Uma competição que nasce somente da ganância, do sentimento de superioridade. Clubes – na maioria comprados por milionários de fora do contexto do futebol – decidem que são a elite deste Desporto e que merecem uma competição onde tenham de competir só entre si.
Querem fechar o Futebol neles, estagnar a dinâmica de crescimento de clubes menores e impedir a queda de clubes de renome – eles próprios. Encontraram um escape para os seus insucessos, para as suas más gestões. Não querem correr o risco da sua incompetência lhes custar lugares de destaque. Não querem correr o risco da sua incompetência os colocar abaixo de clubes com menores condições.
Pessoas fracas a fazer fracos fortes clubes.
O Futebol tem uma história e essa história é a base da sua paixão, da sua magia. O que move o Futebol não é dinheiro, é sentimento. Mas querem apagar esse sentimento. Querem colocar um ponto final na história deste Desporto e aproveitarem a posição onde agora estão – não por mérito de quem lá está mas de quem lá esteve e fez parte desta história.
Estes clubes tornaram-se uma vergonha para o Futebol.
Na sua arrogância elitista decidiram tentar criar um Futebol onde eles mandam em tudo. Sabiam como iam ser vistos mas não tiveram vergonha na cara. Criaram uma história da carochinha onde dizem que o facto de eles ficarem ainda mais milionários irá beneficiar o Futebol mundial porque vão ser muito solidários. Pó caralho.
Querem mandar no Futebol e com a sua “solidariedade” agirem como os Reis desta porra toda.
Todas as organizações avançaram com a sua posição – UEFA, FIFA, EFA e a Premier League, RFEF e a La Liga, FIGC e a Serie A.
Se estes clubes querem uma competição só deles, um Futebol só deles, então que o tenham. Que vão viver o seu elitismo e nos deixem a todos viver o nosso Desporto.
Fiquem com a sua ESL mas não metam o pé em nenhuma competição FIFA, em nenhuma competição UEFA e em nenhuma competição doméstica.
E os jogadores têm de optar pois não podem ter tudo. Terão de escolher em que Futebol irão querer jogar. No Futebol exclusivo ou no Futebol inclusivo – aquele onde ainda competem nas suas selecções.
Nos últimos anos muito temos falado de como a paixão no Futebol tem ficado dormente, escondida por baixo de toda a comunicação tóxica, de toda a propaganda e de todo o marketing.
Numa década onde entre milhões de jogadores só dois pareciam existir, tanto para a opinião pública como para as entidades regentes, é normal que estes “donos” achem que só os seus clubes existem.
Sim, a culpa também é da FIFA e da UEFA que foram alinhando nesta palhaçada do Marketing futebolístico que minou a magia do jogo em prol do impacto mediático. E sim também é nossa, de todos nós que alinhámos nisso.
Estes clubes já se envergonharam e já nos envergonharam. Que a mão pesada sirva para se redimirem ou para realmente partirem e nos deixarem reencontrar a verdadeira natureza do Beautiful Game.
Agora os verdadeiros protagonistas têm a palavra:
Ronaldo Nazário, Totti, Zidane, Maldini, Raúl, Ryan Giggs, Xavi, Cannavaro, Rio Ferdinand, Henry, Iniesta, Figo, entre tantos outros.
E chamo especialmente aqui à atenção destes nomes para que se cheguem à frente e recusem esta farsa:
Zlatan Ibrahimovic, Alessio Romagnoli, Antonio Conte, Aleksandar Kolarov, Chistian Eriksen, Ivan Perisic, Romelu Lukaku, Mikel Arteta, David Luiz, Granit Xhaka, Alexandre Lacazette, Pierre-Emerick Aubameyang, Pep Guardiola, Kevin de Bruyne, Bernardo Silva, Ilkay Gundongan, Raheem Sertling, Ole Gunnar Solskjær, David de Gea, Harry Maguire, Paul Pogba, Bruno Fernandes, Edinson Cavani, Jurgen Klopp, Virgil van Dijk, James Milner, Sadio Mané, Mohamed Salah, Roberto Firmino, José Mourinho, Hugo Lloris, Toby Alderweireld, Gareth Bale, Heung-min Son, Harry Kane, Diego Simeone, Koke, Saúl Níguez, Luis Suárez, Andrea Pirlo, Gianluigi Buffon, Leonardo Bonucci, Giorgio Chiellini, Cristiano Ronaldo, Thomas Tuchel, Thiago Silva, César Azpilicueta, Timo Werner, Zinédine Zidane, Thibaut Courtois, Raphael Varane, Sérgio Ramos, Toni Kroos, Luka Modric, Karim Benzema, Ronald Koeman, Marc-André ter Stegen, Gerad Piqué, Jordi Alba, Sergio Busquets, Antoine Griezmann e Lionel Messi.
Destaco o papel que devem ter o Zlatan, o Guardiola, o Maguire, o Mourinho, o Klopp, o Simeone, o Tuchel, o Buffon, Chiellini e Cristiano Ronaldo, o Zidane e o Ramos, o Koeman, Piqué e o Messi.
Não esperaria nunca esta postura por parte de um clube como o Barcelona, é essencial que Lionel Messi seja a principal voz da revolta e da recusa.
Entretanto silêncio por parte do Sport Lisboa e Benfica. Sabemos como funcionam estas pessoas. Andaram desejosos de serem incluídos. São parte do problema. São parte activa desta visão empresarial do Futebol. Estão ali caladinhos a ver se conseguem ainda ser chamados enquanto vão sentindo o pulso à opinião pública.
Varandas e Pinto da Costa já se posicionaram contra isto. O Benfica limitou-se a remeter a Lusa a declarações feitas em Novembro pelo Domingos Soares de Oliveira onde afirma que mesmo discordando dificilmente não aceitaria o convite de integrar a ESL.
Do Benfica de Vieira era exactamente isto que esperava. Mas ao contrário do que tanto tem desejado o ex-candidato Bruno Carvalho na sua cruzada por colocar o Benfica nesta vergonha, o que eu esperaria do Sport Lisboa e Benfica é que estivesse desde ontem a liderar a revolta e a luta contra estes elitistas.
Neste momento um clube como o Sport Lisboa e Benfica deveria estar lado a lado com o Bayern, o Dortmund, o Marselha, Sevilha, Roma, Lazio, até o PSG, o Lyon, o Ajax, o Slavia, o Dynamo, o Celtic, o Estrela Vermelha, o Anderlecht, o Sparta, o CSKA, o Galatasaray, entre outros, na defesa do Futebol, da continuidade de um Futebol mágico, competitivo, inclusivo e sonhador.
Real Madrid, Barcelona, Atlético de Madrid, Inter de Milão, AC Milan, Juventus, Tottenham, Liverpool, Arsenal, Mancester City, Chelsea e Manchester United:
Vocês estão fora destes relvados. Peguem na vossa bola milionária e vão jogar para outros campos. Por cá continuaremos com a nossa bola de couro, a verdadeira bola de futebol.