Como já aqui escrevi, ainda que Jorge Jesus não o admita, a
inclusão de Ruben Amorim no 11 do Benfica, produziu uma inegável modificação
tática e de processos na equipa que, pelas exibições produzidas, se traduziu
numa melhoria substancial no rendimento da equipa. E digo apenas pelas
exibições produzidas e não refiro os resultados, porque essas exibições não
tiveram correspondência absoluta em resultados por sucessivas e graves falhas
nos lances de bola parada defensivos.
Com Ruben Amorim o Benfica organiza-se naquilo que Jaime
Pacheco apelida, e bem, de um 4-3-3 envergonhado, pois Markovic não aparece
como um ala/extremo puro, antes como o jogador que mais vezes aparece no flanco
direito. Diria que a tendência natural dos jogadores será para se organizarem
nesse 4-3-3 em processo ofensivo, com Gaitan pela esquerda, Cardozo pela zona
central e Markovic como “vagabundo” com liberdade de movimentação a toda a
largura do terreno, sendo apoiados por um trio de médios que tem em Matic o seu
elemento mais recuado, em Ruben Amorim a sua unidade de trabalho e de transição
e em Enzo o jogador mais liberto na missão ofensiva.
No momento defensivo a equipa varia entre o 4-5-1, com
Markovic e Gaitan a fecharem nas alas, juntando-se ao trio de médios, formando
assim uma linha de 5 na zona intermédia (com Matic ligeiramente recuado face
aos demais) e um 4-4-2 quando Markovic não fecha sobre a ala direita, deixando
essa missão entregue, por norma, a Ruben Amorim, sendo que o Sérvio permanece
na frente com Cardozo.
Com a lesão de Ruben Amorim, existirá a tentação natural
para se alterar o que foi feito no final dos jogos com o Nacional e Académica,
e a quase todo o tempo nos jogos com Olimpiakos e Sporting, por ter “caído” o
principal interprete desta mudança.
Quanto a mim, e porque o jogo que se segue é com o SC. Braga
(longe do melhor Braga dos últimos anos, mas ainda assim, uma das melhores
equipas da nossa liga), não há razões para se alterar o que está bem feito. É
verdade que o plantel não foi organizado tendo por ideia base o novo sistema
tático (basta atentarmos ao numero de médios que o plantel possui para
percebermos isto), também não é menos verdade que neste momento não temos
nenhum outro médio disponível que seja capaz de dar à equipa o que dá Ruben
Amorim, todavia os benefícios aportados com a mudança são tão evidentes e
tamanhos que mudar agora seria retroceder ao ponto de partida deste processo
evolutivo.
Vejo em André Gomes e, no limite, em Djuricic, elementos
perfeitamente capazes de integrarem o 11 nesta nova organização tática, desde
que ocorram as respetivas nuances táticas inerentes à saída de alguém como
Ruben Amorim e à entrada de alguém eminentemente criativo. E essa nuance,
prende-se essencialmente com a entrega do papel até aqui desempenhado pelo
médio português a Enzo e o papel deste entregue a uma das unidades que referi,
nada mais. Tudo que passe além disto, será voltar ao tão amado 4-4-2 de Jorge
Jesus e a tudo o que ele tem de melhor e pior. E quanto a mim o que esse modelo
tem de melhor não chega para superar o que tem de pior em jogos de patamar
competitivo superior como é o jogo com os bracarenses e o jogo imediatamente
seguinte para a liga dos campeões com o Anderlecht.
3 comentários:
Totalmente de acordo, não é preciso inventar nada , apenas colocar o André Gomes por Rúben, jogos em casa tb pode ser o Djuro mas a troca mais natural é entraro ANdré.
Mas já estou a ver que vai ser o LIma.
E porque não Matic - Fejsa - Perez?
Está um frio de rachar...
No quentinho e conforto assisto no canal inimigo a repetição do final do jogo da taça, foi contra quem??
Agora sem ironias, li as tuas reflexões para as possíveis escolhas. Tens as tuas ideias e farias as tuas escolhas. Olhas para o cesto dos ovos que a sad põe ao dispor...
O estilo do treinador com a centralização do discurso no "Eu", nunca se dará por vencido, "tamanha" é a sua teimosia.
O conceito de jogo do JJ nunca será fixo. Ora poderá defender em 442 e atacar 433 no minuto seguinte...para passar a um 253 rolo compressor. Portanto a escolha dos jogadores que façam vários espaços, e utilizem a harmonia para se ajustarem aos movimentos da equipe. Isto para encaminhar a reflexão para o numero de jogadores que jogam na linha intermedia.
Tem sido no meio campo que o Benfica não tem ganho mais provas em que participa. "Box to Box" todos procuram. Qualidade têm alguns, capacidades físicas para suportarem uma época inteira num nível elevado aparecem muito poucos. Matic poderá ser o exemplo, e esta fresquinho...
Como se pode constatar o Fedsa veio mais tarde... lesão. Mas o Amorim destacou a importância do conhecimento dos conceitos de jogo do JJ. Se o Enzo foi inventado, agora com ou sem invenções o problema mantém-se. Alguém vai jogar, mas vai ter que acelerar a aprendizagem dos modelos e principalmente amadurecer mais rapidamente, para as emoções competitivas duma equipe com a responsabilidade do Benfica. A critica mora sempre ao virar da esquina... é assim e assim será. E basta um segundo para o erro...,para a fama é preciso horas de jogo, experiências de emoções competitivas.
Na semana passada idealizei um possível onze só desta era do 33º,
Gr (??), J.Pereira, Luisão, Garay, Fábio.
Ramires, Matic, Witsel.
Gaitan, Markovic, di Maria. Agora escolham o 442, 253,4131, etc , etc...
Neste momento
Artur,Almeida, Luisão, Garay,Si ou silvio.
Matic
Enzo, Gaitan (ou Filip).
Markovic,(lima)e o nº7 com Ola (ou outro Gaitan).
Esta ginástica para evitar o nível elevado que o André ainda não nos habituou e principalmente apresentar "nervo"...
Para evitar os dissabores dos avanços pontuais perdidos, era bom que o JJ evite o "eu isto" o "eu aquilo" vestido de uma maior humildade na gestão do recurso humano. Só vou alertar para 3 dependências. Movimentos para o nº7. A dupla de centrais e os remendos que terá que fazer se perde um jogador como Matic.
Nota: Reparem nos valores das maiores vendas da sad, e posso dar desconto pelo ala oxigenado que passou a defesa/médio em madrid. Mas não esquecem a saída do Bruno César em Janeiro.
Benfica...tempo.
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