos da Liga Portuguesa após o jogo com o Braga. E com excepção da última partida com o Gil Vicente em que estiveram 33.706 espectadores, o número mais baixo desde o jogo com o Marítimo, a verdade é que o Benfica não estava isolado na classificação, ou seja, a variação de público não teve a ver com um melhor desempenho desportivo, mas é expectável que a manter-se a vantagem, com o aproximar do fim do campeonato a possibilidade de o Benfica se sagrar campeão atraia mais público independentemente do fim das "borlas".

Os últimos 4 jogos em casa no ano em que o Benfica foi campeão tiveram uma assistência média de 62.312 espectadores e se é certo que defrontámos o Braga, o grande rival desportivo nessa época e o Sporting, o grande rival desde sempre, a verdade é que também defrontámos o Olhanense e o Rio Ave sendo que o jogo com o Sporting foi o único abaixo dos 60.000 espectadores. Este fenómeno resultou da euforia e é muito difícil de se repetir. Eventualmente, e em caso de debacle do Porto que nos permita ir às Antas confortavelmente, a onda vermelha se instale definitivamente e origine grandes enchentes. O problema não é o fim desta época, mas antes o futuro.

Que política de preços vamos ter ?

Será que continua a fazer sentido ter o estádio quase sempre meio ou a ⅔ ?

Não fará mais sentido procurar fidelizar os sócios primeiro, mesmo seguindo uma política de preços mais baixos ? Porque não implementar uma política para alargar a base dos espectadores, mesmo que o preço médio dos Red Pass desça ? Na verdade o que acaba por acontecer em quase todas as épocas, pelo menos naquelas em que o Benfica não é campeão, é que perante assistências mais fracas, a SAD acaba sempre por descer os preços dos bilhetes através de ofertas.

Alternativamente poderiam pensar em criar valor para os detentores do Red Pass, nomeadamente baixando o preço ou caso o mantenham por exemplo oferecendo camisolas oficiais do Benfica. As ofertas poderiam ser diferenciadas consoante os anos de dedicação, isto é de manutenção/renovação do Red Pass, seja através da oferta de bilhetes para outras competições, nomeadamente das fases de grupos das competições europeias, seja através de ofertas de camisolas ou de descontos na aquisição de produtos oficiais do Benfica. A própria questão do Red Pass Premium deve ser implementada no início da época e não com a época em curso.

Mas devemos pensar mais além que apenas a política de preços. Devemos pensar em parcerias, pois através das parcerias ganha o Benfica, ganham os parceiros e consequentemente os sócios e adeptos do Benfica que beneficiem do resultado das parcerias.

Tendo os adeptos do Benfica constituído tantas Casas do Benfica por todo o país, será que não faz sentido criar uma parceria com uma empresa de transporte rodoviário para que este transportador assegure todas as carreiras das Casas de todo o país para o Estádio da Luz. Em troca da publicidade de ser um parceiro oficial do Benfica, o transportador oficial do Benfica, poderia ter tarifas especiais para todas as Casas, o que lhe asseguraria um volume de negócios bem interessante e permitiria às Casas descer os preços das excursões. Além disso, seria responsável por prover os autocarros para as deslocações a partir do Estádio da Luz ou de qualquer Casa do Benfica, sempre que o Benfica jogasse fora, em Portugal ou no estrangeiro, em que as excursões fossem organizadas pela Benfica Viagens ou pelas Casas.

Se falamos do transporte de longa-distância podemos também abordar o transporte de curta-distância. Será que não faz sentido abordar a CP, o Metro, a Carris e todos os outros operadores de transportes da grande Lisboa para criarem descontos para os utilizadores em dias de jogos que os incentivem à utilização do transporte público em detrimento do transporte privado. Esse seria claramente um assunto a debater junto da autoridade metropolitana de transportes. Se o Benfica trabalhar na criação de parcerias que permitam a redução do custo da deslocação, é natural que consiga atrair mais espectadores.

Mas a redução de preços, ou do custo das deslocações, só por si não resolverão um dos maiores constrangimentos, o horário dos jogos. É essencial voltar a ter jogos aos Domingos às 15h00 no horário de Inverno e às 16h00 no horário de Verão e aos Sábados às 17h00/18h00.

Os jogo às 20h00 ao Domingo afastam as famílias do futebol. Afastam as crianças, afastam as mulheres e afastam os idosos, logo afastam as famílias.

Mesmo que more na grande Lisboa, quem é o pai que quer levar o(a) seu(ua) filho(a) pequeno(a) à bola, num jogo que acabe às 22h00 e que dificilmente esteja em casa antes das 23h00 na véspera de um dia de escola ? Quem é o avô que quer ir com o neto (a) ?

