Este tipo de coisas acontecem N vezes com os nossos dirigentes.
Não há nenhum problema em achar que determinada pessoa é um "mentiroso compulsivo".
Também não existe grande mal em mudar de opinião. Às vezes é bom perceber que estávamos errados.
O que não devia de ser normal é uma pessoa ir à televisão insultar outra pessoa só porque sim. Infelizmente, em Portugal, isto é normalíssimo. E é isto que faz com que estas figuras caiam no ridículo uma e outra vez.
1. Se um diz “mata”, o outro diz “esfola”. Se um apelida-o de “mentiroso compulsivo”, o outro acusa-o de ser um “déspota”. Tu és bom, eu sou mau. Se querem a minha opinião: venha o diabo e escolha.
2. A mim, nunca me enganaram. De mim, não levam nada. Mais do que processos de intenções, tenho por regra apreciar antes as acções: a verdadeira medida de um homem, o verdadeiro espelho da alma.
3. É por isso que todos os discursos de LFV não valem sequer o oxigénio que despende ao proferi-los: porque apresentam a solidez de um castelo de cartas, a lógica de um piaçaba e a capacidade de concretização de um Paulo Nunes.
4. E porque, conforme faz por querer transparecer, FT não terá percebido o motivo pelo qual a sua candidatura é um ultraje (fundamentalmente, à saúde da sua espinha dorsal), eu passo a explicar:
5. O adepto está sedento de uma personalidade que o inspire, orgulhe, que sirva de farol em tempos de tempestades. Envolto numa mediocridade exasperante, os seus olhos brilham inerentemente ao primeiro arauto da verdade, da denúncia. Neste capítulo, FT ou RGS estão para o Benfica, na semelhante medida para a qual BC estará para o Sporting.
6. A diferença: nas acções, nos comportamentos, no rumo traçado.
7. RGS foi sempre uma voz incómoda, mas que (independentemente do grau de proximidade com a direcção) sempre esteve por perto (porque isso lhe convinha) e a quem sempre foi sendo possível controlar os ímpetos: essencialmente, pela força de conjunturas que nunca lhe deixaram muita margem de manobra.
8. Uma paz podre tão típica de direcções “unânimes” da presente natureza. De quem se controla uns aos outros à espera de um deslize. Assente num pressuposto para o qual os superiores interesses do Benfica servem de falso pretexto: enquanto garante da respectiva permanência no cargo e, sobretudo, expectativa de ascensão na hierarquia.
9. O ambiente vivido naquelas reuniões deve ser algo de todo… Costuma-se dizer que todos têm um preço. Ali, ao menos, todos sabem qual é o seu: a exacta medida por quanto se venderam.
10. O que o separa então RGS de, por exemplo, FT? Essencialmente, o apoio incondicional (e estapafúrdio) à pessoa de LFV. O que, logo à partida, o inviabiliza por completo enquanto personificação de uma futura alternativa credível.
11. Pois quem afirma jamais candidatar-se contra LFV, revela ou medo para ir a votos, ou concordância com tudo quanto até então tem sido feito: e não sendo contra nada, assume-se enquanto alternativa a exactamente o quê?
12. Eu explico: a, ao invés de outros, ir para lá ele. Só.
13. É tudo quanto tem para oferecer. Quer ser presidente e esta é a altura para preparar terreno: enquanto n.º 2 oficial… ou oficioso, com palco semanal para brilhar em termos de que mais nenhum beneficia.
14. Azar: a maltinha que lá está vai esticar o “produto LFV” até mais não poder (expectavelmente, mais 8 anos disto) – com RGS (á altura, a caminhar para os 70) e as aves raras habituais a torcerem para que, até lá, as coisas inquinem e o “digno e natural” sucessor a ser nomeado pelo “grande líder que em todos os mandatos encontra imensas coisas ainda por fazer” avance menorizado.
15. Off topic - uma pergunta só aqui entre nós: olhando a tudo aquilo a que se propõe LFV para o próximo mandato, nunca vos intrigou porque já não foi tudo isso cumprido no presente ou em anteriores mandatos?
