Nunca esteve tão na moda estar deprimido. Vem uma dor de cabeça, sobem uns calores pelo corpo acima, chega-nos um problema no trabalho, a mulher que cortou o queijo ratando o meio e deixando a casca, o cão que não pára de ladrar, a vizinha que decide cantar ópera às 4 da manhã, o Guilherme Aguiar na televisão e logo surge o diagnóstico: depressão crónica, últimos dias de vida, suicídio em potência. Já não há respeito pelos deprimidos clínicos, confundidos que estão nesta amálgama de dores ridículas e enxaquecas pueris.
Parem. Olhem à volta: é a vida. Triste, trágica, sublime, imensa. Baralhem e comecem de novo, lembrem-se da voz que ecoava, antes da tempestade. Relativizem. Dêem de novo as cartas. Adaptem-se.
Este Benfica não sofre de patologia severa. Está apenas com pena de si próprio. Com medo - por não estar habituado - de ser feliz.
1 comentário:
Estamos todos Ricardo. Estamos todos com medo de ser felizes, concordo
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