quinta-feira, 23 de abril de 2015

Benfica x Porto



O jogo do ano aproxima-se. A decisão está próxima. A hora da verdade chegou.

O que esperar deste jogo? No que nos diz mais respeito, em caso de vitória, deixam de existir possibilidades de não êxito no final da temporada. Caso o resultado seja o que mais desejamos, 6 pontos à maior (com vantagem no confronto directo) a 4 jornadas do final, terá de representar um passo absolutamente decisivo na conquista do título.

Não obstante, caso o resultado se fique pelo empate, não deixaremos de ter as maiores e melhores possibilidades de sermos campeões, pois não pode ser expectável que o Benfica perca mais do que 3 pontos nas jornadas que ficarão a faltar.

Face a isto, e também ao que tem sido o passado de JJ no Benfica frente a equipas da dimensão do FCP e a momentos de decisão como este, espero um Benfica a viver mais em organização defensiva, procurando explorar a sua forte transição ofensiva, através do poder de condução e definição de Jonas, Gaitan e Pizzi.

Esta não é, como o tenho dito ao longo dos tempos, a ideia de jogo que mais me agrada, bem pelo contrário. Porém, admito, este talvez seja o jogo e o adversário contra quem melhor resulte esta estratégia, por duas ordens de razão:

1 – A forte capacidade do Benfica para jogar em organização defensiva, sem que isso represente um baixar de linhas perigoso e letal contra equipas que saibam viver bem em organização ofensiva como este FCP. JJ tem um colectivo muito bem trabalhado do ponto de vista posicional nesta fase do jogo e a sua ideia ofensiva, não me parece capaz de dividir a partida com um adversário como o FCP. Há ainda a considerar o facto de ao Benfica servirem dois resultados, sendo que ao FCP só a vitória (e pela maior vantagem possível) interessa.

2 – Gostemos ou não do estilo, alguém que consiga observar o FCP com algum distanciamento emocional, não deixará de lhes reconhecer uma boa capacidade para jogar em organização ofensiva. Mais do que a qualidade dos jogadores que eles têm, a ideia colectiva da equipa assenta na posse e na procura de domínio do adversário através dessa mesma. Um adversário mal trabalhado defensivamente e que, por isso, baixe as suas linhas frente ao FCP, dificilmente consegue bons resultados. A nosso favor há a debilidade Portista na transição defensiva. O aspecto defensivo é a maior debilidade do FCP, seja em organização, seja em transição, mas é neste segundo momento que o Benfica mais poderá tirar vantagem, porque também é na transição ofensiva que o Benfica tem a sua maior virtude na fase ofensiva do jogo. A melhor prova disto é o jogo entre ambas as equipas na primeira volta, onde vimos um Porto forte na capacidade de posse e em causar dano através dela, e o Benfica a resolver o jogo em momentos de transição ofensiva. Naturalmente que, desde aí, o FCP evoluiu a sua transição e organização defensivas, mas também não é menos verdade que o Benfica também evoluiu na sua organização defensiva, como provou o jogo com o Sporting nesta segunda volta.

O que não pode acontecer, de forma alguma, é a equipa do Benfica interiorizar que o adversário entrará em campo fragilizado física e emocionalmente por consequência do que se passou esta semana. Acontecendo, será o primeiro passo para o abismo.

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