16. Quem investe €22M assente somente no potencial de um jogador extracomunitário de 25 anos, não vislumbrou no passado uma parcela dessa mesma verba para cumprir com tudo aquilo a que agora se lembrou de ter por imperioso?
17. Percebem porque é que de mim não levam nada? Detectam as falhas no discurso e no comportamento? Como não bate a bota com a perdigota? Isto não é um acaso: é mediocridade planificada, propositada e propagandeada por quem não tem rigorosamente mais nada a oferecer (se é que alguma vez verdadeiramente tiveram): somente a sugar.
18. O ciclo findou: LFV está sentado em cima do Benfica e de lá não sai, de lá ninguém o tira (assim como à sua entourage).
19. Já FT propunha-se a algo diferente. A tudo o acima referido apelidou, em tempos não muito idos, de incoerência. Fê-lo quando saiu: acossado, em modo JJ, por forma a esclarecer, denunciar e demarcar-se - pois enquanto lá esteve e fizeram-lhe as vontades, o mundo era cor-de-rosa e o céu era o limite.
20. Exclamou ao mundo que o Benfica não tinha um presidente, mas um dono. Da reinvenção da história do Benfica levada a cabo e todo o espectro catastrofista recalcado incessante e vergonhosamente na mente dos adeptos – desresponsabilizando-os, estupidificando-os.
21. Denunciou o clientelismo. A natureza de muitos que por lá pululam. A má influência daqueles sobre o presidente e o clube. As suas verdadeiras intenções. Apontou inclusive nomes em concreto.
22. Denunciou o estado ultrajante das finanças do clube. A natureza perniciosa dos estatutos. Os níveis inéditos e ultrajantes que a propaganda directiva atingiu. A ausência e inadmissibilidade da crítica na vida do clube – os vulgos abutres.
23. Por tudo isso, demitiu-se (em bem, tivessem outros tantos tomates para isso). Para, seguidamente, mostrar uma combatividade assertiva e elevada que lhe proporcionou uma boa imagem junto dos adeptos. Para hoje voltar.
24. Pergunto: o que mudou entretanto? De tudo aquilo que FT apontou, com excepção da bola que (por ora) vai entrando, o que mudou verdadeiramente? Não terão, inclusivamente, alguns desses cenários que apontou piorado de sobremaneira? O que levou então a tamanho “volte-face”? A experiência que vem com a idade? A reflexão ponderada e a frio? A crença no presente projecto? Os superiores interesses do clube?
25. Nada disso. As pessoas são fundamentalmente as mesmas, assim como as práticas tidas ou o rumo traçado. Ou seja: nada mudou. Somente FT: que, não ficando mais novo a cada ano que passa, percebeu que, a tudo quanto apontou, se sobrepunham não os superiores interesses do clube, mas os seus: seja a nível material, seja ao nível da sua vontade em abraçar novamente o projecto então deixado.
26. Não o faz pelo Benfica, pela direcção, por LFV, pelos adeptos. Mas por si. Para si. Pela vantagem pessoal – independentemente da respectiva natureza. Não é grave: pelo menos, não para os padrões de todos quantos ali o acompanharão. Nesse capítulo, FT enquadra-se perfeitamente no projecto.
27. FT não pode ter reais aspirações a mudar seja o que for. Mais: por tudo o acima referido, entra numa posição ainda mais fragilizada do que aquela quando entrou. Que os seus proveitos sejam, na exacta medida, proporcionais ao desgosto que causou a todos quanto nele acreditaram.
28. Tudo quanto possa alguma vez ter defendido ou simbolizado, evaporou-se num simples acto: o do compromisso. Ao sair e, sobretudo, defender reiteradamente ao longo do tempo tudo quando referiu, deixou de ter quaisquer condições não para defender o Benfica, mas para fazê-lo enquanto parte da presente direcção.
29. Não ter (ou, mais grave, não querer ter) noção disso, é a mais flagrante manifestação da sua incapacidade para assumir o cargo e, assim, servir o Benfica.
30. Prestou um péssimo serviço ao Benfica. Se benfiquista, devia sentir-se envergonhado. Se humano, devia sentir-se desonrado.
