segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Acção e consequência


No passado dia 25 de Janeiro do corrente, a FPF anunciou a abertura de um processo disciplinar ao F.C. Porto por violação do artº 13 do regulamento de Competições da LPFP que prevê:

“qualquer jogador apenas poderá ser utilizado pela equipa principal ou equipa B decorridas que sejam 72 horas após o final do jogo em que tenha representado qualquer uma das equipas, contadas entre o final do primeiro jogo e o início do segundo.”

O F.C.Porto infringiu o citado regulamento, ao fazer alinhar na equipa que defrontou o Vitória de Setubal para a Taça da Liga, no dia 9 de Janeiro, não um mas 3 jogadores que já haviam sido utilizados pela equipa B contra a Naval 71h45m antes (considerando o final deste jogo e o início do da Taça da Liga): Fabiano, Abdoulaye e Seba.


A penalização prevista no artigo 78.º do Regulamento Disciplinar da LPFP nestes casos é “a sanção da derrota e de subtração de pontos (dois a cinco)”.
De acordo com o artº 44 º deste mesmo regulamento, “a sanção da derrota prevê a perda dos pontos correspondentes ao jogo em causa e a sua atribuição ao adversário.”

O prazo limite para decisão desta questão são 5 dias a contar da data de abertura do processo. Dia 30 portanto, já deverá estar tomada a decisão da Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga e consequente castigo a ser imposto pelo CD da FPF.

Para uma simples leiga como eu, analisando o caso, o seu enquadramento e a respectiva legislação, a conclusão é simples, é como 2 + 2 serem 4: ao F.C.Porto são retirados 3 pontos, assume o 2º lugar do Grupo, por troca com o Vitória de Setubal, ficando excluído da Taça da Liga. 
Não conhecendo ainda a defesa do clube para este processo coloco-me numa posição de expectativa quanto ao seu desfecho, muito condicionada pelo sentido de justiça – ou falta dele - a que nos habituaram os organismos que por ela deviam zelar e fazer aplicar. 
Posso especular, e apenas especular, sobre os argumentos de defesa que por aí poderão vir: qualidade de relógios, birras e argumentação de que o jogo não foi adiado não por vontade do clube em causa mas por questões de transmissão televisiva, etc e tal. Para além de qualquer especulação posso concluir que, se houver tomates por parte daqueles que decidem, não há teoria que lhes valha. Os regulamentos são claros como a água e o Sporting de Braga B, na passada semana, é prova provada disso mesmo já que, numa situação em tudo idêntica, viu-lhe serem subtraídos 3 pontos na II Liga, por decisão do mesmo organismo responsável pela decisão do caso aqui abordado.


Não pude deixar de ficar algo surpreendida por ter sido a FPF a tomar a iniciativa de instaurar um processo que estaria, à 1ª vista, no âmbito da acção da LPFP, já que a competição em que incorreu a irregularidade está sob a sua alçada.. 
No fim o que conta é que seja aplicada a lei, mas fica o registo.


São muitas as teorias que tentam explicar este “percalço” de uma estrutura que muitos argumentam ser “perfeita” e onde parece ser difícil encaixar a “incompetência” ou “falha” na actuação.
A que mais me complica o sistema é a que defende que os portistas agiram propositadamente para serem excluídos desta competição que sempre minorizaram e depreciaram, com o intuito de se “pouparem” para as restantes competições em que se encontram a disputar, ditas mais importantes. E são-no, mas não invalidam, anulam ou substituem outras. 
Pessoalmente não concordo, de todo! E só quem não conhecer a mentalidade azul e branca pode defender esta “tese”. Este Clube, ainda que com sentido de menosprezo, quanto mais não seja porque ainda não ganharam nenhuma Taça da Liga, em qualquer competição que entre é para ganhar. Sobretudo se o Benfica lá estiver. Não deixa de ser um troféu, não deixa de existir dinheiro envolvido, não deixa de ter sido uma prova aceite, aprovada e ratificada pelos Clubes, entre os quais o F.C.Porto.

Por muito competente que se possa ser, nada nem ninguém é infalível e, se não há qualquer entrave em reconhecer mérito por competência, deverá existir a mesma consciência para apontar o erro ou a falha quando ela possa acontecer e neste caso, o que existiu foi incompetência por parte da organização do F.C. Porto. Facilitismo talvez, que decorreu num erro que deverá ter as suas consequências, previstas e regulamentadas para todos.

Sem saber qual a decisão que será tomada, existe outro factor que me parece dever ser abordado que, directa ou indirectamente, se vai fazer sentir e no qual que eles são peritos: o aproveitamento deste caso em benefício próprio, independentemente de serem ou não excluídos da prova.  Neste sentido, o discurso externo tornar-se-á (ainda) mais duro, assumirão a tradicional posição de “coitadinhos” e de justiceiros contra o poder centralizado. Internamente servirá para um discurso motivacional dos seus elementos, o também mais do que conhecido “contra tudo e contra todos”, “só na secretaria é que nos derrotam, porque dentro das 4 linhas somos mais fortes”. 

