Depois do descalabro do fim-de-semana passado muito se tem
falado sobre as culpas de Rui Vitória.
O treinador do Benfica é responsável pelo treino da equipa, é responsável pela
mensagem, é responsável pelo lançamento do 11 titular e é responsável pelas
substituições.
Há muito a apontar ao treinador em todas estas vertentes da sua responsabilidade, e não só no jogo em questão.
Há muito a apontar ao treinador em todas estas vertentes da sua responsabilidade, e não só no jogo em questão.
Na vertente do que é ser puramente treinador, Rui Vitória tem sido mediano e o
Benfica exige bem mais do que isso.
Tão depressa convence pelo discurso como irrita pelas frases feitas e corriqueiras.
Tão depressa mostra competência no modo como improvisa um Jonas a 10 para compensar a integração do Almeida como mostra alheamento perante uma incapacidade de construção de jogo recuada.
Tão depressa mostra olho para lançar o Semedo como mostra cegueira ao talento de outros no plantel.
Tão depressa mostra competência no modo como improvisa um Jonas a 10 para compensar a integração do Almeida como mostra alheamento perante uma incapacidade de construção de jogo recuada.
Tão depressa mostra olho para lançar o Semedo como mostra cegueira ao talento de outros no plantel.
Tão depressa monta uma equipa para futebol colectivo e
apoiado como apresenta uma equipa estática onde cada um se movimenta egoistamente
pelo campo.
Acertar, tomar as decisões certas e fazer um grande trabalho é a obrigação de
qualquer treinador do Benfica.
Errar, e principalmente errar várias vezes, é que é
inaceitável. E Rui Vitória nestas suas responsabilidades básicas como treinador
tem errado muito. Tem culpas, tanto no percurso da época como no desfecho do
jogo do passado Domingo.
Contudo a grande culpa de Rui Vitória não mora no presente nem está evidente nos
jogos que a equipa realiza.
A principal culpa de Rui Vitória remonta ao momento em que
aceitou assinar pelo Sport Lisboa e Benfica com as condições/limitações que a
Direcção lhe propôs.
A grande culpa de Rui Vitória é a de (ainda) não ser
treinador para um Grande e assim ter aceite o cargo que nenhum outro grande
treinador teria aceite.
No Futebol o simples Treinador está em extinção e é o Manager que está assumir o seu lugar.
Por muito melhor que seja uma Estrutura, essa deverá existir para servir o Manager. É assim que trabalham os grandes treinadores e era assim que, bem ou mal, trabalhava Jorge Jesus.
Quanto melhor a estrutura mais condições para o sucesso o treinador terá. Quanto melhor a estrutura melhor o trabalho que o Manager pode desenvolver, utilizando os recursos como achar melhor e delegando o que achar que deve delegar, sem nunca perder o respeito pela instituição que representa nem nunca esquecendo as filosofias com as quais se comprometeu.
No Futebol o simples Treinador está em extinção e é o Manager que está assumir o seu lugar.
Por muito melhor que seja uma Estrutura, essa deverá existir para servir o Manager. É assim que trabalham os grandes treinadores e era assim que, bem ou mal, trabalhava Jorge Jesus.
Quanto melhor a estrutura mais condições para o sucesso o treinador terá. Quanto melhor a estrutura melhor o trabalho que o Manager pode desenvolver, utilizando os recursos como achar melhor e delegando o que achar que deve delegar, sem nunca perder o respeito pela instituição que representa nem nunca esquecendo as filosofias com as quais se comprometeu.
No Verão de 2015 a
Direcção do Benfica sentiu a necessidade de ser a protagonista nos sucessos do
clube (seguindo o exemplo do Exemplo que é o líder portista para o nosso
presidente) e assim inverteu o processo, optando por um modelo no qual o
treinador seria só mais um elemento a servir a Estrutura.
Luis Filipe Vieira não procurou Rui Vitória para gerir o Futebol do Benfica mas para ser somente um treinador que aceitasse trabalhar para os vários Managers existentes da Estrutura, os quais pouco ou nada percebem do assunto (com raras excepções).