Agora imaginem para quem mora a 200, 300 ou 400 km de Lisboa, que vem numa excursão de autocarro e que ainda tem 3,4 ou 5 horas até chegar a casa. Na verdade, só o grande Benfiquismo tem levado as pessoas a irem nas excursões das Casas do Benfica verem jogos ao Domingo às 20h00, que é para não mencionar os heróis que se deslocam em viatura própria somando euros de portagens e combustíveis para poderem apoiar o seu clube.

Bem sei que os executivos da SAD vivem no seu mundinho em Lisboa, onde o estádio é bastante acessível e até têm os seus lugarzinhos reservados na garagem do Estádio, mas convém saírem dos escritórios e irem ao terreno e perceberem que o Benfica não tem dimensão local ou regional, mais que nacional o Benfica tem dimensão mundial, pois os portugueses e os benfiquistas espalharam-se pelos quatros cantos do globo.

É preciso que percebam que os sócios e adeptos do Benfica são o povo, o povo que tem pouco, mas o pouco que tem dá e se mais não dá actualmente é mesmo porque mais não tem. O desemprego já ultrapassou os 17%, cada vez há mais desempregados que já nem o subsídio de desemprego recebem. O rendimento disponível das famílias está em contracção há 2 ou 3 anos e perante este cenário de crise e com os cortes e despedimentos que se anunciavam a decisão foi de aumentar os Red Pass em 15 % ?

Mas será que ninguém da Benfica SAD vive no mundo real ?

Fica o desafio para que quem gere os destinos do Benfica, ou pelo menos os influencia, tente adequar a a política de preços dos bilhetes ao mercado. Se o estádio está a meia-casa, o jogo dos oitavos-de-final da Liga Europa com o Bordéus teve uma assistência de 33.248 espectadores e o jogo da 22.ª jornada da Liga Portuguesa contra o Gil Vicente teve uma assistência de 33.706 espectadores, numa jornada em que o Benfica já estava isolado no primeiro lugar, é porque há uma clara desadequação entre o preço dos bilhetes e valor percepcionado pelos sócios e adeptos. Se isto é verdade em relação aos bilhetes, por maioria de razão, também o é em relação aos Red Pass.

"It's the economy, stupid." - Foi a catch-phrase que levou Bill Clinton a derrotar o presidente George Bush .

domingo, 10 de março de 2013

Benfica - os melhores adeptos do mundo

Não, não é um vídeo de motivação aos adeptos Benfiquistas, é um vídeo de reconhecimento.
Esta é a nossa força, a força do Benfica. Sempre elevada, sempre eloquente e distintiva. Entre nós, entre os outros, para e face aos outros. A tudo o resto.

São 9 finais até ao Marquês. Não se espera nada menos que a demonstração clara do exercício desta força.
Sempre ouvi, em cada passo dado, em cada caminhada da vida: "O Benfica precisa de nós", nos mais variados cenários, nos bons e sobretudo nos maus momentos.
Porque o Benfica somos nós! Com todas as semelhanças e diferenças, com todas as nossas concordâncias e divergências, sempre por um. E PLURIBUS UNUM.

Comportemo-nos enquanto merecedores deste Clube, por uma questão de identificação.


sábado, 9 de março de 2013

Muito bem LFV

 
Todos sabem que sou extremamente crítico da gestão de LFV e de muitos dos seus actos.
Por isso me sinto perfeitamente à vontade para elogiar os actos que teve como Presidente do Benfica quer em relação ao Fábio Faria, quer em relação à morte do João Rocha, o último grande presidente do Sporting.
Estas são atitudes benfiquistas e à Benfica. Estas são atitudes em que nos revemos e não é por o criticarmos quando achamos que merece que vamos deixar de elogiar quando assim é o caso.
 
 

sexta-feira, 8 de março de 2013

"Mais importante a vida"

Aos 23 anos, Fábio Faria, futebolista do Glorioso desde 2010 e actualmente emprestado ao Rio Ave, anunciou hoje o seu final de carreira. Um final prematuro de um jovem que fez do futebol a sua vida mas que acabou ...traído pelo seu coração.
Neste cenário sempre difícil vemos o lado positivo: teve opção, dada a descoberta atempada do problema. Evitou-se mais uma tragédia no mundo do desporto em que aí sim, seria tarde demais, como o foi para o nosso Eterno 29, Miklós Fehér.

Para o Fábio não é, é apenas um recomeço, um novo desafio. Para esta nova viagem, no coração que o traiu, leva um sonho cumprido: o de já ter vestido o Manto Sagrado
Boa sorte miúdo.



