Os
jogos vão passando e a verdade é que a equipa vai apresentando melhorias
marginais de jogo para jogo. O fator físico é algo que não pode nem deve ser
desvalorizado nesta fase, sendo várias vezes percetível que as elevadas cargas
de treino usuais nesta altura da época, bem como as naturais debilidades
físicas dos atletas, têm influído negativamente no rendimento individual e coletivo
da equipa.
Não
obstante, esperava algo mais já nesta fase. Não falo de resultados,
naturalmente, mas sim dos processos coletivos, ainda mais quando estamos a
falar de uma manutenção do sistema base da equipa e até da maioria dos
jogadores que fizeram parte do 11 base da época passada.
É
notória a tentativa de diferenciação ideológica entre o passado e Rui Vitória,
sobretudo no momento ofensivo do jogo. Uma ideia que passa por maior posse e
circulação da bola, envolvendo até o guarda-redes, muito mais vezes do que era
habitual, e que procura muitas combinações em zonas interiores com o deslocar
dos alas para essa zona do terreno.
Neste
aspecto há ainda a melhorar o acerto entre jogadores, mas sobretudo a
capacidade de decisão da maior parte deles, sendo Jonas e Gaitan os únicos que
revelam um elevado grau de acerto nas decisões, por oposição a Talisca ou
Jonathan Rodriguez que apresentam muitas limitações neste aspecto.
Há
ainda a notar a deficiente capacidade para dar largura ao jogo, muito pela
demora de subida dos laterais, faltando saber se esta demora acontece por
questões de ordem física ou de ordem tática, sendo certo que o tempo se
encarregará de o demonstrar. Ainda assim, ressalvo Sílvio e Nelson Semedo.
Ambos se mostraram claramente superiores a todos os outros na largura que
conseguiram conferir à equipa. Em relação ao jovem da nossa formação, as notas
foram muito boas, gostei bastante do que vi no dia de ontem. Há ali matéria para
evoluir. No polo oposto encontro Eliseu. Continua fraquíssimo do ponto de vista
defensivo, seja no 1x1, seja no aspecto posicional e na cobertura ao espaço
interior. Continuo sem achar que Eliseu tenha qualidade para ser um titular do
Benfica, sendo esta posição uma das grandes debilidades do nosso plantel, ainda
que não tenha visto Marçal com olhos de ver.
O
que mais me tem desiludido tem sido o controlo da profundidade e da largura do
colectivo. Têm sido algo recorrentes as bolas nas costas dos nossos defesas,
sem que estes tenham adoptado os melhores comportamentos tendentes a evitar que
isso aconteça. Esperava mais deste aspecto, sobretudo por se tratar de uma
linha defensiva que transita, na totalidade, da época passada.
Tenho
gostado particularmente de Carcela e do que vi ontem de Djuricic, sendo que Ola
John me parece cada vez mais fora do que devia para ser um jogador capaz de
fazer a diferença positiva e Taarabt deixou-me muito apreensivo. A juntar ao
que já se conhece do passado do jogador, o facto de este se apresentar na forma
física deplorável com que se apresentou ontem com quase um mês de trabalho é,
no mínimo, preocupante.
A
saída em definitivo de Lima talvez seja o estímulo definitivo para que Rui
Vitória altere o sistema de jogo, passando a jogar com 1 avançado apenas,
trabalhando assim num sistema que lhe é mais familiar e onde os extrememos não
são obrigados a um posicionamento tão interior no processo defensivo, aspecto
que me tem parecido o pior no tal controlo da largura deficiente que vamos
apresentando.
9 comentários:
É isto.
- No livro do Rui Vitória, se bem me recordo, vejo-o a ser contra a ideia de serem necessárias grandes doses de treino físico na pré-temporada. Ele opta por dar primazia ao espírito de grupo e à sua ideia de jogo.
- Também gostei de ver essa alteração e preocupação de sair com a bola no pé a partir do GR, sem chutão. Estecticamente é muito bonito jogar assim e achei que os jogadores estavam já bastante à vontade no passe curto. Agora, o que é preocupante é mesmo a recuperação e reposicionamento em caso de perda de bola... Aí é que a porca torce o rabo...
- Assusta-me um bocado a nossa defesa. Só vejo 4 jogadores com capacidade mental para serem defesas do SLB: Luisão, Jardel, A.Almeida e Silvio. O Semedo foi só show, o puto não tem noções nenhumas de como deve defender.
