domingo, 3 de janeiro de 2016

E depois da Jornada em Guimarães



O que fica?

Para começar fica o relançar do campeonato.

Estivémos a 7 pontos da liderança e a 5 pontos da vice-liderança mas agora, pelo menos neste contexto, parece tudo bem mais optimista.

Neste momento estamos a 2pts do Porto e a 4 do Sporting. Além disso, também já afastámos o possível fantasma do Braga.

O calendário não está fácil mas a verdade é que, apesar de faltar ir a Alvalade, já fomos ao Dragão, Braga e Guimarães.

O mais triste disto tudo é o mais positivo ser o facto de terminarmos esta jornada só a 2 e 4 pontos dos nossos rivais.

Este negativo positivo é o que nos permite ainda sonhar. Estar a 2 pontos do Porto de Lopetegui e a 4 do Sporting que é Sporting, é péssimo mas mantém as esperanças bem acesas.

Desta jornada fica também um Benfica sem futebol. Fica um Benfica sem ideias. Fica um Benfica frágil defensivamente. Fica um Benfica fraco ofensivamente. Fica um Benfica perdido sem bola. Fica um Benfica previsível com bola.

Fica um Benfica dependente da inspiração das individualidades.
Fica um Benfica que pode ganhar por ter melhores jogadores que os adversários.
Fica um Benfica irreconhecível.

Foi um jogo onde tivémos a sorte da arbitragem, um jogo onde jogámos contra um adversário de contra-ataque e que tem feito um fraco campeonato, e foi um jogo que se decidiu aos 75 minutos com um duplo remate do puto Sanches.

Muito, muito pouco.

O nosso melhor período foi os primeiros 20 minutos. Tivémos mais bola, levámos o jogo maioritariamente para o meio-campo adversário e parecíamos estar a conseguir controlar as saídas vimarenses. Contudo, tudo isto só resultou num remate de longe do Renato.
Após os 20 minutos inicias começámos uma péssima exibição. Oportunidades foram 2 para cada e depois lá surgiu a dupla bomba que forçou o golo e a vitória neste jogo.

Talvez para aquilo que o Guimarães treina, quer, tem e é, consideram ter feito uma boa exibição.
Agora, para nós, Sport Lisboa e Benfica, Bicampeão Nacional, isto foi um jogo desesperante.

Custa-me não ver uma evolução relevante no nosso futebol. É isto que o treinador quer? Ou simplesmente não consegue passar a mensagem?

Deste jogo ficaram os 3 pontos e a certeza que nas próximas jornadas andaremos sempre com o coração nas mãos.

Quando o sistema de jogo está quebrado, quando os processos tácticos estão tão entalados, fica quase impossível analisar as performances dos jogadores.

O individual salva o colectivo que o condiciona.

Um organizador de jogo não organiza sem linhas de passe.

Um avançado não faz a diferença na área se a bola lá não chegar ou se constantemente tiver de recuar.

Um central não pode corresponder posicionalmente perante recorrentes desequilíbrios defensivos.

A nossa equipa está demasiadamente dividida. Há uma exageradamente visível sectorização dos jogadores. Jogamos com posicionamentos e progressões em linhas paralelas que comportam entre si profundos buracos de acção e intervenção.

Apesar das muitas criticas que tenho lido ao Lisandro, vejo-o mais como vítima de um colectivo lento e partido.

Considero como catastrófica a dinâmica colectiva da nossa dupla de meio-campo.

É fácil elogiar o Renato pela idade que tem, por vir do Seixal, pelo seu esforço, força e por ter resolvido o jogo. Marcou e tentou muito mas sinceramente não gostei nada da exibição dele. Culpa própria? Também mas não só.

O regresso do Luisão até pode não acrescentar qualidade individual mas irá certamente proporcionar uma melhor organização e atitude defensiva à equipa.

Todos os outros regressos – do Nico à melhor forma, do Salvio e do Semedo – e aquisições – Cervi e Grimaldo – não vão resolver o problema deste Benfica.

A qualidade individual vai aumentar e assim ficará menos complicado resolver os jogos do modo como já têm sido resolvidos.
Os remates de longe vão melhorar, os cruzamentos vão melhorar, a velocidade das alas vai aumentar e a capacidade de último passe vai melhorar.

Vencer tem de ser sempre positivo. O problema é quando as vitórias são mentirosas e podem levar certas pessoas a acreditar nessa mentira. Vencemos mas jogámos muito mal e há muito que tem de mudar. Só posso acreditar que no Benfica quem lidera o Futebol saiba ver além do resultado final.

Esta Quarta estarei no estádio na expectativa de ver muito mais que uma vitória. Estarei no estádio com a exigência de ver uma clara evolução que nos demonstre haver capacidade para ganhar não só este jogo como todos os que o seguem.


9 comentários:

VC disse...

Estou de acordo globalmente com o Post.

O desnorte do Benfica resume-se a isto: Gimenez = 9 milhões por 50% do Passe + Pizzi: 15 milhões;

Está tudo dito para este ano.

joão carlos disse...

não jogamos bem como vem sendo usual não tivemos muitas oportunidades mas não faças pior do que é é que até ao momento em que marcaste não existiam 2-2 em oportunidades mas 4-2 o que é muito diferente.
temos o remate do renato que dizes e a defesa por instinto no ultimo minuto ao remate do jonas na primeira parte na segunda tens o pizzi completamente isolado e o mesmo pizzi com um remate a rasar o poste.

o golo não caiu do céu em cinco marcar apenas uma é até um muito mau aproveitamento fica sempre a sensação que por não se jogar nada que não existiram oportunidade suficientes para ganhar o que não é verdade.
é um facto que são oportunidade que aparecem ao repelões sem continuidade mas existem.