Cor feminina do futebol

Claro que não podia deixar de registar esta data.
A todas as mulheres, em particular a todas as Benfiquistas e Ontianas, uma saudação muito especial.

Este dia celebra não qualquer movimento feminista mas a luta das mulheres pela conquista de direitos sociais, políticos e económicos fundamentais. Desportivos idem. Num mundo tradicionalmente masculino como é o futebol, as mulheres têm sabido conquistar o seu espaço e não deixam nada a desejar aos companheiros de bancada. Para gáudio de muitos, para mal dos nervos de alguns.

As mulheres já percebem - e muito - de futebol, já vão -cada vez mais - à bola. O futebol coloriu-se.

Um bem haja homónimas.

Bom dia, Jesus.

Mister, Infelizmente não pude, como queria, ver o Bordéus este fim-de-semana, portanto não te posso falar sobre a forma como os franceses jogam - vais ter de ouvir o adjunto e acreditar nele. Prometo que na próxima eliminatória te darei todos os conselhos que tu tanto gostas de vir aqui ler em dia de jogo.

De qualquer forma, independentemente do modelo do Bordéus, como somos substancialmente superiores, devemos pensar acima de tudo na nossa forma de jogar e em quais jogadores se adaptam melhor ao jogo ao mesmo tempo que respeitamos a prioridade que todos temos pelo Campeonato (pelo menos tu também o dizes, embora ainda não o tenhas feito de forma clara).

Olho para a convocatória e fico confuso, Mister: aquilo é convocatória de quem tem como prioridade a principal competição em Portugal? Onde estão os jogadores que poderiam servir de alternativa? Onde estão Luisinho, Miguel Vítor, Sidnei, André Gomes, Urreta, Kardec? Não, não é. Tu bem tens mudado no discurso - é ano de renovação e as últimas duas desesperantes épocas não te permitem o mesmo tom cagão -, mas nas acções não mudaste nada. Felizmente para ti, Mister, há quem ache que mudaste muito. Dá vontade de rir, não dá? Basta umas falinhas mais mansas e leva-los com uma pinta do caraças. Grande Mister, já percebeste a essência da maralha benfiquista.

Bem, então tendo em conta que na convocatória é só titulares e poucas alternativas, tentarei fazer o melhor, de forma a que mantenhamos competitividade deixando algumas peças fulcrais no banco, que Domingo há jogo, Mister, jogo crucial para o nosso sonho. 

Na baliza, joga o mesmo de sempre: o nosso rei Artur, que está outra vez numa forma soberba - os grandes guarda-redes são assim: se têm um momento de maior insegurança, rapidamente o ultrapassam e voltam em grande; ao contrário dos outros, os medíocres, que passam épocas inteiras a cometer erros que ajudam a perder títulos (Mister, aquela de manter o Roberto um ano inteiro não lembrou a ninguém; mais uma das tuas, malandro).

Na defesa, não me dás grande margem de manobra: os únicos laterais convocados são os titulares, portanto jogam esses. No meio, deixava o Garay no banco e avançava com o Jardel - dar-lhe alguma rodagem que pode aparecer uma lesão ou castigo no próximo mês e ele terá de entrar. A qualidade não é a mesma, mas deve servir - não conto com grandes iniciativas ofensivas por parte do Bordéus, menos ainda em construção, o que o obrigaria a um jogo onde é menos capaz, por isso não te preocupes muito. O capitão mantém-se.

No meio-campo, zona em que não temos jogadores suficientes para uma aposta clara nas duas competições (ah o planeamento, o planeamento), vamos ter de inovar um bocadinho e fazer descansar o Enzo, que já começa a dar sinais claros de fadiga (competitiva, mental, física).  Pomos o puto Almeida a médio defensivo - é aqui que ele pode crescer, Mister, deixa lá a ideia de ele ser lateral -, o Martins a 8 e o Aimar a 10. Sim, claro, Mister, não te zangues, é mesmo um 433! A equipa controla melhor o jogo, constrói apoiada, ganha a zona central e evita aqueles desequilíbrios que invariavelmente acabam com 4 e 5 adversários em transição contra 3 ou 4 dos nossos. Tens de deixar de achar que jogar com 2 avançados força-nos a um jogo mais perigoso, porque isso de facto acontece mas para a nossa baliza. 