Jorge Jesus nunca aceitaria trabalhar assim. Nem Mourinho, nem Guardiola e nem o Manuel José alguma vez aceitariam trabalhar assim.
Rui Vitória aceitou. Culpa sua.
Luis Filipe Vieira não procurou Rui Vitória para gerir o Futebol do Benfica mas para ser somente um treinador que aceitasse trabalhar para os vários Managers existentes da Estrutura, os quais pouco ou nada percebem do assunto (com raras excepções).
Jorge Jesus nunca aceitaria trabalhar assim. Nem Mourinho, nem Guardiola e nem o Manuel José alguma vez aceitariam trabalhar assim.
Rui Vitória aceitou. Culpa sua.
Cedo se verificou que o treinador treinava e a Estrutura
comandava.
Ainda em Setembro comentei:
Ainda em Setembro comentei:
“A super-estrutura já perdeu este campeonato mas o treinador
Rui Vitória ainda o pode ganhar.”
O problema que agora se coloca é que Rui Vitória não é fantástico o suficiente
para conseguir bons resultados perante todas as condicionantes a que se
sujeitou.
Por menos daquilo a que o Rui Vitória acedeu outros já colocaram o seu lugar à
disposição.
- O Rui Vitória não teve uma palavra a dizer sobre o
planeamento da pré-época que o Departamento Financeiro elaborou.
- O Rui Vitória não teve uma palavra a dizer sobre as contratações.
- O Rui Vitória não teve uma palavra a dizer sobre as vendas.
- O Rui Vitória foi, no mínimo, pressionado a não efectuar grandes alterações
tácticas na equipa.
- O Rui Vitória não tem liberdade para utilizar todo o plantel à sua
disposição.
- O Rui Vitória não teve total liberdade de elaborar a lista europeia.
- Na manhã do Derby, o Rui Vitória teve de aceitar que a
equipa participasse num evento de parabenização via redes sociais a um
patrocinador do clube.
Em alta competição é sempre o Extra que faz a diferença. A qualidade extra, a
motivação extra, o trabalho extra, o conhecimento extra e o esforço extra.
Este Extra tem muito de psicológico, é um factor que aparece
além dos nossos limites.
Talvez seja só eu mas quando participo num projecto no qual
me sinto muito limitado, há um Extra que a motivação actual não me permite
oferecer.
A limitação da liderança só poderá afectar a sua produção.
Rui Vitória é vítima de um Sistema que permitiu que se
desenvolvesse.
3 comentários:
se coisa que o outro não era é manager alias o grande problema do outro é apenas ser só um treinador, bom nesse aspecto, mas quando é preciso mais começa a ver-se as lacunas ele é que tem a mania que é que é uma coisa completamente diferente.
outros clubes tem estruturas de poder que não passam só pelos treinadores, sobretudo clubes italianos e alemães, e os treinadores aceitam-as o problema é a qualidade das mesmas.
mas o problema da saida do anterior treinador até pode ter passado por essa divisão de poder, até porque quem já tem um certo poder não quer peder nenhum dele, mas passou sobretudo pelos recursos disponiveis.
a escolha do rui foi sobretudo orientada para um treinador com pouca força, com poucas exisgencias.
Concordo em absoluto com este texto. Aliás, acho o vosso blog o melhor, no que toca a ver a verdade do futebol do Benfica. Todos gostamos do Benfica, mas temos de verdadeiramente gostar de futebol, para poder apreciar o que é o Benfica. Tenho pena que não comentem mais vezes e não escrevam mais vezes.
O Rui Vitória não tem culpa de saber mais. Não sabe treinar uma equipa para ataque continuado (bolas para as laterais e cruzamentos não são nada). Lembra-me do rolo compressor? Do carrossel atacante? Da defesa afinada? Nada disso o Rui sabe treinar. Não tem capacidade. É a vida
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