Antonio disse...

Meu caro, não quero ser desmancha prazeres mas quarta feira vai ser mais do mesmo. Por isso, como dizia o outro, a possibilidade de ser tri-campeão existe, mas a sua probabilidade é muito reduzida.

Ricardo Fernandes disse...

Eu já ouvi essa do Salvio, vezes sem conta. "A qualidade individual vai aumentar", logo vamos estar melhores. Veremos se fora do modelo do JJ, sem os apoios interiores que o Maxi lhe dava, se não será só outro Carcela. Aliás a Semedo, vai acontecer o mesmo que já se nota com Renato Sanches. Quando veio dos escalões anteriores, veio cheio de rotinas não usuais neste SLB de Rui Vitória, como tal destacou-se e trouxe coisas novas. Como isso não é incentivado no treino, essa novidade deixa de aparecer. "Ah e tal mas tu vês os treinos?" Não. Vejo os jogos e se não bastar, o nosso timoneiro, já disse várias vezes que o treino não é importante....

JJ evoluiu o suficiente nos 6 anos de Benfica, para nunca mais cometer as argoladas do 2º e 3º ano. Nunca mais (como fez agora com o Porto) jogariamos um jogo grande no modelo tático. Finalmente aprendeu que tem de ter um plano B.

É impressionante como se dispensa isso, sem ir buscar algo melhor. Como é que se tomam decisões que impactam milhões de €, baseados no palpite!

Vizela disse...

Boa Tarde,
Estive presente no D.Afonso Henriques e fiquei com a seguinte perspectiva:

Futebol Lento - Falta de dinâmica

Acho que esta è a principal lacuna, aliada á falta de qualidade/ritmo/imaturidade de alguns jogadores da equipa.

Ou seja : Faltam-nos laterais á Benfica, consistentes a defender e que criem bastantes desiquilibrios a atacar. Eliseu não é bom a atacar nem a defender. Apenas tem um bom remate. Andrè Almeida que ate considero bom a defender (deixou a desejar este jogo), a atacar muito limitado.

Fejsa e Renato Sanches - Acho que fazem uma bela dupla, mas o 1o Fejsa parece-me muito distante de estar bem fisicamente, ou então està ainda atormentado com as lesoes pois parece-me a 75% daquilo que ja vi dele. Falta aquela agressividade, talvez sò com mais jogos em cima chegue là. Renato tanta qualidade quanto imaturidade (as tais dores de crescimento) ..
Pizzi na posicao que joga, equilibra um pouco o meio mas desiquilibra pouco ofensivamente. É preciso mais aqui. Jimenez, adorei a sua primeira parte mas a segunda deixou a desejar. Em suma penso que o regresso dos lesionados podem dar uma forte estabilidade à equipa.

Importante: Uma equipa muito mais tranquila que o Benfica de Jesus !!! A exigencia tem de ser maxima, mas penso que estamos a remar no bom caminho ..

Anónimo disse...

João Carlos,

Em momento algum digo que atacámos menos ou que fizémos menos remates.

Falo em oportunidades e golo - jogadas que levam uma equipa a permitir que um seu jogador se apresente em zona e finalização com oportunidade de finalizar.

Talvez não seja 2-2 naquele período a que refiro mas sim 2-3, contando com aquele remate o Pizzi já sem ângulo.

joão carlos disse...

daniel oliveira

eu também não falei em ataques ou remates porque esses, tal como a posse de bola, de nada servem se a equipa não for objectiva, e não o tem sido, e traduza isso tudo em oportunidades claras para marcar.

se estou a perceber bem o lance que refere do pizzi é aquele isolado só com o guarda redes pela frente? se sim então que dizer do lance deles com muito menos ângulo e que nem acabou em remate.
depois não considerar o remate do pizzi que passa a centímetros do poste, poucos minutos antes do golo, mas depois considera como oportunidade deles um remate muito longe da baliza por muito bem colocado que o jogador esteja não parece muito coerente.

Anónimo disse...

joão carlos

Só para esclarecer,

(aviso que neste momento estou sem o "d" no teclado)

Eu referi que naquele período entre os 20/25 minutos e o golo, o jogo foi fraco, o Benfica esteve muito mal e as duas equipas limitaram-se a 2 oportunidades de golo cada.

O remate o Sanches é antes desse período mas também na minha ideia não contaria como oportunidade de golo.

As duas do Guimarães são aquela que o Licá se isola e outra que um jogador deles, pela esquerda, ganha a linha de fundo já dentro da área e serve um companheiro na pequena área que remata por cima.

As do Benfica são a do Jonas e a o Pizzi, ambas a terminar com boa defesa o gk. Há uma outra o Pizzi que entra na área mais deslocado para a direita e que prossegue com a bola até perder angulo e rematar para o gk.

Considerei portanto que seriam 2 para cada mas aceito que possa até ser 2-3.

Mas sinceramente para mim não é importante ver quem tem mais oportunidades.

Vi foi um Benfica a defender mal e a atacar sem imaginação, quase sempre recorrendo a balões para a área ou remates de longe.

Unknown disse...

O ano passado fizemos muitos maus jogos.
Sempre a desculparem o outro que nem-me atrevo a dizer o nome.