Nas alas, bem queria poder poupar o Salvio e o Ola John mas não posso porque o Nolito e o Bruno César foram para outras paragens em Janeiro (ah o planeamento, o planeamento) e o Urreta não está sequer convocado - este rapaz apareceu bem, mas depois saiu dos teus planos, Mister, sem razão aparente. És muita maluco, não és? Então meto o Nico (o teu Nicozinho querido) na ala esquerda (já te disse que ele deve jogar a híbrido entre a posição 10 e a de segundo avançado, não já? Fizeste bem em ouvir-me para o jogo de Leverkusen) e o puto Ola John (excelente trabalho que fizeste com este rapaz, sim senhor) à direita. O Salvio, de quem muito precisamos e também já começa a estar a meio-gás, fica no banquinho a descansar que tem de aparecer em grande contra o Gil Vicente.

Na frente, um avançado só. É verdade: só um! Vamos fazer descansar as nossas duas mais-valias, o Cardozo e o Lima, e damos uma prendinha de anos ao Rodrigo, que está a precisar de um bom jogo para ver se ganha competição para o resto da época. O Rodrigo é um tipo que tu gostas de meter a apoiar o principal avançado, mas deixa-me que te diga que é um erro básico. O Rodrigo não tem qualquer capacidade para receber de costas, vir apoiar a posse no miolo, soltar rápido nas alas, descobrir espaços entre-linhas em zonas mais recuadas; o Rodrigo é bom onde tu não o usas: como homem mais ofensivo. Descobre bem as diagonais nas costas da defesa, aparece com qualidade na área nos cruzamentos, desloca-se bem naquele espaço entre os centrais e ganha facilmente uns metros se o desmarcares em passes de ruptura. É mau na decisão, mas isso suspeito que sempre será. Se o meteres sozinho contra o guarda-redes e três colegas ao lado ele rematará: não que não possa ser ensinado, mas para isso é preciso que alguém lhe explique coisas básicas - explica-lhe isso, Mister. Por outro lado, tem remate potente, desgasta as defesas, serve bem para massacrar equipas que não têm uma boa organização defensiva que me parece, por aquilo que vi esta época, ser o caso do Bordéus.

Sendo assim:

Artur
Maxi, Luisão, Jardel, Melga
Almeida
Martins
Ola, Aimar, Gaitán
Rodrigo

Equipa de qualidade, Mister, enquanto pomos a descansar alguns dos craques. Tens aqui uma equipa para arrumares já a eliminatória para depois irmos em poupanças a França que essa fase será de grande importância para aquilo que, no momento, importa: o campeonato. E não te esqueças: para a próxima, dá coerência ao que dizes com o que fazes. Não quero ver mais convocatórias destas.

Face reality, face reality, face reality now.


We gonna chase those crazy baldheads
Chase them crazy
Chase those crazy baldheads out of town

quarta-feira, 6 de março de 2013

O Ontem ao serviço do Benfiquismo ...


Lembra-se do post onde mostrámos a diferença de preços nas camisolas ?
Pois bem, como o pessoal da SAD gosta de vir cá ver os nossos bitaites, depois do Ontem divulgar a baixa de preços nos equipamentos dos outros clubes, agora foi o Benfica a fazer o mesmo.

O preço das camisolas para a época 2012/13 baixou de 73,80 € para 49,20 € (preço de sócio).  Mas não foram só as camisolas, também os calções e os mini-kits. Infelizmente, o preço de não-sócio não variou, mas o facto de a SAD e a Adidas terem tido a flexibilidade para mexer no preço para sócios é um bom sinal.

Nós fizémos a nossa parte, o Benfica fez a deles, agora falta vocês fazerem a vossa. Não são sócios ? Deveriam ser, mas não sendo, peçam a um amigo que seja e vos compre a camisola. Já não há desculpas de preços para não adquirirem o equipamento oficial.


É agora, Vieira.

«Engane-se quem pensar que o título está atribuído a outro clube, é puro engano» 


 Não é daqui a 3 semanas, é agora. O menino Pereira já veio avisar a navegação, tal como há precisamente um ano. É agora que se impõe uma afirmação de poder. Faz uma conferência com todos os erros desde que começou a época, fala do ano passado, mostra os benefícios ao Porto, mete o Jesus a pressionar. Silêncio é que não. Silêncio dá as arbitragens que já sabemos. O menino Pereira já veio gozar com o pagode, é cortar-lhe já as ideias.

5 ideias para o 33

1. A exibição em Aveiro não surpreendeu - principais titulares em queda física desde há um mês; um sistema que desgasta mais os jogadores, privilegiando o rasgo e a intensidade pelas alas à organização e posse no miolo; 2 médios para 4 adversários; jogo europeu na Quinta; pressão pelo empate do Porto. Ainda assim, cumprimos o objectivo: vencemos e ganhámos dois pontos de vantagem sobre o Porto. 

