Após três infindáveis semanas de interregno, está de
volta a principal competição de clubes em Portugal. A próxima jornada traz-nos
um embate complicado, mas que não podemos deixar de vencer, apesar de todas as
vicissitudes.
O jogo com o Sp. Braga será o primeiro de uma serie de
jogos complicados e que definirão muito do que será a época do Benfica.
Entramos numa fase em que não podemos perder mais pontos para o líder actual e
assim recebe-lo em casa no mês de Janeiro, no mínimo, com hipóteses de os
alcançar na liderança do campeonato, sendo nesta altura também que se disputam
as jornadas decisivas da 1ª fase da Liga dos Campeões e que definirá a nossa
continuidade na prova ou a saída para a Liga Europa ou mesmo a saída por
completo das competições da UEFA. A tudo isto se junta o castigo de 30 dias
imposto ao nosso treinador.
Por tudo isto, considero fundamental vencer o jogo do
próximo fim-de-semana e assim dar o melhor início possível a este ciclo difícil
e decisivo, sendo certo que melhor que ninguém, jogadores e equipa técnica
estarão cientes da importância do próximo jogo.
Ao contrário do que a classificação e mais recentes
resultados dos bracarenses possa evidenciar, o jogo com os minhotos reveste-se
de um elevado grau de dificuldade. Essa dificuldade aparece associada à
qualidade do adversário, mas também às contrariedades que sofremos durante esta
paragem de campeonato.
Começou com a lesão de Ruben Amorim e com tudo o que
ela implica, ou seja, a perda de um dos jogadores em melhor forma no plantel,
mas essencialmente pela ameaça de retrocesso táctico que Jorge Jesus pode impor
face a esta ausência. Logo após o jogo com o Sporting e a subsequente lesão do
médio Português, aqui escrevi não ver motivos para alterar a alteração, se é
que assim se pode dizer. A mudança táctica operada por Jorge Jesus com a inclusão
de mais um médio – Ruben Amorim – em detrimento de um avançado, trouxe-nos equilíbrio
e domínio sobre os adversários e sobre nós próprios, aspectos que considero
importantes para os jogos que se avizinham.
As dificuldades continuaram com o conhecimento do
castigo aplicado a Jorge Jesus pelos incidentes ocorridos no final do jogo em
Guimarães. Quer queiramos quer não, ter o líder no relvado será necessariamente
diferente de ter “apenas” o seu adjunto. Há quem diga que será benéfico para a
equipa não ter JJ no banco, pela pressão psicológica constante que o treinador
coloca sobre os jogadores, há os que afirmam ser prejudicial, pois os jogadores
já se encontram habituados a essa mesma pressão e necessitam dela para se
manterem concentrados ao longo do jogo e há ainda quem diga que será
indiferente por via do conhecimento profundo das ideias do treinador que existe
nos jogadores. Pela minha parte, considero que indiferente não será, tendendo
eu para considerar que será negativo para a equipa, caso contrário a figura do
treinador, do líder, no banco de suplentes tornar-se-ia inócua e não vemos
nenhum treinador de topo a optar por não se sentar no banco de suplentes
durante os jogos, mas como em (quase) tudo no futebol, os resultados dirão se
esta ausência é/foi ou não benéfica para a equipa.
Esta ausência vai ainda permitir-nos avaliar se a
equipa precisa de todas aquelas exibições de loucura e descontrolo por parte do
seu treinador ao longo da linha lateral para vencer ou, por outro lado, se todo
esse folclore é absolutamente dispensável para as vitórias. Mais uma vez
encontro um meio-termo, ou seja, nem são necessárias todas as “pantominices”
que JJ exibe para que a equipa ganhe, mas a ausência das suas correcções tácticas
ao longo do jogo também não serão aconselháveis.
Focando-me apenas no adversário, encontro no Braga um
adversário longe do seu melhor futebol dos últimos anos, mas nem por isso menos
“respeitável”. Considero que têm um plantel fraco e com lacunas graves com os
farão ter um desempenho substancialmente mais fraco ao longo da época do que
aquilo que nos têm habituado, no entanto, têm qualidade para num só jogo nos
criarem problemas. Penso que a principal virtude ofensiva da equipa reside no
seu jogo interior, uma vez que Alan já não apresenta a velocidade e explosão
dos seus melhores anos e Rafa (habitualmente utilizado na faixa esquerda) não é
um ala de raiz, tendo sempre tendência para explorar diagonais e o espaço que
possa existir entre as costas dos médios interiores e os centrais. Por aqui
reforço a importância de se manter o sistema composto por 3 médios, para que
Matic não saia tanto da posição e assim não abra espaço nas suas costas, sendo
que deverá ser dada liberdade aos laterais para explorarem a profundidade, uma
vez que dificilmente Rafa ou Alan conseguirão explorar o espaço deixado vago
nas suas costas, ainda assim é de precaver os cruzamentos de Alan que mesmo sem
“ganhar a linha de fundo” cruza muito e bem de longe.
No meio campo a principal unidade criativa é,
habitualmente, Ruben Micael, um jogador completamente fora de forma e com
claras dificuldades em romper e criar jogo pela zona central quando enfrenta
adversários com um meio-campo compacto, mas que pode brilhar quando se lhe é
dado espaço, sendo esta mais uma razão para a manutenção dos três médios no 11
inicial.
No sector mais recuado, considero Nuno André Coelho o “elo
mais fraco” de todo o sector, principalmente quando exposto a solicitações no
espaço. Nesse sentido, e porque Cardozo não é o homem certo para receber passes
em profundidade e Gaitan gosta de movimentos com bola e não de busca da mesma
no espaço, parecer-me-ia interessante que Markovic procurasse movimentos de rotura
entre o lateral e o central na busca do tal espaço nas costas do central
Português, sendo este o único argumento que vejo ser favorável a um 4-4-2, mas
que no 4-3-3 idealizado por JJ em que o sérvio tem liberdade total de movimentos,
também é exequível.
9 comentários:
É engraçado como o discurso vai mudando?
Sempre ouvi dizer que é mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo.
É engraçado como o discurso vai mudando?
Sempre ouvi dizer que é mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo.
É engraçado como o discurso vai mudando?
Sempre ouvi dizer que é mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo.
Se não for pedir muito esforço, e para que todos fiquemos esclarecidos, esclareça sobre o mentiroso e a mentira.
Boa análise.
Espero um 4-3-3 com Matic Enzo e Djuricic, Marko Gaitán e Cardozo :)
Teria que mandar reparar muitos espelhos.
Olha para os de casa
Que o mentiroso seria eu, já desconfiava, mas continuo sem entender a mentira...
Pois não!
Os mentirosos nunca entendem as suas próprias mentiras.
Porque se as entendessem,nunca seriam nentirosos,
1
repito o que já te disse, podias ser muita coisa, mas consegues ser apenas um triste!
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