Com o aproximar do final da época, têm surgido as
habituais noticias sobre o alegado interesse do Benfica em alguns jogadores. Do
que tenho lido, as informações que me parecem mais consistentes, relacionam-se
com o trio de jogadores do Rio Ave, Hassan, Diego Lopes e Ederson.
Três jovens jogadores com uma margem de crescimento
interessante e com características divergentes da maior parte dos jogadores que
agora compõem o nosso plantel:
Ederson – Guarda-redes muito jovem e que se apresenta
como um dos melhores jogadores da sua posição a jogar em Portugal e que esteja
fora da órbita dos “grandes”. Tem como melhores características o bom jogo de
pés, bem como os reflexos, devendo melhorar, na minha opinião, o seu jogo aéreo
e, sobretudo, a sua segurança de mãos, isto é, a capacidade para agarrar, com
total segurança, bolas mais difíceis. Falta-me ainda perceber a sua capacidade
para controlar o espaço concedido atrás dos centrais, coisa que não é fácil de
avaliar com jogos vistos apenas pela tv e quando um guarda-redes se enquadra
numa equipa que, não raras vezes, actua em bloco médio-baixo, algo bem
diferente do que faz o Benfica. Em suma, não vejo nele um Oblak, mas já me
parece superior a Artur, sendo certo que Júlio César deverá continuar uns furos
acima durante os próximos tempos.
Diego Lopes – Se o Benfica concretizar o regresso do
jovem Brasileiro aos seus quadros, estará a assegurar o médio que, juntamente
com Bernard, melhor capacidade de decisão e execução apresenta no último terço
do terreno, do campeonato Português (fora, claro, dos grandes). Contra si terá
o facto de, na minha opinião, não se enquadrar, de forma directa, em nenhuma
das posições do sistema de Jorge Jesus. Sendo um jogador que,
preferencialmente, actua como médio criativo de um meio-campo a três, vejo com
alguma dificuldade a sua utilização como 2º avançado no 4-4-2 do nosso
treinador, por não me parecer que tenha os comportamentos tácticos que JJ
pretende daquele jogador, sobretudo no que se refere ao jogar de costas para a baliza
e, posteriormente, à chegada a zonas de finalização, já em plena área
adversária. Ainda menos possível me parece a sua utilização como médio-centro
num meio campo a 2, por achar que Diego Lopes não tem, não vejo que possa ter,
a agressividade sobre a bola e sobre o espaço que JJ pede ao jogador que ocupe
aquela zona do terreno. Talvez, se este for mesmo um jogador do agrado de JJ, o
nosso técnico veja nele alguém capaz de, partindo de uma faixa (a esquerda,
preferencialmente), criar desequilíbrios em zonas entrelinhas e interiores, um
pouco ao jeito do que faz Gaitan, ainda que com qualidade diefrente, claro.
Hassan – Caso se confirme a contratação do jovem
Egípcio, o Benfica assegura um jogador de características diversas de todos os
avançados que tem no plantel, ao momento. Talvez Derley seja o que mais se
aproxima, mas ainda assim, o Brasileiro apresenta uma amplitude de movimentos
superior a Hassan, ainda que perca para o Egípcio na comparação da qualidade
técnica. Hassan foge muito ao perfil de avançados que JJ tem preferido para
compor a sua frente de ataque após a saída de Cardozo, sendo por isso de
assumir que o técnico benfiquista pode querer mudar algo, caso Lima não
permaneça no Benfica. Se isso for verdade, deveremos ver a adição de, pelo
menos, mais um avançado puro como Hassan, ainda que, naturalmente, com outra
capacidade que o “Vila-condense” não tem.
Em suma, serão 3 contratações interessantes, sendo
que, curiosamente, o melhor dos 3 – Diego Lopes – é o que menos se enquadra nas
ideias de JJ. Caso a continuidade do treinador se verifique, como acho que
acontecerá, temo que a chegada de Diego Lopes sirva para melhor preencher os
requisitos de inscrição do plantel na próxima edição da Liga dos Campeões, por
se tratar de um jogador formado no clube, segundo os critérios da UEFA. Mas
esperemos que não e que JJ consiga adaptar o jogador à sua ideia de jogo
porque, não tenho duvidas, há ali muito e bom talento a explorar.
Certo é que nenhum dos três me parece com capacidade
para assumir um lugar de relevo no curto prazo, perante as actuais opções que
compõem o nosso plantel.
1 comentário:
Não!
Não!
E, não!
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