O jogo do ano aproxima-se. A decisão está próxima. A
hora da verdade chegou.
O que esperar deste jogo? No que nos diz mais
respeito, em caso de vitória, deixam de existir possibilidades de não êxito no
final da temporada. Caso o resultado seja o que mais desejamos, 6 pontos à
maior (com vantagem no confronto directo) a 4 jornadas do final, terá de
representar um passo absolutamente decisivo na conquista do título.
Não obstante, caso o resultado se fique pelo empate,
não deixaremos de ter as maiores e melhores possibilidades de sermos campeões,
pois não pode ser expectável que o Benfica perca mais do que 3 pontos nas
jornadas que ficarão a faltar.
Face a isto, e também ao que tem sido o passado de JJ
no Benfica frente a equipas da dimensão do FCP e a momentos de decisão como
este, espero um Benfica a viver mais em organização defensiva, procurando
explorar a sua forte transição ofensiva, através do poder de condução e
definição de Jonas, Gaitan e Pizzi.
Esta não é, como o tenho dito ao longo dos tempos, a
ideia de jogo que mais me agrada, bem pelo contrário. Porém, admito, este
talvez seja o jogo e o adversário contra quem melhor resulte esta estratégia,
por duas ordens de razão:
1 – A forte capacidade do Benfica para jogar em
organização defensiva, sem que isso represente um baixar de linhas perigoso e
letal contra equipas que saibam viver bem em organização ofensiva como este
FCP. JJ tem um colectivo muito bem trabalhado do ponto de vista posicional
nesta fase do jogo e a sua ideia ofensiva, não me parece capaz de
dividir a partida com um adversário como o FCP. Há ainda a considerar o facto
de ao Benfica servirem dois resultados, sendo que ao FCP só a vitória (e pela maior
vantagem possível) interessa.
2 – Gostemos ou não do estilo, alguém que consiga observar o FCP com algum distanciamento emocional,
não deixará de lhes reconhecer uma boa capacidade para jogar em organização
ofensiva. Mais do que a qualidade dos jogadores que
eles têm, a ideia colectiva da equipa assenta na posse e na procura de domínio do
adversário através dessa mesma. Um adversário mal trabalhado
defensivamente e que, por isso, baixe as suas linhas frente ao FCP,
dificilmente consegue bons resultados. A nosso favor há a debilidade Portista
na transição defensiva. O aspecto defensivo é a maior debilidade do FCP, seja
em organização, seja em transição, mas é neste segundo momento que o Benfica
mais poderá tirar vantagem, porque também é na transição ofensiva que o Benfica
tem a sua maior virtude na fase ofensiva do jogo. A melhor prova disto é o jogo
entre ambas as equipas na primeira volta, onde vimos um Porto forte na
capacidade de posse e em causar dano através dela, e o Benfica a resolver o
jogo em momentos de transição ofensiva. Naturalmente que, desde aí, o FCP
evoluiu a sua transição e organização defensivas, mas também não é menos
verdade que o Benfica também evoluiu na sua organização defensiva, como provou
o jogo com o Sporting nesta segunda volta.
O que não pode acontecer, de forma alguma, é a equipa
do Benfica interiorizar que o adversário entrará em campo fragilizado física e
emocionalmente por consequência do que se passou esta semana. Acontecendo, será
o primeiro passo para o abismo.
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