6 comentários:
Agora é que estoiraste com a vilanagem.
clap clap clap
Este tipo de coisas acontecem N vezes com os nossos dirigentes.
Não há nenhum problema em achar que determinada pessoa é um "mentiroso compulsivo".
Também não existe grande mal em mudar de opinião. Às vezes é bom perceber que estávamos errados.
O que não devia de ser normal é uma pessoa ir à televisão insultar outra pessoa só porque sim. Infelizmente, em Portugal, isto é normalíssimo. E é isto que faz com que estas figuras caiam no ridículo uma e outra vez.
A memória é uma gaja tramada...
1. Se um diz “mata”, o outro diz “esfola”. Se um apelida-o de “mentiroso compulsivo”, o outro acusa-o de ser um “déspota”. Tu és bom, eu sou mau. Se querem a minha opinião: venha o diabo e escolha.
2. A mim, nunca me enganaram. De mim, não levam nada. Mais do que processos de intenções, tenho por regra apreciar antes as acções: a verdadeira medida de um homem, o verdadeiro espelho da alma.
3. É por isso que todos os discursos de LFV não valem sequer o oxigénio que despende ao proferi-los: porque apresentam a solidez de um castelo de cartas, a lógica de um piaçaba e a capacidade de concretização de um Paulo Nunes.
4. E porque, conforme faz por querer transparecer, FT não terá percebido o motivo pelo qual a sua candidatura é um ultraje (fundamentalmente, à saúde da sua espinha dorsal), eu passo a explicar:
5. O adepto está sedento de uma personalidade que o inspire, orgulhe, que sirva de farol em tempos de tempestades. Envolto numa mediocridade exasperante, os seus olhos brilham inerentemente ao primeiro arauto da verdade, da denúncia. Neste capítulo, FT ou RGS estão para o Benfica, na semelhante medida para a qual BC estará para o Sporting.
6. A diferença: nas acções, nos comportamentos, no rumo traçado.
7. RGS foi sempre uma voz incómoda, mas que (independentemente do grau de proximidade com a direcção) sempre esteve por perto (porque isso lhe convinha) e a quem sempre foi sendo possível controlar os ímpetos: essencialmente, pela força de conjunturas que nunca lhe deixaram muita margem de manobra.
8. Uma paz podre tão típica de direcções “unânimes” da presente natureza. De quem se controla uns aos outros à espera de um deslize. Assente num pressuposto para o qual os superiores interesses do Benfica servem de falso pretexto: enquanto garante da respectiva permanência no cargo e, sobretudo, expectativa de ascensão na hierarquia.
9. O ambiente vivido naquelas reuniões deve ser algo de todo… Costuma-se dizer que todos têm um preço. Ali, ao menos, todos sabem qual é o seu: a exacta medida por quanto se venderam.
10. O que o separa então RGS de, por exemplo, FT? Essencialmente, o apoio incondicional (e estapafúrdio) à pessoa de LFV. O que, logo à partida, o inviabiliza por completo enquanto personificação de uma futura alternativa credível.
11. Pois quem afirma jamais candidatar-se contra LFV, revela ou medo para ir a votos, ou concordância com tudo quanto até então tem sido feito: e não sendo contra nada, assume-se enquanto alternativa a exactamente o quê?
12. Eu explico: a, ao invés de outros, ir para lá ele. Só.
13. É tudo quanto tem para oferecer. Quer ser presidente e esta é a altura para preparar terreno: enquanto n.º 2 oficial… ou oficioso, com palco semanal para brilhar em termos de que mais nenhum beneficia.
14. Azar: a maltinha que lá está vai esticar o “produto LFV” até mais não poder (expectavelmente, mais 8 anos disto) – com RGS (á altura, a caminhar para os 70) e as aves raras habituais a torcerem para que, até lá, as coisas inquinem e o “digno e natural” sucessor a ser nomeado pelo “grande líder que em todos os mandatos encontra imensas coisas ainda por fazer” avance menorizado.
15. Off topic - uma pergunta só aqui entre nós: olhando a tudo aquilo a que se propõe LFV para o próximo mandato, nunca vos intrigou porque já não foi tudo isso cumprido no presente ou em anteriores mandatos?