- Subscrevo na questão da profundidade e largura... Curiosamente nesse capítulo pareceu-me que estávamos melhor na 1ª parte vs PSG e piorámos vs Fiore e vs Redbull. A ver vamos como isto evolui...
Ai vale Bujas
Só não concordo na questão do Jardel, acho que o Lisandro tem mais potencial que o Brasileiro. O Jardel é muito limitado tecnicamente e facilmente ultrpassavel no 1x1, como se viu no jogo com o PSG. O Lisandro só perde largo para o Jardel no controlo da profundidade, apesar de ser rápido ainda segura mal a linha defensiva, corrigindo a falha com a velocidade que tem.
Quanto ao Semedo, esperarei para ver mais e ver melhor, porque acompanhei a B muito mal na época passada e não o conheço nada bem. O que vi ontem gostei, mas admito que possa ser fogo de vista.
Na ideia de posse, não acredito que seja possivel concretiza-la com jogadores como Talisca no meio-campo. O Brasileiro tem quase tudo para ser bom jogador: Técnica, capacidade física e mental e remate fácil (o que não significa que seja bom remate), falta-lhe o essencial: Cérebro.
Acho que um miolo que passe por Samaris-Pizzi-Djuricic ou Fejsa-Samaris-Pizzi ou até com Gaitan ao meio terá muito mais pernas para andar nesta ideia de jogo do que o que ele tem tentado.
o Talisca tem boa visão de jogo, tem bom passe mas é lento no raciocínio o que depois faz com que a jogar em espaços curtos não seja tão forte. Concordo contigo que num meio campo a 3 perdemos potencial de posse de bola com o Talisca. Pelo menos é esta a ideia que tenho dele. Mas se ele jogar mais solto no apoio ao Jonas pode perfeitamente resultar. Aliás vejo o Taarabt também da mesma forma. Um jogador com o qual não vamos poder contar defensivamente mas que contra equipas mais fracas pode perfeitamente ocupar essa posição.
O Semedo quanto a mim precisa de ser emprestado um aninho a um clube com um treinador que o saiba formar bem. Ele precisa de jogar e de aprender errando... No Benfica isso é complicado. O gajo tem boas características, veremos se tem cérebro para as tornar úteis
Não considero que Talisca tenha boa visão de jogo. Quando entra nos últimos 20/30 metros só vê baliza. Só quando tem meia equipa adversária à frente é que considera a possibilidade de passar. E ele que, pelo remate que tem, fixa facilmente o adversário directo em si, facilmente poderia colocar num colega desmarcado, caso tivesse boa capacidade de decisão. Concordo que, a jogar, terá de ser sempre perto das zonas de finalização, onde pode mascarar essa falta de capacidade de decisão com os golos que vá marcando, mas nunca será o jogador que tecnicamente pode ser, enquanto não aprender que aproximar a equipa do golo é sempre melhor que o aproximar a si próprio do golo.
Quanto ao Semedo, não sei como estará o Braga em termos de laterais, mas o PF parece-me gajo capaz de fazer esse trabalho.
E o Lisandro? Na minha opinião muito melhor que o Jardel!
Penso que o RV ficou refém da conversa da herança do JJ e está a demorar a cortar essa dependência e tomar as opções em que ele mais acredita. Espero que acabe por optar pelo se esquema de jogo favorito e que penso que poderá dar mais consistência ao jogo do Benfica como penso que ontem ficou de certa maneira demonstrado quando estiveram em campo Jonas e Djuricic
Miguel
Tecnicamente e no 1x1, para mim sim, leva a melhor sobre o Jardel. No entanto, é bastante inferior ao Brasileiro no controlo do espaço nas suas costas, na minha opinião, claro.
o grande problema do esquema de apenas 1 avançado é que precisas de pontas de lança e neste momento não tens nenhum sequer no plantel jonas é segundo avançado, jonatham no futuro pode ser mas agora não é e vai demorar até ser.
mesmo que contrates um ponta de lança quando jogar jonas ou o jonatham precisas de ter "10" que marquem golos por muitos defeitos que tem talisca tem golos ao contrario de djuricic que não tem não é finalizador nem nunca vai ser resta saber se taarabat sera mas duvido muito que o manda já embora e dos tres apenas ficam dois.
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