O argumento de que foi propositado  - sobretudo por parte dos adeptos que jamais assumirão uma falha deste calibre numa super estrutura – vai com toda a certeza fazer parte do reportório, condizente com a importância e desdém com que se referem à Taça da Liga, à semelhança do discurso institucional. O caricato é mesmo o facto do treinador jogar com os titulares habituais noutras provas consideradas relevantes demonstrando, para quem tiver 2 dedos de testa, a contraproducência de tal discurso aplicado para a “Taça da Cerveja”.
Funcionam como um bloco, o discurso é como uma moeda, tem 2 faces: a unificadora, das e para as hostes,  e a dizimadora, para terceiros. 

Já conheço as oratórias de cor e salteado, já sei que funcionam e já sei que, passados estes anos todos, ainda não se antecipa e prepara devidamente a acção para as mesmas. Pior, não se prepara para as suas consequências, corre-se atrás delas.
Volto a frisar: seja qual fôr a decisão, estes factores vão-se verificar, fazer-se ouvir e sentir e serão tanto mais fortes quanto maior fôr o prejuízo. Já não devia ser preciso ao fim deste tempo todo mas eu, e muitos como eu, não se cansam de alertar.


8 comentários:

carlos de almeida disse...

estas-te a esquecer da mais importante que diz que nos fizemos o mesmo no jogo contra o estoril e a seguir contra a academica..................o problema deles e serem muuuuuuuuuuuuuuuuiiiiito burros mesmo e ainda acreditarem nestes discursos para "ingles ver" !!!

Minha Chama disse...

Pois é Marta, consoante a pena... Maior será o chorinho e a falsa indignação.

Vamos aguardar com muita curiosidade.

Saudações gloriosas para uma Benfiquista gloriosa.

Marta disse...

Esses bitaites a mim passam-me ao lado, não são esses que me preocupam Carlos.. Vão usar muitos mas há alguns cirurgicos, o resto é para desviar atenções.

Eles não são nada burros, burros são aqueles que ainda não tiveram capacidade para desfazer o efeito desses discursos que são sempre os mesmos e até à data continuam a funcionar.

Marta disse...

Obrigada Minha Chama, saudações gloriosas para outro Glorioso!

Águia Eterna disse...

Eu só digo uma coisa: Se o fócorrupto do porco não for EXCLUÍDO da Taça da Liga, como determinam os Regulamentos, o Nosso BENFICA só tem uma coisa a frazer que é ABANDONAR, "CAGAR" para a Taça da Liga e dizer à Liga que a entregue num ANDOR GIGANTE ao fócorrupto do porco.
Isso é que eun queria ver. Mas para isso era preciso que o BENFICA tivesse de facto um PRESIDENTE e não um tótó ORELHUDO E MEDROSO, que NUNCA foi capaz de tomar MEDFIDAS RADICAIS em DEFESA DO BENFICA. É um presidentezinho do FAZ DE CONTA, que apenas serve para aparecer nas fotografias nas renovações de contratos, ou para fazer número em jantares e funerais.
O BENFICA É O CLUBE MAIS FORTE DE PORTUGAL, mas comporta-se como se fosse um dos mais FRAQUINHOS, porque tem um direcçãozinha e um presidentezinho de trazer por casa.

Sou a FAVOR DE UM BENFICA LIDERANTE, ACTUANTE, EXIGENTE, capaz de COLOCAR A VERDADE DESPORTIVA à frente de tudo e de todos, principalmente dos CORRUPTOS E SEUS LACAIOS.

BENFICA, SEMPREEEEEE .. O MAIOR E O MELHORRRRRRRRRRRRRR.

Hugo disse...

Apesar da propaganda que a Bola logo tratou de fazer não é assim tão simples.
Primeiro,o anexo V onde está esse artigo 13, regula apenas a participação das equipas b na segunda liga.
Segundo, o Anexo III que regula a Taça da Liga nada menciona sobre o assunto.
Portanto, os regulamentos não são assim tão claros.
Se fosse no campeonato, não tinha dúvidas que existiria uma infracção. Na Taça da Liga não sei

Pedro disse...

O que o Hugo diz tem alguma lógica mas o silêncio do fcp em relação ao assunto, sem abordar essa questão (só por aqui, nos blogs, é que leio essa defesa) torna tudo muito estranho.

Eu acredito, claramente, q tenha sido um lapso. Um erro. Sem segundas intenções.

Marta disse...

Verdade Hugo. Também tive oportunidade de ver, antes de escrever, que o regulamento previsto para a Taça da Liga é omisso nesta questão. Regra geral, quando existem omissões aplica-se a lei geral e esta apenas está especificada para as competições da I e II Ligas. Mas sendo a Taça da Liga uma prova não continua pode não ser abrangida por esta mesma Lei.
Esta omissão até pode ser a base de defesa do f.c.porto,não sei e, como referi, sou uma leiga, os conhecimentos de direito que possuo não são os suficientes para tirar qualquer conclusão com caracter de certeza.

O importante é mesmo relevar os efeitos que esta questão vai desencadear, independentemente da sua conclusão e esses sei muito bem quais são..