16. Quem investe €22M assente somente no potencial de um jogador extracomunitário de 25 anos, não vislumbrou no passado uma parcela dessa mesma verba para cumprir com tudo aquilo a que agora se lembrou de ter por imperioso?
17. Percebem porque é que de mim não levam nada? Detectam as falhas no discurso e no comportamento? Como não bate a bota com a perdigota? Isto não é um acaso: é mediocridade planificada, propositada e propagandeada por quem não tem rigorosamente mais nada a oferecer (se é que alguma vez verdadeiramente tiveram): somente a sugar.
18. O ciclo findou: LFV está sentado em cima do Benfica e de lá não sai, de lá ninguém o tira (assim como à sua entourage).
19. Já FT propunha-se a algo diferente. A tudo o acima referido apelidou, em tempos não muito idos, de incoerência. Fê-lo quando saiu: acossado, em modo JJ, por forma a esclarecer, denunciar e demarcar-se - pois enquanto lá esteve e fizeram-lhe as vontades, o mundo era cor-de-rosa e o céu era o limite.
20. Exclamou ao mundo que o Benfica não tinha um presidente, mas um dono. Da reinvenção da história do Benfica levada a cabo e todo o espectro catastrofista recalcado incessante e vergonhosamente na mente dos adeptos – desresponsabilizando-os, estupidificando-os.
21. Denunciou o clientelismo. A natureza de muitos que por lá pululam. A má influência daqueles sobre o presidente e o clube. As suas verdadeiras intenções. Apontou inclusive nomes em concreto.
22. Denunciou o estado ultrajante das finanças do clube. A natureza perniciosa dos estatutos. Os níveis inéditos e ultrajantes que a propaganda directiva atingiu. A ausência e inadmissibilidade da crítica na vida do clube – os vulgos abutres.
23. Por tudo isso, demitiu-se (em bem, tivessem outros tantos tomates para isso). Para, seguidamente, mostrar uma combatividade assertiva e elevada que lhe proporcionou uma boa imagem junto dos adeptos. Para hoje voltar.
24. Pergunto: o que mudou entretanto? De tudo aquilo que FT apontou, com excepção da bola que (por ora) vai entrando, o que mudou verdadeiramente? Não terão, inclusivamente, alguns desses cenários que apontou piorado de sobremaneira? O que levou então a tamanho “volte-face”? A experiência que vem com a idade? A reflexão ponderada e a frio? A crença no presente projecto? Os superiores interesses do clube?
25. Nada disso. As pessoas são fundamentalmente as mesmas, assim como as práticas tidas ou o rumo traçado. Ou seja: nada mudou. Somente FT: que, não ficando mais novo a cada ano que passa, percebeu que, a tudo quanto apontou, se sobrepunham não os superiores interesses do clube, mas os seus: seja a nível material, seja ao nível da sua vontade em abraçar novamente o projecto então deixado.
26. Não o faz pelo Benfica, pela direcção, por LFV, pelos adeptos. Mas por si. Para si. Pela vantagem pessoal – independentemente da respectiva natureza. Não é grave: pelo menos, não para os padrões de todos quantos ali o acompanharão. Nesse capítulo, FT enquadra-se perfeitamente no projecto.
27. FT não pode ter reais aspirações a mudar seja o que for. Mais: por tudo o acima referido, entra numa posição ainda mais fragilizada do que aquela quando entrou. Que os seus proveitos sejam, na exacta medida, proporcionais ao desgosto que causou a todos quanto nele acreditaram.
28. Tudo quanto possa alguma vez ter defendido ou simbolizado, evaporou-se num simples acto: o do compromisso. Ao sair e, sobretudo, defender reiteradamente ao longo do tempo tudo quando referiu, deixou de ter quaisquer condições não para defender o Benfica, mas para fazê-lo enquanto parte da presente direcção.
29. Não ter (ou, mais grave, não querer ter) noção disso, é a mais flagrante manifestação da sua incapacidade para assumir o cargo e, assim, servir o Benfica.
30. Prestou um péssimo serviço ao Benfica. Se benfiquista, devia sentir-se envergonhado. Se humano, devia sentir-se desonrado.
Enviar um comentário