2. O resultadismo é uma análise curiosa porque não tem em conta vários factores da realidade. É um pouco como o adepto que acha que o penálti bem marcado é aquele que entra, sem pensar que, se a bola foi mal batida e entrou, o golo existiu não por mérito do marcador mas por sorte ou demérito adversário - no tempo, terá mais probabilidades de insucesso do que aquele que marca sempre ou quase sempre o penálti que apenas depende da qualidade do executante e nada mais. Portanto, sobre as exibições do último mês, temos duas linhas de pensamento: aqueles que se limitam a olhar para os resultados e a dizer "é melhor ganhar jogando mal do que empatar jogando bem" - verdade óbvia que ninguém contesta, mas não é esse o problema - e aqueles que, vendo a forma como a equipa, além de cair fisicamente, começa a dar sinais preocupantes de esgotamento do modelo de Jesus, antecipam jogos ainda mais fracos nos próximos meses, perdas de pontos e época, mais uma, desesperante. Como em tudo, há um meio-termo. Ou devia.

3. A minha esperança neste momento? O mau momento do Porto; algumas lesões como as do Moutinho; as equipas da Madeira inspiradas quando os receberem. O Benfica, no momento de forma em que está, vai perder alguns pontos - mas o Porto também. Resta saber se, no meio de pontos perdidos nas próximas jornadas, conseguimos ainda aumentar a vantagem para 4 pontos. É fundamental chegarmos à penúltima jornada a podermos perder o jogo. Um título que seja disputado num jogo no Dragão que não podemos perder é tudo o que não queremos - nos últimos 30 anos ganhámos lá 3 vezes, empatámos poucas e perdemos quase sempre. A falta de mentalidade vencedora contra o Porto (que não é de agora, tem 15 anos) não nos permitiria arrumar a questão com autoridade - e que bonito seria ir resolver o título ao Porto com uma vitória. Mas eu prefiro, em vez de sonhar, meter os pezinhos no chão. Vamos lá ganhar mais 2 pontos aos gajos e depois gerir até ao clássico. Se lá chegarmos com 4 de vantagem, aí sim, a liberdade de podermos perder o jogo pode facilitar a nossa vitória. E isso seria a loucura.

4. Antes de cenários idílicos, vem aí o Bordéus. É sempre perigoso quando começa a nascer uma ideia de facilidade em jogos europeus. É certo que os franceses são claramente inferiores ao Leverkusen, mas o futebol não é nem nunca foi um jogo de lógica básica: "se ganhaste a uma equipa de segunda, então ganhas de certeza a uma equipa de terceira". O futebol é um jogo diferente em todos os jogos. Na Quinta, vai começar um jogo novo, não o terceiro de um triangular entre Leverkusen, Bordéus e Benfica. Além disso, as exibições da nossa equipa demonstram que estamos a chegar ao ponto crucial em que há que fazer escolhas. Por mim, poupava 3 ou 4 titulares, mantendo uma equipa competitiva. A prioridade neste momento - reforço: neste momento, porque se nos virmos em desvantagem pontual no campeonato acho que devemos mudar o rumo da prioridade - é o Campeonato. É fundamental saber, dizer, pensar e fazer isto. Jesus sabe e diz. Mas não pensa nem faz. 

5. Porto na Champions - sim ou não? Há quem os queira eliminados com o Málaga por uma questão puramente de rivalidade. Outros há que abordam a questão financeira e defendem que interessa ao Benfica que o Porto não passe para que apareçam no próximo ano mais fragilizados e sem tanto poder de investimento. São naturais e legítmas opiniões, eu tenho outra. O fundamental esta época é sermos campeões - é isso que vai destruindo a hegemonia portista e é isso que os enfraquece, se depois continuarmos a ganhar (depois de 2010 desperdiçámos uma oportunidade de ouro, com imbecilidades próprias). Ora, não vejo como podemos nós ganhar o campeonato se nos mantivermos, como é muito provável, em jogos constantes de Liga Europa durante a semana e o Porto apenas e só focado no título nacional. É que a quebra física de Fevereiro é só o princípio de uma quebra que vai ter sequência nos próximos, e cruciais, dois meses. O Porto tem de continuar na Champions, tem de ter pelos mais dois jogos de grande intensidade - não só física e competitiva, intensidade mental, antes e depois desses jogos. É isso que faz com que possam perder pontos no Campeonato - ou pelo menos ajuda e potencia. A questão financeira tem de vir sempre depois da questão desportiva. E a nossa questão hoje, agora, esta época, só pode ser uma: queremos ser campeões.